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RESUMO
INTRODUÇÃO
A energia dos ventos é uma fonte promissora de energia, especialmente por ser
abundante, renovável, limpa e não emissora de gases de efeito estufa. O Brasil destaca-se neste
cenário por possuir um imenso potencial eólico ainda não explorado [1-4]. O mapeamento deste
potencial é apresentado na Figura 1. Atualmente o interesse em energia renovável está crescendo
muito, especialmente em energia eólica, sendo importante o desenvolvimento de estudos relativos
ao tema. É neste contexto que o presente trabalho foi proposto, objetivando expandir o
conhecimento nesta área tão promissora através do desenvolvimento de um estudo elétrico de um
parque eólico e estudos de conexão, utilizando-se para tal ferramentas computacionais.
Uma distribuição de Weibull é definida utilizando-se dois parâmetros: o fator de forma (k) e
a velocidade média do vento [5]. Uma determinada região é mais potencialmente viável à geração
de energia através dos ventos quanto maiores forem tais parâmetros. Sendo assim, estudos de
mapeamento do território nacional indicaram a existência de diversos locais potencialmente
viáveis à geração eólica, sobretudo na região do nordeste, devido às altas velocidades médias do
vento e também por apresentarem um fator de forma (k) elevado.
Um aspecto importante dos aerogeradores é que eles são construídos de tal forma a gerar
máxima potência quando atingida uma determinada velocidade do vento, como pode ser
observado na Figura 3.
Tendo os dados referentes à curva de Weibull mencionada anteriormente e a curva de
potência do aerogerador adotado é possível estimar o fator de capacidade (potência média gerada
em relação à total instalada) da usina.
O modo como tais aerogeradores são dispostos no parque deve respeitar certos
distanciamentos mínimos. Tal fato é de extrema importância, pois caso as turbinas fiquem muito
próximas umas das outras o vento turbulento que sai de uma máquina e chega à outra pode
danificá-la [6-8]. Além do mais, a velocidade com que o vento sai das pás do aerogerador é menor
e sua direção também é alterada, o que impactaria severamente na geração das demais unidades
(eficiência). Não há uma lei definida para o posicionamento dos aerogeradores, já que outros
fatores também devem ser analisados quando da implementação de um projeto de geração
eólica, tais como rugosidade do terreno, altura da torre, entre outras variáveis que impactam não
somente na velocidade do vento, mas também em sua direção. Em projetos reais todo um estudo
de otimização para a determinação do que seria o posicionamento ideal das turbinas é realizado,
porém de maneira didática neste caso as turbinas foram dispostas em fileiras e posicionadas
segundo uma distância que varia de acordo com o diâmetro do seu rotor (Figura 4).
SUBESTAÇÃO
a) b)
Figura 4 – a) Disposição Típica dos Aerogeradores em um Parque Eólico. b) Disposição adotada no
projeto.
Existem inúmeros equipamentos no parque além das já citadas turbinas eólicas, para os
mais variados fins como elevação de tensão (transformadores de potência), proteção
(transformadores de corrente e potencial, disjuntores, chaves seccionadoras, relés, etc.) Estes
para serem dimensionados necessitam de especificações que só são possíveis quando da
realização de estudos como, por exemplo, de fluxo de potência e curto circuito. Portanto, além de
serem ferramentas essenciais sem as quais não é possível fazer um diagnóstico do
funcionamento do parque eólico, também são utilizados para outros fins tais como a determinação
de alguns parâmetros dos equipamentos como, corrente e tensão nominais, máxima corrente de
curto circuito, entre outros, utilizados no dimensionamento e especificação dos equipamentos.
Sabe-se então da necessidade dos cálculos elétricos e a partir daí surge a importância de
se realizar tais operações através da implementação de métodos computacionais. As principais
vantagens de se adotar tal metodologia são: redução do tempo demandado para se fazer os
cálculos e, consequentemente, as análises e redução dos índices de erros. Na próxima seção
serão apresentados os métodos computacionais que foram utilizados neste trabalho.
Cálculo
Cálculo
Declaração
Declaração dos
dos Nível
Nível de
de tensão
tensão de
de estimado
estimado da
da
parâmetros
parâmetros dos
dos distribuição
distribuição adotado
adotado corrente
corrente em
em
equipamentos
equipamentos cada
cada circuito
circuito
Determinação
Determinação dos
dos Determinação
Determinação da
da Tabelas
Tabelas de
de Seção
Seção dos
dos
Fim
Fim parâmetros
parâmetros elétricos
elétricos seção
seção dos
dos Condutores
Condutores xx
dos condutores
dos condutores condutores
condutores Parâmetros Elétricos
Parâmetros Elétricos
Cálculo
Cálculo de
de Cálculo
Cálculo de
de
Fluxo
Fluxo de
de Curto
Curto
Potência
Potência Circuito
Circuito
a Transformador a Linha a
Itrf,kb Ilin,kb A1
B1
C1
b b b
N
c Itrf,kn Ilin,kn
n n
Figura 6 - Exemplo de Injeções de Correntes
F.1
Inicializar
variáveis
z
F.2 F.6
Montar vetor
Atualizar estados
independente:
zk+1 = ∆zk+zk
f(z)
S
F.7
Terminar
processo
Onde:
z são as variáveis de estado do problema (tensões nodais e controles).
J(z) é a matriz Jacobiana;
f(z) é o vetor independente, formado pelas equações a serem resolvidas.
Δz é o vetor dos incrementos das variáveis de estado.
Em F.1 a dimensão máxima dos vetores e matrizes do método é calculada e ocorre a
alocação de memória para armazenamento dos dados. A dimensão do problema é igual a duas
vezes o número de barras mais o número de controles. Todas as estruturas de armazenamento
são esparsas. Nesta etapa também ocorre a leitura dos dados.
Cada elemento do sistema é um objeto e eles são armazenados conforme apresentado por
um exemplo na Figura 8. Na Figura 8 a) é apresentado o unifilar de um sistema elétrico e na
Figura 8 b) é mostrada a estrutura de armazenamento utilizada. As linhas sólidas correspondem
a ponteiros que se apontam mutuamente e representam as conexões entre os elementos e as
linhas tracejadas são ponteiros que representam as ações dos controles.
1 2
C1 C2 Barra1 Barra2 Barra3
D
P1 Disjuntor Chave1 Chave2
G
1:a
Gerador Trafo
P1
Carga1 Carga2 Linha
a) b)
Figura 8 - a) Diagrama Unifilar b) Estrutura de Armazenamento.
Não
F.7 F.8
Calcular tensões,
correntes e Finalizar processo
relações X/R
RESULTADOS
O primeiro passo foi a determinação das bitolas de cabos conforme apresentado na Figura
5. Após realização deste passo foram montados os arquivos topológicos da rede com informações
de fluxo de potência e curto-circuito.
Na Figura 10 é apresentado um resultado do estudo de curto-circuito utilizando a
metodologia apresentada neste artigo. A linha azul é relativa aos valores da corrente de curto-
circuito nos principais pontos elétricos do sistema (painéis). A linha vermelha representa os
valores de suportabilidade dos painéis elétricos utilizados. Como pode ser observado nenhum
valor foi ultrapassado e o dimensionamento dos painéis para curto-circuito está de acordo com os
limites dos painéis.
60
Icc,3f
50
Limite
40
Corrente (kA)
30
20
10
0
0 50 100 150
Pontos Elétricos
Figura 10 – Exemplo de resultado de estudo de curto-circuito
99
98,5
98
97,5
Tensão (%)
97
96,5
96
95,5
95
0 50 100 150
Pontos Elétricos
Figura 11 – Exemplo de resultado de estudo de fluxo de potência
CONCLUSÕES
Este trabalho abordou conceitos básicos sobre energia eólica, e a apresentação das três
ferramentas computacionais implementadas e utilizadas para auxiliar em projetos de parques
eólicos e seus estudos de conexão. As metodologias implementadas servem basicamente para se
realizar importantes estudos – definição de condutores, fluxo de potência e curto-circuito. Sendo
que das implementações computacionais cabe aqui destacar o armazenamento de dados em
estruturas orientado a objetos. Ressalta-se que as ferramentas computacionais descritas podem
ser utilizadas também em estudos de outros tipos de sistemas elétricos de potência.
AGRADECIMIENTOS
REFERENCIAS