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Aplicação de Métodos Computacionais para a Elaboração de

um Projeto Básico de um Parque Eólico e Estudos de Conexão


Karina L. M. Oliveira1, Márcio de C. Filho1, Tatianna A. P. Beneteli1,
Leandro R. Araujo2, Débora R. R. P. Araujo2
(1) Faculdade de Engenharia, Universidade Federal de Juiz de Fora. (2) Faculdade de
Engenharia, Departamento de Energia, Universidade Federal de Juiz de Fora.
Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil (debora.rosana@ufjf.edu.br).

RESUMO

A geração de energia através de aproveitamentos eólicos tem ganhado destaque no


cenário mundial e, sobretudo, brasileiro devido a fatores como o grande potencial ainda não
explorado, necessidade de diversificação da matriz energética, aumento das pressões ambientais
e o progressivo declínio no preço para implantação desses empreendimentos. Esse cenário tem
motivado pesquisas nessa área. Para o projeto e estudos de parques eólicos é fundamental a
utilização de ferramentas computacionais, que se configuram como imprescindíveis já que
permitem a minimização de tempo e possíveis erros de projeto.
Neste trabalho serão apresentadas metodologias e ferramentas computacionais
implementadas para realizar alguns dos estudos inerentes ao projeto de qualquer usina eólica,
tais como dimensionamento de condutores, fluxo de potência e curto circuito, destacando as
principais características das metodologias e a importância de suas aplicações.

INTRODUÇÃO

A energia dos ventos é uma fonte promissora de energia, especialmente por ser
abundante, renovável, limpa e não emissora de gases de efeito estufa. O Brasil destaca-se neste
cenário por possuir um imenso potencial eólico ainda não explorado [1-4]. O mapeamento deste
potencial é apresentado na Figura 1. Atualmente o interesse em energia renovável está crescendo
muito, especialmente em energia eólica, sendo importante o desenvolvimento de estudos relativos
ao tema. É neste contexto que o presente trabalho foi proposto, objetivando expandir o
conhecimento nesta área tão promissora através do desenvolvimento de um estudo elétrico de um
parque eólico e estudos de conexão, utilizando-se para tal ferramentas computacionais.

Figura 1 - Mapa do Potencial Eólico do Brasil [1].


Um parque eólico é composto por unidades geradoras posicionadas de modo a obedecer a
requisitos técnicos mínimos de distanciamento entre as turbinas. Uma cuidadosa análise a
respeito dos equipamentos necessários para o funcionamento do campo de geração eólico, bem
como a topologia em que eles serão dispostos é fundamental para o projeto. A interligação deste
sistema com a subestação principal é outro tópico que deve ser levado em consideração,
principalmente no que se refere à premissa de funcionamento/operação, equipamentos de
proteção necessários e os aspectos relacionados ao tipo de barramento escolhido, número de
transformadores e alimentadores, entre outros.
Para a plena realização do estudo elétrico do parque eólico e dos estudos de conexão foi
indispensável à utilização de métodos computacionais. Neste trabalho foram elaboradas rotinas
computacionais para fazer o dimensionamento de cabos, cálculo de curto-circuito e fluxo de
potência, sendo que todas as rotinas foram desenvolvidas no Matlab. O motivo principal de se
implementar as metodologias citadas consiste no fato que é necessário realizar diversos estudos
elétricos para otimizar o desempenho do sistema (por exemplo, redução de perdas elétricas) e
redução de custos de implementação do projeto, sendo necessário, para tanto, diversas
simulações computacionais. Deste modo, decidiu-se criar um ambiente integrado de rotinas
computacionais para reduzir o tempo gasto em estudos.

CONCEITOS BÁSICOS DE PROJETOS DE PARQUES EÓLICOS

A fim de se avaliar a viabilidade do projeto eólico em uma determinada região algumas


características devem ser analisadas, tais como: velocidade média dos ventos (sendo a desejável
a alta velocidade), variação nas direções (sendo desejável pouca variação) e turbulência (também
sendo desejável pouca) durante todo o ano. Para a avaliação de um empreendimento eólico deve-
se analisar seu histograma, ou seja, a distribuição de velocidade de vento x frequência.

Figura 2 - Exemplo de Distribuição de Weibull

Uma distribuição de Weibull é definida utilizando-se dois parâmetros: o fator de forma (k) e
a velocidade média do vento [5]. Uma determinada região é mais potencialmente viável à geração
de energia através dos ventos quanto maiores forem tais parâmetros. Sendo assim, estudos de
mapeamento do território nacional indicaram a existência de diversos locais potencialmente
viáveis à geração eólica, sobretudo na região do nordeste, devido às altas velocidades médias do
vento e também por apresentarem um fator de forma (k) elevado.
Um aspecto importante dos aerogeradores é que eles são construídos de tal forma a gerar
máxima potência quando atingida uma determinada velocidade do vento, como pode ser
observado na Figura 3.
Tendo os dados referentes à curva de Weibull mencionada anteriormente e a curva de
potência do aerogerador adotado é possível estimar o fator de capacidade (potência média gerada
em relação à total instalada) da usina.

Figura 3 - Curva de Potência de um aerogerador.

O modo como tais aerogeradores são dispostos no parque deve respeitar certos
distanciamentos mínimos. Tal fato é de extrema importância, pois caso as turbinas fiquem muito
próximas umas das outras o vento turbulento que sai de uma máquina e chega à outra pode
danificá-la [6-8]. Além do mais, a velocidade com que o vento sai das pás do aerogerador é menor
e sua direção também é alterada, o que impactaria severamente na geração das demais unidades
(eficiência). Não há uma lei definida para o posicionamento dos aerogeradores, já que outros
fatores também devem ser analisados quando da implementação de um projeto de geração
eólica, tais como rugosidade do terreno, altura da torre, entre outras variáveis que impactam não
somente na velocidade do vento, mas também em sua direção. Em projetos reais todo um estudo
de otimização para a determinação do que seria o posicionamento ideal das turbinas é realizado,
porém de maneira didática neste caso as turbinas foram dispostas em fileiras e posicionadas
segundo uma distância que varia de acordo com o diâmetro do seu rotor (Figura 4).

SUBESTAÇÃO
a) b)
Figura 4 – a) Disposição Típica dos Aerogeradores em um Parque Eólico. b) Disposição adotada no
projeto.

Existem inúmeros equipamentos no parque além das já citadas turbinas eólicas, para os
mais variados fins como elevação de tensão (transformadores de potência), proteção
(transformadores de corrente e potencial, disjuntores, chaves seccionadoras, relés, etc.) Estes
para serem dimensionados necessitam de especificações que só são possíveis quando da
realização de estudos como, por exemplo, de fluxo de potência e curto circuito. Portanto, além de
serem ferramentas essenciais sem as quais não é possível fazer um diagnóstico do
funcionamento do parque eólico, também são utilizados para outros fins tais como a determinação
de alguns parâmetros dos equipamentos como, corrente e tensão nominais, máxima corrente de
curto circuito, entre outros, utilizados no dimensionamento e especificação dos equipamentos.
Sabe-se então da necessidade dos cálculos elétricos e a partir daí surge a importância de
se realizar tais operações através da implementação de métodos computacionais. As principais
vantagens de se adotar tal metodologia são: redução do tempo demandado para se fazer os
cálculos e, consequentemente, as análises e redução dos índices de erros. Na próxima seção
serão apresentados os métodos computacionais que foram utilizados neste trabalho.

METODOLOGIAS COMPUTACIONAIS IMPLEMENTADAS

Nesta seção serão apresentados os métodos computacionais desenvolvidos e utilizados


neste trabalho para determinação da seção dos condutores, para solução do fluxo de potência e
para cálculo de curto circuito.

Ferramenta Computacional para Determinação da Seção dos Condutores

O programa computacional desenvolvido para fornecer a dimensão da seção dos


condutores basicamente sege a seguinte metodologia: inicialmente os parâmetros dos
equipamentos tais como geradores e transformadores devem ser declarados no programa, de
acordo com a relação de transformação adotada, ou seja, a tensão de distribuição da planta, uma
estimativa das correntes em cada circuito é realizada e, de acordo com estes dados de
ampacidade calculados pode-se a partir de cabos padronizados no programa, definir a seção dos
condutores a serem utilizados, além de seus outros parâmetros elétricos. Estes dados são
importantes inclusive para a realização dos demais cálculos, como pode ser visualizado no
fluxograma da Figura 5.
Tabelas
Tabelas de
de
Ampacidade
Ampacidade xx
Seção
Seção dos
dos
Condutores
Condutores

Cálculo
Cálculo
Declaração
Declaração dos
dos Nível
Nível de
de tensão
tensão de
de estimado
estimado da
da
parâmetros
parâmetros dos
dos distribuição
distribuição adotado
adotado corrente
corrente em
em
equipamentos
equipamentos cada
cada circuito
circuito

Determinação
Determinação dos
dos Determinação
Determinação da
da Tabelas
Tabelas de
de Seção
Seção dos
dos
Fim
Fim parâmetros
parâmetros elétricos
elétricos seção
seção dos
dos Condutores
Condutores xx
dos condutores
dos condutores condutores
condutores Parâmetros Elétricos
Parâmetros Elétricos

Cálculo
Cálculo de
de Cálculo
Cálculo de
de
Fluxo
Fluxo de
de Curto
Curto
Potência
Potência Circuito
Circuito

Figura 5 - Fluxograma do processo de determinação da seção dos condutores

Ferramenta Computacional para Cálculo de Fluxo de Potência

Para realizar os cálculos de fluxo de potência com objetivo de verificar se as tensões


nodais e as correntes em ramais estavam dentro dos limites de suportabilidade dos equipamentos
foi implementado na ferramenta computacional desenvolvida o método de injeção de correntes a
n-condutores (MICN) [9]. O método MICN é baseado em equações de injeções de correntes
escritas em coordenadas retangulares, definidas diretamente em coordenadas de fase. O MICN
usa o método de Newton-Raphson no processo de solução que permite análise em regime
permanente de sistemas elétricos a n-condutores, com capacidade de modelar diversas
características de redes e componentes encontrados nos sistemas elétricos de potência. A
metodologia é eficiente e robusta, possuindo aplicação bastante geral.
As equações básicas do MICN baseiam-se nos somatórios das partes reais e imaginárias
das correntes injetadas em cada barra do sistema, os quais devem ser iguais a zero. Este
somatório é realizado por meio das contribuições de corrente dos diversos elementos do sistema,
maiores detalhes são apresentados em [9]. Apenas para exemplificar, tem-se como somatório de
correntes no nó ka da Figura 6, separado em partes real e imaginária, o representado em (1).
I Re,ka  I Re,trf ,ka  I Re,lin,ka  0
(1)
I Im, ka  I Im, trf ,ka  I Im, lin,ka  0
s Itrf,ka k Ilin,ka m

a Transformador a Linha a
Itrf,kb Ilin,kb A1
B1
C1

b b b
N

c Itrf,kn Ilin,kn
n n
Figura 6 - Exemplo de Injeções de Correntes

O algoritmo de solução utilizado para solução do MICN é apresentado na Figura 7 e os


detalhes da implementação computacional do método são apresentados a seguir.
MICN

F.1
Inicializar
variáveis
z

F.2 F.6
Montar vetor
Atualizar estados
independente:
zk+1 = ∆zk+zk
f(z)

F.3 F.4 F.5


Testar N Montar matriz
Calcular:
convergência: Jacobiana:
∆z = -J(z)-1f(z)
|f(z)| < e J(z)

S
F.7

Terminar
processo

Figura 7 - Algoritmo do Método de Solução do MICN.

Onde:
z são as variáveis de estado do problema (tensões nodais e controles).
J(z) é a matriz Jacobiana;
f(z) é o vetor independente, formado pelas equações a serem resolvidas.
Δz é o vetor dos incrementos das variáveis de estado.
Em F.1 a dimensão máxima dos vetores e matrizes do método é calculada e ocorre a
alocação de memória para armazenamento dos dados. A dimensão do problema é igual a duas
vezes o número de barras mais o número de controles. Todas as estruturas de armazenamento
são esparsas. Nesta etapa também ocorre a leitura dos dados.
Cada elemento do sistema é um objeto e eles são armazenados conforme apresentado por
um exemplo na Figura 8. Na Figura 8 a) é apresentado o unifilar de um sistema elétrico e na
Figura 8 b) é mostrada a estrutura de armazenamento utilizada. As linhas sólidas correspondem
a ponteiros que se apontam mutuamente e representam as conexões entre os elementos e as
linhas tracejadas são ponteiros que representam as ações dos controles.

1 2
C1 C2 Barra1 Barra2 Barra3

D
P1 Disjuntor Chave1 Chave2
G
1:a
Gerador Trafo

P1
Carga1 Carga2 Linha

a) b)
Figura 8 - a) Diagrama Unifilar b) Estrutura de Armazenamento.

Em F.2 o vetor independente é preenchido por varredura de todos os elementos do


sistema elétrico que estão armazenados na estrutura da Figura 8 b), as equações de injeções de
corrente de cada tipo de elemento são apresentadas em [9].
Em F.3 a convergência é testada, todos os elementos do vetor independente devem ser
menores que um determinado mismatch para a convergência ser alcançada. Na implementação
proposta foi utilizado o valor de 10-4.
Em F.4, semelhante ao feito no passo F.2, é realizada a montagem da matriz Jacobiana
através de varredura de todos os elementos do sistema elétrico que estão armazenados na
estrutura da Figura 8 b). Ressalta-se que a matriz Jacobiana é esparsa, uma vez que a matriz
Jacobiana relativa aos sistemas elétricos possui 99% ou mais dos elementos nulos.
Em F.5 são calculados os incrementos das variáveis de estado do problema. A inversão
explicita da matriz Jacobiana não é realmente realizada, pois é muito custoso
computacionalmente. Para calcular os incrementos é utilizada a fatoração LDU e aplicada a
substituição forward/backward.
Em F.6 as variáveis de estado são atualizadas.

Ferramenta Computacional para Cálculo de Curto-Circuito

O estudo de curto-circuito é de grande importância no planejamento dos sistemas elétricos,


onde, é necessário para o dimensionamento de equipamentos e do sistema de proteção. Existem
diversas normas técnicas para o cálculo da corrente de curto-circuito como: IEEE Std 555, IEC -
60909 e NBR 12243. A metodologia para calcular as correntes de curto-circuito foi baseada no
MICN, onde o curto-circuito é representado por conexão de impedâncias para simular os diversos
tipos de curtos e caso, seja de interesse, pode-se utilizar as definições de diversas normas
técnicas através de alterações nos modelos de equipamentos.
A norma IEEE Std 551, define, por exemplo, fatores multiplicativos dependentes das
características de motores e geradores, a fim de corrigir o valor de suas impedâncias, como uma
forma de refletir a assimetria da corrente de curto-circuito destes equipamentos em dois intervalos
de tempo: (i) intervalo de tempo que compreende o primeiro ciclo da corrente de curto circuito; (ii)
intervalo de tempo de interrupção do sistema (estado permanente) que compreende entre um e
cinco ciclos da corrente de curto circuito, como definido na norma.
Já a norma IEC 60909 define, por exemplo, fatores multiplicativos de tensão, que são
utilizados em duas situações: (i) para estimar a máxima corrente de curto circuito e seu pico
máximo; (ii) para estimar a corrente de curto-circuito mínima.
Ambas possibilidades de cálculo foram programados na metodologia proposta.
Na Figura 9 é apresentado o fluxograma do método de solução do curto circuito baseado
no MICN.
F.2
F.3
Sim
Configuração das
Leitura do arquivo Cálculo segundo
impedâncias de
de dados normas IEEE e IEC?
curto circuito

Não

F.6 F.5 F.4

Transformação Atualização dos


das cargas para dados segundo
Executar MICN
impedância definição das
constante normas

F.7 F.8

Calcular tensões,
correntes e Finalizar processo
relações X/R

Figura 9 - Algoritmo do Método de Solução de Curto-Circuito.

Em F.1, ocorrem os mesmos procedimentos apontados no problema de fluxo de potência,


mais a leitura dos dados relativos a curto-circuito.
Em F.2 é configurada a impedância representativa do curto circuito. As conexões destas
impedâncias nos nós do sistema são realizadas de acordo com o tipo de curto circuito a ser
analisado.
Em F.3 é apresentada a possibilidade de se calcular o curto circuito de acordo com
definições das normas IEEE Std 551 e IEC 60909. Caso seja selecionada a opção da solução do
curto circuito segundo tais normas, os dados serão atualizados de acordo com suas definições.
A ação de F.4 ocorre apenas se a opção de calcular o curto circuito através das normas
IEEE e IEC é escolhida, então neste caso, ocorre a atualização dos dados de acordo com as
definições de tais normas.
Em F.5 ocorre a transformação de todas as cargas do sistema para o modelo de
impedância constante.
Em F.6 é executado o MICN para solucionar o sistema elétrico em condições de curto
circuito.
Em F.7, alcançada a convergência do MICN, as correntes, tensões e relações X/R são
calculadas.
Finaliza-se então o processo, em F.8.

RESULTADOS

Para exemplificar a aplicação da ferramenta computacional implementada, nesta seção


serão apresentados exemplos de partes de estudos realizados para o dimensionamento dos
condutores de um parque eólico considerando os seguintes aspectos:
- Utilização de 60 aerogeradores de indução com potência de 2,3 MW e tensão nominal de
690 V.
- A conexão da usina eólica com a rede será feita em uma subestação de 230 kV.
- Os cabos que foram analisados são os seguintes (apresentados na forma: seção,
ampacidade): 185 mm2, 337 A; 150 mm², 299 A; 120 mm2, 267 A; 95 mm², 236 A; 70 mm²,
198 A; 50 mm², 163 A; 35 mm², 138 A; 16 mm², 91 A.
- Nível de tensão no sistema de distribuição de 34,5 kV.

O primeiro passo foi a determinação das bitolas de cabos conforme apresentado na Figura
5. Após realização deste passo foram montados os arquivos topológicos da rede com informações
de fluxo de potência e curto-circuito.
Na Figura 10 é apresentado um resultado do estudo de curto-circuito utilizando a
metodologia apresentada neste artigo. A linha azul é relativa aos valores da corrente de curto-
circuito nos principais pontos elétricos do sistema (painéis). A linha vermelha representa os
valores de suportabilidade dos painéis elétricos utilizados. Como pode ser observado nenhum
valor foi ultrapassado e o dimensionamento dos painéis para curto-circuito está de acordo com os
limites dos painéis.

60

Icc,3f
50
Limite
40
Corrente (kA)

30

20

10

0
0 50 100 150
Pontos Elétricos
Figura 10 – Exemplo de resultado de estudo de curto-circuito

Na Figura 11 é apresentado um resultado do estudo de fluxo de potência utilizando a


metodologia apresentada neste artigo. Nota-se que nenhuma tensão ficou abaixo de 0,95 p.u.,
que foi definida como tensão mínima. Nota-se que os resultados do fluxo de potência indicam que
houve uma queda de tensão porque os geradores de indução necessitam consumir reativos para
seu funcionamento.

99

98,5

98

97,5
Tensão (%)

97

96,5

96

95,5

95
0 50 100 150
Pontos Elétricos
Figura 11 – Exemplo de resultado de estudo de fluxo de potência

CONCLUSÕES

Este trabalho abordou conceitos básicos sobre energia eólica, e a apresentação das três
ferramentas computacionais implementadas e utilizadas para auxiliar em projetos de parques
eólicos e seus estudos de conexão. As metodologias implementadas servem basicamente para se
realizar importantes estudos – definição de condutores, fluxo de potência e curto-circuito. Sendo
que das implementações computacionais cabe aqui destacar o armazenamento de dados em
estruturas orientado a objetos. Ressalta-se que as ferramentas computacionais descritas podem
ser utilizadas também em estudos de outros tipos de sistemas elétricos de potência.

AGRADECIMIENTOS

Os autores agradecem ao Programa de Formação de Recursos Humanos da Petrobras -


PRH-PB214 - Sistemas Elétricos Industriais, a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de
Minas Gerais - FAPEMIG, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio
financeiro.

REFERENCIAS

[1] Centro Brasileiro de Energia Eólica. Disponível em: http://www.eolica.com.br/.


[2] ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, “Atlas de Energia Elétrica do Brasil”. 3°
Edição, Brasília, 2008.
[3] CRESESB, CEPEL, “Atlas do Potencial Eólico Brasileiro”. Brasília, 2001.
[4] Informe à Imprensa “Leilão de Energia de Reserva/2011”. EPE – Empresa de Pesquisa
Energética. São Paulo, 18/08/2011.
[5] DUTRA, R. “Energia Eólica – Princípios e Tecnologia”. CRESESB (Centro de Referência
para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito).
[6] PAVINATTO, E. F. “Ferramenta para Auxílio à Análise de Viabilidade Técnica da Conexão
de Parques Eólicos à Rede Elétrica”. Tese de Mestrado. Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ)- COPPE. Rio de Janeiro, RJ- Brasil, 2005.
[7] LEITE, A. P.“Modelagem de Fazendas Eólicas para Estudo de Confiabilidade”. Tese de
mestrado. Rio de Janeiro, RJ – Brasil, Abril de 2005.
[8] MALTA, C. S.“Estudos de Séries Temporais de vento Utilizando Análises Estatísticas e
Agrupamento de Dados”. Tese de mestrado. Rio de janeiro, RJ – Brasil, Fevereiro de
2009.
[9] PENIDO, D. R. R; Araujo L. R.; Carneiro Junior, S.; Pereira, J. L. R. "A new tool for
multiphase electrical systems analysis based on current injection method", International
Journal of Electrical and Power Energy System, 2013; 44(1): 410-20.

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