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Apostila de Pericia Contábil

Introdução
a Pericia
Contábil
Prof. Me. João Arlindo Gusmão
joao.arlindo.gusmao@gmail.com.br
Facebook . Instagran . LinkeDin

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Apostila de Pericia Contábil

Sumario

Fundamentos de Pericia

Conceito ................................................................................................................. 03
Logica Pericial ....................................................................................................... 03
Finalidade .............................................................................................................. 04
Prova Pericial ......................................................................................................... 05
Pericia Contábil x Auditoria .................................................................................. 05
Tipos de Pericia..................................................................................................... 07
O Perito Assistente................................................................................................. 07
Fluxograma da Pericia Contabil............................................................................. 08
Laudo Pericial ....................................................................................................... 09
Caso Prático ........................................................................................................ 10

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Apostila de Pericia Contábil

Fundamento de Pericia
Conceito

“A perícia é um termo derivado do latim peritia, que se refere a trabalhos especializados


executados com rigor cientifico e realizado por pessoa expert, (SÁ,2011) ou seja, com
experiência, habilidade ou talento, sendo classificada em decorrência da natureza de seu
objeto e do processo executado, podendo ocorrer nas esferas judiciais, extrajudiciais,
arbitrais, administrativas ou estatais, tendo por finalidade a produção de prova”
(SÀ,1994).

Perícia é o trabalho de notória especialização feito com a finalidade de levantar prova


ou opinião para orientar uma autoridade formal no julgamento de um fato, ou solucionar
litígios entre pessoas (MAGALHÃES, 2009). Sendo, segundo Sá (2011), a válida e
competente opinião, baseada em rigoroso estudo de um entendedor das ciências
contábeis, vinculado a um fato ligado ao patrimônio de um ente.

Assim, Perícia Contábil, como forma específica de Perícia, constitui o conjunto


de procedimentos técnico-científicos que objetivam levar à instância decisória
elementos de prova suficientes a subsidiar à justa solução do litígio ou constatação de
um fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em harmonia
com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica aplicada. (ZANLUCA,
2016).

Assim, a perícia contábil tem sua abrangência relacionada à causa que a deu
origem, podendo ser considerada uma tecnologia por ser uma aplicação de matéria
cientifica contábil (SÁ, 2011). Portanto, uma perícia relacionada com fatos trabalhistas,
previdenciários, tributários, etc., analisará, além da própria contabilidade, a legislação
específica relacionada aos exames.

Neste material trataremos da Perícia Contábil de acordo com a NBC TP 01 –


Normas Técnicas da Perícia Contábil.

Lógica pericial

É fundamental considerar Perícia como um exercício prático de lógica. No


estudo da Lógica, também conhecida como ciência da razão, muito tempo e esforços
foram dedicados à pesquisa dos aspectos e meios que levam a mente humana ao
conhecimento de algo.

Caso as atividades periciais não se baseiem solidamente em fundamentos lógicos


aceitos universalmente, sua aceitabilidade e utilidade poderão ser questionadas, e até
invalidar os trabalhos investigativos executados (JESUS, 2005, apud HOLMES, 1978).

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Apostila de Pericia Contábil

Apoiando o que foi mencionado, quanto à fundamentação lógica da perícia, Sá


(1998, p. 25) nos diz o seguinte: “Se o exame não for sistemático, isto é, se não
obedecer a um sistema racional eminentemente tecnológico, com o rigor necessário, não
será possível obter um trabalho que mereça ser classificado como contábil. ”

Finalidade

Para Sá (2011), entre os principais objetivos da perícia contábil estão os de


matérias judiciais e extrajudiciais, visando orientar decisões administrativas de âmbito
social, fiscal, judicial, trabalhista e outras.

Entretanto, o objetivo é sempre o de levantar prova válida que, portanto, deve


basear-se em rigoroso método de investigação e de demonstração dos resultados
(HOOG,2016).

Temos a previsão legal da perícia como prova legal no Art. 212 do Código Civil
Brasileiro:

Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado
mediante:

I - confissão;

II - documento;

III - testemunha;

IV - presunção;

V - perícia.

Assim, pode-se definir os dois principais objetivos da perícia contábil, como


(ZANLUCA,2016):

 Obter elementos de prova.

 Auxiliar a emissão de laudo ou parecer.

Exemplo:

Quando um contribuinte é autuado pelo fisco, por algum tipo de irregularidade


em sua escrita contábil ou fiscal, lhe é assegurado o direito de ampla defesa, o que inclui
o uso de perícia contábil como forma de prova a seu favor.

O perito é chamado para analisar a questão de forma imparcial e dentro das


normas legais e contábeis. Este perito irá obter elementos fáticos na contabilidade e na
legislação fiscal e, baseado em tais fatos, emitir laudo ou parecer.

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Prova Pericial

Prova é um elemento fundamental relacionado com a convicção relacionada com


da verdade de um fato, sendo, portanto, “aquilo que demonstra ou estabelece a verdade
de um fato ou testemunho. Uma evidência validada dentro do processo investigatório. ”
(MELO, 2009, p. 20).

A prova pericial tem sua regulamentação definida pelo Art. 464 do Código de
Processo Civil (CPC) de 2015, como sendo um dos meios legais e morais para se
validar fatos contestados em litígios. (HOOG,2016) .

O Art. 369 do CPC/2015 explica que “as partes têm o direito de empregar todos
os meios legais, bem como moralmente legítimos, ainda não especificados neste código,
para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir
eficazmente na convicção do juiz”. (BRASIL,2015).

A prova é a característica mais importante do objetivo da atividade pericial.


Sendo necessário que a definamos e a situemos na atividade pericial em um contexto
jurídico, compreendendo sua valoração, comparação e inter-relacionamentos com as
demais provas que já foram levantadas e as que estão sendo ou que serão utilizadas na
demonstração de uma verdade. (ALBERTO,2012).

A prova de natureza pericial é conseguida através de exame, vistoria, avaliação e


é produzida por profissional habilitado na matéria em que a perícia está relacionada
(JULIANO,2009).

Assim, Zanluca (2016) define de forma resumida que “Prova é o elemento


material para demonstração de uma verdade”. Portanto, prova pericial é a prova
proveniente de uma perícia e apresentada como laudo ou parecer.

Pericia Contábil x Auditoria

Perícia não se confunde com auditoria.

Com o fim de apresentar a diferença existente entre Perícia e Auditoria,


podemos citar Sá (2011, p.17), o qual destaca que o método da Perícia difere do da
Auditoria quanto “ à natureza das causas, dos efeitos, de espaço, de tempo e de
metodologia de trabalho”.

O método utilizado na perícia contábil não deverá se confundir com o de


auditoria contábil, pois o da perícia é de maior profundidade e confiabilidade, sendo
uma prova que poderá ser utilizada a favor ou contra terceiros.

A Perícia serve a um determinado questionamento, sendo uma tarefa requerida


para a solução de uma necessidade específica, destinada a produzir uma prova técnica
com o objetivo de oferecer subsídios técnicos para a solução de um litígio.

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De forma direta Mello (2013, p.24) diz que a Perícia é “um meio de prova
realizado por profissional com conhecimento técnico ou cientifico”. Já Alberto (2012,
p.35) apresenta a Perícia Contábil como sendo “um instrumento técnico-cientifico de
constatação, prova ou demonstração, quanto à veracidade de situações, coisas ou fatos
oriundos das relações, efeitos e haveres que fluem do patrimônio de qualquer entidade.”

A Auditoria, segundo Attie (1998, p.25) está diretamente relacionada com suas
aplicações. Sendo que a “auditoria é uma especialização contábil voltada a testar a
eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar
uma opinião sobre determinado dado.”

Em uma análise de diversas definições de auditoria, Yoshitake (2009, p.13)


concluiu que essas definições tratam a auditoria como “uma atividade ou ações
contínuas dentro de um cenário da contabilidade – que permitem ao auditor avaliar o
grau de conformidade que as demonstrações mantêm com as normas brasileiras de
contabilidade”.

Enquanto a auditoria envolve a revisão periódica de demonstrativos contábeis


verificando sua adequação aos procedimentos técnicos e operacionais de determinada
entidade e às normas e princípios contábeis, a perícia está ligada ao levantamento de
provas em demandas específicas de pontos controversos de natureza contábil.

Outra diferença refere-se ao nível de responsabilização. O risco na emissão de


um Laudo Pericial é maior na Perícia do que o de um Relatório ou Parecer na Auditoria,
pois o processo de trabalho na Auditoria é de amostragem e o da Perícia é o de
investigação da totalidade de um objeto. Segundo Sá (2011), a auditoria está mais para a
“revisão” enquanto que a perícia está mais relacionada à “produção de prova”, existindo
uma margem menor de erro do ponto de vista de responsabilização na auditoria. Então,
a responsabilização do perito será maior do que a do auditor

A diferença básica entre auditoria e perícia é que a auditoria utiliza um processo de


amostragem com a geração de um relatório do verificado, e a perícia visa um exame
abrangente e detalhado sobre um aspecto do objeto do patrimônio para a apresentação
de uma opinião através do laudo pericial. Segundo ZANLUCA (2016) pode-se resumir
algumas diferenças entre perícia e auditoria como segue:

Diferença quanto ao: PERÍCIA AUDITORIA


Propósito Específico: “prova técnica” Genérica – adequação de
procedimentos
Exame Literal, concreto, sem Amostragem
amostragem.
Documento Final Laudo Relatório ou Parecer
Duração Determinado (temporário) Determinado ou
Indeterminado
Público Específico e restrito às Específico ou Amplo
partes
Fonte: ZANLUCA (2016)

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Assim, entendemos que auditoria consiste no exame analítico e periódico que


segue o desenvolvimento das operações de uma entidade em todos os seus estágios
(GUSMÃO, 2014), enquanto que a perícia envolve pesquisa específica para produção
de provas (AGUIAR; AGUIAR,2016). Sendo, portanto, essencialmente diferentes.

No entanto, conforme abordado por Sá (1994), a auditoria e a perícia podem, em


dados momentos, utilizar técnicas em comum. Em alguns casos, utiliza-se as duas
técnicas contábeis. Em muitas auditorias fiscais, por exemplo, se utiliza amostragem
(característica da auditoria) para seleção de empresas a serem fiscalizadas.
Posteriormente, nas empresas selecionadas, é realizado um exame minucioso e
abrangente sobre algum aspecto da escrituração (característica da perícia).

Tipos de Pericia

Basicamente, existem três tipos de perícias:

 JUDICIAL – solicitada por magistrados para elucidar fatos e levantar provas


sobre demandas. Exemplo: O juiz solicita ao perito contábil o cálculo
trabalhista para apuração de haveres de funcionário que foi demitido de uma
empresa, em demanda pleiteada pelo funcionário.
 ARBITRAL – solicitada por um árbitro ou pelas partes envolvidas em um
litigio no intuito de auxiliar tecnicamente a arbitragem. Exemplo: o árbitro
solicita cálculo de atualização monetária de um contrato de empréstimo em
atraso, com cláusula de fórum arbitral baseado na Lei 9.307/1996, para
auxílio na tomada de decisão em um litígio entre a instituição financeira e
empresa inadimplente.
 EXTRAJUDICIAL – solicitada voluntariamente por partes interessadas,
visando levantar informações úteis para elucidação de questões de nível
administrativo. Exemplo: um sócio, que pretende se retirar de uma sociedade
empresarial, solicita ao perito que levante quais são seus haveres para
discursão do assunto com os demais sócios.

O Perito Assistente

A parte interessada tem a faculdade de contratar perito contador e indicá-lo


como seu assistente técnico.

Desta forma, numa demanda fiscal sujeita a perícia, poderá haver


(ZANLUCA,2016):

1. O perito contador, nomeado pelo juiz.

2. Um perito assistente, escolhido livremente pelo fisco.

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3. Um perito assistente, contratado livremente pelo contribuinte.

Os peritos assistentes, também denominados de assistentes técnicos, são de


confiança da parte, não se sujeitando às regras de impedimento ou suspeição.

O Perito Assistente poderá realizar assinatura em conjunto no laudo pericial


contábil caso concorde totalmente com ele. No entanto, tal procedimento excluiria a
possibilidade da emissão de parecer pericial contábil contrário, em separado.

Fluxograma da perícia contábil

Com o fim meramente didático, desprezando as particularidades de alguns


processos, o fluxo pericial pode ser apresentado conforme a tabela abaixo.

PEDIDO DE PERÍCIA Solicitado a pedido de uma das partes, ou por solicitação


do juiz.

NOMEAÇÃO DO PERITO JUDICIAL O juiz, após o deferimento da perícia,


nomeia o perito, intimando-o para apresentação da proposta de honorários.

APRESENTAÇÃO DOS QUESITOS PELAS PARTES E INDICAÇÃO DO


ASSISTENTE PERICIAL As partes: 1. Relacionam os quesitos (perguntas) ao perito e
2. Indicam o assistente pericial.

ACEITAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROPOSIÇÃO DE HONORÁRIOS O


perito elabora uma petição, aceitando a sua nomeação e propondo seus honorários, ou
declinando do cargo.

INTIMAÇÃO DAS PARTES PARA PRONUNCIAMENTO DA PROPOSTA


DE HONORÁRIOS DO PERITO – as partes devem se pronunciar sobre os honorários
do perito – concordando ou não.

INTIMAÇÃO DO PERITO JUDICIAL – MANIFESTAÇÃO DAS PARTES Se


houver alteração nos valores de honorários aprovados pelas partes, o perito deverá
manifestar sua concordância ou não com os valores alterados.

FIXAÇÃO DO PRAZO PARA DEPÓSITO DOS HONORÁRIOS O juiz intima


a parte que arcará com o ônus da perícia para que efetue o depósito judicial do valor
correspondente. Vide modelo de petição de honorários, no diretório “Modelos” desta
obra.

CONCESSÃO DE PRAZO PARA INÍCIO DA PERÍCIA O juiz fixa o prazo de


início e final da perícia (entrega do laudo), intimando tanto o perito quanto os
assistentes.

PERÍCIA PROPRIAMENTE DITA Na data e hora convencionadas, os peritos


iniciam os exames.

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ELABORAÇÃO E ENTREGA DO LAUDO findo os exames, o perito elabora o


laudo, respondendo aos quesitos. Faz sua entrega mediante protocolo. Vide modelo de
petição de entrega de laudo, no diretório “Modelos” desta obra.

SOLICITAÇÃO DO LEVANTAMENTO DE HONORÁRIOS No mesmo


momento em que entrega o laudo, o perito requisita o levantamento de honorários
depositados em juízo.

INTIMAÇÃO DAS PARTES: MANIFESTAÇÃO SOBRE CONTEÚDO DO


LAUDO As partes se manifestam sobre o conteúdo do laudo, apresentando parecer de
seus assistentes técnicos.

INTIMAÇÃO DO PERITO – MANIFESTAÇÃO SOBRE


QUESTIONAMENTO DAS PARTES SOBRE PONTOS DO LAUDO O perito se
manifesta, através de petição, sobre os pontos solicitados pelas partes.

FIM DO TRABALHO PERICIAL

Fonte: ZANLUCA (2016)

Laudo pericial

Segundo Zanluca (2016), laudo é o documento, confeccionado por um ou mais


peritos, onde são apresentadas as conclusões do exame pericial.

Uma das principais finalidades do laudo é responder aos quesitos que foram
propostos pelo juiz ou pelas partes interessadas.

O Laudo Pericial Contábil é um documento escrito, onde o perito contador deve


analisar, de forma detalhada e abrangente o objeto da perícia e particularizar os aspectos
e as minudências que envolvam o litígio.

As normas para o Laudo Pericial Contábil e demais normas técnicas de Perícia Contábil
foram definidas na Resolução CFC nº 1.243/09 que aprova a NBC TP 01.

As normas profissionais do Perito Contábil foram definidas na Resolução CFC nº


1.244/09 que aprovou a NBC PP 01.

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Caso Prático

IMPUGNAÇÃO DE AUTUÇÃO FISCAL

A Companhia Boa Viajem foi autuada por auditor da RFB, por lançar despesas de
viagem e outras despesas operacionais, no período de janeiro a dezembro/2017, sem
respaldo em documentação adequada. O valor do lançamento foi de R$ 10.500,00 a título
de IRPJ e R$ 3.780,00 a título de CSLL.

Em seu recurso administrativo, o contribuinte alegou que tais despesas foram executadas,
estando amparadas por documentação suporte (na maior parte, cupons fiscais, além de
recibos), mas que o auditor as desconsiderou, por que entendeu que os cupons fiscais e
recibos apresentados não são documentos idôneos para identificar a despesa ocorrida.
Desta forma, solicitou perícia independente, para apresentar prova das alegações.

O perito, inicialmente, após inteirar-se do conteúdo da notificação, solicitou á


Companhia Boa Viajem :

1 - Diário e razão do período notificado (janeiro a dezembro/2017).

2 - Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) do período.

3 - Comprovantes de despesas de viagens e outras despesas operacionais, relativos à à


legação da Companhia.

4 - Cópias de cheques emitidos, para pagamento das despesas aludidas.

Após a apresentação dos documentos, o que o perito observou sobre:

A - Os lançamentos:

B - O suporte documental:

C - Os pagamentos:

Fazendo um resumo dos lançamentos, o perito encontrou:

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Valor
Valor sem
Origem da Despesa Conta Razão Valor Lançado Documentos com
Documentos
ECF e recibos

TOTAL

Das despesas de viagem, o perito encontrou relatórios confirmando a sua execução.


Observou que o valor sem documentos referiu-se a viagem paga pelo sistema de diárias
de viagem a determinado funcionário.

Das despesas de escritório, os R$ 761,00 cujos documentos não foram encontrados,


referem-se á remessa de numerário para uma filial da Companhia, cuja documentação
foi extraviada, estando tal fato testemunhado e amparado por declaração escrita e
assinada de 2 funcionários (gerente e tesoureiro) da respectiva filial.

Após a análise conjunta dos lançamentos e documentação pertinente, o perito sintetizou


uma conclusão, em laudo que será anexado na defesa administrativa do contribuinte,
nestes termos.

1. A Companhia Boa Viajem contabilizou R$ 42.000,00 em despesas operacionais,


das quais R$ 41.129,00 têm a correspondente documentação (Cupons Fiscais e
Recibos). No entendimento deste perito, não há vício, rasura ou
imprestabilidade em tais documentos, que levem a duvidar de sua autenticidade
e correspondência de valor e datas.

2. Os pagamentos documentados estão suportados com cheques nominativos a


seus fornecedores, salvo em relação a pequenos valores, que somados, no valor
de R$ 275,50, foram pagos diretamente em contra partida do caixa da empresa.

3. Do total de despesas lançadas, R$ 871,00 referem-se a pagamentos, cuja


documentação não foi localizada por este perito. Entretanto, tendo em vista a
apresentação, pela empresa, de R$ 110,00 pagos na folha de pagamento como
despesas de viagem, ao funcionário Alberto Silva, em 19.01.2017, na forma de
diária de viagem, conclui o perito que tal valor significou efetivo desembolso de
despesa.

4. Foi apresentado um termo de declaração, assinado pelos funcionários Rafael


Vieira e Ângela de Souza, constando que, em 15.04.2017, na filial da
Companhia Boa Viajem – em Goiânia (GO), houve extravio de R$ 761,00 em
documentos que comprovavam as despesas de escritório daquela filial.

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5. Conclui o perito que, salvo o valor de R$ 761,00, já citado no parágrafo


anterior, não há evidência que as despesas da Companhia Boa Viajem , no
valor total de R$ 42.000,00 – no período de janeiro a dezembro/2017 – não
tenham sido efetivamente desembolsadas ou não correspondam à documentação
apresentada pela mesma.

(Zanluca, 2016)

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