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Perícia, Avaliação e
Arbitragem
Segundo Magalhães et al. (2001, p. 12): “A perícia, pela óptica mais ampla, pode ser
entendida como qualquer trabalho de natureza específica, cujo rigor na execução seja
profundo. Dessa maneira, pode haver perícia em qualquer área científica ou até em
determinadas situações empíricas, por outro lado, a natureza do processo é que a
classificará, podendo ser de origem judicial, extrajudicial, administrativa ou operacional.
Quanto à natureza dos fatos que a ensejam, pode ser classificada como criminal, contábil,
médica, trabalhista etc.”
Perícia – conceito
Segundo D’Auria apud Ornelas (2000, p. 35), “a perícia contábil tem por objeto central os
fatos ou questões contábeis relacionadas com a causa (aspecto patrimonial), as quais devem
ser verificadas e, por isso, são submetidas à apreciação técnica do perito, que deve
considerar, nessa apreciação, certos limites essenciais, ou caracteres essenciais”.
Assim, Ornelas (2000, p. 35) considera que, independentemente dos procedimentos a serem
adotados, são características essenciais da perícia contábil:
a) Limitação da matéria;
b) Pronunciamento adstrito à questão ou questões propostas;
c) Meticuloso e eficiente exame do campo prefixado;
d) Escrupulosa referência à matéria periciada;
e) Imparcialidade absoluta de pronunciamento.
Perícia – objeto
Segundo Neto e Mercandale (2000, p. 5): “No âmbito judicial, o objeto da perícia contábil são
as questões contábeis (propostas nos autos em forma de alegações ou contestações)
discutidas pelas partes e que são submetidas à apreciação do perito, a fim de se obter
parecer técnico que possibilite revelar a verdade dos fatos, contribuindo, assim, para o
desate da lide”.
Portanto, a perícia contábil tem como objeto a determinação do juiz ou as dúvidas colocadas
pelas partes. O perito contador deve se ater às questões formuladas no objeto, não
estendendo ou extrapolando o solicitado; caso ocorra esse excesso, o laudo pericial será
nulo e o perito contador pode ser processado civil e criminalmente.
Campo de aplicação da perícia contábil
Sá (1997, p. 93) explica que são muitos os casos de ações judiciais para os quais se requer
a perícia contábil. Como força de prova, alicerçada em outros elementos como a escrita
contábil, os documentos (tudo aliado a um acervo científico e tecnológico), a perícia é algo
especial e específico. São considerados grandes campos de ação do perito os seguintes:
alimentos, apuração de haveres, avaliação de patrimônio incorporado, busca e apreensão,
entre outros.
Diferença entre auditoria e perícia contábil
A perícia é a prova elucidativa dos fatos; já a auditoria é revisão, verificação, tendendo a ser
necessidade constante, repetindo-se de tempos em tempos, com menos rigores
metodológicos, pois se utiliza da amostragem.
Processo: “[...] é o instrumento colocado a disposição dos cidadãos para solução de seus
conflitos de interesses e pelo qual o Estado exerce a jurisdição. Tal solução e exercício são
desenvolvidos com base em regras legais previamente fixadas e buscam, mediante a
aplicação do direito material ao caso concreto, a entrega do bem da vida, a pacificação social
e a realização da Justiça” (BARROSO, 2000, p. 3).
Procedimento judicial
Quando necessário esclarecer matéria específica ou requerida pelas partes, o juiz aplica o
artigo 465, do Código do Processo Civil (BRASIL, 2015):
“Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o
prazo para a entrega do laudo.”
Tipos de perícias
Segundo Sá (1997, p. 19), é possível classificar as perícias em três grandes grupos gerais:
perícia judicial: a verificação de uma empresa para que o juiz possa homologar a
recuperação judicial que ela pediu;
Para Alberto (2000, p. 53), os ambientes de atuação que definirão as características podem
ser, do ponto de vista mais geral, o ambiente judicial, o ambiente semijudicial, o ambiente
extrajudicial e o ambiente arbitral.
a) Ser específica.
b) Ter objeto próprio.
c) Ter objeto limitado.
d) Ter o objeto analisado de forma profunda.
e) Todas as alternativas estão corretas.
Resposta
a) Ser específica.
b) Ter objeto próprio.
c) Ter objeto limitado.
d) Ter o objeto analisado de forma profunda.
e) Todas as alternativas estão corretas.
Perícias judiciais
A perícia judicial tem fundamento em ação judicial e pode ser determinada pelo juiz do
processo ou requerida pelas partes em litígio.
A perícia judicial é específica e se define pelo texto da lei; estabelece o artigo 464, do Código
de Processo Civil, na parte relativa ao processo de conhecimento: “a prova pericial consiste
em exame, vistoria ou avaliação” (BRASIL, 2015).
Perícias judiciais
É aquela que independe de tramitação judicial, sendo livremente contratada entre as partes
envolvidas. Esse tipo de perícia se processa por meio de exames, que podem ser genéricos ou
específicos. A perícia extrajudicial se subdivide em:
Discriminativa: tem como finalidade colocar nos justos termos os interesses de cada um dos
envolvidos na matéria potencialmente duvidosa.
Valor probante dos registros contábeis vinculados à sua consistência (art. 226);
Forma de liquidação de dívida e a obrigação de fazer em moeda corrente (arts. 315, 318
a 325);
Do termo inicial da contagem dos juros de mora (arts. 405 a 407, CC);
Segundo Sá (1997, p. 64), a perícia judicial possui um ciclo normal, dividido em três fases:
preliminar, operacional e final.
Fase preliminar:
1. A perícia é requerida ao juiz pela parte interessada;
Fase operacional:
2. Curso do trabalho;
3. Elaboração do laudo.
Características da perícia judicial
Fase final:
1. Assinatura do laudo;
A perícia judicial difere das demais modalidades de perícia, sendo realizada em ações
judiciais, podendo ocorrer na fase inicial do processo (instrução), ou na fase final (execução).
Essa perícia poderá ser solicitada pelas partes ao juiz que, analisando o pedido, poderá
deferi-la ou não. Ela poderá ainda ser determinada pelo juiz, quando verificar que a matéria a
ser analisada depende de parecer de um técnico especialista.
Características da perícia judicial
O objeto da perícia é o limitador, seja ela contábil ou de qualquer outra espécie. Nas
contábeis, o perito deve ter muito claro o objeto a ser periciado, pois, de maneira alguma,
poderá exceder esse limite, sob pena, principalmente nas perícias judiciais, de ter seu
trabalho desconsiderado e até ser destituído pelo juiz que o nomeou e ainda responder civil e
criminalmente.
Interatividade
Segundo ensina Sá (1997, p. 64), a perícia judicial tem um ciclo normal, que pode ser dividido
em três fases. Considerando essa assertiva, aponte quais são essas fases.
Segundo ensina Sá (1997, p. 64), a perícia judicial tem um ciclo normal, que pode ser dividido
em três fases. Considerando essa assertiva, aponte quais são essas fases.
As pessoas jurídicas podem se utilizar dos serviços dos peritos contábeis, que atuarão como
assistentes técnicos nos processos dos quais elas são parte, com o objetivo de acompanhar
o perito judicial nas diligências e na elaboração do laudo pericial, bem como na emissão de
parecer técnico que possa lhe dar subsídios para impugnação do laudo do perito do juízo.
Há a figura do árbitro, que também é usuário dos serviços de peritos judiciais, pois ele
também precisa, muitas vezes, de elementos confiáveis para poder tomar suas decisões.
Além disso, tratando-se de matéria contábil, ele poderá solicitar um laudo pericial ou um
parecer a um profissional da contabilidade.
Os operadores do Direito também se utilizam da perícia contábil, muitas vezes, para auxiliar
no momento de proporem uma determinada ação em juízo, com o objetivo de saberem
antecipadamente se o resultado que buscam valerá a pena. Dessa forma, antes de proporem
a ação, solicitarão ao perito contábil um parecer que demonstre, de forma clara, o objeto que
buscarão em juízo.
Procedimentos básicos da perícia contábil
Nomeação;
Aceitação ou escusa;
Elaboração do laudo;
Honorário;
Conclusão;
Esclarecimentos adicionais.
Procedimentos básicos da perícia contábil
“Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o
prazo para a entrega do laudo.
“Art. 465.
I. Proposta de honorários;
II. Currículo, com comprovação de especialização;
III. Contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as
intimações pessoais.
“Art. 465.
§ 4° O juiz poderá autorizar o pagamento de ate cinquenta por cento dos honorários
arbitrados a favor do perito no inicio dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago
apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos
necessários.
“Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,
independentemente de termo de compromisso.
§ 2° O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das
diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com
antecedência mínima de 5 (cinco) dias.”
Procedimentos básicos da perícia contábil
“Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição.
“Art. 469. As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a diligência, que
poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos quesitos aos autos.
“Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante
requerimento, desde que:
I. Sejam plenamente capazes;
II. A causa possa ser resolvida por autocomposição.
“Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na
contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos
elucidativos que considerar suficientes.”
Interatividade
De acordo com o art. 465, o juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará
de imediato o prazo para a entrega do laudo. No parágrafo 1º, caberá às partes, dentro de 15
(quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
De acordo com o art. 465, o juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará
de imediato o prazo para a entrega do laudo. No parágrafo 1º, caberá às partes, dentro de 15
(quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
A nomeação de perito judicial por parte do juízo ocorre diante da necessidade do juiz de
esclarecer dúvidas existentes no processo judicial. O profissional nomeado deve ter domínio
da matéria a ser elucidada e ser de confiança do juiz.
As partes podem nomear auxiliares para acompanhar o perito do juízo, os quais são
denominados assistentes técnicos e representam as partes envolvidas.
O perito do juízo é autônomo nas suas decisões, dando satisfação somente ao juiz que o
nomeou.
Perito judicial
No tocante à responsabilidade criminal, dispõem os artigos 342 e 347, do Código Penal, que
os atos praticados pelo auxiliar da Justiça, entendidos como dolo ou culpa, podem ainda ser
passíveis de pena de reclusão e multa, no caso desse profissional proferir afirmação falsa,
de se calar a verdade ou induzir o juiz ao erro.
Código Penal – “Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral.”
Segundo Sá (1997, p. 20), o profissional que executa a perícia contábil precisa ter um conjunto
de capacidades, que são suas qualidades. Entre essas capacidades, estão:
a legal;
a profissional;
a ética;
a moral.
Perito judicial
Sá (1997, p. 21) complementa: “o perito precisa ser um profissional habilitado, legal, cultural
e intelectualmente e exercer virtudes morais e éticas com total compromisso com a verdade”.
Dessa forma, verifica-se que o perfil do profissional que deve atuar em perícia envolve
aspectos técnicos, morais e éticos; conhecimentos jurídicos e boa expressão,
necessariamente, pela escrita.
Perito judicial
O perito indicado pelas partes (denominado assistente técnico) deverá acompanhar o perito
nomeado pelo juiz nas diligências que forem efetuadas.
Sua indicação é permitida legalmente, como traz o artigo 465, 1º, II, do Código de Processo
Civil (BRASIL, 2015).
“Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o
prazo para a entrega do laudo.
Os pareceres são apresentados em separado, nos termos do paragrafo 1º, do artigo 477, do
CPC (BRASIL, 2015), no prazo de 15 dias após a apresentação do laudo:
“Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20
(vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Na atuação como assistente técnico na Justiça do Trabalho, o perito deverá observar o prazo
estabelecido no parágrafo único, da Lei n. 5.584, de 26 de junho de 1970 (BRASIL, 1970),
com a seguinte redação:
“Art. 3º. Parágrafo único. Permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente, cujo laudo
terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob pena de ser
desentranhado dos autos.”
Interatividade
Segundo Sá (1997, p. 20), o profissional que executa a perícia contábil precisa ter um conjunto
de capacidades, que são suas qualidades. Entre essas capacidades, estão:
a) Técnica e moral.
b) Legal, profissional, ética e moral.
c) Profissional, financeira e científica.
d) Conhecimento, financeira e moral.
e) Científica e ética.
Resposta
Segundo Sá (1997, p. 20), o profissional que executa a perícia contábil precisa ter um conjunto
de capacidades, que são suas qualidades. Entre essas capacidades, estão:
a) Técnica e moral.
b) Legal, profissional, ética e moral.
c) Profissional, financeira e científica.
d) Conhecimento, financeira e moral.
e) Científica e ética.
Referências