UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC

CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS – CFM

CURSO BACHARELADO EM MATEMÁTICA
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE
PROFESSOR: GILLES GONÇALVES DE CASTRO
ALUNO: EDUARDO TEIXEIRA DE OLIVEIRA FASE: 2ª

ATIVIDADE AVALIATIVA 4

Questão:

Seja 𝑛 um número natural ímpar, escrito da forma 𝑛 = 2𝑘 + 1 para 𝑘 natural.

Mostre que:

∑ 𝐶𝑛,𝑖 = 2𝑛−1
𝑖=0

Para a resolução desta questão utilizaremos da Relação de Stifer, a partir da

técnica de indução. Além disso, demonstraremos em função de 𝑘, desta forma,
podemos reescrever a expressão acima como:

∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖 = 22𝑘
𝑖=0

Vamos provar o caso de 𝑘 = 0:

∑ 𝐶2×0+1,0 = 𝐶1,0 = 1 = 20 = 22×0

𝑖=0

Agora, a nossa hipótese de indução é que, para algum 𝑘 ≥ 0 inteiro, temos que
é verdade:
 𝑘

∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖 = 22𝑘
𝑖=0

Vamos, portanto, provar que o mesmo acontece para 𝑘 + 1.

Em 𝑘 + 1 temos que:

𝑘+1

∑ 𝐶2𝑘+3,𝑖 = 𝐶2𝑘+3,0 + 𝐶2𝑘+3,1 + 𝐶2𝑘+3,2 + ⋯ + 𝐶2𝑘+3,𝑘 + 𝐶2𝑘+3,𝑘+1 (1)

𝑖=0

Pela relação de Stifer sabemos o seguinte:

𝐶2𝑘+3,1 = 𝐶2𝑘+2,1 + 𝐶2𝑘+2,0

𝐶2𝑘+3,2 = 𝐶2𝑘+2,2 + 𝐶2𝑘+2,1
⋮
𝐶2𝑘+3,𝑘 = 𝐶2𝑘+2,𝑘 + 𝐶2𝑘+2,𝑘−1
𝐶2𝑘+3,𝑘+1 = 𝐶2𝑘+2,𝑘+1 + 𝐶2𝑘+2,𝑘

Pela definição de Combinação Simples é fato que:

𝐶2𝑘+3,0 = 1 = 𝐶2𝑘+2,0

Desta forma é possível perceber que ao substituirmos todos os termos de (1)

de acordo com as relações obtidas acima, obteríamos:

𝑘+1

∑ 𝐶2𝑘+3,𝑖 = 𝐶2𝑘+2,0 + 𝐶2𝑘+2,0 + 𝐶2𝑘+2,1 + 𝐶2𝑘+2,1 + ⋯ + 𝐶2𝑘+2,𝑘 + 𝐶2𝑘+2,𝑘 + 𝐶2𝑘+2,𝑘+1

𝑖=0

= 2(𝐶2𝑘+2,0 + 𝐶2𝑘+2,1 + 𝐶2𝑘+2,2 + ⋯ + 𝐶2𝑘+2,𝑘 ) + 𝐶2𝑘+2,𝑘+1

𝑘 𝑘+1

= ∑ 𝐶2𝑘+2,𝑖 + ∑ 𝐶2𝑘+2,𝑖 (2)

𝑖=0 𝑖=0

Utilizando novamente a Relação de Stifel, adquirimos:

 𝐶2𝑘+2,1 = 𝐶2𝑘+1,1 + 𝐶2𝑘+1,0
𝐶2𝑘+2,2 = 𝐶2𝑘+1,2 + 𝐶2𝑘+1,1
⋮
𝐶2𝑘+2,𝑘 = 𝐶2𝑘+1,𝑘 + 𝐶2𝑘+1,𝑘−1
𝐶2𝑘+2,𝑘+1 = 𝐶2𝑘+1,𝑘+1 + 𝐶2𝑘+1,𝑘

Pela definição de Combinação Simples é fato também que:

𝐶2𝑘+2,0 = 1 = 𝐶2𝑘+1,0

Desta forma é possível perceber que ao substituirmos todos os termos de (2)

de acordo com as relações recém obtidas acima, obteríamos:

∑ 𝐶2𝑘+2,𝑖 = 𝐶2𝑘+1,0 + 𝐶2𝑘+1,0 + 𝐶2𝑘+1,0 + 𝐶2𝑘+1,0 + ⋯ + 𝐶2𝑘+1,𝑘 + 𝐶2𝑘+1,𝑘 + 𝐶2𝑘+1,𝑘+1

𝑖=0

= 2(𝐶2𝑘+1,0 + 𝐶2𝑘+1,1 + 𝐶2𝑘+1,2 + ⋯ + 𝐶2𝑘+1,𝑘−1 ) + 𝐶2𝑘+1,𝑘

𝑘−1 𝑘

= ∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖 + ∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖 (3)

𝑖=0 𝑖=0
𝑘+1

∑ 𝐶2𝑘+2,𝑖 = 𝐶2𝑘+1,0 + 𝐶2𝑘+1,0 + 𝐶2𝑘+1,0 + 𝐶2𝑘+1,0 + ⋯ + 𝐶2𝑘+1,𝑘 + 𝐶2𝑘+1,𝑘 + 𝐶2𝑘+1,𝑘+1

𝑖=0

= 2(𝐶2𝑘+1,0 + 𝐶2𝑘+1,1 + 𝐶2𝑘+1,2 + ⋯ + 𝐶2𝑘+1,𝑘 ) + 𝐶2𝑘+1,𝑘+1

𝑘 𝑘+1

= ∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖 + ∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖 (4)

𝑖=0 𝑖=0

Assim, substituindo (3) e (4) em (2), encontramos a seguinte igualdade:

𝑘+1 𝑘−1 𝑘 𝑘 𝑘+1

∑ 𝐶2𝑘+3,𝑖 = ∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖 + ∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖 + ∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖 + ∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖

𝑖=0 𝑖=0 𝑖=0 𝑖=0 𝑖=0

= 4(𝐶2𝑘+1,0 + ⋯ + 𝐶2𝑘+1,𝑘−1 ) + 3(𝐶2𝑘+1,𝑘 ) + 𝐶2𝑘+1,𝑘+1

= 4(𝐶2𝑘+1,0 + ⋯ + 𝐶2𝑘+1,𝑘−1 ) + 3(𝐶2𝑘+1,𝑘 ) + 𝐶2𝑘+1,𝑘 (𝑃𝑒𝑙𝑎 𝑆𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑇𝑟𝑖â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜𝑠)
= 4(𝐶2𝑘+1,0 + ⋯ + 𝐶2𝑘+1,𝑘−1 ) + 4(𝐶2𝑘+1,𝑘 )
 𝑘

= 4 × ∑ 𝐶2𝑘+1,𝑖
𝑖=0

= 4(22𝑘 ) (𝑃𝑒𝑙𝑎 ℎ𝑖𝑝ó𝑡𝑒𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑢çã𝑜)

= 22 × 22𝑘
= 22𝑘+2
= 22(𝑘+1)

Portanto, está provado o caso para 𝑘 + 1. Assim, encerra-se a demonstração

por indução e consequentemente, a resolução do problema.