Você está na página 1de 25

MATEMÁTICA DISCRETA

COMPONENTES:
LUIS CARLOS
ALTANIR
ELIOENAI
SALVADOR
FAUSTINO

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Números Naturais

 Introdução;
 Números Ordinais;
 Adição, Multiplicação e Ordem;
 Números Naturais e Contagem.
Introdução dos Números Naturais
 Números naturais: modelo abstrato para contagem
𝑵 = 𝟏, 𝟐, 𝟑, … .

 Conjunto de propriedades Axiomas de Peano

 Noção fundamental é a de SUCESSOR

 Números Ordinais Por meio de uma lista de Estrutura sem


propriedades essenciais ambiguidade

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Os Axiomas de Peano 1858 − 1932
a) Todo número natural tem um único sucessor;
b) Números naturais diferentes têm sucessores diferentes;
c) Existe um único número natural, chamado "um" e representado pelo
símbolo 1, que não é sucessor de nenhum outro;

d) Seja X um conjunto de números naturais (isto é, X ⊂ N). Se 1 ∈ X e se,


além disso, o sucessor de cada elemento de X ainda pertence a X, então
𝑋 = 𝑁.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Observação
 O terceiro axioma estabelece 1 como sendo o único número natural que não é
o sucessor de nenhum outro número e que, portanto, representa o “ponto de
partida” no conjunto 𝑁 = 1, 2, 3, … dos números naturais. É comum, também,
adotar-se 0 como ponto de partida, levando a 𝑁 = 0, 1, 2, 3, … . A opção por
uma ou outra alternativa é uma questão de gosto ou de conveniência.
A Axioma Da Indução
Seja 𝑃(𝑛) uma propriedade relativa ao número natural 𝑛. Suponhamos que

i) 𝑃(1) é válida;

ii) Para todo 𝑛 ∈ 𝑁, a validez de 𝑃(𝑛) implica a validez de 𝑃 𝑛 + 1 .

Então 𝑃(𝑛) é válida para todo 𝑛 ∈ 𝑁.

Com efeito, se chamarmos de 𝑋 o conjunto dos números naturais n para os


quais 𝑃(𝑛) é válida, veremos que:

1 ∈ 𝑋 em virtude de (i); e que 𝑛 ∈ 𝑋 ⇒ 𝑛 + 1 ∈ 𝑋 em virtude de (ii).

Logo, pelo axioma da indução, concluímos que 𝑋 = 𝑁.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Exemplo: uma demonstração por indução
 Provar a validez, para todo número natural k, da igualdade
𝑃 𝑘 : 1 ∙ 1! + 2 ∙ 2! + 3 ∙ 3! + ⋯ + 𝑘 ∙ 𝑘! = 𝑘 + 1 ! − 1 (I)
 Base de indução: Para k = 1, 𝑝 1 se resume a afirmação 1 = 1
 Hipótese de indução: Suponhamos que para um 𝑝 𝑘 também valha a
igualdade 1 ∙ 1! + 2 ∙ 2! + 3 ∙ 3! + ⋯ + 𝑘 ∙ 𝑘! = 𝑘 + 1 ! − 1
 Tese: Mostremos a validez para 𝑝 𝑘 + 1 , para isso, somaremos em ambos
os membros de (I), 𝑘 + 1 ∙ 𝑘 + 1 !, daí temos:
1 ∙ 1! + 2 ∙ 2! + ⋯ + 𝑘 ∙ 𝑘! + 𝑘 + 1 ∙ 𝑘 + 1 ! = 𝑘 + 1 ! − 1 + 𝑘 + 1 ∙ 𝑘 + 1 !
Continuemos com o segundo membro 𝑘 + 1 ! − 1 + 𝑘 + 1 ∙ 𝑘 + 1 ! Colocando
𝑘 + 1 ! Em evidência,
𝑘 + 1 ! 𝑘 + 1 + 1 − 1 = 𝑘 + 1 ! 𝑘 + 2 − 1 = 𝑘 + 2 ! − 1, esta ultima igualdade
mostra que 𝑝 𝑘 + 1 vale. Logo 𝑝 𝑘 ⇒ 𝑝 𝑘 + 1 .
Portanto, pelo princípio de indução 𝑝 𝑘 vale para todo 𝑘 ∈ 𝑁

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


As duas operações: Adição e Multiplicação
 Adição
✓ 𝑛 + 1 = sucessor de n
✓ 𝑛 + (𝑝 + 1) = (𝑛 + 𝑝) + 1

Esta última igualdade diz que se sabemos somar p a todos os números naturais 𝑛,
sabemos também somar 𝑝 + 1: a soma (𝑛 + 𝑝) + 1 é simplesmente o sucessor de
𝑛 + 𝑝 . O axioma da indução garante que a soma 𝑛 + 𝑝 está definida para
quaisquer 𝑛, 𝑝 ∈ 𝑁. A adição de dois números naturais, 𝑚 e 𝑛, é designada por sua
soma 𝑚 + 𝑛 ∈ 𝑁 e definida recursivamente da seguinte forma:

❖ i) 𝑚 + 1 = 𝑠(𝑚 + 1)
❖ ii) 𝑚 + 𝑠(𝑛) = 𝑠(𝑚 + 𝑛)

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Propriedades da Adição:
1- (Associativa): 𝑚 + (𝑛 + 𝑝) = (𝑚 + 𝑛) + 𝑝; ∀ 𝑚, 𝑛 𝑒 𝑝 ∈ 𝑁 .

2- (Comutativa): 𝑚 + 𝑛 = 𝑛 + 𝑚; ∀ 𝑚 𝑒 𝑛 ∈ 𝑁 .

3- (Lei do corte): 𝑚 + 𝑝 = 𝑛 + 𝑝 ⇒ 𝑚 = 𝑛; ∀ 𝑚, 𝑛 𝑒 𝑝 ∈ 𝑁 .

4- (Tricotomia): Dados 𝑚, 𝑛 ∈ 𝑁, ou 𝑚 = 𝑛, ou existe um 𝑝 ∈ 𝑁 tal que 𝑚 =


𝑛 + 𝑝 , ou existe um 𝑞 ∈ 𝑁 tal que 𝑛 = 𝑚 + 𝑞. ∀ 𝑚, 𝑛 ∈ 𝑁 .

❑ Estas propriedades podem ser demonstradas por indução

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Exemplo de Demonstração
ASSOCIATIVA
Seja 𝑋 = {𝑝; 𝑚 + (𝑛 + 𝑝) = (𝑚 + 𝑛) + 𝑝, ∀ 𝑚, 𝑛 𝑒 𝑝 ∈ 𝑁 }.

A prova será feita por indução sobre p, tomando m e n fixos.


i) Ora, 1 ∈ 𝑋, pois seja 𝑝 = 1, pela definição temos que para 𝑝 = 1
𝑚 + (𝑛 + 1) = 𝑚 + 𝑠(𝑛) = 𝑠(𝑚 + 𝑛) = (𝑚 + 𝑛) + 1.

ii) Suponhamos válido para um 𝑝 ∈ 𝑁 , daí temos 𝑚 + (𝑛 + 𝑝) = (𝑚 + 𝑛) + 𝑝.

iii) Agora iremos verificar para 𝑝 + 1.


𝑚 + (𝑛 + (𝑝 + 1)) = 𝑚 + (𝑛 + (𝑠(𝑝)) = 𝑚 + 𝑠(𝑛 + 𝑝) = 𝑠(𝑚 + (𝑛 +
𝑝)) = 𝑠((𝑚 + 𝑛) + 𝑝)(da hipótese ii) = (𝑚 + 𝑛) + 𝑠(𝑝) = (𝑚 + 𝑛) + 𝑝 +
1 ⇒ 𝑚 + (𝑛 + (𝑝 + 1)) = (𝑚 + 𝑛) + 𝑝 + 1

Como 1 ∈ 𝑋 , e de 𝑝 ∈ 𝑋 ⇒ 𝑝 + 1 ∈ 𝑋 , concluímos por indução que 𝑋 = 𝑁 , ou


seja,
𝑚 + (𝑛 + 𝑝) = (𝑚 + 𝑛) + 𝑝, 𝑚, 𝑛 𝑒 𝑝 ∈ 𝑁 .

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Operação - Multiplicação
 Multiplicação
I. 𝑛 .1 = 𝑛
II. 𝑛(𝑝 + 1) = 𝑛𝑝 + 𝑛.

➢ Multiplicar um número 𝑛 por 1 não o altera. E se sabemos multiplicar todos os


números naturais 𝑛 por 𝑝, sabemos também multiplicá-los por 𝑝 + 1: basta tomar
𝑛(𝑝 + 1) = 𝑛𝑝 + 𝑛. Por indução, sabemos multiplicar todo n por qualquer p
➢ A Multiplicação de dois números naturais, m e n, é designada pelo seu produto
m.n ∈ N e definida recursivamente da seguinte forma:
I. 𝑚. 1 = 𝑚
II. 𝑚. (𝑛 + 1) = 𝑚. 𝑛 + 𝑚

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Propriedades da Multiplicação:
 1- (Associativa): 𝑚. (𝑛. 𝑝) = (𝑚. 𝑛). 𝑝;
 2- (Comutativa): 𝑚. 𝑛 = 𝑛. 𝑚;
 3- (Lei do corte): 𝑚. 𝑝 = 𝑛. 𝑝 ⇒ 𝑚 = 𝑛;
 4- (Distributiva): 𝑚(𝑛 + 𝑝) = 𝑚. 𝑛 + 𝑚. 𝑝; ∀ 𝒎, 𝒏 𝒆 𝒑 ∈ 𝑵.

❑ Estas propriedades podem ser demonstradas por indução

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Demonstração - Distributiva
 Seja 𝑋 = {𝑝; 𝑚(𝑛 + 𝑝) = 𝑚. 𝑛 + 𝑚. 𝑝, ∀ 𝑚, 𝑛 𝑒 𝑝 ∈ 𝑁 }.
 A prova será feita por indução sobre 𝑝, tomando m, n naturais fixos.
 i) Ora, 1 ∈ 𝑋, pois seja 𝑝 = 1.
 temos 𝑚(𝑛 + 1) = 𝑚. 𝑛 + 𝑚 (da definição).
 ii) suponhamos válido para um 𝑝 ∈ 𝑁 , ou seja, 𝑚(𝑛 + 𝑝) = 𝑚. 𝑛 + 𝑚. 𝑝.
 iii) agora iremos verificar para um 𝑝 + 1.
 𝑚(𝑛 + (𝑝 + 1)) = 𝑚((𝑛 + 𝑝) + 1)) = 𝑚(𝑛 + 𝑝) + 𝑚 (da definição) =
(𝑚. 𝑛 + 𝑚. 𝑝) + 𝑚 = 𝑚. 𝑛 + ( 𝑚. 𝑝 + 𝑚 ) (associativa da adição) = 𝑚. 𝑛 +
𝑚. ( 𝑝 + 1).
 Como 1 ∈ 𝑋 , e de 𝑝 ∈ 𝑋 ⇒ 𝑝 + 1 ∈ 𝑋 , concluímos por indução que 𝑋 = 𝑁 ,
ou seja,
𝑚(𝑛 + 𝑝) = 𝑚. 𝑛 + 𝑚. 𝑝, ∀ 𝑚, 𝑛 𝑒 𝑝 ∈ 𝑁.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


A Ordenação dos Números Naturais
 Dados 𝑚; 𝑛 ∈ 𝑁, diz-se que m é menor que n e escreve-se 𝑚 < 𝑛, para
significar que existe algum 𝑝 ∈ 𝑁 tal que 𝑛 = 𝑚 + 𝑝
 Propriedades
▪ Transitividade
Se 𝑚 < 𝑛 e 𝑛 < 𝑝 então 𝑚 < 𝑝
▪ Tricotomia
Dados 𝑚; 𝑛 ∈ 𝑁, vale uma, e somente uma, das alternativas:
𝑚 = 𝑛, 𝑚 < 𝑛 𝑜𝑢 𝑛 < 𝑚.
▪ Monotonicidade
Se 𝑚 < 𝑛 então, para qualquer 𝑝 ∈ 𝑁, tem-se 𝑚 + 𝑝 < 𝑛 + 𝑝 e 𝑚𝑝 < 𝑛𝑝.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Demonstração - Transitividade
 sejam 𝑚 < 𝑛 e 𝑛 < 𝑝, temos pela definição de ordem que existem 𝑟 e 𝑠 ∈ 𝑁 tais
que 𝑚 + 𝑟 = 𝑛 e 𝑝 = 𝑛 + 𝑠, daí obtemos que 𝑝 = (𝑚 + 𝑟) + 𝑠 = 𝑚 + (𝑟 +
𝑠) ⇒ 𝑝 = 𝑚 + (𝑟 + 𝑠), pela definição temos 𝑚 < 𝑝.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Teorema . Não existem números naturais entre n e n + 1

 Supondo por absurdo que exista um 𝑝 ∈ 𝑁 tal que 𝑛 < 𝑝 < 𝑛 + 1 , com isso,
temos 𝑛 < 𝑝 𝑒 𝑝 < 𝑛 + 1, pela definição de ordem nos naturais temos 𝑟 e 𝑠 ∈
𝑁 tais que 𝑝 = 𝑛 + 𝑟 e 𝑛 + 1 = 𝑝 + 𝑠, com isso temos:
𝑛 + 1 = (𝑛 + 𝑟) + 𝑠 ⇒ 𝑛 + 1 = 𝑛 + (𝑟 + 𝑠) ⇒ 1 = 𝑟 + 𝑠.
➢ Absurdo pois, pela definição de adição, a soma de dois números naturais é
sempre o sucessor de algum número, logo não pode ser o 1, já que 1 ≠ s(n), ∀n
∈ ℕ. Portanto, não existe natural entre os naturais n e n+1, e fica claro que eles
são consecutivos.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


BOA-ORDENAÇÃO
 Todo subconjunto não-vazio A ⊂ N possui um menor elemento. Isto significa
que existe um elemento 𝑛0 ∈ 𝐴 que é menor do que todos os demais
elementos de A.

 Demonstração:
Temos as seguintes possibilidades a analisar: Seja 𝐴 ≠ ∅.

1- Se 1 ∈ A, nada há mais o que fazer, pois 1 é o menor elemento.


2- Se 1 ∉ 𝐴, daí definamos primeiramente; 𝐼𝑛 = { 1, 2, 3, … . 𝑛} e 𝑋 = { 𝑛 ∈
𝑁; 𝐼𝑛 ⊂ 𝑁 − 𝐴}. Logo, se 1 ∉ 𝐴, então 1 ∈ 𝑋. por outro lado, se 𝑛 ∈ 𝑋 ⇒ 𝑛 +
1 ∉ 𝑋, pois se 𝑛 + 1 ∈ 𝑋 teríamos pelo PRINCÍPIO DA INDUÇÃO 𝑋 = 𝑁,
consequentemente 𝐴 = ∅. Que na ocasião representa uma contradição. Logo
teremos 𝑛 + 1 como o menor valor de A.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Exemplo 1.
Queremos provar a validez, para todo número natural n, da
igualdade
𝑃(𝑛) ∶ 1 + 3 + 5 + … + (2𝑛 − 1) = 𝑛²
Usaremos indução. Para 𝑛 = 1, 2.1 − 1 = 1² ⇒ 1 = 1 (verdadeiro)
𝑃(1) se resume a afirmar que 1 = 1.
Supondo 𝑃(𝑛) verdadeira para um certo valor de 𝑛, somamos 2𝑛 + 1(que é sucessor
de 2n - 1) a ambos os membros da igualdade acima, obtendo:
1 + 3 + 5 + … + (2𝑛 − 1) + (2𝑛 + 1) = 𝑛² + 2𝑛 + 1;
ou seja:
1 + 3 + 5 + … + [2(𝑛 + 1) − 1] = (𝑛 + 1)²
Mas esta última igualdade é 𝑃(𝑛 + 1). Logo 𝑃(𝑛) ⇒ 𝑃(𝑛 + 1). Assim, 𝑃(𝑛)
vale para todo 𝑛 ∈ 𝑁.
Podemos então afirmar que a soma dos n primeiros números ímpares é igual ao
quadrado de 𝑛

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Números Naturais e Contagem
A Noção de Número Cardinal
 A conceito de número cardinal se estabelece por meio da noção de bijeção.
▪ Definição: Uma função 𝑓 ∶ 𝑋 → 𝑌 chama-se uma bijeção, ou uma
correspondência biunívoca entre X e Y quando é ao mesmo tempo injetiva
e sobrejetiva.

 Exemplo: Sejam 𝑋 = {1, 2, 3, 4, 5} 𝑒 𝑌 = {2, 4, 6, 8, 10}. Definindo 𝑓 ∶ 𝑋 → 𝑌


pela regra 𝑓(𝑛) = 2𝑛, temos uma correspondência biunívoca, onde 𝑓(1) =
2, 𝑓(2) = 4, 𝑓(3) = 6, 𝑓(4) = 8 𝑒 𝑓(5) = 10.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Números Naturais e Contagem
Número cardinal
 Definição Diz-se que dois conjuntos X e Y tem o mesmo número cardinal
quando se pode definir uma correspondência biunívoca 𝑓 ∶ 𝑋 → 𝑌

Sejam 𝑋 = {1} 𝑒 𝑦 = {1, 2}. Evidentemente não pode existir uma correspondência
biunívoca 𝑓 ∶ 𝑋 → 𝑌 , portanto X e Y não têm o mesmo número cardinal.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Números Naturais e Contagem
 Contar um conjunto 𝑋 significa estabelecer uma correspondência biunívoca
entre os elementos de 𝑋 e os de um subconjunto de N da forma 𝐼𝑛 = {𝑥 ∈
𝑁|𝑥 ≤ 𝑛} = 1, 2, 3, … , 𝑛 . Quando é possível estabelecer tal correspondência
biunívoca, dizemos que 𝑋 é um conjunto finito e que n é o número cardinal ou
número de elementos de 𝑋.
 Uma correspondência biunívoca entre dois conjuntos 𝑋 e 𝑌 é uma função
bijetiva 𝑓: 𝑋 → 𝑌, ou seja, uma regra que associa a cada elemento de 𝑋 um
elemento de 𝑌 de modo que cada elemento de 𝑌 seja imagem de exatamente
um elemento de 𝑋 (isto equivale a dizer que 𝑓 é uma função simultaneamente
injetiva e sobrejetiva).

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Números Naturais e Contagem
 A partir desta definição podemos demostrar as propriedades básicas da
contagem:
a. O resultado da contagem (ou seja, o número cardinal de X) é sempre o mesmo,
não importando a contagem que seja feita.
b. Todo subconjunto Y de um conjunto finito X é finito e 𝑛 𝑌 ≤ 𝑛 𝑋 . Tem-se 𝑛 𝑌 =
𝑛 𝑋 somente quando 𝑌 = 𝑋.

Observação: Afim de evitar exceções, o conjunto vazio Ø é incluído entre os


conjuntos finitos e diz-se que Ø tem zero elementos.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Conjuntos finitos
Dado n ∈ N, indiquemos com a notação 𝐼𝑛 o conjunto dos números naturais
de 1 até n. Assim, 𝐼1 = {1}, 𝐼2 = {1, 2}, 𝐼3 = {1, 2, 3} e, mais geralmente,
um número natural k pertence a In se, e somente se, 1 ≤ k ≤ n.

Definição: Seja X um conjunto. Diz-se que X é finito, e que X tem n elementos


quando se pode estabelecer uma correspondência biunívoca 𝑓 ∶ 𝐼𝑛 → 𝑋.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Conjuntos infinitos
 Exemplo: o conjunto N dos números naturais é infinito
Demonstração por absurdo:
Dado qualquer função 𝑓: 𝐼𝑛 → 𝑁, não importa qual seja n, tomamos 𝑘 = 𝑓 1 +
𝑓 2 + ⋯ + 𝑓 𝑛 . Para todo 𝑥 ∈ 𝐼𝑛 , tem-se 𝑓 𝑥 < 𝑘; logo não existe 𝑥 ∈ 𝐼𝑛 tal que
𝑓 𝑛 < 𝑘. Assim, 𝑓 não pode ser uma correspondência biunívoca.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS


Comparando conjuntos infinitos
 Dois conjuntos 𝑋 e 𝑌 tem a mesma cardinalidade quando é possível
estabelecer uma correspondência biunívoca entre X e Y (isto é, existe uma
função bijetiva 𝑓: 𝑋 → 𝑌).

Um exemplo particularmente curioso de correspondência biunívoca, que Exemplo


estende a definição anterior, foi descoberto pelo físico Galileu Galilei, que viveu há
quatrocentos anos.
 Exemplo: os conjuntos N dos números naturais e 𝑃 = 2𝑛| 𝑛 ∈ 𝑁 dos
números pares tem a mesma cardinalidade.
Observemos que, a bijeção já esta dada na definição de P: 𝑓: 𝑁 → 𝑃 definida por
𝑓 𝑛 = 2 ∙ 𝑛 é uma bijeção de N em P.

MA12 – UNIDADE I – NÚMEROS NATURAIS

Você também pode gostar