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CAPÍTULO 1

NÚMEROS E FUNÇÕES REAIS MA11


GRUPO I

• ANA CARINA
• DÉLIA
• RAIMUNDO
• EDUARDO
• GILMAR
Conjuntos
• 1.1 A noção dos conjuntos
• 1.2 A Relação de Inclusão
• 1.3 O Complementar de um Conjunto
• 1.4 Reunião e Interseção
• 1.5 Comentário Sobre a Noção de Igualdade
A Noção de conjuntos
Um conjunto é formado por elementos. Dados um conjunto A e
um objeto qualquer a (que pode até mesmo ser outro
conjunto). Tem-se um único questionamento cabível: a é ou
não um elemento do conjunto A?
• No caso afirmativo:
a∈A
• Caso contrário:
a∉A

Os conjuntos substituem as “Propriedades” e as “Condições”.


• Em vez de dizermos:
“O objeto x goza da propriedade P” ou o “Objeto y satisfaz à
condição C”.
• Podemos escrever:
x ∈ A e y ∈ B, onde A é o conjunto dos objetos que gozam da
propriedade P e B é o conjunto dos objetos que satisfazem à
condição C.
A Noção de conjuntos
• Exemplo: Sejam P a propriedade de um número inteiro x ser
par (isto é, divisível por 2) e C a condição sobre o número real y
expressa por y² - 4 = 0.
Por outro lado sejam A = {..., -4, -2, 0, 2, 4, …} e B = {-2, 2}.
Com isso, tanto faz dizer que x possui a propriedade P e y
satisfaz à condição C como afirmar que x ∈ A e y ∈ B.

O conjunto vazio.
• Conjunto vazio é designado pelo símbolo ∅;
• Exemplo: ∅ = {x ; x ≠ x}.
O conjunto unitário.
• Conjunto unitário {x};
• Temos que, x ≠ {x}. Por exemplo, ∅ ≠ {∅}.
Relação de inclusão
Sejam A e B conjuntos. Se todo elemento de A for também
elemento de B, diz-se que A é um subconjunto de B, que A está
contido em B, ou que A é parte de B. Para indicar este fato, usa-
se a notação A ⊂ B.
Exemplo:
• Sejam T o conjunto dos triângulos e P conjunto dos polígonos
do plano. Todo triângulo é um polígono, logo T ⊂ P.

A relação de A ⊂ B chama-se relação de inclusão. Quando A não


é um subconjunto de B, escreve-se A ⊄ B. Isto significa que
existe pelo menos um objeto a tal que a ∈ A e a ∉ B.
Relação de inclusão
Há duas inclusões extremas:
• Para todo conjunto A, vale A ⊂ A.
• Tem-se ∅ ⊂ A, seja qual for o conjunto A.
Veja que: Supondo que ∅ ⊄ A, teríamos que ter pelo menos um
objeto x tal que x ∈ ∅ e x ∉ A. O que é um “absurdo”, pois o
conjunto ∅ não possui elementos. Logo, temos que ∅ ⊂ A,
qualquer que seja o conjunto A.
Assim, o conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto.

Diz-se que A é um subconjunto próprio de B quando A é


subconjunto de B e a inclusão não corresponde a nenhuma das
duas inclusões extremas, isto é, quando se tem A ⊂ B com A ≠ ∅
e A ≠ B.
Relação de inclusão
A relação de inclusão possui três propriedades fundamentais.
Dados quaisquer conjunto A, B e C tem-se:
• (i) reflexividade: A ⊂ A;
• (ii) anti-simetria: se A ⊂ B e B ⊂ A, então A = B;
• (iii) transitividade: se A ⊂ B e B ⊂ C, então A ⊂ C.

Observações:
• Quando se deseja mostrar que os conjuntos A e B são iguais,
prova-se que A ⊂ B e B ⊂ A.
• A relação de inclusão entre conjuntos está estritamente
relacionada com a implicação lógica.
Relação de inclusão
Sejam P e Q propriedades referentes a um elemento genérico
de um conjunto U. Essas propriedades definem os conjuntos A,
formado pelos elementos de U que possuem P, e B, formado
pelos elementos de U que têm a propriedade Q.
Diz-se então que a propriedade P implica (ou acarreta) a
propriedade Q, e escreve-se P ⇒ Q, para significar que A ⊂ B.

Maneiras de se ler a relação P ⇒ Q:


• P implica Q;
• Se P então Q;
• P é condição suficiente para Q;
• Q é condição necessária para P;
• P somente se Q.
Relação de inclusão
Exemplo:
• Seja U o conjunto dos quadriláteros convexos do plano.
Designemos com R a propriedade de um quadrilátero ter
seus quatro ângulos retos e por P a propriedade de um
quadrilátero ter seus lados opostos paralelos (isto é, ser
paralelogramo). Então podemos escrever R ⇒ P. Neste caso,
A é o conjunto dos retângulos e B é o conjunto dos
paralelogramos, logo A ⊂ B.
Relação de inclusão
A implicação Q ⇒ P chama-se a recíproca de P ⇒ Q.
Quando as implicações P ⇒ Q e Q ⇒ P são verdadeiras, escreve-
se Q ⇔ P e lê-se:
• P se, somente se, Q;
• P é equivalente a Q;
• P é necessária e suficiente para Q.

Exemplo: Sejam P a propriedade de um triângulo, cujos lados


medem x ≤ y ≤ z, ser retângulo e Q a propriedade de valer
z² = x² + y².
Então P ⇔ Q.
Relação de inclusão
A resolução de uma equação é um caso típico em que se tem
uma sequência de implicações lógicas.
Por exemplo:
Para resolver a equação x² − x − 2= 0 podemos seguir os passos
abaixo:
• (P) . . . . . . x² − x − 2 = 0;
• (Q) . . . . . . (x − 2)(x + 1) = 0;
• (R) . . . . . . x = 2 ou x = −1;
• (S) . . . . . . x ∈ {2, −1}.
Se chamarmos respectivamente de P, Q, R e S as condições
impostas sobre o número x em cada uma das linhas acima, os
passos que acabamos de seguir significam que
P⇒Q⇒R⇒S
Relação de inclusão
Por transitividade, a conclusão a tirar é P ⇒ S, ou seja:
• Se x² − x − 2 = 0 então x ∈ {2, −1}.
Esta afirmação significa que, se houver raízes desta equação elas
devem pertencer ao conjunto {2, −1}.
Como os passos acima podem ser revertidos, temos que as
implicações recíprocas S ⇒ R ⇒Q⇒ P são válidas, logo S ⇒ P.
Portanto P ⇔ S, ou seja, 2 e −1 são de fato as (únicas) raízes da
equação x² − x − 2 = 0.
Ao resolver uma equação, temos que:
• Cada passo do processo adotado representa uma implicação
lógica;
• Nem sempre essa implicação pode ser revertida.
Relação de inclusão
Exemplo:
Seja a equação x² + 1 = 0. Na sequência abaixo, cada uma das
letras P, Q, R e S representa a condição sobre o número x
expressa na igualdade ao lado.
(P) x² + 1 = 0. (multiplicando por x² − 1)
(Q) X4 − 1 = 0;
(R) X4 = 1;
(S) x ∈ {−1, 1}.
Tem-se P ⇒ Q ⇒ R ⇒ S, logo P ⇒ S, ou seja, toda raiz real da
equação x² + 1 = 0 pertence ao conjunto {−1, 1}.
No entanto, sabemos que a equação não possui soluções reais.
Isso ocorre devido ao fato de que a implicação P ⇒ Q não pode
ser revertida: sua recíproca é falsa.
O Complementar de um
conjunto
A noção de complementar de um conjunto só faz pleno sentido
quando se fixa um conjunto U, chamado o universo do discurso,
ou conjunto universo.
Uma vez fixado U, todos os elementos a serem considerados
pertencerão a U e todos os conjuntos serão subconjuntos de U,
ou derivados destes.
Formar o complementar de um conjunto é um caso particular da
operação de formar a diferença entre dois conjuntos dados, cuja
definição damos a seguir.
A diferença entre dois conjuntos A e B (subconjuntos de U) é
definida por:
B \ A = {x ∈ U ; x ∈ B e x ∉ A}.
O Complementar de um
conjunto
Dado um conjunto A (isto é, um subconjunto de U), chama-se
complementar de A ao conjunto AC formado pelos objetos de U
que não pertencem a A. Definido por:
AC = U \ A = {x ∈ U ; x ∉ A}
Temos que, fixado o conjunto A, para cada elemento x em U,
vale uma, e somente uma, das alternativas: x ∈ A, ou x ∉ A.

Exemplo: Seja S o conjunto de todos os pontos (x, y) no plano


tais que x ≥ 0 e y ≥ 0. Então, SC é o conjunto de todos os pontos
(x, y) no plano tal que x < 0 ou y < 0. Isto é,
SC = {(x, y) ; x < 0} ⋃ {(x, y) ; y < 0}.
O Complementar de um
conjunto
A partir da afirmação acima, em Lógica temos o seguinte:
• O princípio do terceiro excluído – Dados um conjunto A e um
elemento x ∈ U, só existem as opções x ∈ A ou x ∉ A.
• O princípio da não-contradição - Dados um conjunto A e um
elemento x ∈ U, as alternativas x ∈ A e x ∉ A não ocorrem
simultaneamente.
O Complementar de um
conjunto
Seguem-se dos princípios anteriormente enunciados as
seguintes regras operatórias referentes ao complementar:
• (i) Para todo conjunto A ⊂ U, tem-se (AC )C = A.
Dem.:
Temos que x ∈ (AC )C ⇔ x ∉ AC ⇔ x ∈ A.
Logo, (AC )C = A.

• (ii) A ⊂ B ⇒ BC ⊂ AC.
O Complementar de um
conjunto
Na presença da regra (i), a regra (ii) pode ser reforçada, valendo
a equivalência abaixo:
• (iii) A ⊂ B ⇔ BC ⊂ AC.
Dem.:
(1) Suponhamos que A ⊂ B. Tomemos um x ∈ BC.
Assim, x ∈ BC ⇒ x ∉ B ⇒ x ∉ A ⇒ x ∈ AC, ou seja, BC ⊂ AC.
Com isso, A ⊂ B ⇒ BC ⊂ AC.
(2) Reciprocamente, se temos BC ⊂ AC então, tomando um
x ∈ (AC )C , temos x ∈ (AC )C ⇒ x ∉ AC ⇒ x ∉ BC ⇒ x ∈ (BC )C, ou
seja, (AC )C ⊂ (BC )C .
Usando (i), obtemos A ⊂ B. Com isso, BC ⊂ AC ⇒ A ⊂ B.
Logo, de (1) e (2) temos que A ⊂ B ⇔ BC ⊂ AC.
O Complementar de um
conjunto
A equivalência (iii) pode ser olhada sob o ponto de vista lógico,
usando-se as propriedades P e Q que definem respectivamente
os conjuntos A e B. As propriedades que definem os conjuntos
AC e BC são respectivamente a negação de P, representada por
P’, e a negação de Q, representada por Q’ .

Com estas convenções, a relação (iii) acima lê-se assim:


• (iv) P ⇒ Q se, e somente se, Q’ ⇒ P’.

Em outras palavras, a implicação P ⇒ Q (P implica Q) equivale a


dizer que Q’ ⇒ P’ (a negação de Q implica a negação de P).
O Complementar de um
conjunto
A implicação Q’ ⇒ P’ chama-se a contrapositiva da implicação
P ⇒ Q.
Assim, temos que P ⇒ Q e Q’ ⇒ P’ são afirmações equivalentes.

A equivalência entre uma implicação e sua contrapositiva é a


base das demonstrações por absurdo.

Atenção:
Geralmente, negar P ⇒ Q significa admitir que existe (pelo
menos) um objeto que tem a propriedade P mas não tem a
propriedade Q.
O Complementar de um
conjunto
• Exemplo:
No plano Π, consideremos as retas perpendiculares r e s. Seja P
a propriedade que tem uma reta x, nesse mesmo plano, de ser
diferente de s e perpendicular a r.
Por outro lado, seja Q a propriedade de uma reta x (ainda no
plano Π) ser paralela a s.
Então P’, negação de P, é a propriedade de uma reta em Π
coincidir com s ou não ser perpendicular a r.
A negação de Q é a propriedade Q’ que tem uma reta do plano
Π de não ser paralela a s.
O Complementar de um
conjunto
Então temos que:
• A implicação P ⇒ Q se lê, em linguagem comum, assim: se
duas retas distintas (s e x) são perpendiculares a uma terceira
( a saber, r) então elas (s e x) são paralelas.

• A contrapositiva Q’ ⇒ P’ significa: se duas retas distintas não


são paralelas então elas não são perpendiculares a uma
terceira.

Observação:
(Nos dois parágrafos acima estamos tratando de retas do
mesmo plano.)
Reunião e Interseção
Dados os conjuntos A e B:
• (i) A reunião A ∪ B é o conjunto formado pelos elementos de A
mais os elementos de B;
• (ii) A interseção A ∩ B é o conjunto dos elementos que são ao
mesmo tempo elementos de A e de B.
Considerando as afirmações x ∈ A, x ∈ B, temos que:
• x ∈ A ∪ B significa “x ∈ A ou x ∈ B”;
• x ∈ A ∩ B significa “x ∈ A e x ∈ B”.
Veja que as operações A∪B e A∩B entre conjuntos constituem a
contrapartida matemática dos conectivos lógicos “ou”(v) e “e”(∧).
Reunião e Interseção
Dados os conjuntos A e B:
• (i) A reunião A ∪ B é o conjunto formado pelos elementos de
A mais os elementos de B;
• (ii) A interseção A ∩ B é o conjunto dos elementos que são
ao mesmo tempo elementos de A e de B.
Considerando as afirmações x ∈ A, x ∈ B, temos que:
• x ∈ A ∪ B significa “x ∈ A ou x ∈ B”;
• x ∈ A ∩ B significa “x ∈ A e x ∈ B”.
Veja que as operações A∪B e A∩B entre conjuntos constituem a
contrapartida matemática dos conectivos lógicos “ou”(v) e
“e”(∧).
Reunião e Interseção
Considerando P a propriedade que define o conjunto A e Q a
propriedade que define o conjunto B.
Temos que, os conjuntos A ∪ B e A ∩ B são definidos pelas
propriedades “P ou Q” e “P e Q”, respectivamente.
As operações entre conjuntos A e B podem ser associadas a
conectivos lógicos.
Veja:
Reunião e Interseção
Exemplo:
Convencionemos dizer que um número x goza da propriedade P
quando valer a igualdade x² − 3x + 2 = 0. Digamos ainda que x
tem a propriedade Q quando for
x² − 5x + 6 = 0.
O conjunto dos números que possuem a propriedade P é
A = {1, 2} e o conjunto dos números que gozam de Q é B = {2, 3}.
Assim, a afirmação “x² − 3x + 2 = 0” ou “x² − 5x + 6 = 0” equivale
a “x ∈ {1, 2, 3}”, e a afirmação “x² − 3x + 2 = 0” e
“x² − 5x + 6 = 0” equivale a “x ∈ {2} ou x = 2”.
Noutras palavras:
A ∪ B = {1, 2, 3} e A ∩ B = {2}.
Reunião e Interseção
A união e a interseção de conjuntos têm as seguintes
propriedades fundamentais, as quais são válidas para quaisquer
conjuntos A, B e C:
• ∅ ⊂ A.
• A ∪ ∅ = A e A ∩ ∅ = ∅.
• Idempotência: A ∪ A = A e A ∩ A = A.
• Comutatividade: A ∪ B = B ∪ A e A ∩ B = B ∩ A.
• Associatividade: A ∪ (B ∪ C) = (A ∪ B) ∪ C e
A ∩ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∩ C.
• Distributividade: A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
• e
• A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C).
Reunião e Interseção
A conexão entre as operações ∪ , ∩ e a relação de inclusão ⊂ é
dada por:
• Sejam A e B dois conjuntos quaisquer, então:
1. A ∩ B ⊂ A e A ∩ B ⊂ B
2. A ⊂ A ∪ B e B ⊂ A ∪ B
3. A ∪ B = B ⇔ A ⊂ B ⇔ A ∩ B = A.
4. A ⊂ B ⇒ A ∪ C ⊂ B ∪ C e A ∩ C ⊂ B ∩ C para todo C.
A seguir vamos realizar a demonstração do item 3.
• A∪B=B⇔A⊂B⇔A∩B=A
Reunião e Interseção
Vamos provar que: A ∪ B = B ⇔ A ⊂ B
Dem.:
(⇒) Sabendo que A ∪ B = B, queremos provar que
A ⊂ B. Como A ⊂ A ∪ B e A ∪ B = B então A ⊂ B.
(⇐) Sabendo que A ⊂ B, queremos provar que A ∪ B = B.
Sabemos que B ⊂ A ∪ B logo, para termos a igualdade, só
precisamos mostrar que A ∪ B ⊂ B. Como A ⊂ B, se x ∈ A
então x ∈ B.
Logo valem as implicações x ∈ A ∪ B ⇒ x ∈ A ou x ∈ B
x ∈ B ou x ∈ B ⇒ x ∈ B.
Como x é um elemento qualquer de A ∪ B, mostramos que
qualquer elemento de A ∪ B está em B, ou seja, A ∪ B ⊂ B.
Portanto, A ∪ B = B ⇔ A ⊂ B.
Reunião e Interseção
• Vamos provar que: A ⊂ B ⇔ A ∩ B = A.
• Dem.:
(⇒) Sabendo que A ⊂ B, queremos provar que A ∩ B = A.
Sabemos que A ∩ B ⊂ A logo, para termos a igualdade, só
precisamos mostrar que A ⊂ A ∩ B.
Seja x ∈ A, como A ⊂ B então x ∈ A e x ∈ B, ou seja, x ∈ A ∩ B.
Como x é um elemento qualquer de A, mostramos que qualquer
elemento de A está em A ∩ B, logo, A ⊂ A ∩ B.
(⇐) Sabendo que A ∩ B = A, queremos provar que A ⊂ B. Mas,
por hipótese, A = A ∩ B e, pelo item 1 acima, A ∩ B ⊂ B, logo
A ⊂ B.
Portanto, A ⊂ B ⇔ A ∩ B = A.
Reunião e Interseção
E, finalmente, abaixo temos as relações atribuídas ao
matemático inglês Augustus de Morgan (Leis de Morgan):
Se A e B são subconjuntos do universo U, tem-se:
• 1. (A ∪ B)C = AC ∩ BC , e
• 2. (A ∩ B)C = AC ∪ BC.
Estas relações significam que a negação de “P ou Q” é “nem P
nem Q” e a negação de “P e Q” é “não P ou não Q”.
Reunião e Interseção
Vamos demonstrar as Leis de Morgan.
Se A e B são subconjuntos do universo U, tem-se:
• 1. (A ∪ B)C = AC ∩ BC
e
• 2. (A ∩ B)C = AC ∪ BC.
Demonstração de 1. (A ∪ B)C = AC ∩ BC:
Seja x ∈ U.
(i) x ∈ (A ∪ B)C ⟹ x ∉ A ∪ B ⟹ ∼ (x ∈ A ∪ B) ⟹ ∼ (x ∈ A ou x ∈ B)
⟹ ∼ (x ∈ A) e ∼ (x ∈ B) ⟹ x ∉ A e x ∉ B ⟹ x ∈ AC e x ∈ BC
⟹ x ∈ AC ∩ BC
(ii) x ∈ AC ∩ BC ⟹ x ∈ AC e x ∈ BC ⟹ x ∉ A e x ∉ B
⟹ ∼ (x ∈ A) e ∼ (x ∈ B) ⟹ ∼ (x ∈ A ou x ∈ B) ⟹ ∼ (x ∈ A ∪ B)
⟹ x ∉ A ∪ B ⟹ x ∈ (A ∪ B)C
Com isso, temos que (A ∪ B)C ⊂ AC ∩ BC e AC ∩ BC ⊂ (A ∪ B)C.
Logo, (A ∪ B)C = AC ∩ BC.
Reunião e Interseção
Demonstração de 2. (A ∩ B)C = AC ∪ BC:
Seja x ∈ U.
(i) x ∈ (A ∩ B)C ⟹ x ∉ A ∩ B ⟹ ∼ (x ∈ A ∩ B)
⟹ ∼ (x ∈ A e x ∈ B) ⟹ ∼ (x ∈ A) ou ∼ (x ∈ B) ⟹ x ∉ A ou x ∉ B
⟹ x ∈ AC ou x ∈ BC ⟹ x ∈ AC ∪ BC
(ii) x ∈ AC ∪ BC ⟹ x ∈ AC ou x ∈ BC ⟹ x ∉ A ou x ∉ B
⟹ ∼ (x ∈ A) ou ∼ (x ∈ B) ⟹ ∼ (x ∈ A e x ∈ B)
⟹ ∼ (x ∈ A ∩ B) ⟹ x ∉ A ∩ B ⟹ x ∈ (A ∩ B)C
Com isso, temos que (A ∩ B)C ⊂ AC ∪ BC e AC ∪ BC ⊂ (A ∩ B)C.
Logo, (A ∩ B)C = AC ∪ BC.
Reunião e Interseção
Exercício
1. Se A e B são subconjuntos do universo U. Prove que
A - B = A ∩ BC .
Demonstração:
Seja x ∈ U.
(i) Mostremos que A - B ⊂ A ∩ BC.
Veja que,
x ∈ A - B ⟹ x ∈ A e x ∉ B ⟹ x ∈ A e x ∈ BC ⟹ x ∈ A ∩ BC
∴ A - B ⊂ A ∩ BC .
(ii) Mostremos que A ∩ BC ⊂ A - B.
x ∈ A ∩ BC ⟹ x ∈ A e x ∈ BC ⟹ x ∈ A e x ∉ B ⟹ A - B.
∴ A ∩ BC ⊂ A - B.
Logo, de (i) e (ii) temos que, A - B = A ∩ BC.
Comentário Sobre a Noção
de Igualdade
Uma coisa só é igual a si própria.
Quando se escreve a = b, isto significa que a e b são símbolos
usados para designar o mesmo objeto.
A relação a é igual a b, que se escreve a = b, goza das seguintes
propriedades:
• Reflexividade: a = a;
• Simetria: se a = b então b = a;
• Transitividade: se a = b e b = c então a = c.
Referência Bibliográfica
• 1. LIMA, E. L. Números e funções reais. SBM, 2014 (Coleção
PROFMAT).

• 2. PROFMAT, MA11 – Números e funções reais. Disponível


em: . Acesso: 04 jan. 2017.

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