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PROJETO
VALENÇA 2023
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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
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RESUMO
Os felinos domésticos são animais que costumam sofrer muito preconceito das
pessoas, existem muitos mitos e medos em relação a esses animais, dentre algumas da falas
comumente ditas podemos citar “São animais frios e traiçoeiros”, “Eles não gostam do dono,
só da casa”, “gato brinca com espírito”, mas nada disso é verdade, os mitos que envolvem os
gatos não correspondem à realidade esse preconceito está relacionado com a falta de
conhecimento e informação sobre à espécie. O conhecimento e estudo sobre o comportamento
da espécie felina ainda é pequeno se comparado com os estudos sobre os cães, mas esse
cenário está sendo mudado, existem muitas pesquisas atuais sobre o tema visando a
compreensão e o bem estar desses animais.
Uma das maiores dificuldades de quem adota um bichinho de estimação pela primeira vez, é
saber quais comportamentos são normais e quais indicam alguma alteração, com o
comportamento dos felinos, essas dúvidas são ainda maiores, é necessário ter a compreensão
que o gato não é igual a um cachorro e nem vai apresentar os mesmos comportamentos, a partir
dessa diferenciação conseguimos enxergar os felinos como uma espécie singular. A falta de
informação a cerca do assunto também pode influenciar em um ambiente desagradável e
inadequado ao felino, sendo um fator que causa desconforto emocional e estresse a ele,
podendo causar alterações comportamentais como: Urina fora da caixa, lambedura excessiva,
perda de apetite, arranhadura nos móveis, comportamento agressivo com humanos ou outros
animais e excesso de vocalização . Um grande aliado utilizado no manejo comportamental dos
felinos são os feromônios artificiais, a utilização deles nos felinos pode auxiliar na modificação
do estado emocional do animal, reduzindo quadros de ansiedade e estresse, eliminando
algumas situações indesejadas como; mordeduras, arranhaduras e marcação de território. Seu
uso também é benéfico na redução de brigas e trás melhora na adaptação e convívio com
outros animais.
Além de todos benefícios citados, a utilização desses análogos sintéticos para os felinos pode
contribuir e facilitar o atendimento veterinário, o controle do estado emocional do animal
facilita a realização de procedimentos e torna o momento muito menos estressante para o
animal, facilitando o diagnóstico preciso e avaliação do Médico-Veterinário.
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Existem três tipos de correspondentes naturais de feromônios sintéticos para gatos disponíveis
no mercado: Facial F3 felino, maternal apaziguador felino e interdigital felino, a prescrição de
cada um é feita avaliando cada quadro individualmente, podendo serem utilizados de forma
isolada ou associados com diferentes técnicas.
1. INTRODUÇÃO
A relação entre felinos e humanos é bem antiga, porém mais recente que a dos cães,
data-se de cerca de 10 mil anos atrás, dando-se através de uma relação de mutualismo. Os
felinos eram atraídos por roedores que se alojavam em locais de armazenamento de grãos
destinados à alimentação humana. Diferente do cão, a domesticação do gato não resultou, a
princípio, em modificações do seu comportamento natural nem seleção
genética (Overall 1997).
O comportamento de um gato é fruto de sua genética combinada ao ambiente em que
vive e as suas primeiras experiências enquanto filhote. Desses resulta o seu temperamento que
determinará a forma que ele interagirá individualmente e com o grupo (DANIELA
RAMOS,2020). O termo temperamento, empregado em estudos comportamentais, é utilizado
para se referir a diferenças individuais em espécies não humanas, e, até então, a espécie felina
(FELIS SILVESTRIS CATUS). As visitas às clínicas veterinárias são consideradas um
“evento” de elevado estresse para muitos gatos e seus tutores, principalmente devido aos
problemas de manuseio e contenção do animal (Mariana Pamplona Perini,2021). Além dessa
dificuldade, existem fatores estressantes que incluem confinamento, viagem de carro até a
clínica, exposição à ambiente desconhecido (GRIFFITH et al., 2000) e manuseio intenso.
Os feromônios são compostos químicos biológicos e naturais, formados
principalmente por ácidos graxos que geram odores específicos e sinais visuais (HENZEL e
RAMOS, 2018).
Esses feromônios são secretados ao meio externo, de forma constante ou em locais e horários
específicos, pelos diferentes tipos de glândulas presentes na pele do animal e certas membranas
mucosas e juntam-se a outros fluídos corporais, como a urina. Isso produz respostas
comportamentais e fisiológicas nos animais receptores da mesma espécie (HENZEL e
RAMOS, 2018). Como exemplo, podemos dizer que os felinos sentem medo durante uma
consulta veterinária, eles podem liberar feromônios de alarme e são produzidas respostas
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emocionais e inconscientes em outros gatos que entrarem no ambiente e detectarem os
feromônios que estão presentes. Há estímulos apaziguadores, como a aplicação de feromônio
sintético para gatos e também a forma de manejo (atendimento cat friendly), além do
fornecimento de petiscos e do controle de ruídos e odores de outros animais. Tudo isso pode
amenizar reações exacerbadas. Em felinos, os feromônios apresentam funções sociais, sexuais
e reprodutivas e de território que são essenciais na comunicação intraespecífica entre os
animais da mesma espécie (HENZEL e RAMOS, 2018). A urina, a secreção vaginal, as fezes e
alguns tipos de glândulas representam importantes fontes de liberação de feromônios. A
presença dos feromônios é percebida por uma estrutura localizada no palato duro, denominada
de órgão vomeronasal. Nos felinos, as glândulas periorais que estão localizadas nos lábios,
queixo, vibrissas e bochechas são responsáveis por expelir secreções com feromônios, eles
possuem cinco feromônios faciais diferentes, nomeados como F1, F2, F3, F4 e F5, isolados das
secreções sebáceas das bochechas. Nos membros torácicos e pélvicos de gatos e cães estão
localizadas as glândulas podais. Ou seja, através dos coxins e da pele da região interdigital, os
animais secretam o suor emitido durante as reações de medo. Na área perianal estão localizadas
as glândulas (HENZEL e RAMOS, 2018):
supracaudais: permanecem ativas durante o ano inteiro e são mais desenvolvidas nos gatos
quando comparado aos cães. Também são essenciais nos comportamentos reprodutivos e
podem estar envolvidas na comunicação social entre os pets;
circum-anais: são mais desenvolvidas nos cães que nos gatos, estando localizadas ao redor do
ânus. Esse grupo também inclui as glândulas de suor modificadas e sebáceas, que
desempenham funções essenciais na vida social dos animais. A coloração da região pode
potencializar a eficácia do sinal semioquímico.
sebáceas dos sacos anais: são mais desenvolvidas em cães. Também são essenciais nos
comportamentos reprodutivos e na comunicação social entre os pets.
O complexo genital inclui as glândulas sebáceas do prepúcio nos machos e da vulva nas
fêmeas, além das glândulas mucosas uretrais ou genitais associadas. Logo após o parto, a
fêmea produz feromônios que são secretados pelas glândulas sebáceas dos sulcos mamários. A
substância pode auxiliar os neonatos a se orientarem, locomoverem e identificarem a fonte de
alimento primário, ou seja, a amamentação .A marcação territorial por urina é o principal
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comportamento indesejado pelos tutores de gatos e cães. O animal realiza a marcação urinando
pequenas em superfícies para sinalizar sua presença a outros felinos
O comportamento é mais comum em machos não castrados e pode estar associado a outros
comportamentos territorialistas.
Tanto a urina quanto as fezes são fontes complexas de feromônios nos animais e, portanto,
formas comuns de marcação de território. Porém, a liberação de urina com essa finalidade
ocorre com uma frequência muito maior. O gato percebe os feromônios produzidos e expelidos
por outros felinos que estejam presentes no ambiente através do estímulo do órgão
vomeronasal, que também é conhecido como órgão de Jacobson. Trata-se de uma estrutura
epitelial tubular vascularizada, localizada na parte rostral do palato duro sob o septo nasal. É
conectada com a cavidade oral através do ducto incisivo (HENZEL e RAMOS, 2018).
No bulbo vomeronasal, localizado no sistema nervoso, terminam os axônios dos neurônios
receptores do órgão de Jacobson, que enviam as projeções nervosas para a amígdala no sistema
límbico ou “cérebro emocional” (HENZEL e RAMOS, 2018).
O lúmen do órgão vomeronasal é ativado quando ocorre a percepção dos feromônios. A
vasoconstrição possibilita a abertura do lúmen para a passagem de ar, geralmente realizada
pela “reação de Flehmen”. Essa reação resume-se ao movimento de levantar os lábios após
identificar um cheiro não reconhecido, visando direcionar o odor para o órgão de Jacobson e,
assim, facilitar sua identificação (HENZEL e RAMOS, 2018).
Após a percepção do feromônio reconhecido, o animal apresenta uma resposta emocional
inconsciente que se manifesta independente de quem tenha liberado ou detectado o feromônio.
Também não depende de nenhum conhecimento prévio que o animal já possa ter adquirido
anteriormente. Tratam-se de respostas alarmantes, sociais, reprodutivas ou apaziguadoras que
já são pré-programadas para a espécie (HENZEL e RAMOS, 2018).
No atendimento clínico, existem várias práticas e protocolos acessíveis a fim de reduzir o
estresse e a agressão (MARIANA PAMPLONA PERINI, 2021). Assim, criou-se o programa
de certificação Cat Friendly Practice para clínicas e hospitais veterinários (SPARKES, 2013).
Busca-se proporcionar ao médico veterinário e sua equipe segurança e confiança ao
atender um paciente felino (BURNS, 2010;SPARKES;RODAN et al., 2011; MANLEY, 2012;
SPARKES, 2013; MONROE-ALDRIDGE, 2019). Os benéficios que o programa cat friendly
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podem ajudar a reduzir o estresse sentido pelo felino em ambientes desconhecidos,
contribuem para manter o animal tranquilo, permite uma avaliação mais tranquila e adequada
do paciente e evitam experiências traumáticas com o atendimento veterinário. (AAFP. 2020
Survey Results). Além disso, o uso de substâncias odoríferas, especialmente Catnip e
Feliway®, recebem bastante destaque também na tentativa de acalmar os efeitos estressores
ambientais, reduzir a ansiedade, o medo e a agressão, tanto durante o transporte quanto
durante a
permanência do gato em ambientes hospitalares (FRANK; BEAUCHAMP; PALESTRINI,
2010). Atualmente, existem três tipos de correspondentes naturais de feromônios sintéticos
para gatos disponíveis no mercado (HENZEL e RAMOS, 2018):
facial F3 felino: disponível em spray e difusor. É destinado para gatos e pode ser indicado nas
situações de marcação de território por urina, arranhadura excessiva ou inapropriada, casos de
hospitalização, cistite intersticial, estresse e adaptação a novos ambientes e animais;
maternal apaziguador felino: disponível em spray e difusor. É destinado para gatos e pode ser
indicado nas situações de conflitos entre gatos que dividem o mesmo território;
interdigital felino (FIS): disponível na forma líquida, em ampolas. É destinado para gatos e
pode ser indicado nas situações de arranhaduras em locais inapropriados.
Catnip ou erva-do-gato, recebeu este nome popular devido a sua ação irresistível sobre
gatos. A Catnip pode ser ofertada aos animais na forma de erva moída, óleo essencial, extrato
(BARANAUSKIENE; VENSKUTONIS;DEMYTTENAERE, 2003) e spray de óleo
(ZHANG; PLUMMER; MCGLONE, 2018). O fato de muitos felinos responderem
positivamente a essa planta, aliada ao seu baixo custo e fácil obtenção são condições
importantes para facilitar a utilização da mesma (BOL et al., 2017). Feliway® é o nome dado
ao feromônio F3 (feromônio facial) sintético, substância responsável por auxiliar o gato a
identificar estruturas e áreas que fazem parte de seu território (HEWSON, 2014). Após o uso
do Feliway®, os animais se tornam mais fáceis de manipular e mais calmos (PEREIRA et al,.
2015).
2. OBJETIVOS
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Apresentar aos tutores e ao público geral o comportamento, expressões e a influência dos feromônios
artificiais nos felinos domésticos.
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4. JUSTIFICATIVA
4.REFERENCIAL TEÓRICO
5. MATERIAL E MÉTODOS
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se os tutores de gatos domésticos compreendem os comportamentos de seus animais. O
questionário será destinado a população que tenham gatos em casa, com as seguintes
perguntas: nome, idade, formação, localidade, quantos gatos possui, se já ouviu falar na
utilização de feromônios artificiais (Feliway, etc), se já reparou em algum comportamento/
expressão do seu gato e caso tenha, para qual finalidade o gato costuma se expressar daquela
forma (pedir comida, carinho, etc). O formulário ficará disponível por 5 meses com o objetivo
de atingir 500 tutores. Após a coleta desses dados, será analisado a porcentagem de tutores
que conhecem os comportamentos de seus pets. Posteriormente, os 7 meses restantes terão
como foco desenvolver um artigo informativo sobre como é possível identificar as expressões
dos gatos domésticos e como funciona o uso de ferormônio artificial nesses animais, com base
nas pesquisas anteriores.
5. RESULTADOS ESPERADOS
6.CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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