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PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
GAROTA MISTERIOSA
Copyright © 2018 Evy Maciel
Todos os direitos reservados.
Criado no Brasil.
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CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
PERIGOSAS ACHERON
PERIGOSAS NACIONAIS
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
EPÍLOGO
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sempre.
Amy finalmente acreditou em mim. Eu não
podia desperdiçar essa oportunidade.
Prometi a mim mesmo, enquanto deixava a
água percorrer meu corpo que, protegeria Amy e
cuidaria dela como eu cuidava de Hanna. Elas eram
as pessoas mais importantes da minha vida, e faria
o que fosse preciso para que minhas garotas nunca
sofressem.
A parte mais difícil e desafiadora, seria eu
não ser o culpado de magoá-las. O que me fazia
lembrar que Hanna e eu não estávamos nos falando
há alguns dias.
Terminei o banho e vesti a roupa limpa, após
me secar com pressa. Tinha em mente bater à porta
do quarto de minha irmã para que pudessemos
conversar, e acertar as coisas entre nós. Enquanto
escovava os dentes, ponderei como havia sido
negligente com ela ao não demonstrar sua
importância, e permitir que se mantivesse distante,
porque estava distraído curtindo meu lance com a
Amy.
Não podia deixar minha irmã de lado, só
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porque me apaixonei.
Segurando minhas roupas em uma trouxa
debaixo do braço, bati de leve na porta do quarto de
Hanna e não ouvi nada. Ela tinha o péssimo hábito
de usar fones de ouvido no último volume e talvez
não tivesse me escutado chamar. Girei a maçaneta e
abri a porta destrancada, acenando para que
percebesse minha presença e mais uma vez não
obtive nenhum tipo de reação. Curioso, espiei pelo
vão da porta e encontrei o quarto vazio.
— Onde ela se meteu?
Estava tarde, não era costume de Hanna sair à
noite e ficar fora sem que me avisasse aonde
estaria, porque nas raras vezes em que isso
acontecia eu me comprometia a buscá-la aonde
quer que estivesse.
Em plena segunda-feira, minha irmã não
poderia ter ido longe.
Talvez esteja em um apartamento vizinho...
Uma das garotas que estudava com ela
morava no apartamento do segundo andar, porque o
dividia com mais dois irmãos e uma prima.
Lembrei-me de Hanna mencionando que havia
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Meu Deus...
— Passou dos limites, Hunt! Que merda,
cara! — Ralhou Lewis, ajudando Hanna a levantar
Neville.
— Me solta, Leon! Por que estão defendendo
este desgraçado? — Agitei-me, tentando me
libertar. — Ele estava abusando da minha irmã, se
eu não tivesse chegado a tempo...
— Cale a porra da boca, Hunt! — O grito de
Hanna atingiu meus ouvidos com violência e a
peguei me encarando com uma raiva que nunca
testemunhei antes.
Era para Neville que ela devia estar olhando
assim, não para mim.
Aquele filho da puta mexeu com a cabeça
dela!
— Chame a Amy! — Leon pediu,
esforçando-se ao máximo para evitar que eu
escapasse.
— Seus amigos de merda! — gritei, puto da
vida.
Lewis e Hanna ajudaram Neville a se
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mesmo tempo.
— Me deixa te fazer sentir-se bem, Hunt. —
Mordisquei seu lábio inferior ao interromper o
beijo e puxei sua camiseta até que ele levantou os
braços e me ajudou a despi-lo.
Talvez o sexo não fosse a melhor escolha,
dada as circunstâncias, mas Hunter estava excitado
e eu queria fazê-lo esquecer tudo o que o deixara
mal, além de também, estar com meus hormônios à
flor da pele. Tê-lo assim tão perto, sentir seu cheiro
e provar seu beijo, não facilitava em nada manter o
autocontrole.
Logo eu estava nua da cintura para cima e a
passos trôpegos fomos parar em minha cama.
Hunter usou o joelho para afastar minhas pernas e
se encaixou sobre mim, pressionando seu corpo ao
meu sem desconectar nossos lábios. Nossas mãos
estavam entrelaçadas acima da minha cabeça e nem
por isso me senti retraída ou com medo de deixá-lo
no controle. Considerando meu passado, nem tão
distante, eu me peguei pensando em como as coisas
com Hunter Stevens havia progredido em tão pouco
tempo, pois para permiti-lo estar assim sobre mim,
é porque ele era o único em quem eu confiava de
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olhos fechados.
Ele soltou nossas mãos para tirar o jeans e a
boxer com pressa, enquanto eu me desfiz da
legging e calcinha, ansiosa pelo contato pele contra
pele. Novamente sobre mim, com as pernas
entrelaçadas nas minhas, senti sua ereção e sorri
para ele.
— O que foi? — perguntou curioso, abrindo
um sorrisinho antes de me dar um beijo estalado.
— É que eu havia pedido para me deixar
fazê-lo se sentir bem, mas é você quem está
fazendo isso por mim.
O sorriso de Hunter se expandiu, cheio de
malícia.
— Posso fazer melhor que isso, você sabe. —
Piscou um dos olhos.
Umedeci os lábios com a língua e anuí com
um gesto de cabeça.
— Você é bem convencido, sabe disso, hum?
— Seus gemidos não mentem, Amelia.
Revirei os olhos, mas meu sorriso entregava
o jogo. Hunter voltou a me beijar, e novamente me
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Hunt.
Sentia-me exausta e sonolenta depois de
tomar banho acompanhada de um namorado
insaciável e criativo, que não poupou esforços para
me proporcionar um orgasmo debaixo do chuveiro.
Já deitados em minha cama, recostei a cabeça
no peito de Hunter, que me abraçava com posse e
carinho. Eu logo cederia ao sono, mas não antes de
fazê-lo entender que, apesar de pouco tempo, ele
era a pessoa que melhor me conhecia.
— Então por que ainda esconde o seu
passado de mim?
— Na verdade, eu escondo ele de mim
mesma.
— É tão doloroso assim?
— Me envergonha.
Diante daquela revelação, Hunter entendeu
que eu ainda não estava pronta. Aconchegando-se
em meus braços e depositando um beijo em meu
queixo, senti sua respiração se acalmando conforme
se permitiu deixar levar pelo sono e somente então
fechei os olhos.
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minhas costas.
Mas esse não era o verdadeiro problema.
Será que ele a faz feliz? Será que cuida bem
dela?
Lewis disse que Neville queria me dizer a
verdade, mas foi Hanna quem não permitiu.
Por que ela não quis me contar? Depois de
tudo o que eu fiz... mesmo que ela não soubesse,
deveria me entender.
Era fim de tarde quando decidi voltar ao meu
apartamento para encarar o que quer que viesse
pela frente.
Não fazia ideia de como seria quando
reencontrasse Neville.
Após pensar muito a respeito e entender que
precisaria conviver com o fato de Hanna estar
apaixonada, me dei conta que de todos os caras que
eu conhecia, foi o loirinho irlandês o sortudo que
conquistou minha irmã, o que a tornava sortuda
também, porque Neville era um cara do bem e
desde que começou a namorar tornou-se um bobão
apaixonado.
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lo.
Mas não fui tão longe, não podia ter ido...
— Como assim, te deixar? — O medo em
minha voz foi inevitável.
Hanna secou os olhos com a manga do
moletom que vestia.
— Ele terminou comigo, por sua causa. —
Respirou fundo antes de continuar. — Vai trancar a
faculdade e se mudar pra Irlanda. Morar com os
avós. Eu nunca mais vou vê-lo. E tudo por causa do
que você fez! Seu egoísta de merda!
Tive que segurá-la pelos pulsos quando ela se
jogou contra mim, querendo me agredir. Eu bem
que merecia, mas conhecendo minha irmã, sabia
que mesmo me odiando naquele momento, ela
detestaria se lembrar de ter usado de violência.
Hanna era todo o lado bom que eu não tinha.
— Se ele está indo embora é porque não te
ama! — acusei, sentindo a raiva brotando dentro de
mim, puto porque Neville havia partido o coração
da minha irmãzinha.
— Pelo contrário, seu imbecil! Ele me ama
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não me respondem?
Decidi sair, caminhar por Lewisham sem um
rumo certo, apenas conhecer melhor os arredores.
— Ei, Amy! Espere!
Virei-me ao ouvir Lewis chamar e aguardei
que me alcançasse.
— Você parece péssimo. — Tentei soar
engraçada, mas sem sucesso.
— Não tanto quanto você. — Piscou um dos
olhos e deu um sorriso fraco. — Também não
conseguiu ficar em casa?
Continuamos a caminhar, lado a lado.
— Perdi as aulas de hoje. — Dei de ombros.
— Não consegui falar com Hanna, queria notícias
do Neville. Achei que dar uma volta por aí me
distrairia um pouco.
— Leon levou Neville para o hospital e
Hanna o acompanhou. Eles foram no meu carro. A
última vez que tive notícias foi através de Leon, o
Nev ficou em observação esta noite, mas pelo visto
ainda não recebeu alta. Tem algumas horas que não
consigo falar com eles. Deve ter acabado a bateria
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do celular.
— Pode ser.
Não dissemos nada por um tempo, mas era
perceptível a inquietude de Lewis. Era como se ele
quisesse me dizer algo, mas não soubesse como.
— O Hunter que vi ontem à noite era um
estranho pra mim — murmurou com cautela,
olhando-me de soslaio enquanto seguíamos
caminhando.
Parei de andar e o encarei, esquecendo de
erguer minha barreira de “menina durona”. Sentia-
me tão cansada de ter que disfarçar as emoções, de
fingir que estava bem, quando não era verdade.
Desde que cheguei a New Cross eu não precisava
agir daquele jeito e não queria começar a fazê-lo,
mesmo sabendo que talvez fosse melhor
simplesmente dizer que eu estava pronta para
seguir em frente numa boa e tudo bem, porque nem
me importava tanto assim. Mas seria um passo para
regredir em meu progresso, iniciar outra vez um
ciclo vicioso de mentiras e sorrisos insinceros,
aonde o único objetivo seria agradar a todos, menos
a mim mesma.
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mas...
— Eu sei, Hunter não é uma pessoa fácil de
lidar.
— Acho que não estávamos prontos para dar
certo — peguei-me confessando, com um suspiro
exasperado.
— Como assim, Amy?
— Hunter e eu... foi um erro. Nós não
devíamos ter acontecido, acho que forçamos a
barra.
Lewis revirou os olhos e balançou a cabeça
em negativa.
— Não diga bobagens!
— Só tô dizendo a verdade — falei em tom
de sussurro. — Hunter era uma bomba-relógio
prestes a detonar. Eu devia saber que em algum
momento a explosão me atingiria. Agora é tarde
demais.
Ele não disse nada por um tempo. A
garçonete serviu nossa porção de batatas e
comemos em silêncio, sem mesmo trocarmos
olhares. Depois de muito insistir, Lewis pagou a
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Hunter se acalmou.
Eu já havia chorado tudo o que tinha para
chorar, ao menos isso. Portanto, me mantive firme
enquanto contei tudo à Hanna. Era bom ter com
quem desabafar, pois não teria coragem de contar à
minha mãe que havia me apaixonado outra vez e as
coisas não terminaram bem. Ela provavelmente
pegaria o primeiro voo disponível para Londres,
quem sabe até fretasse um jatinho, só para me
convencer a voltar para casa, com medo de que eu
desabasse outra vez e voltasse a me autodestruir.
— Ah, Amy... Eu sinto tanto! Por favor, me
desculpe por toda essa confusão.
— Hanna, já chega! — Fiquei de pé e apoiei
as mãos na cintura, usando uma expressão
confiante e determinada para convencê-la de que
íamos superar tudo aquilo. — Vamos parar de
procurar um culpado para toda essa merda, hum?
— Só há dois culpados — insistiu. — Hunter,
por sempre agir antes de pensar e estragar tudo.
Além dessa superproteção exagerada que ele tem
comigo. E eu, por não ter dado um basta quando
percebi que ele estava extrapolando, invadindo meu
espaço. Mas isso acaba hoje, Amy!
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confuso.
Comecei a caminhar em direção à saída,
acenando para Cameron que já estava de volta à
academia. Zach seguiu ao meu lado e quando
alcançamos a calçada, indo na direção oposta do
prédio aonde morávamos, ainda sem destino certo,
parei um pouco e ele fez o mesmo, observando-me
com curiosidade.
— Hunter e eu não estamos juntos, Zach.
Acabou. — Retomei a caminhada, arrependida de
não ter levado comigo uma jaqueta de moletom.
Era fim de tarde e o friozinho começava a dar
o ar de sua graça.
— Por causa do que houve ontem? — Sua
voz soou pesarosa.
Dei de ombros e continuei caminhando, sem
coragem de encará-lo.
— Hunter considera uma traição da minha
parte eu saber sobre namoro da Hanna e não ter
contado nada a ele. Enfim, você o conhece bem e já
deve ter imaginado que não foi nenhum pouco
agradável a maneira como ele explanou seus
sentimentos.
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— Não, Amy...
Ela se levantou de supetão e foi até a parede
onde estava aquele maldito mural.
— Nem precisa se dar ao trabalho, eu mesma
faço isso por você.
Somente quando percebi o que Amelia estava
prestes a fazer é que meu corpo reagiu e consegui ir
até ela, segurando seus pulsos, tomando o cuidado
para não a machucar.
— Eu juro que não ia fazer isso, Amy!
Ela reagiu e começou a forçar os braços com
as mãos fechadas, tentando distribuir socos em meu
tórax. Acabei permitindo, pois já que Zach não
havia me batido, ao menos Amelia me faria sentir
um pouco de dor física... eu queria que essa dor se
sobressaísse a que sentia por dentro, na alma. Só
que não chegava nem perto.
— E o que pretendia fazer com minhas fotos?
— gritou, a voz rouca por causa do choro. —
Colocar na sua carteira? Pois saiba que não acredito
em você!
— Eu ia jogar fora... — Tentei explicar,
afastando-a para impedi-la de continuar me
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batendo.
Amy soltou uma risada cheia de sarcasmo e
deu alguns passos para se distanciar de mim.
— Não sou digna do seu mural ridículo? Por
quê? Sou mais uma garota que você fez sorrir antes
de partir o coração...
— Eu estou me referindo as fotografias do
mural, Amy! — interrompi, sentindo meus olhos
arderem. — Vim para jogá-las fora ontem à noite,
mas então encontrei Neville e minha irmã... —
Passei as mãos pelo rosto, já sentindo a umidade
das lágrimas. — Não aja como se você não fosse
importante pra mim!
— Eu não sou, Hunter — revidou. — Não
sou mesmo!
— Você é sim! — gritei, já não me
importando em ceder ao choro.
Minha vida estava virada de pernas para o ar,
mas eu não podia permitir que Amy acreditasse
naquilo, quando tudo de mais bonito que já senti
era destinado a ela.
— Pelo amor de Deus! Você objetificou
essas garotas, Hunter! Pendurou suas fotos em um
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masculina.
Porra! Essa jaqueta é do Zach!
Engoli meu ciúme, fechando as mãos ao
ponto de cravar as unhas na pele. Forcei o maxilar,
me mantendo calado para não fazer novamente o
que fazia de melhor: machucar com as palavras.
— Tudo bem, Hunt. Eu acredito em você. —
Assentiu, soando sincera em sua declaração. —
Mas isso não muda nada entre nós.
— Eu já disse que...
— Sei o que disse, e estou dizendo a você
que acredito — Interrompeu, adotando novamente
sua postura impassível. — Mas nosso namoro já
havia terminado.
Amy abriu a porta, mas ainda não havia saído
para o corredor.
— Eu estava muito puto com o lance do
Neville e Hanna, minha mente se embaralhou com
todas as merdas que venho guardando durante tanto
tempo... porra, Amy! Você era quem estava mais
perto e... descontei em você. Sinto muito por isso,
de verdade!
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que acreditava.
— Isso já não importa mais.
— É claro que importa!
— Não, não importa! Porque amar não é o
bastante. E não é porque amamos alguém que
nunca iremos magoar essa pessoa. É preciso mais
que amor, Hunter. É preciso confiança e respeito. E
mesmo que ainda te ame e acredite no que disse
sobre as fotografias, já não confio em você. Quanto
ao respeito, se lembra das merdas que disse hoje
cedo, não lembra? Porque acredite, eu não esqueci
nenhuma fodida palavra.
— Não foram sinceras.
— Pior ainda! Você usa as armas que tem.
Então você machuca de propósito, usando as
palavras certas pra isso. E não vou permitir que
faça de novo. Não comigo.
Assenti, balançando a cabeça e fechando os
olhos com força. Constatar o quanto a feri estava
acabando comigo. Eu a fiz desistir de nós.
— Amy, eu sinto muito.
— Não tanto quanto eu sinto, Hunter.
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quiser.
Fitei-o por sobre o ombro, me mantendo
agachado. Ele estendeu o objeto e assim que o
peguei, foquei imediatamente em fazer o fogo
prosperar. Já era noite e a temperatura começava a
abaixar naquela época do ano, mas não foi difícil,
as chamas se espalharam pelas fotografias
amassadas, trazendo certo alívio.
Um problema a menos com que me
preocupar.
Fiquei de pé e me afastei por segurança,
ficando ao lado de Lewis que também observava
com demasiada atenção as labaredas tomarem
conta da caixa. Cruzei os braços e soltei o ar dos
pulmões, inalando um pouco da fumaça.
— Se você ainda tem um isqueiro, é porque
não parou de fumar — comentei o óbvio.
— Um dia eu paro, deixa rolar.
— Você que sabe.
Não dissemos mais nada até que a caixa se
desmanchasse por completo, tornando-se cinzas.
Lewis me fez companhia até que a última fagulha
se apagasse.
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saudade.
— Verdade, isso significa que enquanto estou
prestes a ir dormir, você está prestes a se arrumar
para ir à universidade.
— Sim. E então? Tudo organizado para o
almoço de Ação de Graças? — Eu sabia o quanto
ela adorava se envolver com os preparativos.
Houve um momento de hesitação antes que
mamãe voltasse a falar.
— Ah, querida! Sem você aqui eu não estou
animada para comemorações. — Soltou um suspiro
exasperado. — Sinto-me nostálgica, sabe? E não
vejo a hora de te ver! Pensarei em algo especial
para nosso Natal e Réveillon.
Até que seria interessante ver como me sairia
em Bel Air, depois da minitemporada em New
Cross, na pele de uma simples universitária. Uma
ex-patricinha, por assim dizer, frequentando outra
vez um ambiente ao qual não sentia mais que se
encaixasse.
Eu estava enxergando aquele momento como
um teste. Depois de tudo, seria bom saber se era
apenas uma fase onde optei me manter reservada
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instante.
— O espírito do Dia de Ação De Graça tocou
nossos corações, não foi? — Voltou a adotar um
tom ameno, bem-humorado. — Adoraria que essa
conversa tivesse sido pessoalmente, Amy.
— Eu também, mãe. — Sentei-me na cama,
já mais calma. — Mas assim que chegar a Los
Angeles, teremos a oportunidade. Certo?
— Claro! Estou contando os dias. Já avisei
Alisson para não marcar nenhum compromisso
enquanto você estiver por aqui. Podemos ficar na
casa em Malibu, o que acha?
A “casa” na qual ela se referia, era uma
mansão de oito quartos e quinze banheiros, que
pertencia ao papai e lhe servia de residência quando
passava férias nos Estados Unidos. Era a casa onde
passei muitos momentos com Adam. Onde
inclusive, foi o nosso fim.
Eu fugi, mas sabia que precisava voltar lá.
Encerrar meu passado de uma vez por todas, ter
novas lembranças.
— Estou mesmo precisando de um
bronzeado.
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HUNTER>>>
Grudou em mim como uma tatuagem
Pele contra pele e desejo no olhar
Você quebrou minhas regras
Eu te entreguei meu coração
E agora que você se foi, já não sei
mais quem sou
Eu vejo suas asas mesmo quando
tenta escondê-las
Porque você é meu pequeno anjo
E eu sou seu problema favorito
E agora que você se foi
Já não sei mais o que fazer...
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“Garota da Califórnia
Minha ‘Barbie Sexy Malibu’
Deixa eu brincar com você?
Vamos fazer um filme de amor...
Garota da Califórnia
Com seu sorriso de Hollywood
Nas suas curvas eu vou me perder
Vou mergulhar em seus olhos azuis...
Garota da Califórnia
Princesinha de Old Bel Air
Venha se unir ao meu reino europeu
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fazer o mesmo.
— Achei que as consultas com a psicóloga
ajudariam vocês a lidarem melhor com a separação
dos seus pais, a partida da sua mãe e depois... a
morte de Nicholas. Eu mesmo tive algumas sessões
de terapia, sabe? Perdi meu único filho para o vício
do álcool, e assumi a responsabilidade por dois
adolescentes que me odiavam por eu ter lhes tirado
do pai.
— Nunca te odiei por isso, vô. O senhor fez
o que era melhor pra gente. — Fiz questão que ele
soubesse, e foi nesse momento que o encarei, pois
queria que ele enxergasse a verdade em meus
olhos. — E Hanna não demorou a perdoá-lo. Acho
que por fim a terapia fez bem a ela. Então obrigado
por isso.
Ele assentiu, mas deu um sorriso triste.
— Queria ter feito mais.
— Eu sei, vô. — Eu sabia que ele estava
falando sobre o meu pai.
Ficamos em silêncio por um tempo,
observando a noite nublada. Logo os dias se
tornariam mais curtos com a chegada do inverno, o
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embora?
Neville saiu de trás do balcão e se acomodou
em uma banqueta ao meu lado, imitando meu gesto
ao apoiar o queixo em suas mãos. Ambos fitávamos
as prateleiras carregadas de todos os tipos de
bebidas.
— Você perguntou se eu me lembro de
quando nos tornamos amigos. Agora eu vou te
contar sobre o dia em que me apaixonei por Hanna,
porque isso aconteceu antes daquela briga. A gente
tinha catorze anos e Hanna sempre foi a garota
mais linda do mundo, aos meus olhos.
Aquela era a minha vez de escutar, embora
eu me sentisse completamente desconfortável.
— Ela lanchava sozinha, perto do campo de
futebol da escola. Eu estava jogando e fui buscar a
bola que tinha sido arremessada para perto dela. Foi
então que percebi Hanna chorando. Joguei a bola
de volta ao campo, mas me aproximei e perguntei
se estava tudo bem.
“Já tinha visto vocês juntos algumas vezes, só
não sabia que eram irmãos, pensei que
namorassem. Com isso concluí que podiam ter
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tornar titia...
Deixei a xícara de lado e a encarei com
seriedade.
— Eu tomo pílula, Hanna. E como disse,
estou menstruada. Gravidez nessa fase da minha
vida, ainda mais quando não há a menor
possibilidade de seu irmão e eu ficarmos juntos,
seria uma tremenda falta de sorte. Vire essa boca
pra lá!
— Por que diz isso?
Soltei minha respiração que até aquele
momento não percebi estar contendo.
— Está falando sério? Eu só tenho dezenove
anos.
— Não é isso. Quero dizer, por que afirma
com tanta certeza que você e Hunter não vão
voltar?
— Porque é a verdade, Hanna. Acabou tudo.
Não sou o tipo de garota que se envolve em um
relacionamento ioiô. Seu irmão tem problemas que
precisa resolver, eu vim a Londres justamente para
me livrar de qualquer tipo de problema. Entendeu o
ponto no qual quero chegar? Somos incompatíveis.
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encarei Leon.
— Como assim? — Ele negou com um
balançar de cabeça.
Umedeci os lábios com a língua enquanto
pensava de que forma poderia desabafar um pouco,
sem necessariamente ter que despejar toda a minha
história em cima dele.
— Sei lá, talvez esteja forçando a barra,
tentando ser quem eu gostaria de ser, mas sem
saber se é realmente possível.
Leon riu e bateu seu ombro contra o meu.
— Isso não faz o menor sentido pra mim,
Amy.
— Em Los Angeles, eu costumava ser outra
pessoa. — Ponderei alguns instantes antes de
continuar. — Desde minha aparência física, a
forma de me vestir, mas principalmente o
comportamento. E eu não gosto de me lembrar
como era superficial e egoísta.
— Você era mesmo assim? Superficial e
egoísta? — Ele não parecia muito crédulo.
— Minha mãe disse que não, que apesar de
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AMY>>>
Mais uma lágrima caiu no chão esta noite
e eu jurei que seria a última.
Porque sofrer por amor não é uma coisa
boa.
Machuca a alma e esmaga o coração.
Eu não queria me apaixonar,
nem me lembro de ter permitido.
Mas um coração teimoso procura por
encrenca,
e ele só relaxa quando o estrago já está
feito.
Eu bem que tentei resistir,
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satisfações a ninguém.
— É, eu sei. — Umedeci os lábios com a
língua. — E você? Pensei que estivesse trabalhando
no Sebo Alternativo.
— Preocupada comigo, Amy? — Outra vez o
tom de deboche. — Bem, já que quer tanto saber,
tenho prova amanhã então pedi uma folga, porque
preciso desesperadamente entender a matéria.
Engoli em seco e o encarei, cansada daquele
joguinho ridículo. Nós dois estávamos sendo
infantis e ao menos um teria que dar o braço a
torcer.
Tudo bem, eu me rendo!
— Olha, me desculpe por aquela noite. Eu
estou lidando com algumas questões pessoais e...
não tinha apenas a ver com Hunter. Às vezes você
dá a entender que sabe muito mais sobre mim do
que eu mesma e isso é um tanto assustador.
— Sou apenas um cara observador e
perceptivo, Amy. Então me desculpe por ser um
enxerido. Você é uma das poucas pessoas que
tenho em estima elevada, se falo mais do que
deveria é porque me preocupo e quero o seu bem.
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que suplicar.
— Não faz ideia do quanto, AJ.
— Pare de me chamar assim!
— Você costumava amar quando eu te
chamava assim... aliás, você costumava me amar
também.
Fechei os olhos com força e senti quando
uma lágrima escapou sorrateira.
— Não amo mais, Adam. Acabou. — Soltei
uma lufada de ar. — Você sabe que não tem volta,
não depois do que aconteceu. E pare com o drama,
porque não é seu estilo. Você só está frustrado
porque cansei de ser seu brinquedinho.
— Uau, desde quando você se encheu de
atitude, AJ? Estou impressionado com esse seu
jeitinho arisco... — seu tom jocoso me deixou
nauseada.
— Vá se ferrar!
— Ah, eu já estou bem ferrado, baby. Por
isso preciso que você volte pra mim.
— Isso não vai acontecer, Adam. Nunca.
— Nunca... é uma palavra muito forte, não
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acha?
— É a primeira palavra que me vem à mente
quando se trata de você.
— O.K., AJ. A gente se fala depois do show.
Pode trazer uma amiga, foi por isso que te mandei
dois ingressos.
Adam mandou os ingressos! Isso significa
que ele sabe aonde moro.
— Não vai rolar, Adam. — Voltei a
expressar tédio, retomando meu autocontrole, ao
menos para que ele pensasse assim.
— É melhor você aparecer, AJ!
— Não me espere. — Desliguei, jogando o
celular contra a parede da lavanderia, permitindo
que o choro cedesse por fim, mas orgulhosa de não
o ter deixado perceber que eu estava desmoronando
outra vez.
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— Como assim?
Perceber que ela estava chorando outra vez
foi como receber um soco no estômago. Se antes
não era por minha causa, eu havia providenciado
para que fosse.
Achei que Amelia finalmente cortaria o
contato e se afastaria de mim, mas ela me pegou de
surpresa quando segurou meu rosto entre suas
mãos.
— Preciso te esquecer, Hunt. Estou mesmo
tentando arrancar de mim o que sinto por você,
então por favor, pare de me dizer essas coisas!
Balancei minha cabeça, não aceitando suas
palavras.
— Nunca, Amelia. Eu nunca vou deixar de te
amar. Nem de te fazer acreditar nesse amor.
Quando Amy grudou sua boca na minha e
pressionou o corpo contra o meu, eu realmente
considerei que estava sonhando e logo o
despertador me tiraria daquele momento. Então
deslizei minhas mãos até prendê-las em seu quadril
e a impulsionei para que montasse em mim,
envolvendo suas pernas em torno da minha cintura.
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verdade.
— Quando, Hunt?
— Eu não sei, mas acho que o tempo pode
cuidar disso, no ritmo dele.
Ela concordou, balançando a cabeça em
afirmativo, descendo da mesa e começando a
ajeitar sua calça. Nós havíamos tirado apenas o
suficiente para treparmos feito desesperados.
— Tomara que sim.
Nós nos recompomos o quanto era possível.
Ambos cheirávamos a sexo. Amy prendeu seus
cabelos em um coque improvisado com as próprias
madeixas e eu usei os dedos para tentar dar um
jeito nos meus.
— Não se culpe, O.K.? Você não me usou —
Eu disse, segurando-a pelos ombros mais uma vez,
encarando-a com seriedade. — Acho que é normal
ter uma recaída... o fato de não estarmos juntos não
significa exatamente que não gostamos um do
outro, nem que a atração foi embora. Vamos só
considerar que essa foi a nossa despedida. Tá
melhor assim? Eu concordo se você concordar.
Sua expressão de incredulidade quase me fez
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sorrir.
— Por que está fazendo isso, Hunter?
Acariciei sua bochecha avermelhada.
— Porque eu te amo, garota. Só não se culpe
pelo que aconteceu. Vamos ficar bem. — Por favor
Deus, que isso seja verdade!
— Obrigada.
Eu me afastei dela, para meu próprio bem.
A realidade se fazendo notar.
— Amy... hum, a gente não usou proteção.
— Nunca fui descuidado antes, então não sabia
como tocar no assunto, mas era necessário. —
Você disse naquele dia que tomava pílula e... só
quero que saiba: desde que ficamos juntos, não
estive com mais ninguém. Mesmo agora,
separados. Tô limpo, sabe?
Nunca fiquei tanto tempo sem sexo, desde
que comecei a me envolver com garotas. Não era
um vício, mas precisava sentir que estava no
comando, que meu corpo tinha necessidades e eu
podia saciá-las ao meu modo, sempre que
desejasse.
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8:39: HUNTER>>>
Eu fui ao show da Conect Six ontem. E
acho que você gostaria muito de saber o
que descobri por lá.
8:55: HUNTER>>>
Vou ficar sentado aqui no corredor,
aguardando você abrir a porta do seu
apartamento e finalmente falar comigo,
AJ. Ah, só pra você saber: odiei esse
apelido.
Chegou a hora de encarar a realidade,
Amelia Janet Turner!
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porta.
— Amo meus pais, Hunter. Porém, odeio a
necessidade que a mídia tem de querer saber cada
passo que dou, apenas por ser filha deles. Ambos
estão acostumados à essa exposição. Minha mãe
adora, meu pai aprendeu a lidar, mas eu não tive
escolha.
Assentiu, mordendo o lábio inferior, como se
estivesse hesitando dizer algo que pudesse me
magoar, sei lá! Talvez fosse impressão minha.
— Vem, entre. A gente tem muito o que conversar.
— Abri mais a porta e me afastei para que Hunter
me acompanhasse para dentro do apartamento.
Ele fechou a porta atrás de si enquanto eu pensava
a respeito de onde deveríamos ter aquela conversa.
Sem dizer nada, segui pelo corredor até o quarto
vago, aquele que já chamamos de “limbo”, onde
deixávamos nossas diferenças porta à fora e
focávamos apenas um no outro, em nos conhecer e
entender.
Meu quarto não era uma opção, pois fui muito clara
quando alertei Hunter sobre não permitir que ele
voltasse ao meu mundo outra vez, caso me desse as
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dele.
— Me desculpe.
Soltei o ar dos pulmões e fiz uma prece
silenciosa, pedindo coragem a todos os seres
superiores que pudessem existir no Universo. O
momento oportuno estava ali, aguardando que eu o
aproveitasse para finalmente assumir em voz alta
todas as verdades, que ainda eram difíceis para eu
assimilar.
— Toda garota passa pela fase de paixonite
por alguém famoso, né? — Encarei Hunter, e
desviei minhas mãos das suas, apenas para invertê-
las e ser eu a segurar as dele. — Quando eu tinha
quinze anos, comecei a enxergar de forma
romântica um astro do rock. O que seria
completamente normal, se ele não fosse um dos
membros da banda do meu pai, e quinze anos mais
velho. Ainda assim poderia ser normal, porque
geralmente esse tipo de fase passa logo e vira
lembrança a ser compartilhada com filhos ou netos,
muito tempo depois... Não no meu caso.
“Quando o Adam entrou para a Conect Six,
eu já tinha cinco anos. Ele não faz parte da
formação original. O ex-guitarrista não aguentou a
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“Pois eu te amo
Mais do que você acha que amo
E eu te amo
Agora que você não se importa mais...”
I Love You ~ Alex & Sierra
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impotente.
Hanna teve a mim para protegê-la, Amy não.
— Começou no meu aniversário de dezessete
anos — ela disse, quando eu ainda estava sentado
no chão, posicionado a sua frente. — Eu me
encontrei com Adam às escondidas e a gente... só
depois senti a dor e reparei que ele havia
preenchido minhas costas com arranhões e
mordidas. Adam disse que estava me marcando,
que a partir daquele dia eu não deveria mais exibir
meu corpo para ninguém além dele. Eu fiquei
assustada sim, mas considerei um gesto
desesperado de amor, sabe? Porque estava cega e
era uma idiota...
— Não, Amy. Você não era idiota, O.K.? —
Apertei suas mãos que eu mantinha mais uma vez
sob as minhas. — Não se menospreze.
Os lábios trêmulos dela denunciavam a
vontade de chorar, mas Amy me encarou,
assentindo.
— Durante aquele ano, sempre que nos
encontrávamos e as marcas começavam a sumir,
Adam me machucava de novo. De arranhões e
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autoafirmação.
Ela era um milagre inesperado em minha
vida.
Eu não merecia alguém tão especial assim.
Como Amy podia se sentir tão pequena e
indigna de amor, quando tudo o que eu pensava a
seu respeito era: quem não se apaixonaria por
aquela garota? Quem seria digno de tê-la em sua
vida, ouvindo-a dizer “eu te amo”?
Eu não era digno.
— Minha mãe estava trabalhando nas
filmagens de um filme. A banda estava de folga,
após um mês inteiro de shows pela Europa... Adam
foi pra Los Angeles, nós nos encontrávamos na
mansão do papai em Malibu. Eu não sabia que meu
pai pretendia aparecer, ele costumava avisar com
antecedência.
“Aquela noite nós discutimos, estava irada
por causa de umas fotos que saíram nos sites de
fofoca. Adam e mais um dos seus casinhos. Eu
estava cansada, sabe? Começando a me dar conta
de que aquele relacionamento não era saudável,
ainda que fosse difícil aceitar essa verdade. Foram
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sujeira e...
— Shhhh... Não peça desculpa. — Envolvi
meus braços em torno dela, enlaçando-a de forma
protetora, repousando minha cabeça em seu ombro
para que ficasse próximo ao seu ouvido. — Só não
quero que se sinta pressionada a me contar tudo,
O.K.? Mas estou aqui, e não vou virar as costas pra
você de novo.
Quando ela inclinou o corpo para se escorar
em mim, virando o rosto de lado, sua bochecha
roçando a minha, eu senti um formigamento em
todo o corpo, uma sensação de que era ali que
deveríamos estar. Saber que, mesmo sem ser
merecedor, era em mim que Amelia estava
confiando para desnudar sua alma.
Ela afastou a cabeça, desfazendo nosso
contato, mas ainda se manteve em meus braços.
Apoiei meu queixo no topo da sua cabeça,
aguardando que concluísse aquela história.
— Meu pai entrou na casa e nos flagrou no
sofá... Eu estava só de lingerie, Adam tinha vestido
o jeans e eu nem vi em que momento fez isso, pois
acabei pegando no sono. Ouvi um grito do meu pai,
e quando abri os olhos, me deparei com Adam
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Não mais.
— Leon é meu vizinho, só isso — expliquei,
calma. — Eu disse a você que não iria ao show,
Adam.
Ele havia mudado pouco desde a última vez
que nos vimos. Perdeu bastante peso, apesar dos
músculos definidos, tinha mais tatuagens pelos
braços e pescoço. Sua camiseta justa e a calça
colada mantinham o mesmo estilo que eu já
conhecia. Todo de preto, inclusive o par de
coturnos em um couro bem lustrado, Adam
continuava tão bonito e atraente como antes. Mas
seu olhar estava diferente.
— Achou mesmo que poderia continuar me
evitando? — Deu um passo em minha direção e
achei prudente recuar. — Você virou minha vida de
pernas pro ar, fodeu com tudo, e depois fugiu de
mim como se eu fosse uma das pragas do Egito!
Ele parecia com raiva, muita raiva. Não
apenas sua voz entregava, mas o olhar também.
Pela primeira vez na vida, eu realmente senti medo
de Adam.
— A gente precisava se afastar um pouco.
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agora!
— Você já sabia quem ela realmente era —
afirmou Leon, sorrindo. — Está estampado na sua
cara. Eu só não entendo porque Amy escondeu isso
da gente.
— Ela tem um motivo pra isso, Leon! —
Levantei, inquieto e irritado. — Apaga essa porra
de vídeo antes que ela descubra e...
— Tarde demais, Hunt — interveio Neville.
— O vídeo tem quase quinhentas mil visualizações
e a gente nem divulgou nas nossas redes sociais.
Foi através dos comentários que ficamos sabendo
que a Amy é filha do Ted.T.
— Apaguem o vídeo! — gritei, sem me
preocupar em chamar a atenção do restante da
lanchonete. — Vocês não sabem a merda que
fizeram, porra!
Saí do Café New Cross às pressas, fazendo
uma oração mental para que Amy ainda não
soubesse do vídeo. Se os caras descobriram de
quem ela era filha, através dos comentários na
internet, logo a notícia se espalharia e a mídia não
demoraria a encontrá-la. Tudo o que Amelia evitou,
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pouco perdido.
Parei de forma abrupta, pegando-o de
surpresa. Eu estava nervoso por conta do vídeo,
mas Ted.T aparecer justamente naquele instante e
agindo como se fosse a coisa mais natural de todas,
ir visitar a filha que ignorou durante todo aquele
tempo, me deixou puto demais para conseguir
controlar os ânimos.
— Você ao menos ligou pra ela? — Não fiz
questão de ser gentil. — Sabe se quer te ver ou
conversar? Porque, na boa, depois de ter excluído
Amelia da sua vida, era o mínimo que deveria
fazer!
Ele me encarou com a testa franzida e fez
cara de poucos amigos.
Dane-se! Eu não queria ser seu amigo.
— Quem você pensa que é pra falar comigo
desse jeito, rapaz? Eu não preciso me justificar
contigo.
Dei de ombros.
— Acho que nada justifica as suas merdas
— revidei, mantendo um tom calmo, porém frio.
— Mas acredite em mim, porque quando se trata da
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Estou viva.
Mantive os olhos fechados apesar de ter
retomado a consciência, ainda não me sentia pronta
para olhar em volta. Sabia que estava em um
hospital. Apesar de transtornada, me lembrava de
tudo e tais lembranças eram muito mais dolorosas
do que qualquer ferimento.
Adam esteve em meu apartamento, nós
discutimos e ele me agrediu. Daquela vez não foi
apenas com palavras, também não houve sexo de
reconciliação. Mas ele tentou ultrapassar os limites,
e teria ido adiante se eu não tivesse impedido ao me
lembrar das técnicas que aprendi nos treinos de
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sentimos saudades.
— Você estava certa o tempo todo sobre o
Adam — murmurei, tomando coragem para iniciar
uma conversa que traria à tona mágoas do passado.
— Eu era orgulhosa e mesquinha demais para
admitir, e ignorava os sinais diante dos meus olhos.
Kim se afastou do abraço, fitando-me com
compaixão. Acariciou meu rosto e tentou sorrir.
— Eu sinto muito pelo que ele fez, AJ.
Nunca quis estar certa, passei tanto tempo dizendo
a mim mesma que era coisa da minha cabeça.
Depois do que houve comigo...
— O que aconteceu, Kim?
Ela também chorava, mas preocupou-se em
secar o rosto rapidamente.
— Não quero falar sobre isso. Tenho feito
um bom trabalho em fingir que não aconteceu.
Engoli em seco. Sabia o que ela quis dizer
com aquilo, pois fiz o mesmo nos últimos dois
anos.
— Adam mordia, arranhava e queimava
minhas costas com cigarro — confessei em um fio
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grosseira.
— Tem algo que eu preciso saber, não tem?
— Ela alcançou minhas mãos em cima da mesa da
cozinha e entrelaçamos os nossos dedos. — Desde
que você voltou de Manchester com o Neville,
percebi que ele tinha te perdoado... Nev sabe de
algo que eu não sei. Algo que o fez entender seu
comportamento naquela noite.
Assenti, mordendo os lábios trêmulos para
conter a intensidade do meu choro.
— Preciso saber, Hunt.
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— Ei, dorminhoca.
Ele estava sentado ao meu lado na cama e
sorria de um jeito que nunca vi antes. Sua
expressão terna e o olhar intenso me pegou
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desprevenida.
— Você veio. — Minha mão tocou a sua
quando Hunter acariciou meu rosto. Foi um gesto
tão suave, como se ele temesse que eu pudesse
quebrar.
— Queria ter vindo antes, mas foi um tanto
impossível.
— Imagino que sim. — Sentei-me na cama e
voltei a segurar sua mão, entrelaçando meus dedos
nos dele. — Aconteceu tudo tão rápido e...
Não consegui continuar, engoli o choro
porque estava cansada de me debulhar em lágrimas.
Eu queria me sentir bem e ter Hunter ali me
deixava em paz.
— Shh... — Ele chegou mais perto e beijou
minha testa, sem se afastar depois. — Pensei que
fosse te perder, nunca senti tanto medo antes. E eu
já tive muitos momentos apavorantes.
— Você me salvou, tem noção disso?
Hunter me encarou com certo espanto e
quando seus olhos brilharam pelo choro contido,
mesmo que os lábios estivessem trêmulos, percebi
a força com que ele tentava reprimir as emoções.
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ficaria bem.
— Eu não queria que a nossa história fosse
uma tragédia grega — disse Hunter, ainda abraçado
a mim.
— Nenhum de nós é herói ou um deus, Hunt.
Ele beijou meu pescoço e senti meu corpo
inteiro arrepiar.
— Mas o final foi quase funesto.
Afastei-me um pouco, apenas o suficiente
para que seu olhar encontrasse o meu.
— Aquele não foi o final. Não, pra mim. —
Umedeci os lábios outra vez.
— O que pretende fazer agora?
— Denunciei Adam, quero que ele seja
punido por tudo o que fez contra mim e minha
irmã.
— Kimberly? — Franziu a testa.
— Sim, mas não quero falar sobre isso agora.
— Segurei seu rosto entre minhas mãos, olhando-o
fixamente.
Eu queria beijá-lo, mas não conseguiria fazer
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— Eu sei... eu sei.
Meu pai estava escorado na parede, perto do
banheiro. Ele nos observava, um tanto receoso.
Acho que, talvez, estivesse pensando que eu não
fosse me despedir dele, então o peguei de surpresa
ao me virar e ir em sua direção.
— Hey, babe.
— Hey, papa. — Retirei o pendrive do bolso
e estendi para ele, com a palma da mão aberta. —
Eu quero que o senhor ouça a música. Tenho
certeza que muita gente adoraria ouvir essa banda
tocando nas rádios.
Ele pegou o pendrive e aproveitei a
oportunidade para puxá-lo, abraçando-o. Papai
soltou um longo suspiro e me ergueu do chão.
— Eu te amo, AJ.
— Também te amo, pai.
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e... especial.
Eu sabia que Amelia Janet Turner
permaneceria em meu coração por muito tempo,
talvez a vida toda. Mesmo que não ficássemos
juntos. Mesmo que ela viesse a se apaixonar por
outro cara, alguém que a valorizasse e percebesse
de primeira, o quanto era uma garota incrível e
então fizesse o impossível para dar a ela o mundo e
fazê-la feliz. Quanto a mim, talvez viesse a me
apaixonar outra vez e aceitasse o sentimento com
mais facilidade, sem me boicotar, sem ser um
babaca. Mas sempre teria Amy comigo, pois foi ela
quem me enxergou além dos espinhos, pois
segundo sua analogia, eu era um cacto. Havia força,
beleza e resistência no que muitos acreditavam ser
apenas uma planta que poderia machucar.
— Agora sim, um mural de fotos que vale a
pena ver — murmurou, sorrindo e me encarando
com os olhos brilhando de emoção.
Na parede onde ficava a cabeceira da minha
cama, no pequeno quarto que eu mantinha na casa
do vovô, havia diversas fotografias feita com a
Polaroid que Hanna me deu. Tinha foto dos ensaios
da banda, os caras cantando e tocando seus
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Amy.
— Mas eu ainda estou aqui, Hunt. —
Acariciou meu rosto e acabei fazendo o mesmo
com ela, sempre cuidadoso para não lhe causar dor.
— Acabou mesmo, não é? Nós dois. — Não
deu pra disfarçar a voz embargada.
Porra, eu ia chorar na frente dela!
Acho que nós dois choraríamos.
— Eu não posso lutar por você, agora. —
Seus lábios estavam trêmulos. — Me perdoe por
isso, mas tenho que lutar um pouco por mim,
enquanto ainda dá tempo de me salvar.
Beijei sua testa e a abracei, sentindo o calor
do seu corpo me causar frisson. Era involuntário.
Sabia que nada aconteceria entre nós ali, Amy
estava machucada e... não sei como eu reagiria
depois, sabendo que teria sido nossa última vez.
— Não há o que perdoar, Amy. O que eu
mais desejo no mundo é que você seja feliz de
verdade.
— Obrigada por abrir meus olhos, Hunter
Stevens.
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— Ah, Hunter...
— Na segunda vez me dei conta de que ela
finalmente tinha encontrado um jeito de conseguir
o pó sempre que quisesse. Eu só queria salvá-la!
Mas minha mãe viu em mim uma moeda de troca.
— Eu sinto muito.
Ele negou outra vez, ainda sem me olhar.
— Por duas vezes permiti que aquilo
acontecesse, mesmo sabendo que era errado e me
sentindo sujo... eu deixei. Mas quando entendi que
ela não ia parar, que aquele escroto voltaria mais
vezes e cobraria seu preço... eu disse não. Pensei
que ela entenderia, que se daria conta de como era
errado e nojento. Só que a verdade é que minha
mãe nunca se importou comigo, nem com Hanna.
Ah, merda! Hanna... então é por isso que...
Hunter cobriu o rosto com as duas mãos. Sua
respiração estava pesada e eu não sabia como agir,
não fazia ideia do que dizer ou se deveria tentar
acalentá-lo de alguma forma.
— O meu pai estava em uma de suas viagens
e a Hanna não tinha ido à escola porque pegou um
resfriado forte, ficou de cama. Eu acabei matando
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Não podíamos...
— Quase isso, doçura. Meu corpo queima de
dentro pra fora quando você me olha desse jeito,
Hunt. Mesmo que não esteja vendo, eu sinto.
— Amy... merda! — Fechei os olhos com
força e balancei a cabeça, tentando me livrar
daquele desejo inoportuno.
— Eu quero você. Nem que seja uma última
vez.
— Não quero te machucar. — Colei meu
corpo ao seu, deixando que ela percebesse o que
estava fazendo comigo.
— Tenho certeza que será cuidadoso. —
Ergueu quadril e segurou meu rosto entre as mãos,
roçando nossos lábios. — Só vem, Hunt.
Ah, porra! Eu fui.
levando-o ao peito.
— Eu não queria ser como meu pai, nem
sentir o que ele sentiu por ela... — Cheguei mais
perto e envolvi a mão dela que segurava o colar,
colocando-a em meu tórax, para que sentisse o
coração batendo. — Uma vez, você me disse que
não era minha mãe, nem eu o meu pai. E isso é
bom, não é?
— É sim, Hunt.
— Então estou fazendo a coisa certa,
entregando a você este colar. Porque meu coração e
meu amor, eles são seus, Amy.
— Por que está fazendo isso? Agindo como
se nunca mais fossemos nos ver de novo...
— O futuro é incerto, Amelia. Tudo o que
sei, é que agora nossos caminhos são diferentes. E
não vou esperar que eles se encontrem outra vez,
pra dizer o que sinto. Prefiro que vá embora
sabendo o quanto é importante pra mim.
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fim da banda.
Eu não era quem eles especulavam. Não
precisava provar nada a ninguém, além de mim
mesma. Depois de tudo o que passei, só queria
seguir minha vida e ser feliz, estava me esforçando
para isso.
Ao retornar a Los Angeles, comuniquei meus
pais que estava disposta a falar abertamente sobre o
que havia acontecido entre mim e Adam. Pensei
que se eu relatasse minha versão dos
acontecimentos, sem ninguém me representando, as
pessoas sanassem suas curiosidades e deixariam o
assunto de lado. Não que sentisse obrigação de me
explicar, mas queria saber se conseguiria falar
sobre o passado sem sentir culpa ou nojo de mim
mesma.
Antes disso acontecer, comecei a fazer
terapia. Hunter foi minha inspiração para essa
decisão.
Um dos motivos por eu ter decidido
denunciar Adam, foi o desejo de dar voz a outras
garotas que passaram ou ainda passavam por algo
semelhante. Com a morte dele, isso não aconteceu.
Muitos o pintaram como vilão, mas também fui
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imaginar.
Colei minha boca na sua, abraçando-o para
que Hunter entendesse que eu havia voltado para
ficar.
Porque ali era o meu lugar, mas acho que ele
já sabia.
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5 ANOS DEPOIS...
— Eu ainda acho que devíamos ter ido.
Eu a olhei como se estivesse me dizendo o
absurdo dos absurdos, o que de fato era. Pelo
menos para mim.
— Com você prestes a parir minha filha?
Nem pensar! — Revirei os olhos, sabendo que ia
deixá-la irritada.
— Ainda não está na hora, falta mais de uma
semana.
— E se ela estiver tão ansiosa para me
conhecer e decidir vir ao mundo antes? — Sorri,
daquele jeito que a deixava doida... de tesão.
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ao extremo.
E ela ainda queria ter ido ao evento! Nem
fodendo!
A Conect Six havia recebido um dos prêmios
especiais de reconhecimento, como sucesso global.
Ted.T, Sam e Dick haviam aproveitado a
oportunidade para revelar que a banda voltaria aos
palcos para uma turnê de despedida. O público
aplaudiu eufórico.
Mas a ansiedade da minha garota não era por
causa da banda de seu pai, mesmo que tivessem
feito as pazes há alguns anos.
— Ei, não fica nervosa O.K.? — Fiz carinho
em sua barriga e ela sorriu.
— É que eles merecem tanto!
A programação na Arena O2 já estava
terminando quando finalmente anunciaram as
nomeações que Amelia tanto aguardou.
— E o prêmio de Álbum Britânico do Ano,
vai para... Favorite Girl! Do The Troublemakers.
— Isso! — Comemorei de forma comedida,
para não incentivar Amy a se agitar efusivamente,
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FIM
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NOTA DA AUTORA
Obrigada a todos os leitores que aguardaram
pacientemente ou mega ansiosos por esta
sequência!
Foi difícil assimilar que a história de Hunter e
Amy estava mesmo chegando ao fim, eu acho que
minha demora foi um pouco pela dificuldade em
dizer adeus.
Aí cheguei a uma conclusão de que não é
realmente um fim, eu poderei vê-los mais vezes,
mesmo que em segundo plano. Afinal, ainda temos
alguns caras que precisam ter suas histórias
contadas, certo? Eu não posso simplesmente deixá-
los sem seus finais felizes. Lewis, Leon, Zach e
Neville são garotos incríveis. Também há duas
garotas que querem contar suas histórias. Kimberly
e Hanna pediram para serem ouvidas... me
prometeram que valeria a pena. Quem sou eu para
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duvidar delas?
Rosemeire Molan, Elaine Silva, Evelyn
Santana, Margareth Antequera e Bárbara Dameto:
parabéns por me aguentarem durante o processo de
escrita! Obrigada por estarem comigo nessa!
Até a próxima aventura ♥
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EVY MACIEL
Evy Maciel é gaúcha,
nascida em Osório-RS, no dia 5 de
abril de 1989. Escreveu seu primeiro
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[1]
Referência ao universo cinematográfico da MARVEL
COMICS, a franquia de filmes Vingadores.
[2]
Plot Twist: “Reviravolta de enredo”. É um termo
geralmente usado em livros, filmes, séries, quadrinhos e jogos
para descrever uma mudança radical na história, saindo
totalmente do esperado, pegando seu público de surpresa.
[3]
Trecho de música fictício, criado pela autora Evy Maciel.
[4]
Pub Irlandês.
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