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Leonardo Meira
Da Redação, com Rádio Vaticano (tradução de CN Notícias)
Frei Cantalamessa – A predisposição exterior é aquela de se dar um pouco mais de espaço de silêncio, de oração, de
contemplação. Os tempos fortes servem-nos também para isto: para produzir uma ruptura com o ritmo habitual da vida.
Não se pode certamente diminuir o compromisso, o trabalho, mas se pode diminuir o ruído da televisão e de outras
coisas, de tal forma que se possa entrar em um clima de maior silêncio, de maior interioridade. No fundo, contudo,
aquilo que decide é a abertura maior ou menor ao Espírito Santo, porque é o Espírito Santo a ser a presença viva de
Cristo. O Advento tem sentido enquanto revivemos a expectativa, a vinda de Cristo: mas quem torna Cristo presente na
Igreja, na história, é Ele, é o Espírito Santo. O Espírito Santo vem sobre Maria e o Espírito Santo, neste Tempo de
Advento, deveria vir sobre todos os cristãos. E ele vem. O importante é que seja desejado, esperado, porque, como diz
São Boaventura: "O Espírito Santo vai lá onde é esperado, desejado e amado".
RV – Uma expectativa que tem a duração de quatro semanas. Como se desenvolve o percurso litúrgico?
Frei Cantalamessa – Há, no interior do Advento, um caminho de aproximação que se intensifica. No início, por exemplo,
na liturgia, escuta-se, sobretudo, Isaías – textos de Isaías que anunciam o Advento da salvação de longe. Depois, nas
segunda e terceira semana, a figura central é João Batista, que é já o precursor e, portanto, nos aproximamos um
pouco mais. O último domingo do Advento é dominado pela figura de Maria que é, eu diria, a melhor companheira de
viagem durante o Advento, porque viveu este tempo como toda a mãe na iminência do parto: com uma interioridade,
uma intensidade, uma ternura particulares. Portanto, Maria pode ajudar-nos certamente a andar ao encontro de Cristo,
não de uma forma qualquer, sem amor, mas andar ao encontro de Cristo com o coração, mais ainda que com o tempo.