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O Sacerdote, homem do Espírito Santo

“Eu derramo sobre vós, meu Espírito de Amor, vou preencher seus corações,
os faço fortes, fiéis, os servos meus...”

Pela ordenação sacerdotal, o Sacerdote participa do tríplice munus sacerdotal de Cristo: é


ungido pelo Espírito Santo para ser no mundo sacerdote, profeta e rei.

A Santa Unção sacerdotal, eleva o homem escolhido por Deus, a uma dignidade sublime,
que nem aos anjos é concedida, e o faz portador de uma graça imerecida: além de o configurar ao
próprio Cristo Sacerdote, o confere o mesmo Espírito de Cristo. O Sacerdote se torna um Alter
Christi, e possui em si o Seu Espírito.

O mesmo Espírito com o qual o sacerdote é ungido e consagrado, é o Espírito que deve
possuí-lo. E é Ele, que deverá levar o sacerdote, durante a sua vida nesta terra, à uma verdadeira
conformação ao Cristo ao qual foi configurado pela ordenação.

Neste caminho de conformação ao Cristo Sacerdote, plasmado interiormente pelo Espírito, o


sacerdote deve refletir em si:

 a figura do póprio Cristo Bom Pastor em todos os seus atos, palavras e ações, sendo
portador de Sua Misericórdia e Caridade ardente pelos homens;

 a figura do próprio Cristo Crucificado, assumindo uma existência profundamente


eucarística, tornando-se alimento vivo para o mundo faminto de Deus;

 a figura do próprio Cristo Ressuscitado, sendo promotor da Sua paz e portador de


Seu Fogo de Amor derramado em Pentecostes; o mesmo Fogo que Cristo trouxe à terra e deseja
encontrar aceso.

Pelo Espírito Santo que possui em si, o Sacerdote deve ser um homem deste Espírito,
Apóstolo do Fogo de Pentecostes, porque este foi o desejo do próprio Senhor; e o sacerdote deve ser
o primeiro a realizá-lo, já que foi aos Apóstolos derramado e comunicado o Espírito Santo no dia de
Pentecostes.

O Sacerdote é o Apóstolo de hoje, ungido pelo Espírito para portar a Unção de Pentecostes a
todos os batizados, a todos os homens e mulheres dispersos pelo mundo inteiro.

Cristo é o Ungido do Pai, Homem pleno do Espírito, que por Ele foi conduzido em todos os
momentos de sua vida terrena; e como Outro Cristo, não deve ser também o sacerdote este homem
do Espírito? Homem possuído pelo Espírito Santo, que leva em si a unção sacerdotal do próprio
Cristo, para anunciar a boa nova a todos os homens, libertar os cativos, curar os enfermos,
reconduzir os que se encontram perdidos...
Possuidor do Espírito, o sacerdote deve deixar-se possuir por Ele, a fim de que não mais
viva por si, nem para si, mas por Cristo, nEle para Ele, pois onde o Espírito toca, Ele transforma.
No sacerdote, após a Ordenação, não é mais o homem que vive, mas Cristo nele a viver. E sua
existência deve refletir esse Cristo em todas as suas formas. Mas só o Espírito Santo pode realizar
esta transformação, senão o homem que foi revestido pelo sacerdócio de Cristo, recebendo em si,
Sua Vida, permanecerá aquilo que é!

Por isso o sacerdote deve ser um homem do Espírito, para que se torne assim, um homem
Cristificado, eucaristizado, uma hóstia sacerdotal, prisioneiro do mais puro amor, um holocausto
vivente, com Cristo e como Ele, perpetuando e atualizando em si Sua própria vida e missão.

Possuído pelo Espírito Santo, o sacerdote torna-se também portador deste Espírito, poderia
dizer: um Candelabro do Espírito Santo! Não tem como separar o sacerdote do Espírito Santo, pois
Ele é parte constitutiva de sua identidade. Identificado com Cristo, ele assume a Sua mesma vida e
o seu mesmo Espírito; uma mesma existência, uma mesma missão!

Jesus veio ao mundo para reconciliar-nos com o Pai. Ele foi o Amor do Pai encarnado, e
entregue por nós na Cruz. Na Cruz, o Amor se torna sacrifício vivo, imolado e entregue por amor
aos homens; o Amor se torna Eucaristia! Na Eucaristia, o Amor se faz presente, como em cada
sacerdote, para continuar a se dar aos homens. Tanto na Eucaristia, como no Sacerdote, o Amor
quer encontrar os corações, para inflamá-los de Si.

Já dizia a Beata Elena Guerra, que a Eucaristia é como a fornalha que mantém aceso o Fogo
que Jesus veio trazer à terra! . O Fogo é este Espírito Santo, aceso no coração do Sacerdote no dia
de sua ordenação, e que precisa ser nutrido pela Eucaristia: celebrada e adorada; Deste modo, o
coração do sacerdote se torna também uma fornalha ardente, uma eucaristia viva, um candelabro do
Espírito Santo, onde deve queimar dia e noite o óleo do mais puro Amor, portando e espalhando
sobre os corações suas centelhas, acendendo neles o Fogo divino; o mesmo Fogo que Jesus veio
trazer: o Espírito Santo, que é Amor. Amor que ainda é tão pouco conhecido, amado e adorado pelos
homens.

Deste modo, o Sacerdote deve ser um homem profundamente eucarístico, pois somente
alimentado por este Sacramento Salutar, que manterá aceso em Seu Coração o Fogo deste Espírito,
a fim de que Ele não se apague, é que ele poderá espalhar no mundo este Amor. Sem Eucaristia, este
Fogo não poderá se manter aceso..Sem Eucaristia, não existe Pentecostes!

Cada Sacerdote deve ser um sinal erguido no mundo, um verdadeiro candelabro, a iluminar
a todos os que jazem nas trevas, e a aquecer a geleira dos corações; deve ser um Hostensório
vivente, uma Fornalha viva de Amor, que irradie o Fogo de Pentecostes por toda a terra,
inaugurando o início de uma nova Cultura, que instaure no mundo uma Nova Civilização do Amor.

Assim cremos e desejamos! Sacerdotes santos pelo Espírito Santo, que incendiados pelo
Fogo do divino Paráclito, incendeiem a humanidade inteira... “pois somente um santo sacerdote
pode fazer santo o seu povo”! (S. Cura d'Ars)
Disse Jesus um dia a uma religiosa, a Venerável Louise de La Touche, falando dos
sacerdotes: como há 2011 anos atrás, ele pôde renovar o mundo com doze homens – eles eram
sacerdotes - hoje também ele poderia renovar o mundo com doze sacerdotes... mas eles devem ser
sacerdotes santos!

À Venerável Conchita do México, o Senhor também disse que desejaria voltar ao mundo
nos seus sacerdotes. Desejaria renovar o mundo, revelando-se neles e dar um forte impulso à Sua
Igreja, derramando o Espírito Santo sobre os seus sacerdotes como num novo Pentecostes.

A Igreja e o mundo necessitam de um Novo Pentecostes, um Pentecostes sacerdotal,


interior, dizia Jesus à Conchita!

Podemos nos perguntar: Onde estão estes homens que deverão hoje renovar o mundo,
acendendo nele o Fogo de Pentecostes?

Será que quando Jesus voltar, encontrará este fogo aceso?

Por eles roguemos e por eles nos consagremos!!! A fim de que o desejo do Senhor se
cumpra na Igreja e no mundo através dos seus sacerdotes!

Madre Viviane do Sagrado Coração de Jesus, Ob.C.

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