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Começando a filosofar

Pois bem, você já viu que cada vez um repetidor das idéias comuns, ou da
que pára e reflete está filosofando. Mas idéia de alguém.
de agora em diante, comece a fazer isso Sua reflexão deve ser séria, sem
com mais consciência. Utilize perguntas interesses e ter lógica. Não force o
desse gênero: Como? Porque? Para resultado apenas para dizer que estava
quê? E depois? Será? Até quando? certo. Observe tudo, todos os detalhes.
Não faça as perguntas esperando Quando tiver oportunidade
que as respostas venham por mágica. compartilhe com outras pessoas as suas
Formule suas próprias soluções, idéias e saiba ouvir as idéias delas.
pesquise, investigue, observe, ouça, Dessa forma ambos ampliarão seus
analise. conhecimentos e novas percepções do
Pense por você mesmo, com mundo irão surgir.
profundidade e originalidade. Não seja

O segredo do casco da tartaruga


Logo que aprendeu tartarugas. Seu pai que carregavam a casa
a ler, o menino lembrou que aprender a nas costas.
começou a fazer ler nos livros era só o O menino foi
descobertas. Um dia começo. Com o tempo, crescendo e se tornou
estava folheando um o filho poderia observar especialista em
livro e encontrou a os olhos de um amigo tartarugas. Sabia
palavra “réptil”. para ver se neles distinguir uma
Procurou no dicionário brilhava a felicidade. adolescente de uma
e se surpreendeu com o Ou tocar as mãos de um adulta e conhecia como
significado: animal que homem do campo para ninguém a desova das
se arrasta. Pensava que conhecer seus espécies marinhas no
réptil tinha a ver com sofrimentos. litoral. Mas também
rapidez e era justamente Mas o menino, descobriu que, assim
o contrário. o pai riu do curioso, queria mesmo como procurava o
seu espanto e disse que era saber qual o segredo segredo da vida no
as tartarugas também da vida. Por isso, casco das tartarugas,
eram répteis. Aliás, uma começou a se interessar outras pessoas
lenda chinesa afirmava pela vida das tartarugas. buscavam a mesma
que Deus escrevera o Quanto mais estudava, coisa em lugares
segredo da vida no mais o menino se diferentes: no pulsar das
casco de uma tartaruga. convencia de que estrelas, no canto dos
O menino gostou de realmente poderia pássaros, no silêncio
saber que Deus descobrir a escrita de dos olhares, no cheiro
escrevera o segredo da Deus naquelas criaturas dos ventos, nas linhas
vida no casco das das mãos, no fim do
arco-íris. Tudo ao
redor pode ser lido,
sorriu ele, lembrando-se
das palavras de seu pai.
E só o tempo, como
professor que pega na
mão do aluno, ensinava
essa lição, enquanto as
pessoas iam fazendo
suas descobertas bem
devagarinho – como as
tartarugas. Talvez
estivesse aí o segredo
(...).
CARRASCOZA, 2005.

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