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Potes, cones, tampas, canudos, retalhos, caixas, latas, papéis de todo tipo. Materiais
não estruturados abrem caminhos para o mundo da fantasia, da imaginação e da criatividade.
A criança apresenta uma imensa capacidade de criar e recriar. Ao se deparar com um cadarço,
por exemplo, este pode se tornar uma cobra assustadora. O desejo da criança transforma o
significado do objeto.
Utilizamos a linguagem para expressar nossos sentimentos e compreender o mundo à
nossa volta. Se entendermos o brincar como forma de linguagem, compreendemos que os
momentos de brincadeira são essenciais para o bem-estar e crescimento da criança e que
quanto mais forma ela puder dar as suas vontades, melhor será o seu protagonismo.
Ao brincar, a criança desenvolve o domínio linguístico, a imaginação e a criatividade,
criando objetos, personagens (que podem ser pessoas, animais ou coisas), cenários e diversas
histórias. Por meio da brincadeira, a criança constrói a relação com os seus pares e
compreende os seus desejos. A brincadeira traz sensações agradáveis, que chegam ao cérebro
de forma prazerosa, facilitando a consolidação do aprendizado.
O professor tem a responsabilidade de ofertar momentos com espaços e materiais
diversos, que estimulem a criança a desenvolver a imaginação e criatividade, contribuindo
para o seu crescimento a nível cognitivo, físico e social e para que o seu processo de ensino e
aprendizagem ocorram.
Incentivar o hábito da leitura desde a Educação Infantil é essencial. O ato de aprender
a ler abre caminhos para novas descobertas e possibilidades. A interação com os livros
contribui para o desenvolvimento intelectual, psicomotor e cognitivo da criança, auxilia para a
melhoria da fala e do rendimento escolar, incentiva a imaginação e favorece a aquisição da
cultura.
Como despertar nas crianças o interesse pela leitura como estímulo para brincadeiras
interativas? A criança observa o adulto em tudo o que faz. Quando ela vê no adulto o interesse
pelos livros, sente-se atraída para o mundo da leitura. Propor momentos na rotina que incluam
atividades que incentivem a leitura de forma dinâmica, despertam o interesse e a curiosidade
da criança.
O livro fica o final de semana todinho com a criança em sua casa. Junto, levam um
diário de aventuras, no qual registram como foi esse momento de leitura e imaginação junto
aos seus familiares. No início da semana, ao retornarem para a escola, cada criança
compartilha sua experiência com a turma, que através da imaginação, viaja na história junto
com o colega.
Um dos livros preferidos dessa turma é o livro O homem que amava caixas. Esse livro
tornou-se queridinho após uma leitura deleite realizada pela professora. Ao finalizar a leitura,
as crianças encontraram no parque uma grande quantidade de caixas de papelão e
imediatamente começaram a imaginar diversas brincadeiras.
Figura 3 - Papel, papelzinho, papelão
Fonte - Acervo pessoal
Após muito esforço, já cansados de tanto remar, o navio atracou numa ilha. Com
muito medo, foram descendo do barco com o olhar atento a tudo que estava ao redor.
Poderiam lobos e leões famintos naquele lugar! Era necessário ter cuidado!
De repente, imersos no mundo fantasioso que criaram, as crianças encontraram um
grupo de crianças perdidas, que haviam se desviado da trilha e não conseguiam retornar para
suas famílias. Começaram então a se perguntar como poderiam se proteger, visto que a noite
estava chegando e os animais mais ferozes poderiam atacá-los! De longe, avistaram outras
caixas que rapidamente se transformaram numa cabana. Uau! Ficou incrível, não é mesmo?
Perdidas na ilha, as crianças começaram a procurar por elementos que poderiam ajudá-
las a se protegerem do frio e dos animais selvagens que viviam por ali.
Havia nesse espaço uma quantidade grande de caixas de papelão que foram utilizadas
para a construção de cabana, mesa, sofá, cama, berço para os bebês, panela, comida, pratos…
quanta coisa foi feita em poucos minutos!
Figura 6 - As caixas de papelão estimulando a criatividade
Fonte - Acervo pessoal
Depois de muita brincadeira, era preciso elaborar um plano de fuga! Precisariam voltar
para casa. Mas como? Mais uma vez as caixas deram espaço para a imaginação e vários botes
surgiram. O céu estava lindo e a brisa soprava suavemente. Ao colocarem seus botes nas
águas, o vento foi soprando e os levou de volta para casa.