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Polícia Civil do Estado do Tocantins Avenida NS 04, Quadra ARSE 31, Lotes 01

Superintendência da Polícia Científica e 02, Plano Diretor sul CEP: 77.021-024


DIRETORIA DE MEDICINA LEGAL imlpalmas@ssp.to.gov.br
(63) 3218-6840
SEÇÃO ESPECIALIZADA DE AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA

LAUDO PSICOLÓGICO
Nº 2023.0005846

NATUREZA DO EXAME Avaliação Psicológica Pericial com enfoque


PERICIAL: vitimológico

Nº PROTOCOLO: 81762- ANGLA MARIA ALVES CRU

LOCAL DO EXAME: SEÇÃO ESPECIALIZADA DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA


IML TO E CENTRO INTEGRADO 18 DE MAIO

REQUISITANTE: Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher -


Palmas
Requisição de Exame Pericial S/N

PROCEDIMENTO: BO 35414/2023

PSICOLÓGICO: Marina Pinto Komka CRP 23/634

DESTINATÁRIO: Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher -


Palmas

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LAUDO PSICOLÓGICO PERICIAL

I. PREÂMBULO

Aos 06 de Maio de 2023, na cidade de Palmas-TO, foi a Psicóloga Marina Pinto Komka,
CRP 23/634, designada pelo(a) Diretor(a) Dr(a) Eduardo Henrique Vital Godinho para
proceder o(a) Avaliação Psicológica Pericial, a fim de atender à requisição do(a)
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher - Palmas, realizada através do(a)
Requisição de Exame Pericial S/N, devendo o laudo ser remetido à Delegacia
Especializada de Atendimento à Mulher - Palmas, descrevendo com verdade todas as
circunstâncias que encontrar, a fim de esclarecer tudo o que possa interessar.

II. IDENTIFICAÇÃO

DADOS: EXAME PSICOLÓGICO: 81762


PERICIADA: ANGLA MARIA ALVES CRUZ
DATA NASCIMENTO: 02/03/1986 NATURAL: ANANAS UF: TO
NACIONALIDADE: Brasileira SEXO: F CÚTIS: Parda ESTADO CIVIL: União Estável
OCUPAÇÃO: Motorista ESCOLARIDADE: Não informado
RG NÚMERO: 759.130 ÓRGÃO EXPEDIDOR: SSP/TO
DATA EXPEDIÇÃO: null
PAI: Vicente Evarista Cruz
MÃE: Maria Julia Alves Cruz
ENDEREÇO: Residencial Mirante, QD 04, Lt 01
NÚMERO: COMPLEMENTO: Sonho Meu
MUNICÍPIO: PALMAS ESTADO: TO

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III. DESCRIÇÃO DA DEMANDA

Este Laudo decorre de Avaliação Psicológica pericial realizada a partir da Requisição de


Exame Pericial, para subsidiar o trabalho da autoridade Policial, conforme descrito no item
Preâmbulo e considerando a versão adiante apresentada.
IV. PROCEDIMENTOS

Para a elaboração do Laudo Psicológico foi realizada uma entrevista forense


(Protocolo Brasileiro de Entrevista Forense) assim como avaliação psicológica pericial
com a periciada em 06 de maio de 2023. A avaliação consistiu em entrevista psicológica
breve, observação, diagnóstico situacional, identificação da presença de transtornos ou
deficiências que podem influenciar o comportamento e o psiquismo, exame psíquico,
análise da repercussão dos fatos no psiquismo da suposta vítima e sintomatologia
apresentada. “A entrevista é um campo de trabalho no qual se investiga a conduta e a
personalidade de seres humanos” (BLEGER, 2001, p.21)1. Durante a entrevista pode-se
observar a aparência física, o comportamento verbal e não verbal, indicadores de tensão
e ansiedade e as reações emocionais do examinando. No caso de entrevistas com
crianças no contexto forense a entrevista com vistas à descrição pormenorizada da
experiência vivida, deve agregar ainda outros aspectos tais como, a suficiente proteção
do entrevistado, proporcionando espontaneidade, precisão e integridade do seu relato,
buscando-os com métodos e técnicas adequadas à cada uma das fases da infância
(PEIXOTO, RIBEIRO, RIBEIRO & ALMEIDA, 2014)2.

Foram fornecidos os seguintes elementos documentais: Requisição de Exame


Pericial – Psicológico e Social e cópia de documento de identificação. Por não apresentar
quesitos, a entrevista teve como objetivo principal obter o relato da periciada com relação
à situação de suposta violência sofrida, assim como condição psíquica e social envolvida.
IV. ANÁLISE

Versão da periciada à Psicóloga:


1 BLEGER, J.. Temas de psicologia: entrevistas e grupos. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

2 PEIXOTO, C. E., FERNANDES, R. V., ALMEIDA, T. S., SILVA, J. M., LA ROOY, D., RIBEIRO, C., ...LAMB, M. E. (2017). Interviews
of Children in a Portuguese Special Judicial Procedure. Behavioral Sciences & the Law, 35(3),189-203. doi: 10.1002/bsl.2284. Acesso
em 9 agosto 2019. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/bsl.2284?
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Eu já vinha um tempo tentando sair da relação, tentando sair. (...) Eu sabia que ele não
daria conta de cuidar de mim, meninas e da casa, em abril do ano passado- que eu
estava operada, e não queria me estressar. Eu paguei por 45 dias uma funcionaria, ele
não ajudou a pagar. E quando ela saia ele só reclamava. Em junho do ano passado eu
pedi pra separar. Eu sempre trabalhei muito, tenho viveiro, já trabalhei com vendas.
Sempre trabalhei muito e a gente não tinha lazer, nem viagens. (…) A minha rotina era a
mesma que a dele, e eu fazia tudo a mais que ele, cuidar das meninas e tudo. E a maior
fonte de renda da casa era minha. Ele não aceitava a separação. Começou a me
humilhar, falar muita coisa, depois dizia que queria me fazer rainha depois de 20 anos.
Até que eu tive que sair de casa, dia 20 (abril 2023). Não pretendo voltar. Ele não queria
sair da casa. Ficamos morando separados, ele não saia e não queria que eu saísse.

Sobre provável violência patrimonial: “Ele não deixou eu tirar minhas coisas dentro de
casa, nada de fogão e geladeira, nada. Nem minhas panelas, somente a cama. Minhas
roupas ainda não foram todas. Ele impediu que eu fosse na casa e minha amiga vai aos
poucos retirar. Meu viveiro e minhas plantas estão morrendo. (…) O carro que a gente
tem fui eu que tive a iniciativa de comprar. Tudo ele dizia não. Ele não queria que eu
terminasse os estudos quando estava grávida. Fui pra faculdade contra a vontade dele,
trabalhei depois contra a vontade dele. Tudo pra ele era não, ele não queria que eu
desenvolvesse. E eu sempre trabalhei desde muito nova e ele nunca me deu uma
calcinha. (…) Ele chegou a me chamar de interesseira. (…) Hoje eu vejo que ele não me
apoiava em nada e no meu crescimento pessoal. No dia da primeira audiência ele disse
que ia me deixar na lama. E quando eu fui pegar a rota dele de motorista ele disse que eu
ia ver bem com quem ele estava mexendo. (...)

Sobre violência moral e difamação disse: “Ele começou a dizer que eu estava me
prostituindo com meus clientes que compravam coisas de mim. Tanto que ele foi na casa
de cinco clientes falar coisas de mim. Ele disse que ele iria na justiça vasculhar minha
conta bancaria. Ele falava essas coisas na frente das minhas filhas. Ele começou a fazer
isso depois do pedido de separação. Ele tem ciúmes demais, tenho a amigos, e clientes
e ele nunca gostou de eu receber pessoas em casa.

Sobre as filhas, menores de idade, terem presenciado violência moral contra a


genitora afirmou: “ Essa questão de dizer que eu era cachorra, vagabunda e me
prostitui. A menor, viu, a maior também. Todas viram. (…) Minha filha do meio interferiu,
pediu para ele parar de me xingar. Ele me colocou contra as minhas filhas. Ele sempre
foi o certo e sempre teve razão e eu nunca tive. (...) Ele me denegriu para os outros,
minhas filhas, depois de tudo e diz que me ama? E ainda diz que vai me fazer uma
princesa. Não dá pra entender. (…) Eu queria ter resolvido tudo amigavelmente, fiz de

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tudo pra preservar minhas filhas e ele não está poupando nada, diz tudo, fala que eu fui
na delegacia, ele não poupa elas. Elas falaram que ele está estressado em casa e
xingando. Também fico preocupada com as minhas filhas lá. (…) E no momento eu
também quero minhas filhas comigo.”

Sobre exemplos de comportamento persecutório do ex esposo manifestou: “(…)


Essa questão de perseguição é que ele tem ido atrás dos meus clientes, ir no meu
trabalho pra me prejudicar. Ele sai de casa hoje, bebe e fica lá falando mais de mim para
outras pessoas do meu convívio. Dizendo que eu estou me prostituindo, que os caras
pagam pra ficar comigo e esses tipos de coisas (…) Ah, e ele ligou para a minha
psicóloga pedindo um laudo dizendo que eu estou louca e ele quer me internar, que quer
laudo psicológico e psiquiátrico, que eu sou louca. Ele me deu já tantos homens que ele
chegou a querer me obrigar a falar que eu sou compulsiva por sexo. (…)”

Sobre seus sentimentos expôs: Eu estou me sentindo um lixo, tinha a casa dos meus
sonhos, mobiliei, planejei meus armários planejados e agora tenho que recomeçar tudo
sem nada. Ele não deixou eu levar nada. De outro lado estou me sentindo aliviada.
Porque ele também me impedia de ter lazer. Doer ,doí, minhas plantas morrendo, eu em
uma casa que não cabe as coisas. (…)Ele tinha ciúmes obsessivo de eu acordar de
madrugada e pegar ele vasculhando meu celular. Ele já chegou te a proibir minha família
de ir na casa, por ciúmes de eu receber pessoas. (...) Começou a me impedir de levar e
buscar meninas na escola, dificultando. Diz que eu as meninas não podem ficar comigo
porque estou sem carro. (…) Eu pedi medida protetiva. E eu fui a delegacia porque a
gente, as vezes pensa que conhece as pessoas, mas, a gente não conhece. Tentava
amigavelmente, mas ele não deixava eu sair da casa, que separação é essa? E ainda
assim dele ir atrás dos meus clientes e ir pra bares me difamando. (…)

Histórico da periciada

Antecedentes pessoais e de saúde: Nascida em Ananais, reside na cidade de Palmas


desde Janeiro de 2001. A periciada relatou boa saúde geral. Nega uso de medicamentos.
Realiza acompanhamento psicológico há 02 anos.

Antecedentes familiares: A periciada iniciou um relacionamento aos 13 anos com José


Alberto Dos Santos Nascimento (46 anos, motorista de ônibus) . O casal vive junto desde
quando a periciada tinha 18 anos, possuem 3 filhos. O casal está separado. Entrada de
dissolução de união estável na defensoria em outubro de 22. O companheiro não aceitava
o fim do relacionamento. A periciada saiu da residência somente no dia 20 de abril de

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2023. No momento reside sozinha em local alugado. As filhas - Lorenna Alves Nascimento
(18 anos, estudante universitária), Larissy A. Nascimento (16 anos, estudante) e Letycia
(08 anos, estudante)-estão residindo com o genitor.

Antecedentes psicossociais: A periciada possui trabalho formal de motorista de ônibus, e


trabalho informal de viveiro e vendas. Escolaridade: ensino médio completo. O ex casal
possui o mesmo rendimento e trabalham na mesma empresa. A antiga casa do casal foi
construída ao longo dos anos de convivência- possuem carro, moto e lotes. Rede de
apoio: amiga Maria de Jesus (46 anos). Lazer: viveiro de plantas (rosa do deserto).

Exame Psíquico

A periciada compareceu a este instituto com a aparência pessoal e hábitos


higiênicos adequados. Apresentou fluência verbal, clareza e objetividade no relato. Foram
observados traços claros de consciência, bem como boa orientação temporal e espacial.
A memória de fixação não manifestou alterações, assim como a evocação das
lembranças que estava preservada. Quanto ao pensamento notou-se clareza de ideias,
além de coerência no curso do raciocínio e conversação. Durante entrevista a periciada
não apresentou alterações psicossensoriais e não foi identificada alteração formal do
raciocínio ou formação de juízos extravagantes de tipo delirante. A periciada, no
momento, não demonstrou limitações de ordem psíquica que a impedisse de emitir um
relato válido.
A periciada iniciou seu contato com a equipe denotando humor estável. Foi
cooperativa com a equipe. Evidenciou sentimento de preocupação, sentimento de
humilhação, constrangimento social e tristeza. A periciada declarou ter vivenciado
contexto de difamação e coação- vivenciadas a partir do momento que teria pedido a
separação. Ainda relatou comportamentos persecutórios e perdas patrimoniais. Afirmou
vivência de diferentes situações de violência moral por parte do ex companheiro, inclusive
diante das filhas. A periciada fez declarações atuais compatíveis com um contexto de
“stalking”, violência patrimonial, violência moral e consequentemente violência
psicológica. Sendo violência psicológica conceituada como: "Qualquer conduta que lhe
cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o
pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe
cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação" (Brasil 2001).

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V. CONCLUSÃO

Diante das informações colhidas e analisadas, podem-se fazer as seguintes


considerações psicológica-forenses: A periciada apresentou fluência verbal, clareza e
objetividade no relato. A periciada iniciou seu contato com a equipe denotando humor
estável. Manifestou sentimento de preocupação, sentimento de humilhação,
constrangimento social e tristeza. A periciada declarou ter vivenciado contexto de
difamação e coação- vivenciadas a partir do momento que teria pedido a separação.
Ainda relatou comportamentos persecutórios e perdas patrimoniais. Afirmou vivência de
diferentes situações de violência moral por parte do ex companheiro, inclusive diante das
filhas. O relato aqui descrito, assim como o afeto demonstrado pela periciada durante
entrevista, contém elementos que dão indícios que a periciada pode estar inserida em um
contexto de violência doméstica contra a mulher: “stalking”, violência patrimonial, violência
moral e consequentemente violência psicológica.

A entrevista devolutiva não foi possível em razão desta avaliação servir a inquérito
policial. Estas informações foram prestadas, bem como as informações quanto aos prazos
de entrega deste documento que é remetido para autoridade requerente.
Este documento não deverá ser utilizado para finalidade diferente da descrita no item
Identificação. As referências bibliográficas constam em nota de rodapé.

Não foram apresentados quesitos no momento da perícia.

E, nada mais havendo a relatar, lavrou-se este Laudo que vai devidamente assinado.
Laudo concluído e assinado no dia 18 de maio de 2023.

Marina Pinto Komka


CRP-TO 23/00634
Psicóloga Oficial IML- matrícula 1276042-1
Psicóloga Forense.
Especialista em Perícia Criminal e Ciências Forenses.
Especialista em Neuropsicologia

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