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MAIS QUE O ESTUDO DIRIGIDO ENTREGO, AQUI, LE SCÉNARIO DU

ESTUDO DIRIGIDO. A ARQUEOLOGIA DE SUA ORIGEM FEITA A PARTIR


DE ECOS DA SUA MATERIALIZAÇÃO.

Em um dos capítulos assinados por Jean-Claude Carrière do livro Prática do Roteiro


Cinematográfico, intitulado Da “escrita” propriamente dita, o autor vai, adotando a
forma livre de tópicos e notas, discursar sobre dez pontos que, creio eu, podem ser
agrupados em três macro grupos: a natureza do roteirista, do processo de roteirização
e da narrativa. Partindo de um formato semelhante, mas aplicado a essa estrutura
trigonal, irei, neste estudo dirigido, comentar os ensinamentos passados adiante pelo
roteirista francês.

DA NATUREZA DO ROTEIRISTA

De certa forma, o roteirista é um espelho do próprio roteiro. A dramaturgia - uso, aqui,


com descaso, o termo no seu sentido mais “popular”, a contragosto do autor - é
matéria viva e mutável. O texto nasce com data de óbito definida e destinado a
poucos. Sua vida é um processo de metamorfose em direção ao filme. Páginas são
cortadas, cenas reimaginadas e palavras realocadas em prol do produto final, a
imagem filme. E assim deve ser o roteirista. Desenraizado, desapegado, adaptável,
maleável, dinâmico, altruísta. Muitas decisões tomadas ao longo da produção de um
filme vêm de cima, de autoridades superiores, por vezes tiranas, e são incontroláveis.
Se o roteirista mantém-se apegado ao seu trabalho e à ideia de sua autoria, como
costumam ser os romancistas, aos poucos, ele terá seus sentimentos esvaziados, sua
criatividade minada e sua técnica enferrujada. Shakespeare é erguido como um
estandarte. “(...) homem onipresente de quem se ignora tudo, voz que significa todas
as vozes.” Se a indústria fordiana que é Hollywood exige cada vez mais a
especialização, em busca de engrenagens pormenorizadas no organismo cósmico
capitalista, o roteirista navega no caminho contrário. Ele lê, vê e escuta tudo. Um dia
ele pode estar escrevendo um sci-fi sobre uma invasão alienígena e, no outro, um
drama histórico ambientado no império bizantino. Não há espaço para que o trabalho
dependa de um investimento pessoal com o tema.

DO PROCESSO DE ROTEIRIZAÇÃO

*A busca (Philosophy of Composition, de Edgar Allan Poe, a cruzada anti literária e


regras (aqui entra a crítica a respeito do espectador moderno e a ingenuidade de
Carrière a respeito do sucesso das fórmulas e a natureza do mercado)

DA NARRATIVA
*O repasse de ensinamentos

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