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AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

CÂNTICOS DE
OSSAIM, AMOR!
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

CÂNTICOS DE
OSSAIM, AMOR!

Natal, 2020
Presidente da República
Jair Messias Bolsonaro
Ministro da Educação
Abraham Weintraub
Secretário de Educação Profissional e Tecnológica
Ariosto Antunes Culau

Reitor
Wyllys Abel Farkatt Tabosa
Pró-Reitor de Pesquisa e Inovação
INSTITUTO FEDERAL Márcio Adriano de Azevedo
Rio Grande do Norte
Coordenadora da Editora IFRN
Kadydja Karla Nascimento Chagas

Conselho Editorial
Conselho Editorial

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Rebeka Caroca Seixas
Emiliana Souza Soares
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Projeto Gráfico, Diagramação e Capa Prefixo editorial: Editora IFRN


Charles Bamam Medeiros de Souza Linha Editorial: Cultural potiguar
Disponível para download em:
Revisão Linguística
http://memoria.ifrn.edu.br
Sayara de Medeiros Xavier

Contato
Endereço: Rua Dr. Nilo Bezerra Ramalho, 1692, Tirol.
CEP: 59015-300, Natal-RN.
Fone: (84) 4005-0763 l E-mail: editora@ifrn.edu.br
Os textos assinados, no que diz respeito tanto à linguagem quanto ao conteúdo, não
refletem necessariamente a opinião do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte.
As opiniões são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.
É permitida a reprodução total ou parcial desde que citada a fonte.

Oliveira, Amanda Ionara Farias de.


O49c Cânticos de Ossaim, amor! / Amanda Ionara Farias de Oliveira;
projeto gráfico, diagramação e capa Charles Bamam Medeiros de
Souza; revisão textual Sayara de Medeiros Xavier – Natal: IFRN,
2019.
80 p. : il.

ISBN: 978-65-86293-32-6

1. Literatura brasileira – Poesia. 2. Poesia – Cânticos. 3. Poesia


– Cultura africana. 4. Poesia – Natureza. I. Oliveira, Amanda Ionara
Farias de. II. Título.

CDU 82-1

Catalogação da publicação na fonte elaborada pela Bibliotecária


Patrícia da Silva Souza Martins – CRB: 15/502

Esta obra foi submetida e selecionada por meio de edital específico para publicação pela Editora IFRN,
tendo sido analisada por pares no processo de editoração científica.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

PARTE 1 - CARTAS TROCADAS


SIRVA-SE À VONTADE! 11
30.05.2019 12
(31/05/2019) 13
31.05.2019 14
AMOR DÓI NO CORAÇÃO! 15
MOMENTOS, OSSAIM! 16
01.06.2019 17
SONETOS DE AMOR, OSSAIM. 18
FIM 20

PARTE 2 - DIÁLOGOS
01.06.2019 23
OSSAIM? 24
? 25
CIÊNCIA DA OBSERVAÇÃO 27
SONETO DE AMOR 29
DEVIAS ESTAR AQUI! 30
COLONIZAÇÃO? 31
AVAL 32
PIMENTA 33
PALMEIRAS DE PINDORAMA 34
BANANEIRAS 35
PAU-BRASIL 36
MANGUEIRA 38
IMBUIA, EU CADEIRA. 40

PARTE 3 - PLANETA ÁGUA


02.06.2019 43
FITOPLÂNCTONS 45
GERANDO 46
LEMBRANÇAS 47
VITÓRIA-RÉGIA 48

PARTE 4 - RECEITUÁRIO
CHÁ DE ALHO E CEBOLA 51
BANHO DE FOLHA MANGUEIRA 52
ERVA-CIDREIRA CHÁ 53
BÁLSAMO DA AMAZÔNIA 54
RABO DE LAGARTO 56
CAPIM SANTO 57
LÍNGUA DE SAPO, ERVA DE JABOTI 58
LIMÃO 59
JUREMA 60

PARTE 5 - MENSAGEIROS
PASSARINHOS 63
PARDAL 64
BEM-TE-VI 65
FALCÃO 66
ROLINHA 67
SANHAÇO 68
BEIJA-FLOR 69
URUBU 70
DA CORUJA 71
REPTÉIS 72

PARTE 6 - MARGINAIS
FUMO 75
MARIA JOANA 76
MORINGA 77
RAINHA 78
EXPLANAÇÃO 79
INTRODUÇÃO

Cânticos de Ossaim, amor! perpassa a cultura popular me-


diada pela fé e ancestralidade do Ser Humano em harmonia e
contato com os seres vivos vegetais e também animais. A sabedo-
ria do Ser Vegetal dialoga conosco através de sua existência e im-
portância fundamental para o nosso corpo material e espiritual,
transcendendo a essência.
Ossaim é a mata! É a árvore com raízes, galhos e folhas
fincadas ao solo terra e marítimo também. Nos rios banha-se e
enamora-se em terras da Orixá Oxum. Orixá é, para as culturas
descendentes e compartilhadas com a origem dos solos africanos,
a própria natureza! Dessa forma, são seres espirituais apresenta-
dos em formas específicas da origem material no planeta Terra.
Por isso cara leitora e caro leitor, em Cânticos de Ossaim,
pode-se tecer o pensamento com as identificações de outros Ori-
xás, além de Ossaim, ser que é a própria filosofia e a própria vida
das plantas. É possível ler Ossaim em cada folha deste livro, bem
como senti-lo e apreciar a sua presença e fala.
O livro entende-se por partes, contendo a introdução e
em seguida partes componentes dos cânticos de Ossaim, sendo
elas: parte 1, cartas trocadas entre Ossaim e a Humanidade; parte
2, diálogos internos e externos de Ossaim; parte 3, Planeta Água
onde habita Ossaim em formas iguais e pouco diferentes do Pla-
neta Terra; parte 4, receituário das plantas para amenização das
dores do Ser Humano; parte 5, mensageiros das plantas para com
todos os seres vivos no ambiente e, por fim; a parte 6 que compõe
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

as plantas tidas pelas legislações dos Estados como perigosas, tor-


nando-se assim, proibidas e criminalizadas para toda a sociedade.
Qual o sentido? Diz-nos o Orixá.

oa leitura!

9
PARTE 1

CARTAS
TROCADAS
SIRVA-SE À VONTADE!

A cor me atravessa, Ossaim.


Teus movimentos não voltam vazios.
Te sirvo.
Me serves.
Justa medida?
Que te alimenta que me alimenta também?
Ossaim,
na bandeja me serves,
miúdas batatas redondas
cortadas,
temperadas,
que gosto maravilhoso
de provar.
Obrigada,
querido Orixá.
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

30.05.2019

Tuas imagens, Ossaim ...


Recortes de luzes outrora
Longínquas e perto
Camuflam-se no fim.

Se pensas assim, Ossaim ...


Explicas a imagem,
Decifro-te em mim.

Mas outros, que vêm?


Enlaces Marfim.
Sonetos de amor.
Amor?
Amor. Guerra
de Ossaim.

12
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

(31/05/2019)

Folhas e galhos aparecem em mim


Folhas soltas, galhos afincos
No meio do caminho.

Que dizem os olhos de plantas


Que foram arrancados de mim?
Encontro-os na Terra, fertilidade a voar.

Folhas simples. Agrupadas.


Tens o limbo circular,
Prontos para nos redemoinhos de vento,
Na Terra pousar.

Sonetos de amor, Ossaim


Árvores sem folhas,
Em Terra,
miúdos galhos afim.

13
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

31.05.2019

Folhinha de aroeira
Na beira da sandália.
Assim que acordava
Como a folha voava,
Depois que saiu do galho.

Ossaim brincava
Temia os encantos do Universo –
Adverso, inverso
Reverso, verso.

Sonetos de Ossaim, amor.

14
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

AMOR DÓI NO CORAÇÃO!

Ossaim, tua árvore


Por vezes arrancada
Foi sim.
Pequena e média,
Com vida enfim.

Raízes tua, sem pernas


Ficaram
No solo em que nasces
Teus pés me fixaram.

Quando grande estás


Com galhos mui grossos,
Raiz bem fincada
Na Terra fluíram,
Misturaram-se às minerações
Por fim.

Não te arrancam, madura –


Só serram – que fim.
Metade sem corpo
Raiz de Ossaim.
Sonetos de amor,
Feito por mim.

15
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

MOMENTOS, OSSAIM!

Se encontra em mim,
Tuas palavras ressoadas
De árvores sagradas,
Com remédios à toa
Esbanjando vida
Nos simples espinhos.
Protege-se do desencanto,
Enlaces do verso.

16
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

01.06.2019

No chão tanta folha,


Solo marrom.
Lagartos pequenos
Flor de Ocã.

A cor me atravessa!
Vozes que ecoam
Para abrir caminho!

Uma folha no chão, Ossaim,


Falando por fim vozes de amor
Sem expressão, a mim?

Balanço dos galhos,


Expressão maior?
Impôs tuas verdades,
Contradizes assim...

Da guerra nem gostas,


Mas clama-me a mim.
Folhas espalham, galhos
A fim...
quebrados ficam,
Devagarzinho.

17
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

SONETOS DE AMOR, OSSAIM.

Bala de erva cidreira


Sorrindo, tal curumim
Não olhas meus olhos
Distantes, mas pertos
... visitam a ti.

Erva cidreira, balinha


Docinha qual beijo teu
Que provado não foi
Deixo eu mesma
Na lira de Orfeu.
Erva cidreira balinha,
Perfume do corpo teu.

Sob o olhar de frestas de cabelos.


Encaracolados também.
Black Power, trançados
Livres e soltos.
Estava Ossaim.

Roupagens brancas
Com alívio, preocupava-se
Talvez.
Ossaim, sob o olhar de brechas de rostos
Perfis de seres vivos
Humanos na Terra.
Estava. Sentias.

18
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

Acariciar-te, queria.
Pendurar em teus galhos
De ervas sagradas.
Plantas da vida.
Matam também.

19
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

FIM

Olhos de plantas fixam em mim.


Olhos sadios, mistérios de Ossaim.
Olhos que almejo, tecer além.

20
PARTE 2

DIÁLOGOS
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

01.06.2019

Cabelos de có, encaracolados


Alisas à toa, bagunço, é bonito!
Se tocas invejo, queria era eu,
Tocar-te na nuca, carinhos de Morfeu.
Teu toque na mente,
Em sonhos já tive.
Na terra espero-te, amor de quem vive.
A espera é tardia,
Início em ti.
Por isso te peço
Fomentas aqui.

23
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

OSSAIM?

Tantos nomes dão-me.


Em cada lugar
Quem a mim conhece,
Minha vibração
Meu axé
Cuidados meu,
Um nome dá-me.
Dá-me um nome tu
Em cada folha que vês
Planta
Cultivo.
Cultiva-me.
Sabiá das folhas, galhos
Raízes e troncos.

24
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

A inocência me descreve.
Habito nos pensares simples
E também
Complexos.
Esses, adoro!
Complexidade eleva a simplicidade.
Quem entenderá a magnitude de uma árvore
Se não for simples o bastante para contemplá-la sem
magoar?
A mágoa, água parada, alimenta–me.
Graças a Iansã, dispersa-se tantas,
Águas.
Como as folhas, também levadas de mim,
Quando árvores,
Frutos sem fim.
Cada estação reparo.
Mudanças.
Nanã, mãe terra de mim.
Que seria de meus pés
Sem a terra para Ossaim?
É tão particular que antes de humanos,
Estava.
Tipos de solos, camufla-se
Minhas raízes.
Assim, cada detalhe importa
Mas o todo está em mim.
Sou eu,
Orixá Ossaim.

25
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

Meu espírito
Agora folha, conversa com o infinito.
Cantos de Ossaim.
Sou eu?

Meus galhos são braços fortes


Como quando o vento balança
Mas não quebra.
Folha sou.
Conversam comigo outras plantas.

Qual seu vocabulário?


Qual o seu idioma?
Falam minha língua
Na ciência que outro alguém não toma.

Nos sonhos dispersam-me


Ventos de Iansã
Derrubam-me.
Histórias da natureza
E seus deuses,
Brincalhões.
Quem os são?

26
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

CIÊNCIA DA OBSERVAÇÃO

Abre caminho – folha no chão


Papel desenhado
Rosto colado – voando em vão?

Cheia da massa
Mato inspiração.
Zodíaco de signos
Ressignificação.

Folhas em branco
Rabiscos nos são
Registros da História
Sem distinção.

Lábios cor de batom


Rosado marfim.
Brancas roupagens
Estilos sem fim.
Botões fortalecem
No meio do sim,
Sonetos de amor,
Para Ossaim.

Teu batom, cor rosada


Se toca meu corpo,
Adentro na ponte
Com amor de teu sopro.

27
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

Tuas vestem se caem


A guerra desejo.
Queimo e quebro,
Nasço e almejo.

Inverso de rosto,
Lábios feminino?
Vermelho com olhos
Sem árvores fluindo
Com seus olhos folhas
Pinheiros de reis.

Praias distantes
Sais úmidos são
Encharcam as árvores
Segredos destrancam.

Ondas turbulentas
Só plantas do mar.
Das terras naufragam
- Não sabem nadar.

28
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

SONETO DE AMOR

Foi Ossaim
Na frente da mata verde
Litoral de João Pessoa
Das terras Brasilis,
Raízes no chão
Troncos elevados.
Com
Pequeníssimos galhos
Verdes em várias –
No escuro – visível,
Invisível aos olhos
De quem pouco vê –
Cores da vida...

29
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

DEVIAS ESTAR AQUI!

Na presença transparente
do Beija-flor.
Pássaro miúdo que resplandece
As glórias da floresta!
Leve e rápido
Poucos seguram
Tal grandeza
Assim como as plantas,
Poucas crescem metros depois do chão
Após a tribo branca
De humanos
Dominar.
Territórios.

30
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

COLONIZAÇÃO?

A colonização é isso que dizes.


Estando eu habitando na Terra
Devoraram-me, sem dó
Extração de meu sangue virou pó.
Tinta de tecidos, essência para cheirar.
Criativas ideias até...
Se a intenção não me afetasse
E chegasse a matar.

31
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

AVAL

A poesia resiste.
Cantada por poetas meus galhos
E árvores frondosas,
Anteriores, a nova era
Informacional.
Existia em mim
Palmeiras imperial
E tantas outras que se comem
Frutos Neanderthal.

32
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

PIMENTA

Na pior das hipóteses?


Algo mais picante pra esquentar,
Tirar do frio e
Da fome
Quem está a matar.
A evolução acompanha as plantas,
E eu,
Orixá,
Acompanho a evolução humana,
Desenfrear.
A pimenta,
Dada a Exu para guiar,
Curou corações,
Fez acelerar,
Bem como as ideias para navegar.
Desbravar territórios para alimentar,
Conservando alimentos
De forma apimentar.
Uns escravos, outros réu.
Das pimenteiras
Criaram o céu.

33
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

PALMEIRAS DE PINDORAMA

À Ogum, dada as Palmeiras


Guerreou deuses e o mundo
Por sua multiplicação.
O mundo e os deuses também guerrearam contra
Ogum
E contra mim,
Consensualmente.
Imagina, nasci palmeira e virei exportação
De luxo.
Europeu Oriental.
Das terras americanas,
Chamada de Pindorama,
Atravessei mares e rios
Para reinos e indústrias
De processamento essencial
Enchente de sacolas
Produtos alimentícios.
Fortaleço jardins e mercados
Mundial.
Desde a colonização
Até hoje,
Tempo de menestréis.

34
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

BANANEIRAS

Vindas da Terra da Ásia


Onde predominei
Iniciando uma jornada
Pelos os solos de Nanã,
Plataforma continental da Terra
Primeira.
Estava lá.
Eu, Ossaim,
Cantava as Bananeiras.
Até trazerem ao mundo.
Outros continentes existiram.
Passaram a subir as águas profundas do mar.
Abrindo caminho com o mangará,
Tantas bananas saíram.
Tantas terras estivemos,
Reproduzindo e se
Transformando.

35
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

PAU-BRASIL

Nas Américas
Sul à Norte,
Nasceram tantas árvores.
Desconhecidas pelos os desbravadores
De telhas alheias
Asiáticas e europeias,
Conhecidas por povos nativos
Desde a Pangeia.
Pau-Brasil, de Pindorama,
Tinta serviu para as damas.
Primeiras damas, segundas
Cavalheiros, reis
Rainhas,
Nobres da burguesia.
Monarquia.
Sangrei. Quando as terras desbravei, sangrando,
A menstruação dos anos.
Tantos anos explorando
Pau-Brasil.
O nome de Pindorama
Virou Brasil,
Colônia. Para esconder as Palmeiras
Lucro internacional
Silencioso e marginal,
Alterou-se, bem na era imperial!
Palmeiras muito mais que o Oriental,
Tinha Pindorama, era sobrenatural.
Desciam Orixás constante

36
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

Para nativos saudar,


Dançar ao som dos tambores no areal.
Tamanha grandeza vista,
Só na folha da jurema
Aqui no juremá, nordeste pioneira
Dos barcos a navegar.
E o pau-Brasil?
Tão cheiroso como os lírios do campo
Suas rosas enfeitam e aromam
Ambientes.
Uma vez por ano floresce.
Dando vida aos pássaros e abelhas,
Linda flor do campo!

37
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

MANGUEIRA

Longa caminhada,
Mangueira asiática
Trazida à América
À África.
Onde houve domínio de outros povos nativos
Alheios à essas terras ditas,
Chegou a manga.
Abrindo caminho das florestas
Oxossi presente em cada
Manifestou-se.
Caçador das matas,
Animal nenhum caça-se
Sem que ele autorize.
Mas sem palmeira, como Oxossi
Chamaria aos demais
Orixás
Para sua proteção?
Amantes das frutas e das plantas
Humanos instrumentos de Ossaim e Oxossi
Preservaram em seus roçados
Mangueiras.
Na caatinga, honrarias!
Na mata atlântica, iguarias!
A Mangueira, tropical
Dos caboclos é maternal
Amparada por curupiras
Trazidas por navegantes
Mas amada por caipiras.

38
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

Moradores da mata
Intrínseca.
Viva Oxossi
Que a vida modifica!

39
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

IMBUIA, EU CADEIRA.

Árvore frondosa
Que cresce muito e é resistente.
Própria da mata atlântica
Explorada foi demais...
Até hoje ainda é,
Porém antes muito mais.
Na invasão muitas tinham.
Imbuia de 500 anos,
Quando viram já cortaram
Para ela deram planos,
Virou cadeira, estante e outros
Móveis e utensílios
De madeira, valeu ouro.
Santa Catarina quem o dera.
Sua semente é roxinha, miudinha no plantio
Germina aleatória.
Seis meses de duração,
Adaptação interna
Com solos de cada chão.
Atualmente ela é
No Brasil,
Planta em extinção,
A Imbuia breve irá
Partir desse plano vão.

40
PARTE 3

PLANETA ÁGUA
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

02.06.2019

Cânticos de amor, Ossaim


Nas águas do mar
Maré cheia amor
De transbordar.

Tal algas marítimas


No mar a morar.

Maré cheia, amor


Com peixe a pescar
Algas marinhas
Pra fome sanar.

Nas águas do mar


Tambaú se faz
As plantas sagradas
Que firmam o cais.

43
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

Plantas do mar
Alimentos são
Tal como as plantas
Do fino sertão.

Pombas e peixes
Aves frondosas
Humanos e bichos
Provam as gostosas
Plantas salgadas
Das terras formosas.

44
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

FITOPLÂNCTONS

A lua clareia tanto


Que alcança, por vezes,
O fundo do mar.
Mãe Iemanjá
Saúda a deusa lua
Inspiradora e
Fluente
Na
Fotossíntese.
O sol também, mas a lua...
Faz com que minhas plantas,
Minúsculas,
Habitantes do fundo do mar
Encolham-se e escondam-se dos predadores notur-
nos.
Visões perfeitos cada ser vivo
Zooplâncton tem.
De cores verdes, escorregadias
Habito com Iemanjá.
Linda mãe do mar,
Planeta água.
Eu,
Ossaim Orixá.

45
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

GERANDO

Nas águas de Oxum


Habito.
Águas doces,
Calmas em superfície,
Rápidas quando por dentro
Correntes abastecem.
Geladas águas no fundo de rios,
Lagos e lagoas
Sem fundo.
Cabelos?
São meus galhos soltos
Nas ondas de Oxum.
Nas cachoeiras,
Fixo-me em pedras, colada a Xangô
Ambas energias
Alimentam-me.
Feminino e masculino
Estão a me gerar, nas águas do rio
Conduzo-me ao ovular
De mamãe Oxum
Também de mamãe Iemanjá.

46
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

LEMBRANÇAS

Na Floresta do Congo,
Em seu rio,
Enamorei.
Alimentando espécies gigantes de seres vivos
vivi.
Meus troncos por Portugal,
Também arrancados foram.
Fiquei sem braço.
Ossaim aleijado do braço
E, pensando eu,
Que seria só da perna.
Curupira perde para mim,
Saci meu menino
Manga. Eu sorrio,
Digo,
Sobrevivi.

47
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

VITÓRIA-RÉGIA

Quando eu, mulher


Humana, na Terra passei essa fase.
Apaixonei-me pela lua.
Linda mulher nua,
E eu também
Mulher. Quem disse que lua tem gênero?
Mas a energia feminina guiava meus versos.
Eu, apaixonada pela lua
Saía todas as noites em busca da luz da lua.
Montanhas atravessei, escalei árvores,
Grandes precipícios.
Até que num vale,
Depois de cansada,
Encontrei Oxum e em suas águas,
Seus olhos me mostraram
A lua.
A amada lua a mim mostrava-se
Por intermédio de Oxum, quiçá.
Mergulhei.
No fundo, pensando tocá-la,
Mas a lua não estava lá, no fundo do rio, tampouco
no fundo do mar.
Pedi a Oxum e Iemanjá que me levassem até lá,
Afogada nas águas, Oxum ouviu meu pedido
Transformou-me em estrela do Rio.
Planta a boiar.
Alumio minhas amigas do fundo
À noite, floresço para contemplar

48
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

A lua e ela me cheirar,


E ao dia,
Descanso para alumiar
Como estrelas
Animais e plantas que estão à
Nadar. De dia, virei estrela,
De noite, virei luar.
Vitória-Régia é o nome que me deram
Por essa função desempenhar.

49
PARTE 4

RECEITUÁRIO
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

CHÁ DE ALHO E CEBOLA

Dengosa fica a pessoa


Quando não desenvolve
Anticorpos suficientes
Para nutrir
Seu ambiente.
Recomendo chá de alho tomar
Acrescenta a cebola
sem nada a completar.
Ferve a água
Toma! Amoleces
Pra depois te levantar.

51
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

BANHO DE FOLHA MANGUEIRA

Desenvolve-te em ti
Caboclos de pena,
Com
Dentes e couros,
Artifícios fósseis de existência
Da natureza!
Pássaros anunciam
A mim, enfeites de humanos
Compondo-se de nossa
Extensão.
Mangueira,
Abre caminho
De Oxossi.
Espiritualidade
Aflora
Como as rosas da mangueira
Em sua estação
Verão – primavera,
Primavera-verão.

52
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

ERVA-CIDREIRA CHÁ

Para quem tem febre.


E quem não tem fome.
Abre apetite.
Ossaim,
Cresce na caatinga,
Mata atlântica,
Cerrado,
Pampa, qualquer
Vegetação,
Erva-cidreira planta.
Nasce em trilhos,
Viajando estradas.
Nasce em ruas,
Sente a correria,
Angústia das cidades
Urbanas.
Nas capoeiras,
Corre beira açude
Onde bebe água
Quando na sorte
Chove em Caatinga.

53
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

BÁLSAMO DA AMAZÔNIA

Óleo de Copaíba
Planta do amor.
Duro tanto,
Aproximadamente
400 anos,
Menstruo
Aos 100, no mínimo.
Extraem de mim,
Meu sangue, no caule,
Pra curar enfermidades.
Do estômago, das dores
Que marcam o corpo,
Cicatrizo.
Expectoro toxinas
Alheias
De dentro da
Caixa peitoral, humano.
Também animal,
Por vezes.
Medicina veterinária,
Sempre.
Anti-inflamatório,
Descongestiono de bactérias
Não boas da boca,
Limpo.
Se me perfuram antes dos 100,
Nada encontro,
Sou uma árvore virgem,

54
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

Sem encontros.
Paciência.

55
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

RABO DE LAGARTO

Conhecida por Espadas


De Ogum, Espadas de São Jorge,
Assim, chamam – me
Também, de
Rabo de lagarto
E língua de sogra.
Se tiveres em tua casa
Qualquer espada dessas, por vezes,
Até mesmo a espada de Santa Bárbara,
Ogum te protege.
Sem banhos, sem muitos mistérios,
Só a presença fortalece,
Sacode o ambiente,
Limpa, neutraliza e
Dá vida e cores a toda gente.
Livra-te dos maus olhados,
Das energias contrárias
E dá novo vigor,
Só em você olhar.

56
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

CAPIM SANTO

Expressando cheiros
De perfeita sintonia
Das plantas em natureza,
O capim santo
Bela proeza,
Livra da insônia,
Depressão e infâmia alheia
Que intoxica o organismo.

57
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

LÍNGUA DE SAPO, ERVA DE JABOTI

Erva de Jaboti
É língua de sapo.
Pequenina, folha de coração,
Estende-se em vasos,
Ramas no chão.
É tão medicinal,
Que parece fatal
Ingerir um pouquinho,
Mas hoje se sabe
Que dá pra comê-las
Bem devagarzinho,
Fazer um chá,
Tomar um banho
Pra não enfartar.
Parece manjericão,
Mas é miúda
Pra ingestão,
Cura reumatismo,
Furúnculo e inflamação,
Até do reto dá conta
Quando entra em ação.

58
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

LIMÃO

Limão, limoeiro
Planta de saravá.
Planta espinhosa
Pra quem brincando
Na malícia,
Querer pegar.
Seu Zé Pelintra é quem toma conta
Dos limões curandeiros
Da Ásia e águas tontas.
O corpo, cheio de águas,
Neutraliza com o sabor
Cítrico dos limões,
O próprio ser.

59
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

JUREMA

A Jurema encantada
É uma planta especial!
É cabocla minha amiga,
Do sertão e litoral
Quem prova suas raízes
Nunca mais volta ao normal.
Suas folhas dão poderes
A quem reza a usando,
Tira todo mal olhado
Todo mal sai retirando,
E suas raízes em pó,
Consciência vai brotando.

60
PARTE 5

MENSAGEIROS
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

PASSARINHOS

Miúdos, correm alto.


Voam longe,
E pousam em mim,
Anunciando as
Novidades.
Pequenos pássaros,
Passarinhos,
Voam o mundo,
Plantam árvores
E dizem a mim,
Tudo.
Que viram,
Que ouviram
E sentiram.
Suas penas também
Pequeninas,
Acariciam-me.
Carícias de penas
E beijos de bico,
Ganho eu de passarinhos,
Nobres amigos.

63
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

PARDAL

Vindo das terras Africanas


O Pardal me anuncia
Suas experiências
Em telhados americanos.
Fazem suas casas,
Chamam todos os outros
E tomam posse.
Esses, de ocupação entendem.

64
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

BEM-TE-VI

Bem te vi
Bem te viu
Bem te virá,
Esse pássaro é tão bonito
Que seu amarelo
Faz brilhar
Ilumina cada ouvido
Que seu canto
Pôs-se a escutar.

65
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

FALCÃO

Pássaro grande
E forte,
Vigilante das colinas,
Das altas montanhas
E caatingas.
O falcão é ave
De rapina!
Silvestres!
Meus pássaros fortes,
Da luta,
E que não perdoam
Quem invade sua gruta.

66
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

ROLINHA

Pássaro pequeno
Miúdo no litoral,
Enorme lá no sertão.
Rolinhas são aves
Que cantam
Suaves,
As chuvas vindas
Dos ventos
Da felicidade.

67
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

SANHAÇO

Pássaro mimoso,
Que gosto tanto
Quando em minhas copas
Frondosas,
Vem mostrar-me
Os cânticos.
Viajam a América,
Do sul, Central e Norte,
Estão em cada canto
Permanecendo-se fortes
Às artimanhas humanas
Que os prendem
De mascotes.

68
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

BEIJA-FLOR

Beija-flor pequenininho
Que bate as asas sem parar
Voando longe e alto
Procura flor para cheirar,
Come o néctar encontrado
Depois vem a mim saudar.
Beija-flor tão miudinho
Voa rápido, sem parar.
Seus batimentos cardíacos
Batem muito no voar,
Mais de 300 pulsos por segundo
Vai firme polinizar
Meus filhotes e minhas crias,
Pra o meu corpo aflorar.

69
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

URUBU

Urubu voa bem alto


Perto das nuvens, além.
Aguardando no olfato
O cheiro que morto tem.
Aparece após o enterro
Pra comer e dormir bem.

70
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

DA CORUJA

Olhos grandes e pescoço dotado


Que gira rapidamente
Para qualquer lado.
O problema é não virar os olhos
Para onde dá querer,
Pois enxerga só pro norte
Essa é a boa sorte
De ser coruja,
Mãe dos pássaros noturnos,
Avisa o infortúnio.
Altamente inteligente
Ensina a toda mente
Viver com sabedoria
E também muita alegria,
Pois na hora que acaba
Seu cantar vira mortalha
E a morte agonia.

71
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

REPTÉIS

Tão ancestrais,
Viviam comigo milhões de anos
Atrás, na Terra.
Gigante minhas árvores eram,
Proporcionais ao tamanho
Deles, dinossauros.
Répteis primitivos do Planeta Terra.
Daí, uma explosão?
Diminuíram esses animais,
Evolução humana.
Chegamos no auge da vida.
Hoje, lagartixas,
Serpentes e outros seres,
Rastejantes,
Fertilizam meu ambiente.
Minha casa fica leve
Após os passeios dos répteis.

72
PARTE 6

MARGINAIS
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

FUMO

Tabaco cheiroso
Gosto demais.
Se queres a mim
Põe nas marginais
Muito fumo de rolo
Pra que eu fume no teu cais
E te limpe e te renove
Das misérias teatrais.
Meu Exu é quem recebe
E me dá sempre o melhor
Por isso que tua vida
Para as plantas é avó
Que cuidam delas ainda
Nessa vida do sistema
Que acaba o ser humano
Criador do próprio lema,
Fumo de Arapiraca,
Gosto muito
Sem problemas.

75
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

MARIA JOANA

Maria Joana, como é chamada por muitos


É uma planta fenomenal.
Sem apologias como diz a sociedade,
Mas ela é fundamental.
Para as navegações,
Virou velas das marés.
Graças a ela, seres humanos vestiam-se,
Embarcavam e curavam suas doenças cerebrais.
Até hoje!
Não está em extinção
Mas para alguns governos
Ela é criminalização
E a quem a segura, coitado
Anos dentro da prisão.
Veja só você que banal
A planta que cura todos
Ser pra todos criminal,
Somente quem tem coragem
Provam a árvore de quem sabe
A existência do bem e mal.

76
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

MORINGA

Em cantos recém nascidos,


Onde solos férteis se firmam,
Plantas simples
Citadas por governantes
São impelidas de nascer,
Viver, crescer e
Se reproduzir.
Só pode morta.
A moringa, rica de nutrientes,
Habitante das terras
Dos povos remanescentes,
Nativos, a nativa moringa
Pode ser a próxima
Julgada por existir e
Proporcionar a
Vida eterna.

77
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

RAINHA

A Chacrona,
Planta mistério dos caboclos
Ancestral.
Suas folhas com o cipó
Da Jagube
Eleva.
Transcendental.
Mas se portas sem cadastro religioso,
A grade é o futuro lar.
Até a religião criminaliza
A própria planta que fundamenta
A sua fé?
Ou,
Será o ser egoísta humano
Que ambiciona tais segredos
Sem a multiplicação?
Números são razão.

78
AMANDA IONARA FARIAS DE OLIVEIRA

EXPLANAÇÃO

Poderia citar aqui


Plantas proibidas mil
Vezes e multiplicar,
Mas são tantas que é
Outra vida pra contar
A ciência é firmeza
Mas no ser é onde há
As respostas para a vida
E a planta, mãe querida
É quem cura e quem diz
Quem manda em nossa mente
Quem fincou nossa raiz.

79
Amanda Ionara Farias de Oliveira, natural da cidade de Natal – Rio
Grande do Norte, Brasil - nascida na beira do grande Rio Potengi
aos cuidados maravilhosos de mãe Ana Maria Farias Dantas (grande
mãe Águia) e pai João Nilo Oliveira de Souza (grande pai Pombo),
estudante da arte das vidas e das plantas, além de poetisa em todo o
tempo. Atua na pesquisa em Gênero, Educação e Diversidade jun-
to ao Núcleo de Estudos em Educação, Gênero e Diversidade do
Campus Natal Central do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte e também administradora da
Página no Facebook “Árvore do Cordel”, onde é partilhado escri-
tos e pensamentos na forma estrutural de literatura em cordel bem
como em versos livres também. E-mail para contato: cordelistaiona-
ra@gmail.com e/ou amandaionara@hotmail.com .
A Editora do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
(IFRN) já publicou livros em todas as áreas do
conhecimento, ultrapassando a marca de 150
títulos. Atualmente, a edição de suas obras
está direcionada a cinco linhas editoriais,
quais sejam: acadêmica, técnico-científica, de
apoio didático-pedagógico, artístico-literária
ou cultural potiguar.

Ao articular-se à função social do IFRN, a


Editora destaca seu compromisso com a
formação humana integral, o exercício da
cidadania, a produção e a socialização do
conhecimento.

Nesse sentido, a EDITORA IFRN visa


promover a publicação da produção de
servidores e estudantes deste Instituto, bem
como da comunidade externa, nas várias
áreas do saber, abrangendo edição, difusão
e distribuição dos seus produtos editoriais,
buscando, sempre, consolidar a sua política
editorial, que prioriza a qualidade.
Cara leitora e leitor, em cânticos de Ossaim, pode-se tecer o
pensamento com as identificações de outros Orixás, além de
Ossaim, ser que é a própria filosofia e a própria vida das plan-
tas. É possível ler Ossaim em cada folha deste livro,bem como
senti-lo e apreciar a sua presença e fala. O livro entende-se
por partes, contendo a introdução e em seguida partes com-
ponentes dos cânticos de Ossaim, sendo elas: parte 1, cartas
trocadas entre Ossaim e a Humanidade; parte 2, diálogos in-
ternos e externos de Ossaim; parte 3, Planeta Água onde ha-
bita Ossaim em formas iguais e pouco diferentes do Planeta
Terra; parte 4, receituário das plantas para amenização das
dores do Ser Humano; parte 5, mensageiros das plantas para
com todos os seres vivos no ambiente e por fim, a parte 6 que
compõe as plantas tidas pelas legislações dos Estados como
perigosas, tornando-se assim, proibidas e criminalizadas para
toda a sociedade. Qual o sentido? Diz-nos o Orixá.

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