Ambiente de trabalho: É definido como sendo todo o espaço físico ou abstrato,
que, ao interagir com o trabalhador, influencia-o de maneira positiva ou negativa, alterando seu estado físico, psíquico e social. Também pode ser definido como um conjunto de fatores interdependentes, materiais ou abstratos, que atua direta e indiretamente na qualidade de vida das pessoas e nos resultados dos seus trabalhos (WADA, 1990, p.36).
Percepção dos riscos no ambiente de trabalho: No mundo real, o risco zero
não existe. Isso porque, em tudo que fazemos, há sim a possibilidade de ocorrer um imprevisto, um erro, e tudo muda em uma simples tarefa rotineira. Corremos riscos todos os dias e eles estão presentes em nossas vidas. No ambiente industrial, ao lidar com máquinas e equipamentos, o objetivo de gestores e colaboradores deve ser o de estar mais próximo possível do risco zero. Essa é melhor forma de evitar acidentes de trabalho e garantir a saúde, a segurança e o bem-estar de todos.
No entanto, arriscar-se faz parte da natureza humana. Por isso é tão
importante trabalhar a percepção de risco com a sua equipe: conhecer, perceber os riscos que estão à nossa volta e minimizá-los ao máximo possível. Quer um exemplo prático? Atravessar a rua é um risco. Atravessá-la sem olhar para os lados aumenta muito esse risco. Reconhecer que ao atravessar a rua, por mais calma que ela seja, existe a possibilidade de atropelamento é ter a percepção do risco. Agora, a atitude de parar, olhar para os lados, esperar os carros passarem e aí sim atravessar com segurança é fazer o gerenciamento do risco existente. É um exemplo simples, mas que precisa ser entendido por todos que lidam com riscos ocupacionais diariamente. Ambiente de trabalho saudável: Um ambiente de trabalho saudável, é um ambiente que propicia oportunidade de trabalho de forma segura respeitando condições físicas como: - Iluminação: A iluminação deve ser adequada às necessidades das tarefas desenvolvidas no ambiente e proporcionar conforto ao trabalhador. - Trocas térmicas: A temperatura do ambiente de trabalho é influenciada por diversos fatores, como calor gerado por equipamentos, pelo clima e pelo corpo humano. A exposição ao calor ou à baixa temperatura afeta significativamente a capacidade laboral do trabalhador, e os fatores que contribuem para a troca de calor entre o ambiente de trabalho são: a) Condução – é a transferência de calor que ocorre quando dois corpos estáticos com diferentes temperaturas são colocados em contato. O corpo de maior temperatura transfere para o de menor temperatura até ambos atingirem o equilíbrio térmico. b) Convecção – é a forma de transmissão do calor que ocorre principalmente nos fluidos (líquidos e gases). Diferentemente da condução, onde o calor é transmitido de átomo a átomo sucessivamente, na convecção a propagação do calor se dá através do movimento do fluido envolvendo transporte da matéria. Umidade relativa do ar: A troca térmica entre o organismo e o meio ambiente acontece pelo fenômeno físico da evaporação. Quando a umidade relativa do ar é elevada, ocorre menor perda de calor do corpo. Velocidade do ar: Altera as trocas de calor entre o organismo, pois influencia a temperatura e a umidade relativa do ar. Em um ambiente com temperatura elevada, o ar em movimento em temperatura menor que a de corpo humano provoca o resfriamento do organismo, e o ar em temperatura superior provoca seu aquecimento. A velocidade do ar aumenta a perda de calor por evaporação. Temperatura efetiva: É um método fisiológico e, para conhecê-lo, é preciso estabelecer um padrão de referência. Por exemplo, as condições de temperatura do ar de 20ºC com umidade relativa de 100%, sem movimentação do ar (V = 0 m/s), correspondem a uma temperatura efetiva de 20ºC. Usando esse dado como padrão (obtido subjetivamente), é possível verificar outras temperaturas com umidades relativas diferentes que provoquem as mesmas sensações de calor que a temperatura efetiva de 20ºC. O índice de temperatura efetiva é adotado como parâmetros na determinação de conforto térmico (NR 17, item 17.5.2, alínea “b”). Ruídos e vibrações sonoras: Um som indesejável é geralmente chamado ruído. As vibrações sonoras compõem o som que se houve na faixa de frequência de 20 a 20000 Hz. Fora dessa faixa, nossos ouvidos não conseguem perceber o som. As frequências mais elevadas são mais perigosas do que as mais baixas. No ambiente de trabalho são considerados e medidos os seguintes tipos de ruídos: - ruído constante (permanece estável com variações máximas de 5 a 8 dB durante um longo período); - ruído intermitente (ruído constante que começa e para alternadamente); - ruído flutuante (varia em largas proporções, mas possui um valor médio constante em um longo período); - ruído impulsivo (dura menos que um segundo em intervalos superiores a um segundo); - ruído de fundo (deve ser pelo menos 10 dB inferior ao ruído emitido pela fonte estudada para que a medição seja correta, sendo, neste caso, a precisão da ordem de 0,5 dB.
Exercícios
1) Explique de forma concisa, o que é ambiente de trabalho.
2) O que seria risco zero? 3) O que diferencia transmissão de calor por condução e por convecção? 4) Explique de que forma a umidade relativa do ar, participa nas trocas de calor corporal. 5) O que é ruído.
Referência
ROJAS, P., Técnico em Segurança do Trabalho, Bookman Editora Ltda, 2015,
Porto Alegre.
BARSANO, P.R., BARBOSA, R.P., Higiene e Segurança do Trabalho, 1ª ed.