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Mensagem de Natal 68-69 (Magia das Runas)

Samael Aun Weor

Cap.45: O sono da consciência.

Com muito esforço e grande amor, chegamos ao penúltimo capítulo desta Mensagem
de Natal 1968−1969 e convém eliminar, para o bem da Grande Causa, determinados
espinheiros que obstruem o caminho.
Em tudo isso, existe algo demasiado grave. Quero fazer referência ao sonho da
consciência.
Os quatro evangelhos insistem na necessidade de despertar, porém infelizmente as
pessoas supõem que estão despertas. Para o cúmulo dos males, existe por toda parte
um tipo de gente, muito psíquica certamente, que não somente dorme, como ainda
sonha que está desperta.
Essas pessoas se auto−denominam videntes e se tornam demasiado perigosas porque
projetam sobre os demais seus sonhos, alucinações e loucuras. São precisamente eles
que impingem a outros, delitos que não cometeram e assim desbaratam lares alheios.
Resulta óbvio compreender que não falamos dos legítimos clarividentes.
Referimo−nos, por agora, a esses alucinados, a esses equivocados que sonham estarem
com a consciência desperta.
Com profunda pena, evidenciamos que o fracasso esotérico se deve à consciência
adormecida. Muitos devotos gnósticos, sinceros amantes da verdade, fracassam devido
a esse lamentável estado de consciência adormecida.
Nos tempos antigos, apenas se ensina o Grande Arcano, a maithuna, a yoga sexual,
àqueles neófitos que despertavam a consciência. Os hierofantes sabiam muito bem que
os discípulos adormecidos, cedo ou tarde, terminam abandonando o trabalho na Nona
Esfera.
O pior é que esses fracassados se auto−enganam, pensando de si próprios o melhor, e
quase sempre caem como rameiras nos braços de alguma escolinha nova que lhes
brinde um pouco de consolo. Depois, pronunciam frases como as seguintes: Eu não sigo
os ensinamentos gnósticos porque eles exigem um casal e isto é coisa de um só. A
liberação, o trabalho, é coisa que se tem de buscar sozinho.
Naturalmente, essas palavras de auto−consolo e de auto−consideração têm por objetivo
unicamente a própria auto−justificação.
Se essa pobre gente tivesse a sua consciência desperta, perceberia o seu erro e
compreenderia que eles não se fizeram sozinhos. Eles tiveram um pai, uma mãe e houve
um coito que lhes deu vida.
Se essa pobre gente tivesse a sua consciência desperta, verificaria que assim como é em
cima é em baixo e vice−versa, experimentaria diretamente a crua realidade dos fatos,
dar−se−ia conta cabal do lamentável estado em que se encontra e compreenderia a

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necessidade da maithuna para a fabricação dos corpos solares, o traje de bodas da alma,
e assim conseguir o Segundo Nascimento, do qual falou o Grande Kabir Jesus ao rabino
Nicodemo.
Porém, tais modelos de sabedoria, dormem e não são capazes de verificar por si mesmos
que estão vestidos com corpos protoplasmáticos, que se vestem com farrapos lunares
e que são uns pobres coitados e miseráveis.
Os sonhadores, os adormecidos que supõem estarem despertos, não somente
prejudicam a si mesmos, como ainda causam graves danos a seus semelhantes. Eu creio
que o equivocado sincero, o adormecido que sonha estar desperto, o alucinado que se
qualifica de iluminado, o mitômano que se crê super-transcendido, em verdade, causam
a si e aos demais muito mais dano do que experimenta alguém que jamais em sua vida
ingressou nos nossos estudos.
Estamos falando numa linguagem dura, mas podem estar seguros que muitos
adormecidos e alucinados ao lerem estas linhas, ao invés de se deterem por um
momento para refletir, corrigir ou retificar, buscarão apenas uma forma de se
apropriarem de minhas palavras a fim de documentar suas loucuras.
Para desgraça deste pobre formigueiro humano, as pessoas levam dentro um péssimo
secretário que sempre interpreta mal os ensinamentos gnósticos. Referimo−nos ao Eu
Pluralizado, ao Mim Mesmo.
O mais cômico de Mefistófeles é a maneira como se disfarça de santo. Claro que o Ego
lhe agrada que o ponham no altar e o adorem.
Compreendam de uma vez por todas que enquanto a consciência continuar engarrafada
no Eu Pluralizado, não somente dormirá, como terá, o que é pior, o mau gosto de sonhar
que está desperta. O pior gênero de loucura resulta da combinação de mitomania com
alucinações.
O mitômano é aquele que se presume de Deus, que se sente supertranscendido e que
deseja que todo mundo o adore.
Esse tipo de gente, ao estudar este capítulo, imputará a outros minhas palavras e
continuará pensando que já dissolveu o Eu, ainda que o tenha mais robusto que um
gorila.
Quando um mitômano adormecido trabalha na Forja dos Ciclopes, estejam seguros que
muito breve abandonará o trabalho dizendo: Eu já consegui o Segundo Nascimento. Eu
estou liberado. Eu sou um Deus. Renunciei ao Nirvana por amor à humanidade.
Em nosso querido Movimento Gnóstico, já vimos coisa muito feia. Resulta espantoso
ver os mitômanos, os adormecidos alucinados, profetizando loucuras, caluniando o
próximo, qualificando os outros de magos negros, etc. Isso é espantoso.
Diabos julgando diabos! Não que se dar conta todos esses exemplos de perfeição que
neste mundo doloroso em que vivemos é quase impossível encontrar um santo.
Todo mago é mais ou menos negro. De forma alguma se pode ser mago branco
enquanto o Eu Pluralizado esteja metido no corpo. O Eu Pluralizado é o próprio
demônio.

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Isso de andar dizendo por aí que fulano está caído é certamente uma brincadeira de
mau gosto, porque neste mundo todas as pessoas estão caídas.
Isso de caluniar o próximo e de destruir lares com falsas profecias é próprio de
alucinados, de gente que sonha estar desperta.
Se alguém de fato quer auto−despertar, que se resolva a morrer de instante a instante,
que pratique a meditação profunda, que se liberte da mente, que trabalhe com as Runas
da maneira como ensinamos neste livro…
À Sede Patriarcal do Movimento Gnóstico chegam muitas cartas de adormecidos que
dizem: Minha mulher… o fulano… o beltrano… está muito evoluído, é uma alma muito
velha… etc.
Esses pobres adormecidos que assim falam, pensam que o tempo e a evolução podem
autorrealizá−los, podem despertá−los e levá−los à liberação final. Essas pessoas não
querem compreender que a evolução e sua irmã gêmea, a involução, são apenas leis
mecânicas da natureza, as quais trabalham de maneira harmoniosa e coordenada em
toda criatura.
Quando alguém desperta a consciência, percebe a necessidade de se emancipar dessas
leis e de se meter pela senda da revolução.
Queremos gente desperta, firme, revolucionária; de maneira alguma aceitamos frases
incoerentes, vagas, imprecisas, insípidas, inodoras, etc.
Vivamos alertas e vigilantes como a sentinela em época de guerra. Queremos gente que
trabalhe com os três fatores de Revolução da Consciência.
Lamentamos tantos casos de equivocados sinceros que só trabalham com um fator e
muitas vezes infelizmente muito mal trabalhado.
Precisamos compreender que somos pobres feras adormecidas, máquinas controladas
pelo Ego.

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