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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM CATEQUESE NO MUNDO
CONTEMPORÂNEO

CARLOS ALBERTO BENTO

FORMAÇÃO DO CATEQUISTA DE INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS COM A


METODOLOGIA DO CATECUMENATO NA COMUNIDADE SÃO JOÃO BATISTA
DO JARDIM IRIRIÚ EM JOINVILLE/SC

CURITIBA – PR
2012
CARLOS ALBERTO BENTO

FORMAÇÃO DO CATEQUISTA DE INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS COM A


METODOLOGIA DO CATECUMENATO NA COMUNIDADE SÃO JOÃO BATISTA
DO JARDIM IRIRIÚ EM JOINVILLE/SC

Monografia apresentado ao Curso de


Pós-Graduação em Catequese no
Mundo Contemporâneo, da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná,
como exigência parcial para obtenção
do título de especialista.

Orientador: Ms. Mario Antonio Betiato.

CURITIBA - PR
2012
CARLOS ALBERTO BENTO

FORMAÇÃO DO CATEQUISTA DE INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS COM A


METODOLOGIA DO CATECUMENATO NA COMUNIDADE SÃO JOÃO BATISTA
DO JARDIM IRIRIÚ EM JOINVILLE/SC

Monografia apresentado ao Curso de


Pós-Graduação em Catequese no
Mundo Contemporâneo, da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná,
como exigência parcial para a
obtenção do título de especialista.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________
Profa. Ms Adalgisa Aparecida de Oliveira Gonçalves
Pontifícia Universidade Católica do Paraná

______________________________
Profa. Dra. Terezinha Maria Mocellin
Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Curitiba, 24 de março de 2012


Dedico este trabalho à esposa Michele
e filhos Bianca e Rafael.
AGRADECIMENTOS

Especial agradecimento a Deus pelo dom da vida, pelo chamado e oportunidade.


Minha eterna gratidão a Maria mãe de Deus minha sempre auxiliadora.
A Professora Ms. Adalgisa Aparecida de Oliveira Gonçalves pela dedicação.
A Professora Dra. Terezinha Maria Mocellin pelo empenho durante todo o curso.
Ao Professor Ms. Mario Antonio Betiato pela direção e orientação nesta monografia.
A querida Irmã Celestina, pelo convite ao curso e sua dedicação a catequese.
A Paróquia São João Batista em especial a Comunidade São Pedro Apostolo pelo
acolhimento e incentivo.
Aos colegas de curso pela amizade e contribuição.
“A iniciação é feita não somente pelo batismo,
como também pelo catecumenato, durante o qual
o ser humano adulto é preparado para levar o
estilo de vida cristã durante toda a sua vida”

Karol Wojtyla, 1962


RESUMO

As diretrizes Gerais da ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011 – 2015,


apresentado pela CNBB, indicam como uma das cinco urgências para o período,
“Igreja: casa da iniciação à vida Cristã”. Assumir a condição de ser local de iniciação
à vida cristã tendo como base o processo da inspiração catecumenal requer
mudanças culturais e estruturais de toda comunidade. Assumir tal condição de ser
casa de iniciação à vida cristã é restabelecer o paradigma catecumenal com sua
magnitude e personagens. Para atuar nesta nova realidade os catequistas
precisarão estar familiarizados, capacitados e conhecedores do processo
catecumenal, a fim de exercer seu ministério com maestria. Na comunidade São
João Batista do Jardim Iririú da Diocese de Joinville, se encontram vários
catequistas atuando na catequese direcionada à crianças para prepará-las para
receber a Primeira Eucaristia e também catequistas que preparam adolescentes
para receber o Sacramento do Crisma. No entanto, nesta comunidade se constata a
falta de catequistas preparados para a iniciação cristã de adultos. Essa monografia
apresenta o aprofundamento no tema catecumenato, sua história especificidades e
características, além de disponibilizar um itinerário de formação de catequistas para
a iniciação cristã de adultos

Palavras-chave: Catecumenato. Catequista. Iniciação Cristã.


RÉSUMÉ

Les orientations générales de l’action évangélisatrices de l’Eglise du Brésil pour la


période 2011-2015, présentées par la CNBB (Conférence Nationale des Évêques du
Brésil) indiquent, comme étant une des cinq priorités : « L’Eglise, foyer de l’initiation
à la vie chrétienne ». Assumer la condition d’être le lieu de l’initiation à la vie
chrétienne ayant pour base le processus de l’inspiration du catéchuménat, exige des
changements culturels et structurels de toute la communauté. Réaliser ce foyer
d’initiation à la vie chrétienne, c’est rétablir le paradigme du catéchuménat dans
toute son ampleur, sa structure et ses personnes. Pour agir dans cette nouvelle
réalité les catéchistes doivent y être familiarisés, en avoir les connaissances et les
compétences afin d’exercer leur ministère pleinement. Dans la communauté de Saint
Jean Baptiste du quartier Jardin Iririú du diocèse de Joinville, il y a de nombreux
catéchistes pour les enfants afin de les préparer à la première communion et
d’autres pour préparer les adolescents au sacrement de la Confirmation. Cependant
dans cette communauté on note l'absence de catéchistes pour préparer à l'initiation
chrétienne des adultes en vue du baptême. Cette monographie présente un
approfondissement du thème du catéchuménat. Elle présente les caractéristiques du
catéchuménat au troisième siècle, et introduit le Rituel de l'Initiation Chrétienne des
Adultes, afin de fournir un itinéraire de formation des catéchistes pour l’initiation
chrétienne des adultes.

Mots-Clés: Catéchuménat. Catéchiste. Initiation Chrétienne.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RICA - Ritual de Iniciação Cristã de Adultos


CNBB. - Comissão Nacional dos Bispos do Brasil
SC. - Sacrosanctum concilium
DGC. - Documento Geral de Catequese.
DNC - Documento Nacional de Catequese.
EASC - Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis
SUMÁRIO

1 INTODUÇÃO ........................................................................................................ 12
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO......................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 12
1.2.1. Objetivo Geral ................................................................................................ 12
1.2.2. Objetivos Específicos ................................................................................... 13
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 13
2 CATECUMENATO: DEFINIÇÃO, ORIGEM E CARACTERÍSTICAS. .................. 15
2.1 A ORIGEM DO CATECUMENATO ..................................................................... 16
2.2 TRADIÇÃO APOSTÓLICA DE HIPÓLITO E O CATECUMENATO .................... 18
2.2.1 A apresentação do candidato ao catecumenato. ....................................... 19
2.2.2 O tempo da instrução - Catecumenato ........................................................ 20
2.2.3 A preparação próxima ao batismo – Purificação e iluminação ................. 21
2.2.3.1 A iniciação sacramental ................................................................................ 22
2.2.4 Catequese mistagógica pós-sacramental ................................................... 23
2.3 CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO CATECUMENAL ................................... 25
2.3.1 Caráter progressivo. ..................................................................................... 25
2.3.2 Caráter catequético-litúrgico ........................................................................ 26
2.3.3 Caráter comunitário. ..................................................................................... 26
2.3.4 Caráter mistagógico. ..................................................................................... 27
3 CATECUMENATO: DECLINIO, RETOMADA E PUBLICAÇÃO DO RICA. ........ 28
3.1 A RETOMADA DO CATECUMENATO. .............................................................. 29
3.2 RITUAL DE INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS - RICA .................................... 31
3.2.1 Pré-Catecumenato ........................................................................................ 32
3.2.1.1 Celebração de entrada no catecumenato ..................................................... 33
3.2.2 Catecumenato ............................................................................................... 34
3.2.2.1 Celebração de eleição .................................................................................. 36
3.2.3 Purificação e iluminação .............................................................................. 36
3.2.3.1 Celebração dos sacramentos de iniciação cristã. ......................................... 38
3.2.4 Mistagogia ..................................................................................................... 41
4 CATECUMENATO: ITINERARIO PARA A FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS ... 43
4.1 PROJEÇÕES DA CATEQUESE NA IGREJA DO BRASIL ................................. 43
4.2 COMPETÊNCIAS: SER, SABER E SABER FAZER DO CATEQUISTA ............ 44
4.3 FORMAR CATEQUISTA NO CATECUMENATO. .............................................. 45
4.3.1 Proposta de itinerário para formação de catequistas. .............................. 46
4.3.1.1 Introdução dos candidatos à formação de catequistas ................................. 49
4.3.1.2 Tempo de formação de catequistas ............................................................. 50
4.3.1.3 Purificação e iluminação do catequista ........................................................ 52
4.3.1.4 Mistagogia – Catequista como mistagogo .................................................... 53
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 54
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 57
12

1 INTODUÇÃO

Documentos da CNBB ligados à catequese atualmente apresentam a palavra


catecumenato, entre eles o estudo da CNBB 97, “iniciação à vida cristã, um
processo de inspiração catecumenal”. O estudo da CNBB 97 é um desdobramento
de vários outros, entre eles o Documento de Aparecida que impulsionam a
catequese no Brasil para novos rumos e um novo paradigma.
Para muitos leigos catequistas o catecumenato é pouco ou nada conhecido
na sua especificidade e metodologia, e com o impulso do magistério da igreja sobre
o tema, ele ganha força, surgindo a necessidade do aprofundamento e preparo de
catequistas para esta nova realidade.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

Na comunidade São João Batista do Jardim Iririú da Diocese de Joinville, se


encontram vários catequistas atuando na catequese direcionada à crianças visando
prepará-las para receber a Primeira Eucaristia e também catequistas que preparam
adolescentes objetivando receber o Sacramento do Crisma.
No entanto nesta comunidade se constata a falta de catequistas preparados
para a iniciação cristã de adultos. Nesta direção, busca-se perceber: Como o
catecumenato, pode contribuir para a formação do catequista, na comunidade São
João Batista, do Jardim Iririú em Joinville/SC?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral


13

O propósito deste trabalho é o aprofundamento no tema catecumenato, sua


história, especificidade e características e também disponibilizar um itinerário de
formação de catequistas de iniciação cristã de adultos, para a comunidade São João
Batista do Jardim Iririu, com o auxílio do método catecumenal.

1.2.2. Objetivos Específicos

Com base no projeto de pesquisa, foram definidos os seguintes objetivos


específicos:

 Conhecer o processo e características do catecumenato do século III


 Desenvolver conhecimento inicial sobre o Ritual de Iniciação Cristã de
Adultos
 Produzir subsídios para agentes pastorais ligados à catequese.

1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para realização deste trabalho adotam-se os seguintes procedimentos:

 Pesquisa realizando uma busca em subsídios e materiais de pesquisa como


livro e documentos da CNBB.
 Aprofundamento do tema buscando absorver o máximo possível de
informações
 Formatar itinerário de formação de catequistas pela via catecumenal.

Sendo assim, o primeiro capítulo tem como objetivo definir e conhecer o


catecumenato e vai à igreja primitiva ver o seu surgimento e aplicação. Para maior
aprofundamento sobre o catecumenato primitivo, apresenta-se a obra Tradição
Apostólica de Hipólito de Roma, escrita no ano de 205 d.C. que divide a formação
14

dos catecúmenos em tempos distintos e nos revela a grandeza e riqueza litúrgica


relacionada à catequese.
Ao final deste primeiro capítulo, apresentam-se as principais características
marcantes do processo, sendo eles o Caráter Progressivo, Caráter Catequético-
Litúrgico, Caráter comunitário e o Caráter Mistagógico.
O segundo capítulo tem por objetivo apresentar, sob o aspecto histórico o
declínio e a retomada do catecumenato e a publicação do Ritual de Iniciação Cristão
de Adultos (RICA). O declínio do uso do catecumenato se dá com a chegada do
“período da cristandade”, onde ser cristão é um benefício a partir do Edito de Milão
em 313 d.C. o desuso do catecumenato vai permanecer até o Conselho Vaticano II.
Em 1972 é publicado o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA) tal
documento também pouco conhecido é fundamental para o novo paradigma da
catequese proposta pela Igreja no Brasil. O RICA, conforme o documento 97,
obedece as devidas adaptações e a retomada do catecumenato da igreja primitiva.
O estudo sobre o RICA, objetiva-se perceber, como a igreja orienta o
catecumenato e também ter um primeiro contato com as suas orientações litúrgicas.
O terceiro capítulo, objetiva-se em apresentar o Catecumenato como
metodologia, para contribuir com a formação dos catequistas, como nos alerta o
Estudo 97.

É importante, também, deixar claro que a Iniciação à Vida Cristã de


inspiração catecumenal exige uma nova formação dos catequistas e dos
agentes de pastoral, caso contrário não acontecerá à almejada renovação
da catequese e da Igreja (CNBB n. 143).

Para formar catequistas para a nova realidade apresenta-se um itinerário


inspirado no catecumenato e sua riqueza.
15

2 CATECUMENATO: DEFINIÇÃO, ORIGEM E CARACTERÍSTICAS.

A palavra catecumenato tem ganhado força atualmente na Igreja Latina


Americana e está sendo muito replicada nas comunidades eclesiais. O
catecumenato é visto como alternativa metodológica e paradigmática de educação
da fé, e condução de homens e mulheres, batizados ou não, a uma verdadeira
iniciação à vida cristã.
A etimologia da palavra nos ajuda a entender melhor o seu significado:

Na língua grega é um adjetivo verbal katechoumenos de katechein


(literalmente, ensinar de boca em boca, em linguagem cristã, o ensino oral
da fé). O termo passou para o Latin como catechumenus. Então,
literalmente, "catecúmeno" é aquele que ouve os ensinamentos da fé. Em
um sentido técnico do termo refere-se aos candidatos para o batismo. E o
catecumenato, é o período de preparação e instrução para o seu
recebimento (LEXICON, 2003, pág. 72)

Como se pode perceber, catecumenato deriva-se de catecúmeno.


Catecúmeno é aquele que recebe a instrução na fé ou é preparado para receber os
sacramentos da iniciação cristã. Os sacramentos da iniciação cristã são: o batismo,
a eucaristia e a confirmação.
Atualmente na igreja católica, segundo Diretório Nacional de Catequese, n.
45, pode-se dizer que catecúmeno e catequizando são sinônimos dos que estão na
preparação aos sacramentos de iniciação cristã. A diferença é que o catecúmeno
não foi batizado e está em preparação para receber esses sacramentos, e o
catequizando já recebeu o batismo e está sendo preparado para os outros
sacramentos. Catecumenato por sua vez é um período de preparação ao
sacramento:

O catecumenato é um espaço de tempo em que os candidatos recebem


formação e exercitam-se praticamente na vida cristã. Desse modo, adquirem
madureza às disposições que manifestaram pelo ingresso (RICA n. 19).

O Catecumenato é uma experiência de fé, em comunidade, em que o


participante, principalmente adulto, inspirado nos moldes da Igreja primitiva, propõe-
se a buscar um conhecimento mais profundo da pessoa de Jesus Cristo, da sua
16

mensagem e da sua Igreja. A catequese de inspiração catecumenal acontece


quando o candidato, desejoso de encontrar a Deus, acolhe a palavra de Deus e seu
anúncio querigmático, entra em um processo de conversão, num “itinerário
espiritual” (RICA n.19), pessoal e comunitário, participante de ritos, símbolos,
ultrapassando as etapas propostas para a sua maturidade cristã.
O objetivo do catecumenato é “formar a fé intelectual, vital e prática” (Lelo,
2011, p.39).
Assim, o tempo do catecumenato favorece a busca de desenvolvimento à
dimensão doutrinal da fé, a moral e a experiencial, para mudança de costumes, bem
como o ritual com a introdução à oração e o símbolo da fé.
Considera-se a iniciação à vida cristã pelo método catecumenal direcionada
aos adultos nos primeiros séculos da Igreja um modelo paradigmático que teve seu
auge nos século III d.C.

2.1 A ORIGEM DO CATECUMENATO

O catecumenato surgiu nos primeiros séculos da igreja primitiva, logo após a


morte dos últimos apóstolos para atender a educação da fé aos recém-convertidos,
oriundos do paganismo. Nesse sentido, como aponta Nery (2008, p.40), “há várias
iniciativas de se organizar um processo de preparação das pessoas à conversão”.
Pode-se iniciar um mergulho na história estudando os primeiros séculos, em
que a iniciação à vida cristã, ou seja, iniciar os simpatizantes do cristianismo no
mistério cristão ocorria através do método catecumenal, como enaltece a Comissão
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no item 43 do documento 97:

Desde o século II, a iniciação se fazia através do catecumenato. Foi uma


Feliz criação da igreja, num tempo em que ela não podia contar com o apoio
de uma cultura cristã na sociedade e ainda havia muito clima de segredo na
pratica cristã. (CNBB n. 43)

Na igreja primitiva, esse itinerário era muito exigente. Para os pagãos


(aqueles que eram convertidos de outros credos ou em credo nenhum) havia uma
preparação catecumenal prévia ao batismo. Essa preparação consistia numa
17

instrução da fé cristã e, sobretudo, tratava-se de criar no convertido uma nova


conduta, pela participação na vida da comunidade eclesial local.
Nos três primeiros séculos da era cristã, encontram-se várias contribuições
sobre a preocupação da igreja cristã na educação da fé aos recém-convertidos. Um
dos primeiros escritos que se tem das comunidades cristãs é a Didaqué ou
“Instrução dos Doze Apóstolos”. Os autores são desconhecidos, por isso se atribui
aos apóstolos, como se fosse uma espécie de catecismo primitivo. É constituído de
dezesseis capítulos, é uma obra pequena, mas de grande valor histórico e teológico.

A Didaqué nos permite conhecer as origens do cristianismo: como eram as


celebrações litúrgicas, a organização e a vida das primeiras comunidades,
como era a iniciação cristã e como se vivia o evangelho. Conforme
Sociedade das Ciências Antigas, Disponível em:
<http://www.sca.org.br/artigos/Didaque.pdf>. Acesso em 30 de Jan de 2012.

Outra fonte fundamental do século III são os escritos de Orígenes. Ele era
catequista, filósofo, teólogo e exegeta de Alexandria. É considerado o fundador da
ciência bíblica. Na juventude, dedicava-se à catequese e ao ensino da gramática.
Profundamente convencido da necessidade de tornar o cristianismo aceitável ao
ambiente intelectual de sua época, cria o Didaskaleion centro de estudos dirigido a
inserir o cristianismo no panorama cultural.
A partir dali difunde sua metodologia exegética, além de homilias e também
empreende várias obras para a defesa e a instrução da fé. Orígenes apresenta um
processo de educação da fé organizado em três fases:

Provocação pré-catecumenal (ouvintes, principiantes); b) provocação


catecumenal durante a quaresma (eleitos); c) provocação pós-batismal
(neófitos), realizada na semana depois da Páscoa. (Nery, 2011, p.46).

Outro aspecto a destacar é que nesses primeiros séculos o catecumenato é


direcionado aos adultos, com raras exceções às crianças:

A igreja Primitiva dos Primeiros séculos é considerada o berço do


catecumenato, principalmente no século III. A maioria dos que recebiam o
batismo era composta por adultos, que desejavam fazer um caminho de
conversão e adesão á fé cristã, portanto, com a opção mais convicta. Nos
primórdios, podemos dizer que o Batismo de crianças era uma exceção,
18

mesmo com indícios de batismo de crianças no Século I. Isso se dava


porque os primeiros cristãos não nasciam cristãos, mas eram cristãos
convertidos do judaísmo, pagão que assumiam a fé (Mitra Diocesana de
Osasco, 2011, p. 22).

A comunidade aceitava como cristão todos os que mesmo sem ser batizados,
morriam por Jesus e pela sua causa, mas a atenção primeira, quase total da
comunidade eclesial estava voltada para a educação da fé dos adultos e sua
preparação ao batismo.
O motivo da preocupação com os adultos no século II e III, é que havia uma
grande perseguição aos cristãos, especialmente por parte dos Judeus e
posteriormente pelo império Romano. Quanto mais se espalhava, mais o
cristianismo chamava atenção. No império Romano era necessário que uma religião
fosse autorizada pelo imperador para poder ser praticada. O judaísmo era
autorizado e o cristianismo não o era, pois a partir do momento em que ele se
distingue claramente do judaísmo, não goza mais de proteção jurídica de sua
religião mãe.
Para ser cristão neste período, necessitava-se de verdadeira fidelidade à
igreja e ao evangelho de Jesus Cristo, e para isso o catecumenato era a maneira de
selar as marcas de Cristo nos catecúmenos.
Para um maior entendimento do tema catecumenato do cristianismo primitivo,
especialmente de sua estruturação, se apresenta alguns fragmentos da obra
Tradição Apostólica, de Hipólito de Roma.

2.2 TRADIÇÃO APOSTÓLICA DE HIPÓLITO E O CATECUMENATO

Em sua obra, Hipólito assinala os elementos característicos da iniciação à


vida cristã, destaca a estrutura do catecumenato para o seu tempo. Além de outros
elementos, fala da existência de ministérios ordenados (bispos, presbíteros e
diáconos) e não ordenados (viúvas, virgens, leitores, etc.); as profissões
incompatíveis para o cristão; o batismo estendido também às crianças; a oração
eucarística e os cuidados devidos ao pão e ao vinho, Corpo e Sangue do Senhor; e
19

a eficácia da oração na vida do cristão (celebrada várias vezes ao dia), em especial


o sinal da cruz.
O processo de iniciação à vida cristã estava organizado em etapas e todos os
recém-convertidos deveriam passar por elas. A iniciação à vida cristã pela via
catecumenal de Hipólito é apresentada em cinco principais pontos: A apresentação
do candidato ao catecumenato; O período do catecumenato; A preparação próxima
ao batismo; A Iniciação sacramental; Catequese mistagógica pós-sacramental.
Como a atenção está voltada ao catecumenato, ou seja, ao tempo de
preparação ao batismo, Nery enfatiza a estruturação do catecumenato de Hipólito:

a) Preparação remota ao batismo (3anos)


b) Preparação próxima (a partir da aceitação ao batismo, vencida a etapa
anterior, dura algumas semanas, geralmente acontece na quaresma).
Nestas duas etapas os candidatos são ouvintes (audientes) e na missa
só participam da Liturgia da Palavra (primeira parte), e são despedidos
antes da eucaristia (segunda parte)
c) Eleitos (electi), que após o banho batismal passam participar
plenamente na comunidade e na eucaristia. (Nery, 2010, p.45)

Para a compreensão ampla das exigências para se tornar cristão naquele


período da história, antes de iniciar no catecumenato o candidato passava por uma
investigação das suas reais intenções e de suas relações afetivas e profissionais,
recebendo orientações de mudança de vida, quando necessário, como se verifica na
fase de apresentação do candidato.

2.2.1 A apresentação do candidato ao catecumenato.

Em sua obra, Hipólito dirige orientações no trato com os novatos, antes


mesmo de serem conhecidos pela comunidade, passam pelo catequista, investigam-
se suas intenções de acolhimento da fé. Os introdutores que trouxeram o novato
também são questionados, gerando um elo de compromisso e comprometimento.
Existe uma profunda preocupação em relação aos novatos, antes de iniciar o
catecumenato e são investigados e orientados a mudar de comportamento, segundo
a moral cristã, entendida como o próprio Hipólito apresenta em sua obra:
20

Aqueles que são trazidos pela primeira vez para escutar a Palavra, sejam
direcionados aos catequistas, antes da chegada do povo, e sejam
interrogados sobre a razão pela qual resolveram se aproximar da fé.
Aqueles que os trouxerem, dêem testemunho deles, informando se estão
preparados para ouvir a Palavra. Sejam também interrogados sobre a vida
que levam (Hipólito n. 33).

As orientações vão além da verificação das intenções e passam pela


verificação das relações conjugais e das atividades laborais. Praticamente as
profissões que estavam ligadas ao império romano e usadas para divulgar a sua
crença, seus deuses e, especialmente, as atividades que eram exercidas na prática
brutal dos castigos e das penas romanas sobre os escravos e presos políticos e
religiosos, também as práticas esotéricas, bem como os que praticam desvios
sexuais, eram convidados à conversão para poderem ingressar no catecumenato.
Aparece nessa primeira fase o envolvimento do catequista e daqueles que o
trouxeram ou apresentaram à comunidade, que pode ser “denominado de introdutor”
(RICA n. 42). O catequista, nessa, fase tem a tarefa de acompanhar o novato e
verificar suas intenções de adesão à fé e à igreja de Jesus Cristo. O introdutor tem
o compromisso de testemunhar em favor do novato e acompanhar no
desenvolvimento e progresso para entrada no catecumenato.
Uma vez que o novato é aceito a ingressar no catecumenato ele deixa de ser
novato e passa a ser catecúmeno. O período do catecumenato é o tempo de
formação do catecúmeno.

2.2.2 O tempo da instrução - Catecumenato

Uma vez que o novato tivesse sido admitido ao catecumenato, ele participava
da catequese centrada na escuta da palavra de Deus, nos estudos bíblicos e dos
principais pontos da fé cristã entre elas o símbolo da fé (Credo) e a oração (do Pai
nosso). O catecumenato ocorria num tempo médio de três anos, levava-se em conta
o testemunho de vida do catecúmeno.
21

Os catecúmenos devem escutar a Palavra por três anos. Se algum deles for
dedicado e atencioso, não lhe será considerado o tempo: somente o seu
caráter, e nada mais serão julgados (Hipólito n. 39).

Nessa fase verifica-se a presença forte do catequista, que tem sua atuação
na instrução da fé por meio das sagradas escrituras, mas também como
acompanhante nas celebrações eucarísticas. Nesse período catecumenato e liturgia
caminham juntos, onde uma completa a outra na instrução da fé, transparece a ideia
de que as instruções da fé precisam ser celebradas e vividas, para que a catequese
não seja apenas um período de formação cognitiva, mas também litúrgica. A
instrução é para que os catecúmenos participem da liturgia, mas somente na
primeira parte, na parte da Liturgia da Palavra, após a homilia é convidado a se
retirar, naquele tempo como afirma Nery (2010, p.48), “a eucaristia é exclusiva aos
iniciados nos mistérios cristãos”. No catecumenato também se encontra algumas
instruções, sinalizando ritos de oração, imposição de mãos e saudações da Paz.
Uma vez realizado o período do catecumenato, o catecúmeno era avaliado,
para verificar seu desempenho na catequese e seu testemunho de vida ao longo do
processo catecumenal. O processo se dá mediante ao Bispo com a participação do
catequista e também com ajuda dos padrinhos, novo personagem na caminhada do
catecúmeno. Uma vez aprovado o catecúmeno entra numa fase de intensa
preparação próxima ao batismo

2.2.3 A Preparação próxima ao batismo – Purificação e iluminação

Conhecida também como etapa quaresmal, essa etapa tinha a duração de


poucas semanas no período da quaresma. Os catecúmenos se reúnem diariamente.
É um tempo de preparação mais intensificada ao batismo, confirmação e a
eucaristia. Essa etapa do catecumenato se iniciava com uma compreensão mais
sistemática das verdades reveladas.
A preparação próxima tinha início no começo da Quaresma e durante esse
período ocorria o retiro dos catecúmenos, acompanhados pelos jejuns e orações em
um processo de purificação espiritual.
22

Realizava-se a preparação próxima para o batismo, na noite onde se


celebrava a Ressurreição do Senhor Jesus, em que toda a comunidade
acompanhava os futuros iniciados.
Os “eleitos” são também convocados para as catequeses que lhe eram
próprias, nas quais eram expostos os diversos artigos do “Credo”. Esse período da
catequese era acompanhado por uma série de exorcismos. O exorcismo era uma
oração em que o catequista impunha as mãos sobre o catecúmeno e pronunciava
palavras de libertação. Havia também os escrutínios. Os escrutínios eram orações
sobre os olhos, os ouvidos, a boca, todos os sentidos eram abençoados, para
mostrar que os candidatos recebiam a ação transformadora de Deus em sua luta
contra o mal. Em certo sentido, tudo isso fazia parte do processo chamado
catequese, que não se dava como um simples ensinamento em forma de aula, mas
que se fazia conjuntamente com os ritos litúrgicos.

2.2.3.1 A iniciação sacramental

O ponto culminante do período de instrução catequética e formação espiritual


se davam na celebração do batismo, da confirmação e da sagrada Eucaristia
durante a liturgia pascal. O Cristo Ressuscitado é o centro da vida de fé, do
ensinamento, da liturgia e da vida comunitária, que faz a Igreja ser uma comunidade
de fé, de culto e de caridade.
O batismo acontece na vigília pascal, na madrugada, se dava sob água
corrente, acontece também nesse momento a consagração dos óleos (o do
exorcismo e o da ação de graças). Como orações de renúncia a satanás, “a todos
seus serviços e todas as tuas obras” (Hipólito n. 46), com o óleo de exorcismo o
batizando era ungindo, depois dentro da água, seguia-se o Batismo, com três
imersões, correspondentes à profissão de fé dialogada nas três pessoas da
Trindade. Ao sair da água, o batizando era ungido com o óleo de ação de graças,
depois se secava e colocava as vestes brancas, e entrava na igreja; e assim
orientava a Tradição Apostólica de Hipólito.
23

O sacramento da Confirmação acontecia com a imposição de mão pelo bispo,


com orações ao Espírito Santo e com a invocação da trindade, o Bispo unge a mão
do recém-batizado com o Óleo santo, proferindo a Seguinte Oração:

Marcando-o na fronte com o sinal da cruz, oferecer-lhe-á o ósculo, dizendo:


"O Senhor esteja contigo". O que foi marcado responderá: "E com o teu
Espírito". Assim deve proceder com cada um. Em seguida, rezarão com
todo o povo, não podendo rezar com os fiéis enquanto não atingirem tudo
isso. (Hipólito n. 52)

O sacramento da Eucaristia se dava durante a missa, no rito eucarístico.


Como nas fases anteriores, o catecúmeno participava somente da primeira parte da
celebração e, na segunda, ele era dispensado. Nesse momento, como membro
eleito e integrante da comunidade ele já podia participar da segunda parte,
comungando a sagrada eucaristia. Além do pão e do vinho, os neófitos, como eram
chamados depois de receber os sacramentos, recebiam uma mistura de leite e mel.
Como recém-nascidos, abandonaram o Egito da escravidão para habitar “numa terra
onde corre leite e mel” (Hipólito n. 56). A Orientação era que o Bispo explicasse os
mistérios da ceia do senhor aos neófitos.
Rica de simbolismos e ritos, em clima de acolhida e alegria toda a
comunidade celebrava os novos membros integrantes da comunidade, verdadeiros e
fiéis membros, que tinham realizado e superado as etapas num verdadeiro caminho
de mudança de vida e chegado ao batismo. Agora estavam prontos para sanar
dúvidas e aprofundar o mistério cristão na catequese mistagógica e o exercício da
caridade.

2.2.4 Catequese mistagógica pós-sacramental

O catecumenato não terminava com o recebimento do sacramento. No


período durante a semana da Páscoa, os recém-iniciados sacramentalmente iam
diariamente à Igreja para receber a catequese Mistagógica.
A etimologia da palavra nos remete ao mistério, como destaca Mitra
Diocesana de Osasco (2011, p. 73):
24

Mistagogia’ é composta de duas partes: ‘mist’ + ‘agogia’. ‘Mist’ vem de


‘mistério’ e ‘agogia’ tem a ver com ‘conduzir’, ‘guiar’… Podemos traduzir: a
ação de guiar para dentro do mistério. Há outras duas palavras
relacionadas: 1) ‘mistagogo’ ou ‘mistagoga’ – é a pessoa que realiza a
mistagogia, a pessoa que conduz para dentro do mistério, nos colocando em
contato com este mistério, revelando-o; 2) ‘mistagógico’ ou ‘mistagógica’ – é
o adjetivo derivado de mistagogia

A catequese mistagógica desenvolve-se depois do Batismo para aprofundar e


dar sentido aos sacramentos da iniciação. Durante esse período, havia o
aprofundamento no mistério mediante a meditação do evangelho, a participação na
eucaristia e no exercício da caridade. Hipólito observa que nesse período “se algo
deve ser lembrado ou reforçado aos que tiverem recebido o batismo, o bispo, o fará
em segredo” (Hipólito n. 59). Tinha-se por princípio que a explicação prévia iria tirar
do batizando a receptividade para o evento e, consequentemente, a experiência do
mistério. Era preciso vivê-los primeiro; a explicação vinha depois. É o que nos
confirma São Cirilo de Jerusalém:

Desde há muito tempo desejava falar-vos, filhos legítimos e muitos amados


da Igreja, sobre estes espirituais e celestes mistérios. Mas como sei bem
que a vista é mais fiel que o ouvido, esperei a ocasião presente, para
encontrar-vos, depois desta grande noite, mais preparados para
compreender o que se vos fala e levar-vos pelas mãos ao prado luminoso e
fragrante deste paraíso(Cirilo De Jerusalém, n.1).

Assim, além do aprofundamento doutrinal da Páscoa e os santos mistérios,


gerava o vínculo eclesial e a integração comunitária local. O neófito passa a ser
reconhecidamente um introdutor em potencial para apresentar novos membros à
comunidade e ao processo catecumenal.
Pode-se assim definir o catecumenato como um caminho de aprofundamento
da fé e de conhecimento dos ensinamentos cristãos, feito por etapas remotas e
imediatas, compreendidas como um verdadeiro itinerário a serem superados
gradativamente, objetivando a transformação e conversão verdadeira a Cristo numa
fé madura e convicta.
Hipólito e seus contemporâneos exerciam a missão da educação da fé pela
via do catecumenato, pautado numa catequese bíblica e litúrgica, recheada de ritos
25

e símbolos, que exigia testemunho de vida, para tal, cita-se duas santas da Igreja
Católica.
No ano de 202 d. C, o imperador Severo mandou que aqueles que seguissem
sendo cristãos e não quisessem adorar aos deuses romanos, deveriam morrer.
Perpétua estava celebrando uma reunião religiosa em sua casa, quando chegou a
polícia do imperador e a levou presa, junto com sua escrava Felicidade. Diz
Perpétua em seu diário: “O que mais pedia a Deus era que nos desse grande virtude
para sermos capazes de sofrer e lutar por nossa santa religião"
Santa Perpétua e Felicidade mantiveram sua fidelidade a Cristo e à Igreja até
o martírio, quando foram decapitadas em um circo romano no ano de 202 d.C..
Como se pode verificar, o catecumenato em sua fase formativa centrada na palavra
de Deus, nos ritos religiosos e símbolos, marcavam profundamente o caráter
pessoal dos catecúmenos, levando à plena convicção da fé que aderiram.

2.3 CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO CATECUMENAL

Durante a dissertação sobre o catecumenato as características do processo


foram sinalizadas. Contudo para ampliar a abordagem destacam-se o caráter
processo progressivo, o caráter catequético-litúrgico, o caráter comunitário e o
caráter mistagógico.

2.3.1 Caráter progressivo.

Na evolução das etapas da catequese de estilo catecumenal, do pré-


catecumenato à mistagogia, quem está no processo vai recebendo gradativamente a
formação na dimensão doutrinal e moral da fé cristã, necessária para seu
embasamento e aplicação desta fé na sua vida. Assim o processo formativo e
progressivo imprime no catecúmeno maturidade progressiva “num verdadeiro
itinerário pedagógico de iniciação cristã” (Lelo, 2011, p. 27). Quando apresentado
pelo introdutor o novato recebe formação inicial sobre conhecimento básico da fé,
26

segue assim até o ultimo estagio, respeitando sua vontade pessoal de seguir.
Mesmo já recebido os sacramentos ele continua sendo formado. Esse processo
gradativo de formação não acontece somente cognitivamente ou intelectualmente
ele é vivenciado em comunidade e na liturgia.

2.3.2 Caráter catequético-litúrgico

Muito mais que receber a formação catequética e seus conteúdos doutrinários


e morais em locais didaticamente preparadas, o catecúmeno é conduzido a
experiências litúrgicas, rituais e com a iniciação a orações e ao símbolo da fé cristã,
em celebrações devidamente preparadas e orientadas.
Os tempos são considerados “tempos de informação e amadurecimento”
(RICA, n. 7) mais diretamente relacionados à catequese. Pelos ritos de passagem os
catecúmenos são preparados para a dimensão litúrgica. Não acontecem como
momentos isolados, catequese e liturgia atuam em profunda sincronia. Cada rito de
passagem assinala um tempo de chegada e um ponto de partida, essas passagens
de tempos em celebrações elaboradas enaltecem o caráter mistagógico que vai
marcando o catecúmeno.
O RICA orienta “cuide que a catequese seja penetrada do espírito evangélico,
em harmonia com os ritos e o calendário litúrgico”(RICA n. 48). O ritmo catequético
em sintonia com o ritmo do ano litúrgico oferece um itinerário formativo espiritual
mais regular e intenso; ajuda a recuperar o sentido profundo dos sacramentos. As
liturgias das festas cristãs como Advento, Natal, Quaresma, Páscoa e festas locais
imprimem nos catecúmenos as marcas das grandes celebrações numa verdadeira
catequese narrativa dos acontecimentos históricos da salvação.

2.3.3 Caráter comunitário.

Toda a caminhada progressiva e litúrgica do candidato ao batismo se dá com


o envolvimento de várias pessoas, desde o introdutor a instituição do padrinho e do
27

envolvimento de vários ministérios eclesiais, catequistas, equipes litúrgicas como


afirma Lelo (2005, p. 193): “Não se torna cristão somente com o empenho e esforço
pessoal, mas com a ajuda da comunidade cristã”. As celebrações de passagens
desenvolvem o caráter comunitário da iniciação do candidato e também ajudam a
renovar as promessas batismais da própria comunidade e pelas catequeses
mistagógica nas celebrações toda comunidade também é alimentada.

2.3.4 Caráter mistagógico.

O Caráter mistagógico oferece o sentido aos símbolos e aos ritos, numa


catequese direcionada aos mistérios da salvação nas narrativas evangélicas e
celebrações. “O fruto maduro da mistagogia é a consciência de que a própria vida
vai sendo progressivamente transformados pelos sagrados mistérios celebrados”
(Exortação Apostólica n. 64), assim à conversão pessoal vai ocorrendo e sendo
observada na sua mudança comportamental e testemunhal, dando o devido valor
aos símbolos da fé e ao sagrado.
Essa verdadeira pedagogia espiritual de crescimento e vencimento de etapas
que produziam verdadeiros e autênticos cristãos teve sua gradativa descontinuidade
e uso quando se tornar cristão torna-se conveniente, isso vai ocorrer quando o
cristianismo se tornar religião oficial do Estado iniciando pelo Imperador Constantino
no ano 313 d.C.
28

3 CATECUMENATO: DECLINIO, RETOMADA E PUBLICAÇÃO DO RICA.

No período dos imperadores romanos como Nero, Domiciano, Trajano, Marco


Aurélio e Septímio Severo, foram empreendidas grandes perseguições aos cristãos
por recusarem cultuar os deuses Romanos, símbolo da unidade imperial, e a aceitar
a divinização dos imperadores. Neste período sangrento para os cristãos, se
desenvolveu o processo do catecumenato, formando comunidades sólidas.

A mensagem redentora de Jesus Cristo e os cristãos convictos de sua fé


aceitavam o martírio sem hesitação, na certeza da salvação, isso fazia com
que o numero dos adeptos aumenta-se, especialmente entre os excluídos
da sociedade romana. Conforme Salomão, Disponível em:
<http://educacao.uol.com.br/historia/roma-cristianismo. jhtm>. Acesso em 20
de out de 2011.

A última perseguição foi decretada pelo imperador Diocleciano, na segunda


metade do século III. Já era difícil para o Império manter a postura repressiva sobre
uma parcela cada vez mais significativa da população que abrasava a fé cristã. No
início do século IV, em 313, o imperador Constantino publicou o Edito de Milão
concedendo liberdade de culto aos cristãos. O imperador Teodósio, por meio do
Edito de Tessalônica, em 390, tornou o Cristianismo à religião oficial do Império. Aos
poucos, firma-se o período que os historiadores denominam de cristandade.
Com a liberdade de culto e com a religião oficializada pelo estado. Aquele que
outrora perseguia, agora acolhe, aliando ao estreitamento da relação entre o Papa e
conveniência, o Imperador se tornar cristão. Muitos cidadãos romanos pedem o
batismo e o ingresso no catecumenato, como afirma Nery (2010, p. 59), por
interesses pessoais: “ingressar no catecumenato, mais por interesse político do que
realmente como resultado de conversão.”
Como se verificou o catecumenato nesse período da história é um processo
longo e exigente que produzia cristãos autênticos e verdadeiros, formados no
conhecimento das escrituras, na catequese litúrgica e centrados na pessoa de Jesus
Cristo, rodeados de símbolos e ritos, tende a ficar em desuso pela magnitude de sua
estruturação. O catecumenato não atende os interesses de muitos em tornar-se
cristão por questões políticas e humanas e não por conversão, iniciando assim um
29

processo de batismo de adultos em massa. Neste período os adultos recebem um


catecumenato reduzido ao período da quaresma, e que gradativamente esse
batismo vai ser direcionado às crianças ao longo da história.
A visão de uma sociedade denominada cristã, onde todos nascem ou se
tornam cristãos de forma automática, forma o paradigma da cristandade que assim
afirma Nery (2010, p. 65): “inicia-se na história da igreja, o que se pode denominar
de catequese por imersão”, assim cai à importância do catequista, a necessidade do
catecumenato.
Esse processo se dará até a retomada da catequese aproximadamente no
ano 700, com o retorno da catequese direcionada às crianças em função da primeira
eucaristia e a confirmação, uma vez que já foram batizadas na infância.
Percebe-se claramente uma grande migração do catecumenato com suas
etapas, tempos e ritos e a descontinuidade deste processo por interesses humanos
e políticos, com significativa perda da essência do mistério cristão, perde-se as
exigências de ser cristãos autênticos e por fim os compromissos e vínculos da fé.
Pode-se afirmar que a educação da fé, passa do modelo paradigmático de iniciação
cristã pela via catecumenal direcionada aos adultos, para o modelo paradigmático
da cristandade com iniciação sacramental direcionada à crianças onde pais e
padrinhos respondem pelo candidato ao batismo.
Atualmente muito se tem verificado por meio dos documentos da igreja
católica a retomada do catecumenato para adultos, reconhecendo a valorosa
contribuição da igreja nos primeiros séculos como modelo paradigmático de
iniciação à vida cristã pela via catecumenal. Para um entendimento dessa
sinalização dos interesses na retomada do catecumenato, verificam-se algumas
citações no Concílio Vaticano II.

3.1 A RETOMADA DO CATECUMENATO.

Formalmente se verifica que meado do século passado inicia-se a


documentação por parte da igreja católica dos pensamentos e interesses na
retomada do catecumenato como opção de metodologia para a educação da fé dos
30

novatos vocacionado aos sacramentos de iniciação cristã, para isso citam-se alguns
fragmentos históricos desta documentação, iniciando pelo concílio vaticano II.

Em 25 de janeiro de 1959 o papa João XXIII, convoca o concílio ecumênico,


em 17 de maio do mesmo ano institui a comissão ante-preparatória, dando o
encargo de contatar os bispos do mundo inteiro, as faculdades católicas, a
cúria romana com o objetivo de recolher conselhos e propostas para o
concílio (Lelo, 2005, p. 31)

Principalmente nas terras em missão, especialmente da África surgem


pedidos de reestruturação do batismo de adultos segundo os moldes do
catecumenato dos primeiros séculos da Igreja Católica. Já no ano de 1963, com o
papa Paulo VI, no texto final da Sacrosanctum concilium, se encontra as seguintes
orientações conforme segue:

Restaure-se o catecumenato dos adultos, com vários graus, a praticar


segundo o critério do Ordinário do lugar, de modo que se possa dar a
conveniente instrução a que se destina o catecumenato e santificar este
tempo por meio de ritos sagrados que se hão de celebrar em ocasiões
sucessivas. (SC n. 64)

Revejam-se tanto o rito simples do Batismo de adultos, como o mais solene,


tendo em conta a restauração do catecumenato, e insira-se no Missal
romano a missa própria «para a administração do Batismo»(SC n. 66)

Nasce da necessidade principalmente nas terras em missões em conduzir os


novos convertidos numa experiência progressiva dando sentido aos sacramentos,
não meramente realizar o sacramento definindo-os como iniciados na fé,
sacramentados sim, mas talvez não verdadeiramente evangelizados e
comprometidos.
Mesmo durante a realização do concílio este pensamento é verificado entre
os participantes. Essas contribuições conduziram a elaboração do texto final.
Destaca-se a participação do Bispo auxiliar de Cracóvia Karol Wojtyla, que na sua
intervenção na aula conciliar em 1962, sobre o texto da constituição Sacrosanctum
Concilium, sobre a liturgia, profere:

“A iniciação é feita não somente pelo batismo, como também pelo


catecumenato, durante o qual o ser humano adulto é preparado para levar o
estilo de vida cristã durante toda a sua vida [...] A iniciação parece algo mais
31

amplo do que só a recepção do batismo, também depois da confirmação.


Tal amplitude da noção de iniciação cristã deve ser da máxima importância.
Sobretudo em nossos tempos, quando até os seres humanos batizados não
estão suficientemente iniciados em toda a verdade da vida cristã”. (Wojtyla
1962).

Verifica-se que neste período da história da igreja existe a preocupação com


os adultos batizados, mas não verdadeiramente iniciados à vida cristã e com pouco
embasamento teológico, baixa fidelidade e comprometimento com a comunidade
eclesial local. Existe o entendimento que somente o ato de sacramentar, ou seja,
ministrar os sacramentos de iniciação cristã, não é suficiente para produzir a
maturidade da fé, o processo pedagógico de evoluir nas fases e o acompanhamento
testemunhal da prática, cercados de ritos como sugere o catecumenato. É uma
alternativa e como tal deve-se ser resgatada.
Em 06 de Janeiro de 1972, a Sagrada Congregação para o Culto Divino,
seguindo a orientação do Concílio Vaticano II, promulga o novo Ritual de Iniciação
Cristã de Adultos (RICA).

3.2 RITUAL DE INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS - RICA

O RICA é um livro litúrgico que contém as orientações sobre estrutura do


catecumenato, contém uma síntese doutrinal, litúrgica e pastoral sobre a iniciação
cristã e os ritos da iniciação sacramental cristã. O RICA contém as bênçãos, os
exorcismos, as orações, as explicações doutrinais, os ritos próprios do
catecumenato como: a imposição das mãos, a recepção da Bíblia, as promessas do
batismo, a unção com o óleo, a profissão de fé.
O RICA trata especialmente sobre os ritos, etapas e fases em torno da
iniciação à vida cristã de adultos não batizados, mas também apresenta no capítulo
IV a “Preparação para a confirmação e a eucaristia de adultos, que batizados na
infância não receberam a devida catequese” Este capítulo tem fundamental
importância porque entra como alternativa metodológica para “iniciar à vida cristã os
batizados e não suficientemente evangelizados”( Documento de Aparecida n. 293)
No capítulo V do RICA encontra-se “Rito de iniciação de Crianças em Idade
de Catequese”, com todas as suas orientações e adaptações para aplicar a
32

metodologia catecumenal proposta pelo RICA a estrutura atual de catequese de


eucaristia dirigida à crianças e a da confirmação voltada a adolescentes.
Aqui serão apresentados os 4 tempos de formação propostos pelo RICA que
assim ficou estruturado: Pré-catecumenato, Catecumenato, Purificação e Iluminação
e Mistagogia. Entre os 4 tempos, o RICA apresenta 3 etapas que são grandes
celebrações de passagem de um tempo ao outro como fica visível no quadro 1
sugerido pelo estudo da CNBB 97 .

Quadro 1 – Tempos e Etapas da Iniciação Cristã.

Fonte: CNBB ESTUDO 97, 2010.

Para uma maior compreensão do catecumenato proposto pelo RICA, serão


apresentadas as principais características dos tempos e etapas, inicia-se pelo pré-
catecumenato segundo o Ritual de iniciação Crista de Adultos.

3.2.1 Pré-Catecumenato

Este período compreende o tempo da evangelização onde se apresenta


Jesus Cristo e o plano de salvação de Deus Pai, por graça e auxílio do Espírito
33

Santo, para que o simpatizante ou candidato ao catecumenato abra o entendimento


e o coração, e deseje iniciar a caminhada catecumenal rumo ao Batismo. “Esta fase
destina-se a motivar o candidato a mudar de vida e entrar em relação pessoal com
Deus” (Lelo, 2005, p. 53). Nesta fase realiza-se por meio de encontros quase
informais e (RICA n.11) “que se façam por meio de catequistas, diáconos,
sacerdotes ou mesmo leigos”, ressalta-se a importância do bom acolhimento. O
acolhimento mostra o rosto da Igreja bem nos recorda a CNBB

Hoje a religião é mais acolhida do que herdada. O espaço que a Igreja pode
ocupar na vida das pessoas depende da qualidade do acolhimento e do
testemunho, e não mais do prestígio da instituição (CNBB n. 25 e 28).

Com o coração desejoso de iniciar a caminhada, “acompanhado de um amigo


o simpatizante” (RICA n. 12) é saudado e recebido pelo sacerdote, em seguida
organiza-se a Celebração de entrada no Catecumenato.

3.2.1.1 Celebração de entrada no catecumenato

Antes de celebrar a entrada no catecumenato verificam-se as “intenções dos


simpatizantes sobre sua verdadeira intenção de receber o batismo” (RICA n. 68),
caso necessário, espera-se mais um tempo para amadurecimento das intenções.
Todos os envolvidos com a catequese são convidados a participar da celebração,
inclusive o introdutor.
Nesta celebração encontram-se o rito introdutório conforme mostra o RICA
(RICA n. 72): Reunião fora da igreja onde os simpatizantes recebem a saudação;
ocorre o diálogo sobre as intenções do candidato; a primeira adesão com a ajuda do
introdutor; oração de agradecimento; bênção dos sentidos; oração conclusiva; e a
entrada na igreja, para os ritos litúrgicos seguintes.
Em clima de alegria, quem preside acolhe os candidatos, e o introdutor e
destaca a experiência pessoal e o senso religioso sobre a celebração que se vai
realizar com marco da iniciação ao “itinerário espiritual” (RICA n. 74). O diálogo
sobre as intenções do candidato, inicia-se com apresentação individual do nome, e
34

transcorre sobre a intenção do candidato dialogando sobre a Fé e a vida eterna que


a Igreja como instrumento propõe em nome de Jesus Cristo.
A primeira adesão com a ajuda do introdutor, isso ocorre quando o candidato
responde que está de acordo com a proposta de mudança de vida e “viver segundo
os preceitos do Evangelho” (RICA n. 76), amando a Deus e ao Próximo como Cristo
nos mandou fazer. O introdutor e todos os presentes são questionados da
disponibilidade de ajudar o candidato “a encontrar e seguir Jesus” (RICA n. 77) pela
alegria do Sim, toda a comunidade ora agradecendo a Deus pela graça de novos
seguidores atraídos ao mistério cristão, seguidamente acontece à assinalação da
fronte:

O RICA estabelece a entrada no catecumenato com a assinalação da fronte


e dos sentidos (ouvidos, olhos, boca, peito, ombros) e também é dada a
bênção com o sinal da cruz sobre toda a assembléia. (Lelo, 2005, p. 55)

Receber o sinal da cruz é receber o sinal da salvação que está sob a guarda
da igreja, e que a passa ao candidato como resposta do seu sim à conversão,
seguido de oração conclusiva. Todos entram na igreja para os demais atos
litúrgicos.
Após a liturgia da palavra ocorre a entrega da Palavra de Deus aos agora
catecúmenos, com a bíblia na mão iniciam-se uma nova fase da vida sob a luz desta
palavra.
As preces pelos agora catecúmenos (RICA n. 94) que segue é recheada de
agradecimentos, pedido de auxílio a Deus, orações pela unidade e exemplo da
comunidade e por fim a “oração conclusiva” (RICA n. 95). Após acontece a
despedida dos catecúmenos, pois eles ainda não foram iniciados no mistério cristão,
a celebração segue com os ritos da eucaristia e finais.

3.2.2 Catecumenato

É o tempo de formação dos catecúmenos, um tempo maior de formação e


preparação no aprofundamento da fé, “seguindo por vários anos” (RICA n. 98),
35

dependendo de cada catecúmeno. “Catequese relacionada com o ano litúrgico”


(RICA n. 100), e “exposição da doutrina sob todos os aspectos” (RICA n. 98),
ministrada por catequistas. Ajudados pela igreja a assumirem uma nova postura com
mudança de mentalidade, costumes, com base nas orientações morais e doutrinais.
Os catecúmenos nesta fase são convidados a participarem da celebração da
liturgia para gradativamente serem membros participativos da comunidade e
“saborearem” dos mistérios e dos ensinamentos de Cristo nas leituras. Na liturgia da
palavra o Espírito Santo age nos corações recordando a ação do Deus Pai na
história e age firmando nos catecúmenos os valores morais e espirituais,
impulsionando-os a praticarem na vida diária o aprendizado. O Espírito Santo dá o
sentido aos acontecimentos da salvação nos ritos litúrgicos e pela palavra anunciada
numa verdadeira catequese sobre a pedagogia Divina.
Durante o catecumenato ocorrem os “ritos de exorcismos” (RICA n. 113), os
exorcismos são orações invocando a Santíssima Trindade, pedindo que se afaste
dos catecúmenos todos os males, essa oração acontece durante celebrações
organizadas para este fim.
Reconhecendo a incapacidade humana de identificar os pecados e de vencer
sozinhos os males e suas ações, em posição de humildade decore a oração para
que o Espírito Santo aja como “paráclito prometido” (João 16, 13).
No tempo do catecumenato realizam-se a “bênção dos catecúmenos” (RICA
n. 19), bênção que pode ser realizada pelo catequista ou membro ordenado da
comunidade, acontece à oração com imposição de mãos sobre o catecúmeno, a
imposição de mãos e orações imprime a progressividade espiritual que se vai dando
ao catecúmeno até a chegada à iniciação sacramental.
Também com caráter progressivo preparatório ao batismo realiza-se a unção
com o óleo dos catecúmenos, aplicando o óleo “sobre o peito ou em ambas as mãos
ou ainda em outras partes do corpo” (RICA n. 132).
Podem-se realizar “celebrações de entrega dos símbolos” (RICA n. 125-126).
Recomenda-se neste período ocorra a escolha do padrinho por parte do
catecúmeno para seguir participativo nas etapas e celebrações.
36

3.2.2.1 Celebração de eleição

Na celebração de eleição os padrinhos, que pela primeira vez exercem


publicamente seu ministério, testemunhando em favor do candidato, juntamente com
os testemunhos dos catequistas e da comunidade e com a firme decisão do
catecúmeno em receber os sacramentos da iniciação cristã, realiza-se os ritos de
eleição do catecúmeno, que a partir desse rito são chamados “eleitos” (RICA n.
134). Chama-se eleição porque a admissão feita pela igreja se baseia na eleição do
candidato feita por Deus.
O Rito se desenvolve normalmente no primeiro domingo da quaresma, e após
a liturgia da palavra seguem com a apresentação do candidato; exame e petição do
candidato; após ocorre a eleição e oração pelos eleitos; seguindo a liturgia
eucarística. (RICA n. 139)
A apresentação do candidato à comunidade se da após a homilia. Diante do
celebrante, candidato e padrinho são questionados sobre as condições reais do
candidato a ser admitido entre os eleitos, se ouviram fielmente a palavra de Deus e
se estão de acordo com o que lhe foi ensinado e se têm participado na vida de
oração e de vivência na comunidade (RICA n. 144). Percebe-se a preocupação da
igreja com a conduta do candidato e sua fidelidade vivencial e testemunhal à palavra
de Deus, pontos fundamentais na construção de comunidades sólidas.
A Petição do Candidato ocorre com o sim “queremos” (RICA n. 146) ser
iniciados na vida cristã pelos sacramentos batismo, da confirmação e da Eucaristia;
neste momento da celebração são escritos os nomes dos eleitos em livro
apropriado. Acontecem também orações comunitárias em forma de pedidos pelos
eleitos. Uma vez eleitos, os candidatos entram na fase de formação mais intensa
chamada Purificação e Iluminação.

3.2.3 Purificação e iluminação

Este tempo costuma “ocorrer na quaresma” (RICA n. 152), com o objetivo de


preparar mais intensamente. Tempo especial para preparar o interior do catecúmeno
37

pelo exame de consciência e pela penitencia e “iluminá-los para um conhecimento


mais profundo de Cristo” (RICA n. 25). Este período serve para as celebrações de
escrutínios e das entregas dos símbolos.
Os escrutínios celebram-se tradicionalmente aos domingos – no terceiro, no
quarto e no quinto – da quaresma, “primeira missa é a da Samaritana; o segundo do
cego de nascença; a terceira, da ressurreição de Lázaro” (RICA n. 159), e tem por
finalidade “descobrir nos corações dos eleitos o que é frágil, mórbido ou perverso,
para curá-lo; e o que é forte, sadio e bom, para reforçá-lo e confirmá-lo” (RICA n.
154). Nos escrutínios, “os catecúmenos vão conhecendo gradualmente o mistério do
pecado” (RICA n. 157), do qual todo o universo e cada homem em particular
anseiam redimir-se e ver-se livre de suas consequências atuais e futuras; além disto,
seus corações se vão impregnando progressivamente do mistério de Cristo. Os
escrutínios, menos que exames sobre a idoneidade intelectual ou moral dos eleitos,
são exorcismos (orações proferidas contra o mal e contra o demônio) que os
preparam progressivamente para serem assumidos na condição de filhos de Deus
Pai, por graça do Espírito Santo.
As celebrações de entrega dos símbolos da fé (Creio) e da oração (Pai
Nosso), “o Símbolo é entregue na semana do primeiro escrutínio; a Oração do
Senhor, depois do terceiro.” (RICA n. 53).
Com as celebrações de entregas uma vez realizadas completa a preparação
doutrinal dos catecúmenos, “a Igreja lhes repassa com amor os documentos que
desde a Antiguidade constituem o compêndio de sua fé e de sua oração”. (RICA n.
181). A entrega do Símbolo é um ato fundamental que contém todo o significado da
catequese, ao entregar o Símbolo a Igreja transmite ao candidato que irá ser
batizado a sua expressão máxima da fé e acima de tudo ensina e inicia o eleito na
oração.
No sábado santo pela manhã, os eleitos reúnem-se para oração a fim de se
prepararem para o recebimento dos sacramentos e participam do rito de preparação
imediata como propõem (RICA n. 193), durante esta celebração destaca-se o rito do
“Éfata”. Este rito sugere o simbolismo da graça de ouvir e professar a palavra de
Deus. O rito do Éfata tem como referência na Bíblia o Livro de Marcos 7, 31-37. ,
após a homilia da palavra o presidente da celebração toca os ouvidos e o lábio do
eleito, e Profere: “Éfata, isto é abre-te, a fim de proclamares o que ouviste para
louvor e glória de Deus”. (RICA n. 202).
38

Após essa preparação imediata ao batismo os eleitos receberão os


sacramentos de iniciação cristã.

3.2.3.1 Celebração dos Sacramentos de Iniciação cristã.

A celebração de iniciação sacramental dos adultos normalmente, se realiza


na Santa noite da Vigília Pascal, ministrando os sacramentos do Batismo,
Confirmação e Eucaristia. Pelos sacramentos ministrados pela igreja os eleitos se
“tornam filhos adotivos de Deus” e “são introduzidos pelo Espírito Santo na
prometida plenitude dos tempos e ainda pelos sacrifícios e a refeição eucarística
antegozam do Reino de Deus” (RICA n. 27).
O rito de celebração dos sacramentos segundo RICA inicia-se com a
“Apresentação dos Eleitos e Exortação de quem preside” (RICA n. 213). Os eleitos
são apresentados pelo padrinho a toda a comunidade presente, e aproximam-se da
fonte do batismo. A exortação de quem preside desenvolve o caráter do novo
nascimento para o Reino de Deus e a graça da filiação que o sacramento
desenvolve na vida espiritual do batizando.
A “ladainha” (RICA n. 214) são as súplicas dirigidas a todos os santos que
“exprime a fé da igreja terrestre na comunhão com a igreja do céu” (Lelo, 2005, p.
105). A invocação dos santos, homem e mulheres que passaram pela igreja terrestre
e hoje celebram na igreja celeste, remetem ao pensamento da realidade futura dos
batizados, como opção de fé e seguimento.
A “Oração Sobre a Água” (RICA n. 215). O celebrante voltado para fonte de
água que será usada para ministrar o batismo inicia sua oração lembrando que no
princípio o espírito de Deus pairava sobre as águas, lembra das águas do dilúvio e
seu caráter de renascimento da criação, recorda o batismo de Jesus no rio Jordão e
a água que saiu do coração de Jesus aberto pela lança no dia da crucificação. O
celebrante também faz memória e narra as palavras de Jesus após a ressurreição
“Ide Fazei meus discípulos todos os povos e batizai-os em nome do pai, e do filho e
do Espírito Santo”, e o celebrante conclui pedindo a Deus pai que pela água do
batismo lave os batizando da antiga culpa do pecado e renasçam para uma nova
vida, pedindo também ao Pai que por meio de Jesus que desça sobre a água a força
39

do Espírito Santo. A água que será usada para o batismo será tocada pelo círio
pascal. O círio que simboliza que Cristo surgiu das trevas para iluminar nosso
caminho e iluminará os caminhos dos novos batizados.
A “Renúncia” (RICA n. 217) e a profissão de fé são partes de um mesmo rito e
com a própria manifestação que os candidatos ao batismo são convidados a
renunciar ao pecado, as causas de desunião e ao Demônio princípio e autor do
pecado. A renúncia esta alicerçada na certeza da opção e de seguimento a Jesus
Cristo.
A “unção com o óleo dos catecúmenos” (RICA n. 218) se realiza após a
renúncia, mas pode ter sido realizada na preparação imediata, se já foi ministrado
não se repete. Esta unção se realiza aplicando o óleo dos catecúmenos no peito e
ou nas mãos.
A “Profissão de fé” (RICA n. 219) é a confirmação na crença do símbolo da fé
(creio apostólico), onde as verdades da fé católicas são sintetizadas.
Após seguir todos os passos que conduzem simbolicamente ao novo
nascimento chega o Banho Batismal (RICA n. 220). Onde o presidente dizendo o
nome do eleito seguido de “Eu te batizo em nome do Pai” mergulha ou derrama
água sobre a cabeça do eleito; depois Diz “E do filho” mergulha ou derramando água
pela segunda vez e por fim Diz “E do Espírito Santo” mergulha ou derramando água
pela terceira vez.
Os “Ritos complementares” (RICA n. 223) compreendem na unção depois do
batismo com o óleo do crisma, os neófitos recebem o penhor de ser membros de
Cristo como “sacerdote, profeta e rei” (RICA n. 224). A ”Veste Batismal” (RICA n.
225) é a veste branca que o padrinho reveste o recém-batizado, num simbolismo
como descreve Lelo:

A veste branca é o sinal da vida da ressurreição o qual o neófito participa, e


da inocência que agora deve distingui-lo, Assume um significado claramente
escatológico, é sinal da ressurreição dos corpos. (Lelo, 2005, p. 111).

Após a veste batismal os neófitos recebem a luz num simbolismo ritual chamado
“entrega da luz “(RICA n. 226), que consiste em receber uma vela acesa, que foi
acesa no círio Pascal. A vela acesa sinaliza a vocação de viver e caminhar como
filhos da luz.
40

Na sequência desta celebração onde os eleitos receberam o sacramento do


batismo e tratados como neófitos, são conduzidos a receber o sacramento da
Confirmação.
O celebrante se dirige aos neófitos, (RICA n. 229) lembrando que foram
batizados e receberam uma nova vida, agora lhes resta receber o Espírito Santo, o
mesmo espírito que foi enviado por Jesus sobre os apóstolos no dia de pentecostes
e retransmitido por eles aos seus sucessores. Pelo Espírito Santo darão testemunho
da paixão e ressurreição do Senhor e se tornarão membros ativos da Igreja.
De pé com as mãos voltadas para o povo, o celebrante ora pedindo a Deus
Pai todo poderoso que derrame qo Espírito Santo e os seus dons e pela unção os
tornem imagem de Cristo.
Seguidamente, o celebrante impõe as mãos sobre todos os Crismandos e o
celebrante, profere:

Deus todo-poderoso,
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
que, pela água e pelo Espírito Santo,
destes uma vida nova a estes vossos servos
e os libertastes do pecado,
enviai sobre eles o Espírito Santo Paráclito;
dai-lhes, Senhor,
o espírito de sabedoria e de inteligência,
o espírito de conselho e de fortaleza,
o espírito de ciência e de piedade,
e enchei-os do espírito do vosso temor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. (RICA n. 230)

Oração que pede o selo dos sete dons do Espírito Santo sobre o Crismando.
O celebrante humedece o polegar da mão direita no óleo do crisma e traça o sinal
da cruz na fronte do crismando, dizendo: “recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o
dom de Deus.” Seguindo com a afirmação do crismando proferindo o Amém. O
celebrante acrescenta: A paz esteja contigo. Responde o crismando: Amém.
E por fim vem a celebração da Eucaristia. “É este o dia em que os neófitos
nela participam pela primeira vez de pleno direito e encontram a consumação da sua
iniciação” (RICA n. 36). Durante a oração litúrgica o celebrante enaltece, orienta
sobre o valor da eucaristia e seu mistério, sendo a eucaristia o ponto culminante de
toda a vida Cristã. Todos os neófitos participam da mesa eucarística comungando as
duas espécies o pão e o vinho, corpo e sangue de Jesus.
41

Batizados, crismados e alimentados nos divinos mistérios, os neófitos


seguirão participativos na comunidade por meio da catequese mistagogica que é o
quarto tempo do processo catecumenal.

3.2.4 Mistagogia

Compreende como último tempo de formação dos recém-batizados. Este


tempo se prolonga por todo o período pascal e é destinado à mistagogia.
Mistagogia é o tempo propício para o aprofundamento nos mistérios pascais
de Cristo e para maior contato com a comunidade local dos fiéis, propício para a
experiência comunitária. Este período busca envolver os recém-batizados na
meditação do evangelho e na participação da Eucaristia bem como no exercício da
caridade. Neste período o padrinho acompanha o seu afilhado nas celebrações e
ajuda-o na sua vivência da fé, conforme o RICA.

Durante todo o Tempo Pascal, nas Missas dominicais, os neófitos ocuparão


um lugar especial no meio dos fiéis. Procurem todos os neófitos participar na
Missa com os seus padrinhos. Na homilia, e se for oportuno, também na
Oração universal, faça-se menção deles. (RICA n. 236)

A homilia é o lugar propício para a catequese mistagógica, onde os


ensinamentos aprofundam os mistérios pascais realizados na celebração
eucarística.
O Papa Bento XVI na Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis n.64
orienta que a catequese mistagógica mais que informar “deverá despertar e educar
a sensibilidade dos fiéis para a linguagem dos sinais e dos gestos que, unidos à
palavra, constitui o rito”. É necessário vivenciar e fazer a experiência do que se
celebra e para isso a mistagogia exerce seu papel direcionando o olhar do recém-
batizado para o sagrado.
A Exortação Apostólica Sacramentun Caritatis indica o itinerário mistagógico
com a presença de três elementos para a educação a sensibilidade aos sinais e dos
gestos:
42

a) Trata-se, primeiramente, da interpretação dos ritos à luz dos


acontecimentos salvíficos, em conformidade com a tradição viva da Igreja;
(...).
b) Além disso, a catequese mistagógica há de preocupar-se por introduzir no
sentido dos sinais contidos nos ritos; esta tarefa é particularmente urgente
numa época acentuadamente tecnológica como a atual, que corre o risco de
perder a capacidade de perceber os sinais e os símbolos (...).
c) Enfim, a catequese mistagógica deve preocupar-se por mostrar o
significado dos ritos para a vida cristã em todas as suas dimensões: trabalho
e compromisso, pensamentos e afetos, atividade e repouso. (...).
(EASC n. 64)

Objetivando manter o vinculo pastoral o RICA n. 236 recomenda por ocasião


da data de aniversário de batismo ou uma vez por ano se realizem celebrações
especiais dirigidas aos recém-batizados.
Toda a riqueza observada no catecumenato como estrutura e modelo
paradigmático de iniciação à vida cristã é objeto de profundos incentivo a sua
utilização nas comunidades eclesiais locais.
43

4 CATECUMENATO: ITINERÁRIO PARA A FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS

A grandeza do catecumenato é fonte para iniciar adultos batizados ou não à


vida cristã. As características do catecumenato permitem usá-lo para a formação de
lideranças pastorais em especial o catequista.

4.1 PROJEÇÕES DA CATEQUESE NA IGREJA DO BRASIL

As atuais orientações da Igreja sinalizam para que nossas comunidades


eclesiais seja lugar de iniciação à vida cristã, num processo de inspiração
catecumenal, conforme o estudo 97 da CNBB, reforçado no documento 94 da
CNBB, Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011 – 2015 n.
35 que indica como uma das cinco urgências para o período, “Igreja: casa da
iniciação à vida Cristã”. Este pedido de urgência também é citado no Documento de
Aparecida n. 289.

Sentimos a urgência de desenvolver em nossas comunidades um processo


de iniciação na vida cristã que comece pelo querigma e que, guiado pela
palavra de Deus, conduza a um encontro pessoal, cada vez maior, com
Jesus Cristo, perfeito Deus e Perfeito homem. (Documento de Aparecida n.
289)

Assumir a condição de ser local de iniciação à vida cristã tendo como base o
processo à inspiração catecumenal, requerer mudanças culturais, estruturais de toda
a comunidade, assumir tal condição é restabelecer o paradigma catecumenal com
sua magnitude, estrutura e personagens.

É importante, também, deixar claro que a Iniciação à Vida Cristã de


inspiração catecumenal exige uma nova formação dos catequistas e dos
agentes de pastoral, caso contrário não acontecerá à almejada renovação
da catequese e da Igreja (CNBB n. 143).
44

Para atuar nesta nova realidade os catequistas precisarão estar


familiarizados, capacitados e com o conhecimento sobre o processo catecumenal, a
fim de exercer seu ministério com maestria.

4.2 COMPETÊNCIAS: SER, SABER E SABER FAZER DO CATEQUISTA

O catequista é pessoa que caminha na comunidade eclesial, com sonhos,


desejos, rompem o egoísmo e o individualismo e assumem sua vocação de
educador da fé.
O catequista não fala por si, mas “é um mediador que facilita a comunicação
entre as pessoas e o mistério de Deus, e dos sujeitos entre si e com a comunidade”
(DGC n. 156).
Na sua essência o catequista é uma pessoa com maturidade e equilíbrio
emocional, afetivo, de plena capacidade de relação diálogo e com espírito
construtivo de trabalho em grupo. (DNC n. 263).
O catequista vive sua espiritualidade, na oração pessoal, na eucaristia,
alimentado pela palavra de Deus, testemunhando com sua vivência os desejos da
santidade. (DNC n. 264).
O catequista é pessoa atenta a sua realidade e a realidade dos que o cercam
“com sensibilidade cultural, social e política” (DNC n. 266).
O conhecimento inicial do catequista prioritariamente é bíblico com domínio
sobre a sagrada escritura, tem conhecimentos básicos dos elementos que formam a
nossa fé, como o símbolo da fé. Conhecimento das principais orientações
doutrinárias do catolicismo, por meio de seus catecismos e documentos. (DNC n.
269).
É preciso ir além e formar os catequistas para as dimensões, catequético-
litúrgico, mistagógico dentro da característica progressiva requerida pelo
catecumenato, bem como fortalecer seus conhecimentos bíblicos e pedagógicos.
Verifica-se que o catequista na sua essência vive o equilíbrio psicológico,
testemunha sua espiritualidade, seu conhecimento bíblico e tem suas habilidades
pedagógicas e metodológicas, mas, para atuar na iniciação é preciso aprofundar e
45

desenvolver algumas características complementares, entre elas ser um iniciado na


Fé.
O catequista da iniciação à vida cristã é alguém que se sentiu chamado por
Deus e fez a experiência do encontro com Jesus Cristo e se tornou discípulo e
missionário. Já iniciado na oração, celebração e no testemunho catequiza quem está
ao seu redor. O catequista não transmite apenas conhecimentos religiosos, mas
iniciam os catecúmenos nas várias dimensões da fé: na oração, na celebração da
liturgia e no comportamento cristão, a partir da sua experiência pessoal de vida
cristã.
O catequista é também um pedagogo, que tem como modelo a pedagogia
Divina do diálogo e do encontro.
Mas sabe que não pode desprezar as dinâmicas educativas e de trabalho
com grupos, a forma simbólica e os demais modernos meios de comunicação.
O catequista é um animador, “utilizando com discernimento as técnicas de
animação de grupos, que a pedagogia oferece” (DGC n. 245).
O catecumenato prima por respeitar a progressividade e o querer do
catecúmeno, para isso o catequista precisa estar atento e criar mecanismos de
avaliação catequética. Como afirma o Documento Nacional de Catequese “à
catequese é também uma arte, um saber fazer”.
Partindo do princípio de que o mistagogo é aquele que tem a tarefa de
conduzir o iniciado ao mistério de Cristo, o catequista além de pedagogo há de ser
mistagogo. Pois o mistagogo é aquele que tem na mistagogia o eixo referencial de
todo o seu agir. Ele numa ação dialógica vai conduzindo o catequizando à
mistagogia. O catequista como pedagogo percebe que a mistagogia é caminho que
pede um acompanhamento pessoal. Esta relação necessita ser construída como
relação de confiança, de paciência e discernimento pedagógico a fim de orientar os
passos do catecúmeno. Ela não é uma tarefa a ser cumprida, não é uma
apresentação teórica ou objetiva da doutrina cristã, mas sim uma experiência
pessoal, comunitária e litúrgica; e visa ajudar o catecúmeno ou o catequizando a
identificar se com Jesus Cristo, por meio dos sacramentos da iniciação cristã.

4.3 FORMAR CATEQUISTA NO CATECUMENATO.


46

O Diretório Nacional de Catequese em suas primeiras páginas revela-nos os


desafios mais atuais da Catequese no Brasil. Dentre eles, está o desafio de formar
catequistas como comunicadores de experiências de fé, comprometidos com o
Senhor e sua Igreja, com uma linguagem inculturada que seja fiel à mensagem do
Evangelho e compreensível, mobilizadora e relevante para as pessoas do mundo de
hoje, na realidade pós-moderna, urbana e plural.
É importante salientar que se têm um exército de voluntários atuando de
forma corajosa e ardorosa por amor a Jesus Cristo e à igreja, e conta-se com o
milagre de muita gente disposta e dedicada. Mas falta o preparo
Neste cenário de catequistas dedicados, mas com falta de preparo e diante
do desafio de formar catequistas na realidade contemporânea, urge a necessidade
de desenvolver atividades direcionadas para a formação de catequistas.
Após verificar a origem do catecumenato, sua metodologia paradigmática e
suas características, o reconhecimento do magistério da igreja ao editar e publicar o
RICA com sua fidelidade as etapas e tempos do catecumenato, e o incentivo dos
documentos de Aparecida e o estudo 97 da CNBB, que reforçam o uso do
catecumenato na iniciação à vida cristã, habilitam o catecumenato como recurso
metodológico de formação de leigos para toda obra eclesial, assim se propõem
sugerir o catecumenato com as devidas adaptações como recurso para formar
catequistas.
Nesta proposta conta-se com personagens para a realização do processo,
primeiramente ter uma equipe responsável pela formação dos catequistas na
paróquia, equipe que conta com a coordenação paroquial de catequese e ministros
ordenados e em sincronia com a equipe litúrgica e o sacerdote da paróquia.
Importante realizar a formação e capacitação de introdutores para
apresentarem novos candidatos ao ministério da catequese.

4.3.1 Proposta de itinerário para formação de catequistas.

Tendo como referência o catecumenato seus tempos e etapas com seus


objetivos de levar o candidato a um encontro pessoal com Jesus Cristo e sua
47

mensagem, por meio do conhecimento das escrituras, conhecimento da doutrina e o


símbolo da fé e oração, interagindo com a comunidade fundamentada numa vida
litúrgica, sensível aos ritos e símbolos de crescimento progressivo rumo à
maturidade Cristã.
Juntam-se aos objetivos do catecumenato as principais necessidades a
serem desenvolvidas nos catequistas como a arte de comunicar e conhecimento dos
recursos didáticos, pedagógicos. Também há necessidade do catequista ser um
mistagogo sensível a verdade da Fé e da realidade humana assim sugere-se,
itinerário de formação de catequistas, definindo em tempos e etapas conforme o
quadro 2.

Quadro 2 – Tempos e Etapas para a formação de catequistas.


Celebração de Eleição do candidato ao ministério de catequista.
Celebração de entrada no período de Formação De catequistas

Celebração de apresentação do catequista a comunidade


PRIMEIRO SEGUNDO TERCEIRO QUARTO
TEMPO: TEMPO: TEMPO: TEMPO:

Introdução dos
candidatos à Tempo de Purificação e Mistagogia –
formação de Formação de Iluminação do Catequista como
Catequistas Catequistas catequista Mistagogo

Para a realização das formações se propõem a seguinte estrutura para os


encontros que devem ser realizados em salas didaticamente preparadas.
48

Passos Tempo.

1
Acolhida................................................................................................................5min

- Receber e Motivar os participantes para o Encontro

2
Oração Inicial ...................................................................................................................10min
- Comunidade de Fé que Invoca a Participação da Trindade Santa.
- Desenvolver o habito e enfatizar a Importância da oração na vida e nas realizações do Cristão

3
Relembrar o encontro anterior.......................................................................................5min
- Relembrar o encontro anterior para ligar o encontro do dia.
- Verificar a realização da atividade de compromisso da semana.
4
Introdução dialogal do encontro do dia ........................................................................5min
- Despertar o interesse e a atenção ao tema do dia.

5
Leitura Orante da bíblia do Evangelho Dominical.....................................................30min
- Desenvolver o conhecimento e uso da leitura orante da bíblia no participante.
- Estar em sintonia com a liturgia dominical como orienta o RICA.

6
Intervalo........................................................................................................................ 10min

7
Desenvolvimento do Tema do Dia ..............................................................................40min
- Desenvolver o tema do dia e atingir o objetivo especifico do encontro.

8
Atividade Avaliativa sobre o encontro..........................................................................5min
- Rápida avaliação dialogal do encontro.
- Avaliar o desenvolvimento do tema

9
Atividade de compromisso para a semana.....................................................................5min
- Propor aos participantes atividades complementares relacionado ao tema tratado

10
Oração final.................................................................................................................... 5min
- Desenvolver o habito e enfatizar a Importância da oração de agradecimento pelas realizações na
vida do cristão.

Total do encontro proposto em.................................................................................... 120minutos


49

4.3.1.1 Introdução dos candidatos à formação de catequistas

Nesta fase conta-se com a participação do introdutor que visitou e apresentou


o processo ao candidato, conta-se com a equipe de coordenação que realizará a
entrevista em encontros informais e individuais com o candidato sobre suas
intenções e objetivos e seu testemunho de vida, conforme nos orienta Hipólito.
Nesta primeira fase tem-se como objetivo Geral: Acolher, Conhecer o
candidato e apresentar o plano de Salvação pelos temas do querigma e ajudar o
candidato a definir sua vocação e também apresentar inicialmente o catecumenato.
Para este tempo de formação se propõem realizar em 10 encontros.

Temas Propostos para Encontros:

 Acolhida e Motivação

 A vocação do catequista

 Introdução ao Catecumenato

 O Amor de Deus

 O Pecado

 A Salvação em Jesus

 A Fé Em Jesus

 O Dom do Espírito Santo

 A Comunidade e o papel do catequista.

 Preparação e organização para a Celebração de Entrada ao tempo de


formação.

Pode-se assim apresentar o Primeiro tempo de formação, no quadro 3.


50

Quadro 3: Resumo do Primeiro Tempo:

Primeiro Tempo
Objetivos Com Quem Contamos Duração

- Motivar e Acolher - Sacerdote


- Fundamentar a Fé. - Coordenação
- Querigma - Introdutores 10 encontros
- Incentivar a Vocação - Comunidade e Liturgia
- Apresentar o Catecumenato - Assessor

Após conclusão do primeiro tempo se realiza a celebração de entrada no


período de Formação De catequistas, onde o candidato vai ser apresentado à
comunidade como postulante ao ministério de catequese.

4.3.1.2 Tempo de formação de catequistas

Este tempo que é o tempo mais longo, tem como objetivo formar
intelectualmente o catequista, desenvolver habilidades pedagógicas e
metodológicas, aprofundar os conhecimentos da sagrada escritura e aprofundar
seus conhecimentos sobre as verdades da fé católica por meio dos estudos sobre o
Creio e da oração do Pai nosso e da espiritualidade mariana.
Alguns temas neste período podem demandar mais de um encontro para o
aprofundamento que poderá ser realizado em comum acordo entre a coordenação e
o assessor convidado, não excedendo a dois encontros.
Nesta fase conta-se com a participação da equipe de coordenação
pedagogos, sacerdotes, e teólogos para ministrar os encontros de formação.
Neste período os candidatos juntamente com seus introdutores são
convidados a participarem da liturgia para gradativamente serem membros
participativos da comunidade e saborearem dos mistérios e dos ensinamentos de
Cristo nas leituras e serem orientados pela homilia dominical.
Importante a realização “ritos de exorcismos” (RICA n.113). Podem-se realizar
“celebrações de entrega dos símbolos” (RICA n. 125-126).
51

Temas Propostos para o Segundo Tempo:

Bíblia:
 Introdução à Bíblia
 Leitura Orante da Bíblia/ Leitura Popular da Bíblia.
 História da Salvação na linha do tempo.
Símbolo da fé e Oração do Cristão:
 Creio em Deus Pai
 Creio em Jesus Cristo
 Creio no Espírito Santo
 Creio na Igreja Católica
 Mandamentos De Deus
 Oração Cristã do Pai Nosso
Espiritualidade Mariana:
 Maria, Mãe de Deus e da Igreja
 Oração Ave Maria
 Santos Da Igreja, seu lugar e orações.
Liturgia e Igreja:

 Introdução a Liturgia
 Introdução aos Sacramentos
 Mandamentos Da Igreja
Saber Fazer:
 Metodologia catequética.
 Pedagogia Divina e Catequese
 Psicopedagogia catequética.
Formação:
 Sociedade e Religião.
 Ecumenismo.

Pode-se assim apresentar o Primeiro tempo de formação, no quadro 4.


52

Quadro 4: Resumo do Segundo Tempo:

Segundo Tempo

Objetivos Com Quem Contamos Duração


Introdução a Bíblia:
Estudar o Símbolo da fé e
Oração do Cristão: Coordenação
Assessores
Espiritualidade Mariana
Sacerdote Maximo 40
Saber Fazer do catequista: Comunidade e Liturgia encontros
Formação social

Concluído o segundo tempo se realiza a Celebração de Eleição do candidato


ao ministério de catequista.

4.3.1.3 Purificação e iluminação do catequista

Tempo de poucas semanas durante o período da quaresma, tem como


objetivo aprofundar ao mistério da paixão morte e ressurreição de Cristo ligando a
catequese aos temas litúrgicos dos 4 domingos que antecedem a Páscoa. A
catequese segue após a celebração litúrgica dominical. Também neste período
conduzir os neo-catequistas a experiência de oração, jejum e práticas de caridade

Temas complementares Propostos para o Tempo:

 Campanha da Fraternidade da CNBB.


 As tentações de Cristo no deserto (Lucas 4, 1-13)
 A Samaritana (João 4, 5 - 42)
 Jesus e Nicodemos (João 3,14-21)
 Jesus Misericordioso e a Pecadora (João 8, 1- 11)

Pode-se assim apresentar o Quarto tempo de formação, no quadro 5.


53

Quadro 5: Resumo do Terceiro Tempo:

Terceiro Tempo

Objetivos Com Quem Contamos Duração

Conduzir o Catequista a um entendimento


Coordenação
da ação misericordiosa de Deus por meio de
Jesus. Assessores
5 encontros

Conduzir o catequista a uma experiência de


oração e caridade.

Durante o período da Páscoa os novos catequistas participam das


celebrações litúrgicas do período na comunidade.
Passado o período da Páscoa, realizar a celebração em clima de festa de
apresentação dos novos catequista para comunidade.

5.1.1.1 Mistagogia – Catequista como mistagogo

Mistagogia é o tempo propício para o aprofundamento nos mistérios pascais


de Cristo Para o maior aprofundamento neste período sugere-se o estudo das 5
catequeses Mistagógica de Cirilo de Jerusalém.

Pode-se assim apresentar o Quarto tempo de formação, no quadro 6.

Quadro 6: Resumo do Quarto Tempo:

Quarto Tempo

Objetivos Com Quem Contamos Duração

Desenvolver o entendimento
Coordenação
mistagógico propostos por Cirilo 5 encontros
Assessores
de Jerusalém
54

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos primeiros séculos do cristianismo no intuito de organizar a educação da


fé dos candidatos ao batismo e à vida cristã, homens de fé e coragem
desenvolveram a metodologia catecumenal.
O catecumenato é um espaço de tempo em que os candidatos recebem
formação da fé e objetiva não somente oferecer a realização ritual do batismo que
por consequência dava ao batizando o titulo de cristão, a preocupação do lideres da
igreja primitiva, mas ia além, buscava a verdadeira conversão com a mudança de
vida e a defesa da fé por parte dos novos cristãos.
O catecumenato dos primeiros cristãos era dividido em tempos, como
apresenta a obra de Hipólito, que na sua progressividade conduzia o catecúmeno
rumo ao batismo experimentando os ritos, saboreando os mistérios da salvação por
meio da liturgia e os estudos das sagradas escrituras.
O catecumenato também levava o catecúmeno ao entendimento do símbolo
de sua fé e da oração, para que a oração não fosse apenas uma repetição de
palavras, mas uma experiência de fé nas verdades nelas contidas.
Importante destacar o caráter comunitário do catecumenato que permitia
progressivamente o catecúmeno se entrosar com a comunidade e por sua vez, a
comunidade celebrava e se alegrava com os novos membros.
A fé cristã é uma celebração dos mistérios da salvação da humanidade por
meio de Jesus Cristo e que para seu entendimento é preciso ir além da percepção
cognitiva, é preciso mergulhar nestes santos mistérios. Assim à conversão pessoal
vai ocorrendo e sendo observada na mudança comportamental, dando o devido
valor aos símbolos da fé e ao sagrado.
Após seu auge o catecumenato perde espaço por interesses políticos e
humanos e a igreja entra no período da cristandade, mas a Igreja de Cristo é
também guiada pelo Espírito Santo, que por ocasião do Concílio Vaticano II,
reconhecendo a valorosa contribuição da igreja nos primeiros séculos por meio do
modelo paradigmático de iniciação à vida cristã resgata o catecumenato e como
fruto em 06 de Janeiro de 1972 promulga o novo Ritual de Iniciação Cristã de
Adultos (RICA).
Um olhar para O RICA é oportuno neste período em que a igreja incentiva a
Iniciação cristã de Adultos batizados ou não. Há uma multidão de batizados, mas
55

não verdadeiramente evangelizados como afirma o documento de Aparecida e o


RICA se apresenta como manual litúrgico e base de orientação na educação da fé.
O RICA é uma feliz publicação em que retoma o catecumenato com as
adaptações para nossos tempos, com sua orientações pautadas na riqueza de
símbolos e de ritos que na progressividade catecumenal vai conduzindo o
catecúmeno nas experiências litúrgicas do mistério.
O RICA é fruto também da unidade da igreja que de forma universal conduz
todo o magistério e os ministros ordenados.
Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011 – 2015 n.
35 que indica como uma das cinco urgências para o período, “Igreja: casa da
iniciação à vida Cristã”.
Para atuar nesta nova realidade, os catequistas precisarão estar capacitados
e familiarizados com o catecumenato para cumprir a sua missão.
Na comunidade São João Batista do Jardim Iririú da Diocese de Joinville
encontramos catequistas atuando em várias realidades, mas não especificamente
na Iniciação Cristã de Adultos conforme propõem o magistério e as diretrizes da
CNBB, realidade que poderá ser também de outras comunidades e paróquias das
distintas dioceses do Brasil.
O catequista de iniciação cristã é um ministro a serviço da igreja para levar a
mensagem de Jesus Cristo e educar na fé os candidatos aos sacramentos, sendo
uma pessoa com maturidade e equilíbrio emocional, afetivo com sensibilidade
cultural, social e política, a fim de formar na fé e contribuir com a mudança de vida
os catecúmenos e catequizados.
Para atuar na iniciação de adultos pela via catecumenal, o catequista precisa
desenvolver habilidades pedagógicas, metodológicas e psico-pedagógicas.
O catequista como pedagogo percebe que a mistagogia é caminho que pede
um acompanhamento pessoal. Esta relação necessita ser construída como relação
de confiança, de paciência e discernimento pedagógico a fim de orientar os passos
do catecúmeno.
De modo geral o catecumenato é uma excelente metodologia desenvolvida no
século III e sendo assim a formação do catequista para a nova realidade em iniciar
os adultos numa verdadeira fé cristã, pela via catecumenal, se torna necessária. Os
catequistas mesmo devem experimentar primeiramente a metodologia para
posteriormente aplicá-la e conduzir com segurança os catecúmenos e catequizando.
56

O fruto desta formação pela via catecumenal é a iniciação do próprio


catequista, que com a progressividade, o envolvimento comunitário, litúrgico e o
desenvolvimento mistagógico, vão tendo sua vida espiritual e vivencial transformada
como propõem a metodologia.
Percebe-se a fundamental importância da formação pela via catecumenal
conforme se sugere aos catequistas atuantes no modelo atual de catequese, para
que ocorra a mudança de paradigma e o rompimento com o paradigma atual que é
sem etapas e baixo ou quase nada de envolvimento litúrgico.
Para a formação de novos catequistas, sem nenhuma atuação na catequese
ele se torna indispensável para iniciar o catequista já no novo paradigma proposto
pelos magistérios e pela CNBB e assim promover a renovação no decorrer dos
períodos futuros.
A igreja movida pelo Espírito Santo se renova e se recicla para bem poder
servir o povo de Deus e cumprir seu papel de levar a Boa Nova de Jesus a todos os
cantos e a todos os povos. Neste período da história, onde os valores e a fé são
relativizados, resgatar o catecumenato é oportuno e necessário, para bem formar
novos e atuantes cristãos.
57

REFERÊNCIAS

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