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CURITIBA – PR
2012
CARLOS ALBERTO BENTO
CURITIBA - PR
2012
CARLOS ALBERTO BENTO
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________
Profa. Ms Adalgisa Aparecida de Oliveira Gonçalves
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
______________________________
Profa. Dra. Terezinha Maria Mocellin
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
1 INTODUÇÃO ........................................................................................................ 12
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO......................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 12
1.2.1. Objetivo Geral ................................................................................................ 12
1.2.2. Objetivos Específicos ................................................................................... 13
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 13
2 CATECUMENATO: DEFINIÇÃO, ORIGEM E CARACTERÍSTICAS. .................. 15
2.1 A ORIGEM DO CATECUMENATO ..................................................................... 16
2.2 TRADIÇÃO APOSTÓLICA DE HIPÓLITO E O CATECUMENATO .................... 18
2.2.1 A apresentação do candidato ao catecumenato. ....................................... 19
2.2.2 O tempo da instrução - Catecumenato ........................................................ 20
2.2.3 A preparação próxima ao batismo – Purificação e iluminação ................. 21
2.2.3.1 A iniciação sacramental ................................................................................ 22
2.2.4 Catequese mistagógica pós-sacramental ................................................... 23
2.3 CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO CATECUMENAL ................................... 25
2.3.1 Caráter progressivo. ..................................................................................... 25
2.3.2 Caráter catequético-litúrgico ........................................................................ 26
2.3.3 Caráter comunitário. ..................................................................................... 26
2.3.4 Caráter mistagógico. ..................................................................................... 27
3 CATECUMENATO: DECLINIO, RETOMADA E PUBLICAÇÃO DO RICA. ........ 28
3.1 A RETOMADA DO CATECUMENATO. .............................................................. 29
3.2 RITUAL DE INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS - RICA .................................... 31
3.2.1 Pré-Catecumenato ........................................................................................ 32
3.2.1.1 Celebração de entrada no catecumenato ..................................................... 33
3.2.2 Catecumenato ............................................................................................... 34
3.2.2.1 Celebração de eleição .................................................................................. 36
3.2.3 Purificação e iluminação .............................................................................. 36
3.2.3.1 Celebração dos sacramentos de iniciação cristã. ......................................... 38
3.2.4 Mistagogia ..................................................................................................... 41
4 CATECUMENATO: ITINERARIO PARA A FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS ... 43
4.1 PROJEÇÕES DA CATEQUESE NA IGREJA DO BRASIL ................................. 43
4.2 COMPETÊNCIAS: SER, SABER E SABER FAZER DO CATEQUISTA ............ 44
4.3 FORMAR CATEQUISTA NO CATECUMENATO. .............................................. 45
4.3.1 Proposta de itinerário para formação de catequistas. .............................. 46
4.3.1.1 Introdução dos candidatos à formação de catequistas ................................. 49
4.3.1.2 Tempo de formação de catequistas ............................................................. 50
4.3.1.3 Purificação e iluminação do catequista ........................................................ 52
4.3.1.4 Mistagogia – Catequista como mistagogo .................................................... 53
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 54
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 57
12
1 INTODUÇÃO
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
1.2 OBJETIVOS
Outra fonte fundamental do século III são os escritos de Orígenes. Ele era
catequista, filósofo, teólogo e exegeta de Alexandria. É considerado o fundador da
ciência bíblica. Na juventude, dedicava-se à catequese e ao ensino da gramática.
Profundamente convencido da necessidade de tornar o cristianismo aceitável ao
ambiente intelectual de sua época, cria o Didaskaleion centro de estudos dirigido a
inserir o cristianismo no panorama cultural.
A partir dali difunde sua metodologia exegética, além de homilias e também
empreende várias obras para a defesa e a instrução da fé. Orígenes apresenta um
processo de educação da fé organizado em três fases:
A comunidade aceitava como cristão todos os que mesmo sem ser batizados,
morriam por Jesus e pela sua causa, mas a atenção primeira, quase total da
comunidade eclesial estava voltada para a educação da fé dos adultos e sua
preparação ao batismo.
O motivo da preocupação com os adultos no século II e III, é que havia uma
grande perseguição aos cristãos, especialmente por parte dos Judeus e
posteriormente pelo império Romano. Quanto mais se espalhava, mais o
cristianismo chamava atenção. No império Romano era necessário que uma religião
fosse autorizada pelo imperador para poder ser praticada. O judaísmo era
autorizado e o cristianismo não o era, pois a partir do momento em que ele se
distingue claramente do judaísmo, não goza mais de proteção jurídica de sua
religião mãe.
Para ser cristão neste período, necessitava-se de verdadeira fidelidade à
igreja e ao evangelho de Jesus Cristo, e para isso o catecumenato era a maneira de
selar as marcas de Cristo nos catecúmenos.
Para um maior entendimento do tema catecumenato do cristianismo primitivo,
especialmente de sua estruturação, se apresenta alguns fragmentos da obra
Tradição Apostólica, de Hipólito de Roma.
Aqueles que são trazidos pela primeira vez para escutar a Palavra, sejam
direcionados aos catequistas, antes da chegada do povo, e sejam
interrogados sobre a razão pela qual resolveram se aproximar da fé.
Aqueles que os trouxerem, dêem testemunho deles, informando se estão
preparados para ouvir a Palavra. Sejam também interrogados sobre a vida
que levam (Hipólito n. 33).
Uma vez que o novato tivesse sido admitido ao catecumenato, ele participava
da catequese centrada na escuta da palavra de Deus, nos estudos bíblicos e dos
principais pontos da fé cristã entre elas o símbolo da fé (Credo) e a oração (do Pai
nosso). O catecumenato ocorria num tempo médio de três anos, levava-se em conta
o testemunho de vida do catecúmeno.
21
Os catecúmenos devem escutar a Palavra por três anos. Se algum deles for
dedicado e atencioso, não lhe será considerado o tempo: somente o seu
caráter, e nada mais serão julgados (Hipólito n. 39).
Nessa fase verifica-se a presença forte do catequista, que tem sua atuação
na instrução da fé por meio das sagradas escrituras, mas também como
acompanhante nas celebrações eucarísticas. Nesse período catecumenato e liturgia
caminham juntos, onde uma completa a outra na instrução da fé, transparece a ideia
de que as instruções da fé precisam ser celebradas e vividas, para que a catequese
não seja apenas um período de formação cognitiva, mas também litúrgica. A
instrução é para que os catecúmenos participem da liturgia, mas somente na
primeira parte, na parte da Liturgia da Palavra, após a homilia é convidado a se
retirar, naquele tempo como afirma Nery (2010, p.48), “a eucaristia é exclusiva aos
iniciados nos mistérios cristãos”. No catecumenato também se encontra algumas
instruções, sinalizando ritos de oração, imposição de mãos e saudações da Paz.
Uma vez realizado o período do catecumenato, o catecúmeno era avaliado,
para verificar seu desempenho na catequese e seu testemunho de vida ao longo do
processo catecumenal. O processo se dá mediante ao Bispo com a participação do
catequista e também com ajuda dos padrinhos, novo personagem na caminhada do
catecúmeno. Uma vez aprovado o catecúmeno entra numa fase de intensa
preparação próxima ao batismo
e símbolos, que exigia testemunho de vida, para tal, cita-se duas santas da Igreja
Católica.
No ano de 202 d. C, o imperador Severo mandou que aqueles que seguissem
sendo cristãos e não quisessem adorar aos deuses romanos, deveriam morrer.
Perpétua estava celebrando uma reunião religiosa em sua casa, quando chegou a
polícia do imperador e a levou presa, junto com sua escrava Felicidade. Diz
Perpétua em seu diário: “O que mais pedia a Deus era que nos desse grande virtude
para sermos capazes de sofrer e lutar por nossa santa religião"
Santa Perpétua e Felicidade mantiveram sua fidelidade a Cristo e à Igreja até
o martírio, quando foram decapitadas em um circo romano no ano de 202 d.C..
Como se pode verificar, o catecumenato em sua fase formativa centrada na palavra
de Deus, nos ritos religiosos e símbolos, marcavam profundamente o caráter
pessoal dos catecúmenos, levando à plena convicção da fé que aderiram.
segue assim até o ultimo estagio, respeitando sua vontade pessoal de seguir.
Mesmo já recebido os sacramentos ele continua sendo formado. Esse processo
gradativo de formação não acontece somente cognitivamente ou intelectualmente
ele é vivenciado em comunidade e na liturgia.
novatos vocacionado aos sacramentos de iniciação cristã, para isso citam-se alguns
fragmentos históricos desta documentação, iniciando pelo concílio vaticano II.
3.2.1 Pré-Catecumenato
Hoje a religião é mais acolhida do que herdada. O espaço que a Igreja pode
ocupar na vida das pessoas depende da qualidade do acolhimento e do
testemunho, e não mais do prestígio da instituição (CNBB n. 25 e 28).
Receber o sinal da cruz é receber o sinal da salvação que está sob a guarda
da igreja, e que a passa ao candidato como resposta do seu sim à conversão,
seguido de oração conclusiva. Todos entram na igreja para os demais atos
litúrgicos.
Após a liturgia da palavra ocorre a entrega da Palavra de Deus aos agora
catecúmenos, com a bíblia na mão iniciam-se uma nova fase da vida sob a luz desta
palavra.
As preces pelos agora catecúmenos (RICA n. 94) que segue é recheada de
agradecimentos, pedido de auxílio a Deus, orações pela unidade e exemplo da
comunidade e por fim a “oração conclusiva” (RICA n. 95). Após acontece a
despedida dos catecúmenos, pois eles ainda não foram iniciados no mistério cristão,
a celebração segue com os ritos da eucaristia e finais.
3.2.2 Catecumenato
do Espírito Santo. A água que será usada para o batismo será tocada pelo círio
pascal. O círio que simboliza que Cristo surgiu das trevas para iluminar nosso
caminho e iluminará os caminhos dos novos batizados.
A “Renúncia” (RICA n. 217) e a profissão de fé são partes de um mesmo rito e
com a própria manifestação que os candidatos ao batismo são convidados a
renunciar ao pecado, as causas de desunião e ao Demônio princípio e autor do
pecado. A renúncia esta alicerçada na certeza da opção e de seguimento a Jesus
Cristo.
A “unção com o óleo dos catecúmenos” (RICA n. 218) se realiza após a
renúncia, mas pode ter sido realizada na preparação imediata, se já foi ministrado
não se repete. Esta unção se realiza aplicando o óleo dos catecúmenos no peito e
ou nas mãos.
A “Profissão de fé” (RICA n. 219) é a confirmação na crença do símbolo da fé
(creio apostólico), onde as verdades da fé católicas são sintetizadas.
Após seguir todos os passos que conduzem simbolicamente ao novo
nascimento chega o Banho Batismal (RICA n. 220). Onde o presidente dizendo o
nome do eleito seguido de “Eu te batizo em nome do Pai” mergulha ou derrama
água sobre a cabeça do eleito; depois Diz “E do filho” mergulha ou derramando água
pela segunda vez e por fim Diz “E do Espírito Santo” mergulha ou derramando água
pela terceira vez.
Os “Ritos complementares” (RICA n. 223) compreendem na unção depois do
batismo com o óleo do crisma, os neófitos recebem o penhor de ser membros de
Cristo como “sacerdote, profeta e rei” (RICA n. 224). A ”Veste Batismal” (RICA n.
225) é a veste branca que o padrinho reveste o recém-batizado, num simbolismo
como descreve Lelo:
Após a veste batismal os neófitos recebem a luz num simbolismo ritual chamado
“entrega da luz “(RICA n. 226), que consiste em receber uma vela acesa, que foi
acesa no círio Pascal. A vela acesa sinaliza a vocação de viver e caminhar como
filhos da luz.
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Deus todo-poderoso,
Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
que, pela água e pelo Espírito Santo,
destes uma vida nova a estes vossos servos
e os libertastes do pecado,
enviai sobre eles o Espírito Santo Paráclito;
dai-lhes, Senhor,
o espírito de sabedoria e de inteligência,
o espírito de conselho e de fortaleza,
o espírito de ciência e de piedade,
e enchei-os do espírito do vosso temor.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. (RICA n. 230)
Oração que pede o selo dos sete dons do Espírito Santo sobre o Crismando.
O celebrante humedece o polegar da mão direita no óleo do crisma e traça o sinal
da cruz na fronte do crismando, dizendo: “recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o
dom de Deus.” Seguindo com a afirmação do crismando proferindo o Amém. O
celebrante acrescenta: A paz esteja contigo. Responde o crismando: Amém.
E por fim vem a celebração da Eucaristia. “É este o dia em que os neófitos
nela participam pela primeira vez de pleno direito e encontram a consumação da sua
iniciação” (RICA n. 36). Durante a oração litúrgica o celebrante enaltece, orienta
sobre o valor da eucaristia e seu mistério, sendo a eucaristia o ponto culminante de
toda a vida Cristã. Todos os neófitos participam da mesa eucarística comungando as
duas espécies o pão e o vinho, corpo e sangue de Jesus.
41
3.2.4 Mistagogia
Assumir a condição de ser local de iniciação à vida cristã tendo como base o
processo à inspiração catecumenal, requerer mudanças culturais, estruturais de toda
a comunidade, assumir tal condição é restabelecer o paradigma catecumenal com
sua magnitude, estrutura e personagens.
Introdução dos
candidatos à Tempo de Purificação e Mistagogia –
formação de Formação de Iluminação do Catequista como
Catequistas Catequistas catequista Mistagogo
Passos Tempo.
1
Acolhida................................................................................................................5min
2
Oração Inicial ...................................................................................................................10min
- Comunidade de Fé que Invoca a Participação da Trindade Santa.
- Desenvolver o habito e enfatizar a Importância da oração na vida e nas realizações do Cristão
3
Relembrar o encontro anterior.......................................................................................5min
- Relembrar o encontro anterior para ligar o encontro do dia.
- Verificar a realização da atividade de compromisso da semana.
4
Introdução dialogal do encontro do dia ........................................................................5min
- Despertar o interesse e a atenção ao tema do dia.
5
Leitura Orante da bíblia do Evangelho Dominical.....................................................30min
- Desenvolver o conhecimento e uso da leitura orante da bíblia no participante.
- Estar em sintonia com a liturgia dominical como orienta o RICA.
6
Intervalo........................................................................................................................ 10min
7
Desenvolvimento do Tema do Dia ..............................................................................40min
- Desenvolver o tema do dia e atingir o objetivo especifico do encontro.
8
Atividade Avaliativa sobre o encontro..........................................................................5min
- Rápida avaliação dialogal do encontro.
- Avaliar o desenvolvimento do tema
9
Atividade de compromisso para a semana.....................................................................5min
- Propor aos participantes atividades complementares relacionado ao tema tratado
10
Oração final.................................................................................................................... 5min
- Desenvolver o habito e enfatizar a Importância da oração de agradecimento pelas realizações na
vida do cristão.
Acolhida e Motivação
A vocação do catequista
Introdução ao Catecumenato
O Amor de Deus
O Pecado
A Salvação em Jesus
A Fé Em Jesus
Primeiro Tempo
Objetivos Com Quem Contamos Duração
Este tempo que é o tempo mais longo, tem como objetivo formar
intelectualmente o catequista, desenvolver habilidades pedagógicas e
metodológicas, aprofundar os conhecimentos da sagrada escritura e aprofundar
seus conhecimentos sobre as verdades da fé católica por meio dos estudos sobre o
Creio e da oração do Pai nosso e da espiritualidade mariana.
Alguns temas neste período podem demandar mais de um encontro para o
aprofundamento que poderá ser realizado em comum acordo entre a coordenação e
o assessor convidado, não excedendo a dois encontros.
Nesta fase conta-se com a participação da equipe de coordenação
pedagogos, sacerdotes, e teólogos para ministrar os encontros de formação.
Neste período os candidatos juntamente com seus introdutores são
convidados a participarem da liturgia para gradativamente serem membros
participativos da comunidade e saborearem dos mistérios e dos ensinamentos de
Cristo nas leituras e serem orientados pela homilia dominical.
Importante a realização “ritos de exorcismos” (RICA n.113). Podem-se realizar
“celebrações de entrega dos símbolos” (RICA n. 125-126).
51
Bíblia:
Introdução à Bíblia
Leitura Orante da Bíblia/ Leitura Popular da Bíblia.
História da Salvação na linha do tempo.
Símbolo da fé e Oração do Cristão:
Creio em Deus Pai
Creio em Jesus Cristo
Creio no Espírito Santo
Creio na Igreja Católica
Mandamentos De Deus
Oração Cristã do Pai Nosso
Espiritualidade Mariana:
Maria, Mãe de Deus e da Igreja
Oração Ave Maria
Santos Da Igreja, seu lugar e orações.
Liturgia e Igreja:
Introdução a Liturgia
Introdução aos Sacramentos
Mandamentos Da Igreja
Saber Fazer:
Metodologia catequética.
Pedagogia Divina e Catequese
Psicopedagogia catequética.
Formação:
Sociedade e Religião.
Ecumenismo.
Segundo Tempo
Terceiro Tempo
Quarto Tempo
Desenvolver o entendimento
Coordenação
mistagógico propostos por Cirilo 5 encontros
Assessores
de Jerusalém
54
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Bíblia Sagrada: Nova Tradução na Linguagem de Hoje. São Paulo: Paulinas Editora,
2005.
DIOCESE DE JOINVILLE; Maria, Mãe de Jesus e Nossa Mãe: Com Maria discípula
e missionária de Jesus Cristo, somos igreja solidaria. Joinville: Imprepel, 2007.
LIMA, Luiz Alves de; A unidade da catequese e liturgia na iniciação cristã. Revista
de catequese, São Paulo, n. 114, p. 37, 2006.