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Boas Práticas:
Controle de erosão
do solo e manejo de
sedimentos e outros
contaminantes em
canteiros de obras
Manual de
Boas Práticas:
Controle de erosão
do solo e manejo de
sedimentos e outros
contaminantes em
canteiros de obras
Brasília, 2022
AGÊNCIA REGULADORA DE ÁGUAS,
ENERGIA E SANEAMENTO BÁSICO DO
DISTRITO FEDERAL
SUPERINTENDÊNCIA DE
DIRETORIA COLEGIADA DRENAGEM URBANA
Editores Estagiários
Fabio Pozzer Rosa Ana Paula Brandao Costa e Souza
Jeferson da Costa Marcos Túlio Câmara Cambraia
Marcos Helano Fernandes Montenegro Sara Janice Duarte de Carvalho
Revisores Ilustração
Carolinne Isabella Dias Gomes Carla Marins
Débora Tolentino Luzzi Diniz
Dominiky Ferreira dos Santos Projeto gráfico e diagramação
Jorge Enoch Furquim Werneck Lima Bernardo Costa
Luciano Leonardo Tenório Leoi
Raphael de Moura Cintra
Rodrigo de Souza Couto Brasília, 2022
Apresentação
4
Estudo recente sobre o assoreamento do Lago Paranoá, realizado
por meio de parceria entre a ADASA e a Universidade de Brasí-
lia-Unb, demonstrou que a maior parte dos sedimentos e outros
resíduos que atingem este importante corpo hídrico do Distrito
Federal são provenientes de obras e gerados, principalmente,
durante o processo de urbanização.
Apresentação 5
Sumário
Anexos 115
Anexo A 116
Anexo B 128
Figuras
Figura 1 24 Figura 10 49
Obra de recomposição de gramado Estocagem inadequada de matérias
em talude na região central de Brasília primas em canteiro de obras.
(Avenida W3).
Figura 11 50
Figura 2 25 Solo acumulado com potencial para ser
Boca de lobo tomada por sedimentos de carreado para sistema de drenagem da
obra de reforma de gramado na Avenida obra.
W3.
Figura 12 50
Figura 3 45 Água e sedimentos de drenagem de obra
Sedimentos saindo da obra em lançados em via pública.
decorrência da falta de controles
implementados em sua via de acesso. Figura 13 51
Vazamento de óleo diesel no solo.
Figura 4 46
Evidências de sedimentos sendo Figura 14 51
carreados da obra para a via pública por Derramamento de produtos químicos por
portaria sem controle. acondicionamento inadequado.
Figura 5 47 Figura 15 52
Via de circulação de veículos sem Vista superior de construção de edifício
proteção e estabilização dos taludes. residencial, exemplo de obra pontual sem
manejo de sedimentos.
Figura 6 47
Taludes com sulcos de erosão e solo Figura 16 54
revolvido. Exemplo de obras lineares na Ligação do
Torto Colorado.
Figura 7 47
Abertura de valas para assentamento de Figura 17 54
rede de distribuição de água em futuro Obra na marginal Vicente Pires com solo
setor urbano. exposto suscetível ao carreamento pluvial.
Figura 8 47 Figura 18 55
Abertura de vala, com disposição de Exemplo de obra do tipo em rede ou
solo lateralmente e necessidade de malha para execução de rede coletora de
esgotamento de água proveniente do esgotos sanitários.
lençol freático.
Figura 19 55
Figura 9 48 Exemplo de canteiro de serviços em
Emissão de material particulado a partir obras de rede coletora de esgotos
do trânsito de veículos. sanitários.
8
Figura 20 62 Figura 29 72
Exemplo de obra com uma fiada de bloco Projeto lava rodas.
assentado no perímetro.
Figura 30 72
Figura 21 62 Croqui do sistema Separador Água-Óleo
Tapume metálico do canteiro de obras adotado (Caixa de inspeção interligada
com duas fiadas de bloco de concreto com sistema de drenagem.
vedando sua base, com a existência de
calha perimetral instalada. Figura 31 74
Via de circulação estabilizada com brita
Figura 22 64 graduada, cuja cota altimétrica do leito é
Cercas filtrantes de membrana de superior à do entorno imediato.
geotêxtil em áreas vegetadas e próximas
à zona de movimentação de terra. Figura 32 74
Antecipação da base compactada da via
Figura 23 64 para estabilização do solo.
O cercamento utilizando membrana
geotêxtil deve ser enterrado em sua base Figura 33 75
para fixação. Estoque de solo orgânico estabilizado.
Figura 24 66 Figura 34 75
Diques de contenção com sacarias de Estabilização da superfície do talude.
ráfia preenchido por solo ou areia da
obra, envolvidos em membrana geotêxtil. Figura 35 76
Talude sendo protegido com cal jet
Figura 25 69 aplicado por pulverizador mecânico.
Acesso da obra estabilizado com camada
de brita. Figura 36 76
Talude com teste de aplicação da técnica
Figura 26 70 cal jet.
Camada de brita em acesso provisório da
obra. Figura 37 79
Aspersão de água para controle de poeira
Figura 27 70 em via de circulação de veículos.
Sistema de lava rodas com calha
longitudinal. Figura 38 79
Controle de poeira na entrada da obra.
Figura 28 70
Separador de água e óleo para Figura 39 80
tratamento de água de lavagem do Sistema de umedecimento de via de
sistema lava rodas. circulação por aspersores fixos.
9
Figura 40 80 Figura 50 91
Umedecimento de material de Sistema de retenção de sedimentos em
demolição de piso durante sua remoção calha de drenagem.
para controle de poeira.
Figura 51 92
Figura 41 88 Sistema de retenção de sedimentos em
Vista superior de poço de drenagem com calha pluvial da drenagem urbana.
sistema de retenção de sedimentos.
Figura 52 92
Figura 42 88 Sistema de retenção de sedimentos em
Caixa de passagem para aferição da calha pluvial da obra.
qualidade da água de drenagem da obra
antes do descarte. Figura 53 94
Exemplo de calha com leito permeável e
Figura 43 89 reservatórios de qualidade, interceptando
Cone de Imhoff, equipamento usado parte da água escoada no terreno.
para determinação do teor de sólidos
sedimentáveis da água de drenagem da Figura 54 94
obra. Outro exemplo de calha com leito
permeável e reservatórios de qualidade,
Figura 44 89 interceptando parte da água escoada no
Ensaio de sólidos sedimentáveis. terreno.
Figura 45 89 Figura 55 96
Diferença entre amostras de qualidade Dispositivos de retenção de sedimentos
de água pluvial após tratamento (antes e com barreiras de sacarias.
após sedimentação).
Figura 56 96
Figura 46 89 Barreiras de sedimentos com cercas
Turbidímetro digital portátil. de membrana geotêxtil em calha
estabilizada com manta de fibra vegetal.
Figura 47 91
Calha pluvial provisória revestida, cuja Figura 57 96
lona é fixa na lateral pela massa das Lombada de solo na crista do talude
sacarias, as quais atuam restringindo provisório e descidas hidráulicas
a vazão de entrada do escoamento e estabilizadas com sacarias.
retendo sedimentos.
Figura 58 96
Figura 48 91 Talude com calha de crista instalada
Barreira de sedimentos de membrana de imediatamente após conclusão da
geotêxtil ao longo da calha provisória da terraplenagem.
obra.
Figura 49 91
Sacarias dispostas nas calhas para
retenção de sedimentos.
10
Figura 59 97
Solo compactado em área em
terraplenagem e leira de galhada e
restos vegetais no perímetro, conduzindo
a água de drenagem de obra para
reservatório de quantidade.
Figura 60 100
Proteção das entradas da rede de águas
pluviais em execução contra o acesso de
sedimentos da obra.
Figura 61 100
Exemplo de proteção de entrada da
rede pluvial evidenciando a retenção de
sedimentos.
Figura 62 102
Bandeja plástica sob compressor movido
a diesel.
Figura 63 102
Gerador estacionário protegido contra
intempéries e vazamentos.
Figura 64 103
Depósito de produtos químicos.
Figura 65 103
Kit mitigação de vazamentos disposto na
frente de serviço.
Figura 66 104
Reservatório construído no canteiro de
obras para coleta e armazenamento de
água de lavagem de caminhão betoneira.
11
Esquemas
Esquema 1 52 Esquema 11 84
Modelo hipotético de canteiro de obra. Identificação das áreas de contribuição
em terrenos com convergência de águas.
Esquema 2 53
Canteiro de serviços em obras lineares Esquema 12 86
com frentes de serviços separadas do Alternativa 1 - Terreno plano hipotético
canteiro principal. com dois poços com sistema de retenção
de sedimentos e calhas coletoras nas
Esquema 3 56 laterais do terreno.
Exemplo de canteiros principal e de
serviços em obra de tipologia em rede ou Esquema 13 87
malha. Alternativa 2 - Terreno plano com poço
intermediário e poço com sistema
Esquema 4 58 de retenção de sedimentos antes do
Condição topográfica 1, terreno plano. descarte.
Esquema 5 58 Esquema 14 90
Condição topográfica 2, terreno com Alternativa 3 - Terreno hipotético com
caminho natural da água pré-existente. caminho de água preferencial no centro.
Esquema 6 58 Esquema 15 93
Condição topográfica 3, terreno com Alternativa 4 - Terreno hipotético com
divergência de águas. divergência dos fluxos de água.
Esquema 7 58 Esquema 16 93
Condição topográfica 4, terreno com Alternativa 4 - Terreno hipotético com
convergência de águas. convergência dos fluxos de água.
Esquema 8 83 Esquema 17 94
Identificação das áreas de contribuição Alternativa 5 - Terreno hipotético com
em terrenos planos. convergência dos fluxos de água.
Esquema 9 83 Esquema 18 95
Identificação das áreas de contribuição Alternativa 6 - Drenagem em obras
em terrenos com concentração de água lineares.
formando fluxos internos.
Esquema 19 98
Esquema 10 84 Alternativa 7 - Drenagem em canteiro de
Identificação das áreas de contribuição obras de serviços das obras em rede.
em terrenos com divergência de águas.
Esquema 20 99
Alternativa 8 - Detalhes de proteções das
entradas de redes pluviais.
12
Detalhes
Detalhe 1 63 Detalhe 8 71
Exemplo de corte transversal do tapume Desvio do escoamento superficial das
em perímetro de obra sem declive ou frentes de serviço em obras em redes
com declive inferior a 5%. Demonstra com canteiros nas vias públicas.
o controle do escoamento superficial
por meio de sua vedação, onde há rede Detalhe 9 77
pluvial urbana. Exemplo de estoque de solo estabilizado
e protegido contra carreamento de
Detalhe 2 63 sedimentos.
Exemplo de corte transversal de tapume
em terreno com declividade superior Detalhe 10 77
a 5%. A concentração de água durante Disposição das barreiras de sedimentos
chuvas poderá exigir mais de uma fiada em função do escoamento pluvial.
de bloco para conter o fluxo de água e a
instalação de calha perimetral. Detalhe 11 86
Corte AA’ do Esquema 12 do poço de
Detalhe 3 64 drenagem com sistema de retenção
Aproveitamento do material da limpeza de sedimentos, com dispositivo
do terreno, como galhadas e restos dimensionado para acondicionamento
vegetais. temporário do escoamento de toda a
área de contribuição.
Detalhe 4 65
Corte de rodovia hipotética Detalhe 12 88
demonstrando a localização das cercas Corte AA’ no Esquema 13 reservatório de
de membrana geotêxtil. qualidade.
Detalhe 5 65 Detalhe 13 90
Fixação da membrana geotêxtil na base Corte AA’ da calha provisória do Esquema
da cerca filtrante. 14.
Detalhe 6 66 Detalhe 14 92
Confecção da sacaria e montagem dos Exemplo de disposição de barreira de
diques. sedimentos no interior da calha provisória
revestida de membrana geotêxtil.
Detalhe 7 67
Desvio do escoamento superficial das Detalhe 15 103
frentes de serviço em obras em redes Gerador protegido contra intempéries e
com canteiros nas vias públicas. contaminação do solo e água.
13
Acrônimos
DF – Distrito Federal
14
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia
15
1 Estrutura do Manual
& Seus Objetivos
16
Este Manual foi elaborado e sistematizado
para se constituir em ferramenta de orientação
à implementação de práticas de controle de
erosão do solo e manejo de sedimentos e outros
contaminantes em canteiros de obras com base
nas experiências verificadas no Distrito Federal.
O leitor será capaz de optar pelas boas por temas introdutórios (Capítulos 2, 3 e 4)
práticas aplicáveis à sua realidade, consi- que tratam da caracterização do assunto,
derando as distintas tipologias de can- da legislação aplicável e das premissas
teiros de obra, bem como as condições relacionadas ao controle de erosão do
ambientais do terreno e as atividades que solo e manejo nos canteiros de obras dos
deverão ser desenvolvidas no local em que sedimentos e outros contaminantes.
este será implantado, de forma a evitar ou
minimizar potenciais impactos negativos Na sequência são apresentadas as pro-
do empreendimento para a sociedade. postas de boas práticas e seus detalhes
técnicos (Capítulo 5) e as considerações
Aplica-se a este Manual o entendimento finais (Capítulo 6).
de que o canteiro de obras é a área de
trabalho fixa ou temporária onde se Também integram o conteúdo deste
desenvolvem todas as ações inerentes a Manual dois anexos.
construção, demolição, montagem, insta-
lação, manutenção ou reforma, incluindo O Anexo A apresenta, com caráter exem-
as frentes de serviço. plificativo, a composição de insumos e
serviços para facilitar a orçamentação
O presente documento possui natureza das ações inerentes das boas práticas,
orientativa, uma vez que a legislação embasada nas tabelas de insumos e com-
existente contempla eficientemente o posições analíticas do SINAPI (Sistema
tema, como a Lei Federal nº 12.305/2010, Nacional de Pesquisa de Custos e Índices)
que instituiu a Política Nacional de de abril de 2020 para o Distrito Federal
Resíduos Sólidos; as Resoluções CONAMA (CEF, 2020).
nº 357/2005 e nº 430/2011, que estabe-
lecem os padrões de lançamentos de A adoção das boas práticas propostas
efluentes de qualquer fonte poluidora em neste Manual demanda mudança de
corpos hídricos; e as determinações da Lei cultura e, portanto, ações de sensibiliza-
Distrital nº 6.138/2018, que estabeleceu o ção dos atores relevantes neste processo.
Código de Obras e Edificações do Distrito O Anexo B oferece sugestões de materiais
Federal. para divulgação em formato de cartazes
que podem ser utilizados em ambientes
O Manual é dividido em capítulos, que administrativos, nos canteiros de obras
são subdivididos em itens. Essa estrutura e na mídia eletrônica, incentivando as
possui uma sequência didática, iniciando transformações necessárias.
20
2.1 Obstrução do sistema de drenagem,
assoreamento e poluição dos corpos
hídricos
O manejo inadequado do solo e de e o incremento nos custos do processo
agregados nos canteiros de obras civis é de potabilização, o que já se observa no
uma das causas de obstrução das tubula- Lago Descoberto, principal manancial do
ções e galerias do sistema de drenagem Distrito Federal;
urbana, pelo assoreamento e poluição dos
corpos d’água superficiais. Os problemas e a piora da qualidade da água dos cur-
ocorrem em obras públicas e privadas, sos d’água e demais corpos receptores,
sem exceção de tipologia (edificações, com diminuição da balneabilidade das
redes e outras infraestruturas urbanas, vias águas superficiais e consequente prejuí-
e rodovias, obras de arte e outros). O solo zo para os esportes de contato e demais
carreado pela parcela da água de chuva atividades de lazer e;
que escoa sobre o terreno pode tanto se
originar da erosão de solo natural que teve f redução das áreas do Lago Paranoá
Cap. 2 Introdução 21
Lago Paranoá são provenientes de áreas poluição ocasionada pelo lançamento de
urbanas de sua bacia de contribuição. efluentes não tratados e ao carreamento
de sedimentos das obras para o Lago,
É de conhecimento público (G1, 2014; prejudicando a qualidade de suas águas.
Metrópoles, 2020) que as principais Dessa forma, o MPDFT demonstra que o
causas do assoreamento do Lago Paranoá, manejo de sedimentos nas obras requer
em especial nos braços do Riacho Fundo atenção e não deve ser negligenciado.
(Menezes, 2010) e do Ribeirão Bananal,
são obras civis viárias de porte (a exemplo No que pese todo o conhecimento
do BRT e do Trevo de Triagem Norte) e e a base legal para o tratamento
as iniciativas de parcelamento do solo do problema, o que se constata na
(Águas Claras e Noroeste, mais recente- observação direta e cotidiana é que o
mente), tanto promovidas pelo Poder “modus operandi” adotado em obras de
Público quanto pela iniciativa privada. edificação, instalação e manutenção dos
mais diversos tipos de redes de serviços,
Esse panorama no Lago Paranoá também de implantação e ampliação de infraes-
foi avaliado pelo Ministério Público do trutura viária urbana e rodoviária, e das
DF e Territórios, o qual elaborou um respectivas obras de arte, de paisagismo e
relatório pericial indicando que 76 de jardinagem não considera de maneira
empreendimentos do DF, na maioria adequada o manejo de sedimentos e de
públicos, causavam impactos ambientais outros poluentes presentes no canteiro de
negativos ao Lago Paranoá (MPDFT, 2019). obras e passíveis de serem transportados
Estes impactos estavam associados à pelas águas pluviais.
Cap. 2 Introdução 22
veis pela execução de metas de forma referido “Plano de Prevenção da Poluição
imediata e no curto prazo, relacionadas à das Águas Pluviais” é necessário para
melhoria da prestação do serviço público obter licença (outorga) para lançamento
de drenagem e manejo de águas pluviais das águas pluviais, atendendo o disposto
urbanas. no “Clean Water Act” (lei federal ameri-
cana para controle de poluição de suas
Cabe à Secretaria de Obras e Infraestru- águas), de obras que envolvam mais de 1
tura dar publicidade e acompanhar a acre (cerca de 4.000 m2).
implementação deste Plano. O Conselho
de Saneamento Básico do Distrito Federal Singapura dispõe de um abrangente guia
(CONSAB) também possui a responsa- de práticas de controle de sedimentos
bilidade de acompanhar a execução do editado por sua Agência Nacional de
Plano, sendo instrumento de controle Águas (PUB, sigla em inglês), em parceria
social. com a Associação dos Construtores de
Singapura (SCAL, sigla em inglês), intitula-
A Adasa realiza o acompanhamento do do “Erosion & Sediment Control At Cons-
cumprimento das metas do Plano sob o truction Sites – for site implementation”
foco estratégico, pois é o órgão regulador (Controle de erosão e sedimentos em
dos serviços públicos de saneamento obras – para implementação em campo),
básico no DF, sendo também membro do cuja 5ª edição foi publicada em 2018.
CONSAB. A Austrália conta com o “Guidelines for
Erosion & Sediment Control on Building
Exercendo seu compromisso, a Adasa Sites” (Manual de controle de erosão em
realiza atividades de articulação com os áreas de construção), cuja 2ª edição foi
demais órgãos ou entidades comprome- publicada em 2001 pelo Department of
tidas com a efetivação do PDSB. De forma Land and Water Conservation (Departa-
complementar, a Agência Reguladora mento de conservação de solo e água).
desenvolve ações para institucionalizar a Ainda na Austrália, pode-se encontrar o
prestação do serviço de manejo de águas manual bastante didático “Keeping Our
pluviais urbanas e fomentar e estruturar a Stormwater Clean - A Builder’s Guide”
regulação e a fiscalização de uma drena- (Mantendo nossas águas pluviais limpas
gem sustentável no Distrito Federal. – um guia para construtores) com infor-
mações para auxiliar os responsáveis no
controle de sedimentos e demais resí-
2.3 A prática duos do canteiro de obras, cuja 4ª edição
foi publicada em 2006 pela Melbourne
internacional Water.
Cap. 2 Introdução 23
porada há tempos nas obras rodoviárias. O Manual de Implantação
Básica de Rodovia do Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes (Brasil, 2010) disponibiliza orientações de interesse
para o tema em seu Anexo F - Procedimentos e ações ambientais
na fase de obras.
Figura 1
Obra de recomposição de gramado em talude na região
central de Brasília (Avenida W3). Fonte: SDU/ADASA (2018)
Cap. 2 Introdução 24
Figura 2
Boca de lobo tomada por sedimentos de obra de reforma
de gramado na Avenida W3. Fonte: SDU/ADASA (2018)
Cap. 2 Introdução 25
3
Legislação Aplicável
26
O controle da erosão do solo e o manejo
adequado dos sedimentos e outros
contaminantes nos canteiros de obra pressupõe
o conhecimento da legislação nacional e local
aplicável, que é bastante abrangente como
demonstra o conteúdo deste Capítulo. Por outro
lado, é evidente a necessidade de um esforço
por parte do Poder Público e de parceiros
privados relevantes para “tirar do papel” a
legislação, informando, capacitando e orientando
os agentes que intervêm nos processos de
planejar, projetar, contratar, construir e fiscalizar
obras civis, sejam elas privadas ou públicas.
34
4.1 Definições
Para maior clareza, apresentam-se as
definições adotadas neste Manual para os
seguintes termos:
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 35
Poço de drenagem
Depressão no terreno para armazena-
mento temporário de água e sedimentos,
a fim de proporcionar a sedimentação do
material em suspensão.
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 36
adotando abordagem planejada e tecni- Este Manual assume 2.000 m2 como área
camente consistente. máxima do canteiro de empreendimento
onde a aplicação das boas práticas pelo
Portanto, os empreendimentos de projetista e pelo engenheiro da obra pode
construção civil, desde o planejamento ser suficiente para controlar os processos
do uso e ocupação da gleba ou do erosivos e promover o adequado manejo
terreno até a consolidação de todo o solo dos sedimentos, permitindo dispensar
superficial após a conclusão e entrega da a orientação e o acompanhamento de
obra, devem buscar: minimizar a vazão profissional especializado em controle de
do escoamento superficial no canteiro de erosão e manejo de sedimentos.
obras e adequá-lo aos padrões e capa-
cidades da drenagem natural da região Por suas especificidades, alguns canteiros
ou do sistema de drenagem existente; de obras com área inferior a 2.000 m2
reduzir a perturbação do solo superficial podem também necessitar de plano e
e recompor a sua cobertura o mais rápido projeto de controle de erosão e manejo
possível; manejar adequadamente o de sedimentos mais complexo, além
armazenamento e o transporte de solo do escopo das boas práticas sugeridas
removido; e evitar a perda de sedimentos neste Manual, exigindo intervenção de
do canteiro de obras para áreas vizinhas profissional especializado tanto nas fases
ou corpos hídricos. de planejamento e projeto quanto no
acompanhamento da execução.
Compreender como a erosão do solo
ocorre é fundamental para a concepção Estas exceções abrangem situações
e execução de um plano e projeto de como: terrenos com declives superiores
controle de processos erosivos do solo. O a 5%, proximidades de cursos d’água,
plano e o projeto de controle de erosão problemas de drenagem natural, riscos
do solo devem ser implementados pronunciados de alagamentos ou inun-
antes do manejo de sedimentos, pois dações e solos mais erodíveis ou instáveis
controlar a erosão é mais fácil e menos (USDA, 2003).
dispendioso que manejar os sedimentos.
Assim, ao evitar que as partículas do solo O controle de erosão do solo e o manejo
no canteiro de obras se desprendam e de sedimentos e de outros contaminan-
sejam transportadas, menos sedimentos tes nos canteiros de obras devem ser
precisarão ser controlados (USDA, 2008). contemplados em todas as etapas desde
o planejamento do empreendimento,
A definição clara da área do canteiro de detalhados no projeto e implementados
obras é fundamental para a elaboração e e ajustados na execução das obras,
implementação do plano e do projeto de havendo casos em que há necessidade de
controle de erosão do solo e de manejo ações após a entrega e início da fase de
de sedimentos. Áreas menores exigem uso, por pendências na consolidação ou
controles mais simples e pontuais, devido estabilização de novas proteções do solo
a menor escala das obras civis, mas as ou de configurações do terreno.
áreas maiores requerem distintos contro-
les de processos erosivos e demandam Assim, qualquer que seja o porte do
a assistência de profissionais específicos empreendimento e do canteiro de obras,
para acompanhamento das ações o controle da erosão do solo e manejo de
preventivas e corretivas. (USDA, 2003). sedimentos inicia-se com a preparação
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 37
de plano específico, articulado com o • a não remoção das coberturas vegetais
planejamento do empreendimento e a dos terrenos dos lotes, o que só deve
definição da ocupação da gleba ou lote e ocorrer imediatamente antes da ocu-
dos processos construtivos. Em seguida, pação de cada um deles;
o controle de erosão do solo e de manejo
de sedimentos e outros contaminantes • a instalação de tubulações enterra-
precisa ser detalhado em forma de proje- das com abertura de trincheiras deve
to, com especificações das ações a serem observar as boas práticas aplicáveis
desenvolvidas durante a execução das constantes deste Manual, da mesma
obras, incluído na fase de elaboração dos forma que as escavações para assenta-
demais projetos do empreendimento. mentos de postes e de equipamentos
enterrados;
O plano e o posterior projeto de controle
de erosão do solo e manejo de sedimen- • a não exposição às intempéries de
tos devem considerar aspectos ambien- taludes desprotegidos;
tais específicos, como a pluviometria
local, a topografia do terreno e a situação • a proteção das áreas de armazena-
de cobertura vegetal do terreno, bem mento temporário de solos provenien-
como os contaminantes presentes nos tes de desaterro;
canteiros de obras, de modo a identificar
as diversas ações preventivas, identifican- • o controle dos escoamentos superfi-
do, prevenindo e minimizando riscos, o ciais, especialmente para evitar tanto
que contribui para evitar retrabalhos na erosão quanto o carreamento de sedi-
fase de execução (tais como reconfigu- mentos para fora do canteiro de obras.
ração de taludes de terra ou escavações
adicionais). De forma idêntica, obras de implantação,
ampliação ou duplicação de rodovias
Exigem intervenção especializada os merecem planejamento especializado da
empreendimentos de loteamento de prevenção de erosão e do manejo de se-
glebas com a consequente implantação dimentos em toda a área de intervenção.
de vias de circulação e demais logradou- A movimentação de grandes quantidades
ros públicos e de infraestrutura básica de de solo e sua estocagem, os taludes de
drenagem e manejo das águas pluviais, cortes e aterros, a dimensão em geral
esgotamento sanitário, abastecimento de elevada da área de intervenção, o trans-
água potável, iluminação pública, energia porte de solo por meio de caminhões para
elétrica pública e domiciliar, recomen- outras áreas, são atividades que exigem
dando-se: planejamento e a adoção de boas práticas
para prevenir erosão e transporte de sedi-
• o planejamento cuidadoso do trabalho mentos para fora da área de intervenção
de terraplanagem envolvido na aber- com os consequentes impactos negativos.
tura e implantação das vias de modo a É absolutamente recomendável sequen-
reduzir os possíveis impactos ambien- ciar a execução em trechos de modo a
tais cujos riscos devem ser previamen- evitar a abertura de várias frentes de obra,
te identificados e avaliados; dificultando o controle de erosões e o
manejo dos sedimentos.
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 38
4.3 Plano de controle da erosão do solo
e manejo de sedimentos e outros
contaminantes
O controle da erosão do solo e manejo de incluir pelo menos:
sedimentos e outros contaminantes deve
ser objeto de plano e abranger pelo menos: • a previsão do volume e dos tipos de
resíduos a serem gerados na execução
• a caracterização do empreendimento de demolições e de obras civis;
e de seu processo construtivo;
• os procedimentos ambientalmente
• a identificação dos aspectos ambien- adequados para as diferentes etapas
tais e seus impactos ambientais nega- do gerenciamento de resíduos gera-
tivos relacionados; dos: segregação, acondicionamento
e armazenamento, coleta, transporte
• a proposta de Boas Práticas de con- externo e destinação final;
trole de erosão do solo e manejo de
sedimentos e outros contaminantes • a indicação das áreas licenciadas e
aplicáveis nas diversas fases da execu- ambientalmente adequadas para
ção do empreendimento; cada tipo de resíduo a ser gerado no
empreendimento;
• a sistemática de monitoramento e
manutenção da implementação das • a identificação do responsável técnico
Boas Práticas; com Anotação/Certificado de Respon-
sabilidade Técnica – ART.
• a composição da equipe de imple-
mentação e monitoramento com Os empreendimentos de construção civil
organograma de responsabilidades e com seus respectivos canteiros de obras,
fluxo de comunicação; definidos pela legislação como atividades
passíveis de licenciamento ambiental, de-
• o orçamento de materiais e serviços; vem respeitar os tipos de atos autorizativos
do IBRAM (Instituto Brasília Ambiental),
• o cronograma físico-financeiro; conforme as Resoluções CONAM (Conse-
lho de Meio Ambiente do Distrito Federal)
• a identificação do responsável técnico nos 09 de 20/12/2017, 10 de 20/12/2017, 11
com Anotação/Certificado de Respon- de 20/12/2017 e 02 de 16/10/2018.
sabilidade Técnica – ART.
Dessa forma, o plano de controle de erosão
Por suas evidentes conexões, a proposta do solo e manejo de sedimentos e outros
de plano de controle da erosão do solo e contaminantes articulado com o plano de
manejo de sedimentos e outros contami- gerenciamento de resíduos da construção
nantes deve estar articulado e harmoni- civil (referido na Lei Distrital n° 4.704/2011)
zado com o plano de gerenciamento de poderão ser exigidos pelo IBRAM, no âmbi-
resíduos da construção civil, o qual deverá to do processo de licenciamento ambiental.
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 39
4.4 Etapas do controle de erosão do solo
e manejo de sedimentos e outros
contaminantes
O controle de erosão do solo e o manejo ao órgão ambiental competente (no
de sedimentos e de outros contaminan- DF, o IBRAM ou IBAMA/DF). A emissão
tes nos canteiros de obras devem ser da licença prévia do empreendimento
contemplados em todas as etapas, desde poderá exigir, dentre outros:
o planejamento do empreendimento,
detalhados no projeto e ainda implemen- • Estudos ambientais;
tados e ajustados na execução das obras,
havendo casos em que há necessidade de • Consideração de condicionantes e me-
ações após a entrega e início da fase de didas mitigadoras fixadas pelo órgão
uso, por pendências na consolidação ou ambiental a serem contempladas no
estabilização de novas proteções do solo projeto do empreendimento;
ou de configurações do terreno.
• Outorga prévia de lançamento de
A seguir se detalha como o controle de águas pluviais, caso exista previsão de
erosão do solo e manejo de sedimentos e lançamentos de águas pluviais em
outros contaminantes devem ser contem- corpo hídrico superficial;
plados nas quatro principais etapas de
um empreendimento. • Plano de gerenciamento de resíduos
da construção civil;
a Etapa de planejamento
• Plano de controle da erosão do solo e
Esta fase inicial tem como principais manejo de sedimentos e outros conta-
atividades específicas: minantes;
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 40
• Projeto de controle de erosão do solo • Outorga de direito de lançamento de
e manejo de sedimentos e outros águas pluviais, caso exista previsão de
contaminantes, considerando além lançamentos de águas pluviais em
dos requisitos do respectivo Plano de corpo hídrico superficial.
controle de erosão do solo e manejo
de sedimentos a definição e o detalha- c Etapa de execução ou implantação
mento das Boas Práticas de controle
de erosão do solo manejo de sedimen- A etapa de execução é desenvolvida no
tos em outros contaminantes aplicá- espaço físico do canteiro de obras. Essa
veis, considerando as possíveis altera- fase do empreendimento deve incluir:
ções no canteiro de obras e ao longo
das etapas construtivas, abrangendo, • Monitoramento e controle dos proces-
no mínimo, desde as fases de escava- sos construtivos;
ção e movimentação de terra; até o
paisagismo e finalização e entrega das • Execução e acompanhamento das
obras. boas práticas de controle de erosão do
solo e manejo de sedimentos;
• Planejamento operacional e projeto do
canteiro de obras, incluindo o sistema • Entrega do empreendimento confor-
provisório de drenagem pluvial; me especificações e encerramento das
atividades construtivas repassando
• Quantitativo e orçamento para todos ao usuário ou proprietário todas as
os insumos e serviços para a implanta- informações relacionadas à adequada
ção do empreendimento; operação e uso.
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 41
as ações de estabilização do solo e da • Assoreamento de corpo receptor,
cobertura vegetal estejam concluídas, o devido ao carreamento de sedimentos
responsável pelo uso ou operação de em- das obras;
preendimento deve assegurar a realização
das ações cabíveis. • Eutrofização do corpo hídrico receptor,
pelo carreamento, junto com os sedi-
mentos, de nutrientes, principalmente
4.5 Impactos fósforo (Bertol et al., 2004), e pela
elevação da turbidez dos ambientes
ambientais aquáticos, com a consequente re-
dução da fotossíntese e das taxas de
significativos oxigênio do meio (Rocha et al., 2009).
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 42
construtivas semelhantes. Por exemplo, • Exposição de solo superficial;
uma edificação e uma rodovia possuem
tanto pavimentação quanto estruturas, • Tráfego interno de veículos;
mas em proporções opostas. Na edifi-
cação, os custos mais relevantes estão • Escavação e reaterro de valas para
na estrutura e vedações, independente assentamento de tubulações.
do sistema construtivo. Por outro lado,
a rodovia é praticamente uma obra de c Aspecto Ambiental 3 — Emissão
pavimentação, apesar de possuir edifícios de particulados no ar
de apoio e obras de arte em estruturas de
concreto. São de interesse as seguintes atividades
ocorrentes nos canteiros de obras que
Considerando que as ações construtivas lançam particulados no ar:
em distintas tipologias de obras variam
apenas na intensidade, são listados a • Tráfego de veículos em vias de terra
seguir os aspectos ambientais mais rele- não compactada;
vantes e as respectivas ações mais usuais
na dinâmica das atividades construtivas. • Manuseio e transporte de solo, areia e
outros agregados;
a Aspecto Ambiental 1 — Saída de
sedimentos do canteiro de obras • Escavação e reaterro de valas para
assentamento de tubulações;
São de interesse para este aspecto am-
biental as seguintes atividades ocorrentes • Exposição de solo estocado.
nos canteiros de obras:
d Aspecto Ambiental 4 — Manejo de
• Delimitação da área de interferência resíduos sólidos da construção civil
de obras civis;
São de interesse para este aspecto am-
• Tráfego de entrada e saída de veículos biental as seguintes atividades ocorrentes
na obra. nos canteiros de obras:
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 43
• Demolição de pavimentos asfálticos, acabamentos;
pisos, vedações e estruturas cerâmicas
ou de concreto etc.; • Geração de resíduos perigosos;
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 44
vegetada, natural ou não, ou previamente desenvolvidas no local.
construída, o que ocasionará a geração
de sedimentos e a exposição do solo aos Em casos em que há previsão de ativida-
processos erosivos. des em áreas externas aos limites da obra,
tais atividades também devem ter seu
Em geral, estabelecem-se condições limite de intervenção definido e protegi-
propícias ao carreamento de sedimentos do contra a saída de sedimentos.
da obra por ventos e ao escoamento
superficial para terrenos vizinhos e para A portaria de acesso à obra também é parte
vias públicas. do seu perímetro, o que faz com que tam-
bém seja necessário garantir o controle dos
Uma vez fora da obra, conforme exemplo fluxos de água e dos sedimentos carreados.
nas Figuras 3 e 4, a seguir, os sedimentos Por estes locais entram e saem veículos e
poderão acessar o sistema de drenagem equipamentos que, após trafegarem pela
urbana e, quando dentro dos condutos, obra, podem ter sedimentos aderidos aos
dificilmente poderão ser recolhidos, se seus pneus, sendo necessárias medidas
encaminhando para os corpos hídricos para impedir a saída desses sedimentos do
receptores. perímetro do empreendimento.
Portanto, controlar a saída de sedimen- Observa-se que pelo seu caráter corretivo
tos do canteiro de obra é fundamental e por ter apenas relativa efetividade, a
para o manejo dos sedimentos, exigindo atividade de varrição das vias públicas
que o perímetro da obra seja conforma- não é considerada estratégia de controle
do para conter o escoamento de água do manejo de sedimentos em canteiro de
e dos ventos rasteiros, antes mesmo do obras, mas sim medida de mitigação de
início das demais atividades a serem impacto ambiental negativo gerado.
Figura 3
Sedimentos saindo da obra em
decorrência da falta de controles
implementados em sua via de acesso.
Fonte: Rosa (2013)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 45
Figura 4
Evidências de sedimentos sendo carreados da obra para
a via pública por portaria sem controle. Fonte: Rosa (2013)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 46
Figura 5 Figura 6
Via de circulação de veículos sem proteção e Taludes com sulcos de erosão e solo revolvido.
estabilização dos taludes. Fonte: SDU/Adasa (2019) Fonte: Rosa (2019)
Figura 7
Abertura de valas para assentamento de rede
de distribuição de água em futuro setor urbano.
Fonte: SDU/Adasa (2019)
Figura 8
Abertura de vala, com disposição de solo
lateralmente e necessidade de esgotamento
de água proveniente do lençol freático.
Fonte: SDU /Adasa (2019)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 47
Em todos os casos, eventos de precipitação mais intensos intensifi-
cam os processos erosivos e os riscos de surgimento de sulcos, que
podem evoluir para ravinas e até mesmo voçorocas.
Figura 9
Emissão de material particulado a partir do trânsito de veículos. Fonte: Rosa (2013)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 48
As matérias-primas (como areia, brita, mento e, por conseguinte, o carreamento
pedrisco e pó de pedra) são estocadas para as vias de circulação e para o sistema
no canteiro principal e transportadas e, de drenagem.
quando viável, suas sobras devem ser
reaproveitadas ao invés de serem destina- Na Figura 10 é apresentado um exemplo
das como resíduos. de canteiro de obra em que não foram
adotadas práticas de controle de erosão,
A estocagem adequada de matérias-pri- deixando os materiais de construção em
mas previne desperdícios e minimiza a condição de serem carreados em caso de
geração de resíduos, reduzindo o espalha- chuvas que gerem escoamento superficial.
Figura 10
Estocagem inadequada de matérias
primas em canteiro de obras.
Fonte: SDU /Adasa (2019)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 49
Figura 11 Figura 12
Solo acumulado com potencial para ser Água e sedimentos de drenagem de obra
carreado para sistema de drenagem da obra. lançados em via pública. Fonte: Rosa (2013)
Fonte: SDU /Adasa (2019)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 50
meio ambiente deles decorrentes, bem como os causados pelo
seu mau uso.
Figura 13 Figura 14
Vazamento de óleo diesel no solo. Derramamento de produtos químicos por
Fonte: SDU /Adasa (2019) acondicionamento inadequado.
Fonte: SDU /Adasa (2019)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 51
(exemplo no Esquema 1 e Figura 15), outras amplas como uma uni-
dade de triagem de resíduos sólidos ou uma projeção habitacional.
O aspecto essencial de tais obras é que podem ser cercadas, ou
seja, todas as suas atividades ocorrem internamente a um espaço
determinado e o perímetro é contínuo.
Esquema 1
Modelo hipotético de canteiro
de obra. Fonte: Rosa (2013)
Figura 15
Vista superior de construção
de edifício residencial, exemplo
de obra pontual sem manejo de
sedimentos. Fonte: Rosa (2013)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 52
Nesta configuração, há perfeita clareza • Existência de sistema de drenagem
e continuidade das entradas e saídas do nas proximidades que possa ser
canteiro de obras, assim como é possível aproveitado para receber a drenagem
definir as áreas de circulação de veículos. provisória da obra.
Esquema 2
Canteiro de serviços em obras lineares com frentes de
serviços separadas do canteiro principal. Fonte: Rosa (2019)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 53
Figura 16 Figura 17
Exemplo de obras lineares na Ligação do Obra na marginal Vicente Pires com solo
Torto Colorado. Fonte: Rosa (2019) exposto suscetível ao carreamento pluvial.
Fonte: Agência Brasília (2019)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 54
O DNIT possui material técnico tratando apresentando características tanto de
do controle de erosão do solo e manejo intervenção pontual, como identidade
de sedimentos em obras de rodovias com obras lineares. As frentes de serviço
como o Manual Rodoviário de Con- são móveis e muitas vezes se localizam
servação, Monitoramento e Controle distantes do canteiro principal.
Ambientais (Brasil, 2005) e o Manual de
Implantação Básica de Rodovia (Brasil, São exemplos típicos de obras em rede
2010). ou malha: as implantações de redes de
abastecimento de água potável, coleta
c Obras em rede ou malha de esgoto e drenagem pluvial e as obras
de pavimentação e urbanização em geral
A tipologia de obras em rede ou malha (como implantação ou revitalização de
pode ser considerada uma mistura entre loteamentos urbanos), como mostram as
as tipologias de obras pontuais e lineares, Figuras 18 e 19.
Figura 18 Figura 19
Exemplo de obra do tipo em rede ou malha Exemplo de canteiro de serviços em obras
para execução de rede coletora de esgotos de rede coletora de esgotos sanitários.
sanitários. Fonte: Rosa (2019) Fonte: Rosa (2019)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 55
Esquema 3
Exemplo de canteiros principal e de serviços em obra
de tipologia em rede ou malha. Fonte: Rosa (2019)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 56
de sedimentos podem ser relativizadas Em muitos casos, não é possível estabe-
quando as obras ocorrem na estiagem. lecer exatamente o período de início e
No caso do Distrito Federal, o período de operação das atividades das obras. Na
estiagem ocorre entre junho e agosto e elaboração do plano e respectivo projeto
o período de chuvas se inicia geralmente de controle de erosão do solo e manejo
em setembro indo até maio, conforme de sedimentos e outros contaminantes,
pode-se observar das médias pluviomé- deve-se considerar a obra ocorrendo
tricas mensais apresentada pelo INMET, durante o período de chuvas intensas
Instituto Nacional de Meteorologia de (situação mais desfavorável).
1961 até 1990 (Gráfico 1).
Gráfico 1
Precipitação média mensal (1961-1990) em Brasília, destacando
períodos de chuva e de estiagem. Fonte: INMET (2019)
b Topografia
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 57
Esquema 4 Esquema 5
Condição topográfica 1, terreno plano. Fonte: Rosa (2013) Condição topográfica 2, terreno com caminho natural da água
pré-existente. Fonte: Rosa (2013)
Esquema 6 Esquema 7
Condição topográfica 3, terreno com divergência de águas. Condição topográfica 4, terreno com convergência de águas.
Fonte: Rosa (2013) Fonte: Rosa (2013)
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 58
As principais características de cada concentrar rapidamente no perímetro
condição topográfica considerada são: do canteiro de obras, possivelmente
nos seus cantos.
Condição 1 — terrenos planos
Condição 4 — terrenos com convergência
• As declividades reduzidas limitam o de águas
escoamento superficial de água, com a
eventualidade de trechos sem con- • Os volumes precipitados não saem da
dições de drenagem por gravidade, obra naturalmente, reduzindo a de-
exigindo sistemas segmentados de manda da proteção do perímetro;
drenagem do canteiro de obras que
podem exigir bombeamento da água • Pode haver a tendência de entrada de
para se conectarem; água externa proveniente de escoa-
mento pluvial no entorno do terreno;
• O escoamento da água ocorre lenta-
mente, reduzindo o potencial erosivo e • A concentração de água pode atra-
favorecendo a sedimentação ao longo palhar as frentes de serviços, sendo
das calhas e áreas de escoamento; interessante descentralizar os locais de
armazenamento temporário por meio
• Há baixo potencial para concentração da drenagem provisória do canteiro de
e acúmulo de grandes volumes de obras.
água no perímetro, com risco relativa-
mente pequeno de extravasamento c Cobertura superficial do terreno
da vedação constituída por tapume ou
outra proteção nas divisas. • Sempre que possível deve ser evitada
ou pelo menos minimizada a remoção
Condição 2 — terrenos com concentração da cobertura vegetal existente e da
de águas, formando um fluxo preferencial camada de solo superficial. O planeja-
mento da obra deve buscar a preserva-
• Verifica-se a tendência de reunião ção das proteções superficiais do solo
de volumes significativos de água de pelo maior tempo possível, buscando
diferentes áreas de contribuição e de removê-las apenas na medida do
escoamento para um mesmo ponto avanço físico da obra.
no perímetro da obra. Neste caso,
existe risco elevado de extravasamento • A vegetação e o solo superficial do
da vedação constituída por tapume ou terreno devem ser verificados para
outra proteção nas divisas. determinar se a cobertura é natural
ou restaurada. Essa verificação poderá
Condição 3 — terrenos com divergência indicar se existe disponibilidade do
de águas solo orgânico, viabilizando o aproveita-
mento deste material.
• Ocorre a tendência de todo volume da
precipitação incidente no terreno se
Cap. 4 Premissas para o Controle de Erosão do Solo e o Manejo de Sedimentos e Outros Contaminantes 59
5
As Boas Práticas
60
No capítulo anterior foram expostos os
fundamentos para o entendimento da
presente matéria, cerne deste Manual.
Ação
Alternativa 1 mento de uma ou duas fiadas de blocos
prioritária
de concreto, variando em função da
Esta alternativa é aplicável para todas declividade do perímetro, conforme
as tipologias de obras, inclusive para os apresentado nas Figuras 20 e 21 e nos
canteiros principal e de serviços, e é apro- Detalhes 1 e 2.
priada para qualquer condição ambiental
do terreno. Se houver a previsão ou constatação de
acúmulo de águas pluviais ao longo do
Todo o perímetro do canteiro de obras perímetro, deve ser instalada uma calha
deve ser vedado por meio do assenta- perimetral ou outro sistema coletor.
Figura 20 Figura 21
Exemplo de obra com uma fiada de bloco Tapume metálico do canteiro de obras com duas
assentado no perímetro. Fonte: Rosa (2013) fiadas de bloco de concreto vedando sua base,
com a existência de calha perimetral instalada.
Fonte: Rosa (2013)
Detalhe 2
Exemplo de corte transversal de tapume em
terreno com declividade superior a 5%. A
concentração de água durante chuvas poderá
exigir mais de uma fiada de bloco para conter o
fluxo de água e a instalação de calha perimetral.
Fonte: Rosa (2019)
Ação
Alternativa 2
prioritária
Ação
Alternativa 3
prioritária
Figura 22 Figura 23
Cercas filtrantes de membrana de geotêxtil O cercamento utilizando membrana geotêxtil
em áreas vegetadas e próximas à zona de deve ser enterrado em sua base para fixação.
movimentação de terra. Fonte: Rosa (2013) Fonte: Rosa (2013)
Detalhe 5
Fixação da membrana geotêxtil
na base da cerca filtrante.
Fonte: Rosa (2019)
Figura 24
Diques de contenção com sacarias de ráfia preenchido por solo ou
areia da obra, envolvidos em membrana geotêxtil. Fonte: Rosa (2013)
Detalhe 6
Confecção da sacaria e montagem dos diques. Fonte: Rosa (2019)
Detalhe 7
Desvio do escoamento superficial das frentes de serviço em obras
em redes com canteiros nas vias públicas. Fonte: Rosa (2019)
Monitoramento e manutenção
O perímetro da obra vedado deve ser monitorado durante os
eventos de chuvas intensas ou logo após tais fenômenos, pois
são nessas ocasiões que poderão sofrer alterações e evidenciar a
necessidade de ajustes localizados.
Figura 25
Acesso da obra estabilizado com
camada de brita. Fonte: Rosa (2013)
Ação
Alternativa 1 Alternativa 2
prioritária
Figura 27 Figura 28
Sistema de lava rodas com calha longitudinal. Separador de água e óleo para tratamento de
Fonte: Rosa (2013) água de lavagem do sistema lava rodas.
Fonte: Rosa (2013)
Figura 30
Croqui do sistema Separador Água-Óleo
adotado (Caixa de inspeção interligada
com sistema de drenagem.
Fonte: CAESB (2020)
As vias de circulação de veículos devem são dos pneus dos veículos ao trafegarem,
ser protegidas contra processos erosivos visando impedir a desagregação do solo
provocados pelas chuvas e contra a abra- no local (Figuras 31 e 32).
Ação
A camada de brita graduada deve ser aplicada em toda extensão
prioritária
das vias de circulação de veículos.
Figura 31 Figura 32
Via de circulação estabilizada com brita graduada, Antecipação da base compactada da via para
cuja cota altimétrica do leito é superior à do estabilização do solo. Fonte: Rosa (2013)
entorno imediato. Fonte: Rosa (2013)
O solo exposto deve ser sempre protegido O regime de chuvas, o tipo de solo, a
contra processos erosivos, visando impedir quantidade e a forma de estoque do
sua desagregação e, consequentemente, solo e a proteção de talude são variáveis
seu carreamento. fundamentais no presente tema.
Ação
Alternativa 1
prioritária
O solo orgânico raspado deve ser esto- A cobertura vegetal das áreas abertas,
cado, com isolamento por barreira de prevista em projeto, deve ser executada
sedimentos. É comum que no material imediatamente após a terraplenagem,
estocado, em duas semanas ou mais, em taludes ou superfícies planas situadas
cresça naturalmente cobertura vegetal em áreas de futuro paisagismo, como
como mostra a Figura 33. apresentada na Figura 34.
Figura 33 Figura 34
Estoque de solo orgânico estabilizado. Estabilização da superfície do talude.
Fonte: Rosa (2013) Fonte: Rosa (2011)
O solo exposto nos taludes deve ser protegido com Cal Jet (Santos,
2009), conforme apresentado nas Figuras 35 e 36, nos locais
onde a terraplenagem permanecer paralisada por mais de duas
semanas. A proteção deve ser realizada desde o primeiro dia da
paralisação da movimentação de terra.
Figura 35 Figura 36
Talude sendo protegido com cal jet Talude com teste de aplicação da
aplicado por pulverizador mecânico. técnica cal jet. Fonte: Santos (2009)
Fonte: Santos (2009)
Detalhe 10
Disposição das barreiras de sedimentos em
função do escoamento pluvial.
Fonte: Rosa (2019)
Ação
Alternativa 2 o menor custo quando comparado com
prioritária
transporte e armazenamento temporário.
A abertura de valas pode considerar Contudo, se houver risco iminente de
a remoção do solo e seu transporte chuva ou o solo estocado não puder ser
para outro local de acondicionamento reaproveitado no período de 24 horas,
temporário na obra. Este solo estocado as medidas preventivas citadas na
deve ser protegido contra intempéries, Alternativa 1 ou Alternativa 2 devem ser
notadamente, chuva e ventos. implementadas.
Ação
Alternativa 1
prioritária
Figura 37 Figura 38
Aspersão de água para controle de poeira Controle de poeira na entrada da obra.
em via de circulação de veículos. Fonte: Rosa (2013)
Fonte: Rosa (2013)
Figura 39 Figura 40
Sistema de umedecimento de via de Umedecimento de material de demolição
circulação por aspersores fixos. de piso durante sua remoção para controle
Fonte: Rosa (2013) de poeira. Fonte: Rosa (2013)
Ação
Os resíduos Classe A devem ser arma- possuam passagens de água em sua base
prioritária
zenados em baias com cobertura ou para drenagem durante chuvas, o que
acondicionados em caçambas cobertas. demanda proteção e controle do escoa-
mento superficial.
Ação Complementar
É importante isolar com sacaria de brita Monitoramento e manutenção
ou areia os locais de acondicionamento As inspeções aos locais de acondicio-
de resíduos Classe A, quando eventual- namento de resíduos Classe A devem
mente não estiverem estocados em baias ocorrer mensalmente para garantir que
cobertas ou caçambas. não houve alteração nos procedimentos
ou na estanqueidade das baias, casos
Observações em que se devem verificar ajustes ou
É comum que as caçambas estacionárias adequações.
Esquema 8 Esquema 9
Identificação das áreas de contribuição em Identificação das áreas de contribuição em
terrenos planos. Fonte: Rosa (2019) terrenos com concentração de água formando
fluxos internos. Fonte: Rosa (2019)
b Transportar a água para o armazena- durante este período que deve acontecer
mento temporário em obra o tratamento do efluente, caso necessário.
Ação
Alternativa 1 No exemplo que ilustra esta alternativa,
prioritária
foram planejadas duas calhas nas laterais
As águas superficiais são coletadas em do terreno na parte baixa das áreas de
calhas nas laterais mais baixas do terreno contribuição pluvial, ambas conduzindo
e conduzidas para poço com sistema o escoamento superficial de drenagem
de retenção de sedimentos, a partir do de obra para poço com sistema de
qual a água é bombeada para a caixa de retenção de sedimentos, conforme
passagem, local de coleta de amostra Esquema 12 e Detalhe 11. A partir desse
para monitoramento da qualidade, e local, a água é bombeada para a caixa de
encaminhada para o ponto de descarte. passagem.
Esquema 12
Alternativa 1 - Terreno plano hipotético
com dois poços com sistema de
retenção de sedimentos e calhas
coletoras nas laterais do terreno.
Fonte: Rosa (2019)
Detalhe 11
Corte AA’ do Esquema 12 do poço de
drenagem com sistema de retenção
de sedimentos, com dispositivo
dimensionado para acondicionamento
temporário do escoamento de toda a
área de contribuição.
Fonte: Rosa (2019)
Esquema 13
Alternativa 2 - Terreno plano com poço intermediário e poço
com sistema de retenção de sedimentos antes do descarte.
Fonte: Rosa (2019)
Figura 41 Figura 42
Vista superior de poço de drenagem com sistema Caixa de passagem para aferição da qualidade da água de
de retenção de sedimentos.Fonte: Rosa (2013) drenagem da obra antes do descarte. Fonte: Rosa (2013)
Figura 45 Figura 46
Diferença entre amostras de qualidade de água pluvial Turbidímetro digital portátil. Fonte: Cardoso (2011)
após tratamento (antes e após sedimentação).
Fonte: Rosa (2019)
Esquema 14 Detalhe 13
Alternativa 3 - Terreno hipotético com caminho de água Corte AA’ da calha provisória do
preferencial no centro. Fonte: Rosa (2019) Esquema 14. Fonte: Rosa (2019)
Figura 47 Figura 48
Calha pluvial provisória revestida, cuja lona é fixa Barreira de sedimentos de membrana de
na lateral pela massa das sacarias, as quais atuam geotêxtil ao longo da calha provisória da obra.
restringindo a vazão de entrada do escoamento e Fonte: Rosa (2013)
retendo sedimentos. Fonte: Rosa (2013)
Figura 49 Figura 50
Sacarias dispostas nas calhas para retenção de Sistema de retenção de sedimentos em
sedimentos. Fonte: Rosa (2013) calha de drenagem. Fonte: Rosa (2013)
Detalhe 14
Exemplo de disposição de barreira
de sedimentos no interior da calha
provisória revestida de membrana
geotêxtil. Fonte: Rosa (2019)
Esquema 15
Alternativa 4 -
Terreno hipotético
com divergência dos
fluxos de água.
Fonte: Rosa (2019)
Esquema 16
Alternativa 4 - Terreno hipotético com
convergência dos fluxos de água. Fonte: Rosa
(2019)
Esquema 17
Alternativa 5 - Terreno hipotético com convergência dos fluxos de água. Fonte: Rosa (2019)
Figura 53 Figura 54
Exemplo de calha com leito permeável e Outro exemplo de calha com leito permeável e
reservatórios de qualidade, interceptando parte reservatórios de qualidade, interceptando parte
da água escoada no terreno. da água escoada no terreno.
Fonte: Rosa (2012) Fonte: Rosa (2012)
Esquema 18
Alternativa 6 -
Drenagem em obras
lineares. Fonte: Rosa
(2019)
Figura 55 Figura 56
Dispositivos de retenção de sedimentos com Barreiras de sedimentos com cercas de membrana
barreiras de sacarias. Fonte: Rosa (2013) geotêxtil em calha estabilizada com manta de fibra
vegetal. Fonte: LANDCON (2004)
Figura 57 Figura 58
Lombada de solo na crista do talude provisório e Talude com calha de crista instalada imediatamente
descidas hidráulicas estabilizadas com sacarias. após conclusão da terraplenagem.
Fonte: DERSA (2009 apud Almeida Junior, 2011) Fonte: Rosa (2013)
Ação
Alternativa 7
prioritária
Esquema 20
Alternativa 8 - Detalhes de proteções das
entradas de redes pluviais. Fonte: Rosa (2019)
Figura 60 Figura 61
Proteção das entradas da rede de águas pluviais Exemplo de proteção de entrada da rede pluvial
em execução contra o acesso de sedimentos da evidenciando a retenção de sedimentos.
obra. Fonte: Rosa (2013) Fonte: Rosa (2012)
Após as chuvas, as calhas devem ser inspe- A previsão de chuvas deve ser monitorada
cionadas nos locais de barreiras de sedi- constantemente pela obra, para que antes
mentos, que devem ser desassoreados para da ocorrência de eventos extremos, exista
que tenham o desempenho esperado na inspeção em todas as unidades constituin-
próxima precipitação. O solo coletado deve tes do sistema de drenagem, assegurando
ser destinado à área estável do canteiro de a perfeita capacidade de transporte ou
obras e receber manejo adequado. retenção da água pluvial.
Figura 62 Figura 63
Bandeja plástica sob compressor movido a diesel. Gerador estacionário protegido contra intempéries e
Fonte: Rosa (2013) vazamentos. Fonte: Rosa (2013)
Detalhe 15
Gerador protegido contra
intempéries e contaminação do
solo e água. Fonte: Rosa (2019)
Figura 66
Reservatório construído no canteiro de obras
para coleta e armazenamento de água de
lavagem de caminhão betoneira.
Fonte: EPA (2010)
Ação
Ação Prioritária
prioritária
Observação
O descarte de dejetos de banheiros químicos em estações de
tratamento com sistemas biológicos deve ser precedido de
autorização da empresa responsável por sua operação. Os desodo-
rizantes utilizados nos banheiros químicos para inibir a atividade
microbiana e disfarçar os maus odores possuem, em sua compo-
sição, surfactantes, essências aromáticas e corantes (EPA, 2012), os
quais podem acarretar prejuízos à biota aeróbia.
Monitoramento e manutenção
Os banheiros químicos e principalmente os seus reservatórios de
dejetos devem ser inspecionados regulamente, de preferência
diariamente, de modo a identificar possíveis contaminações de
solo e água.
108
A difusão pública e acessível das melho- todo o processo da construção, do
res práticas é apresentada neste Manual planejamento ao uso e operação, passan-
como um primeiro passo rumo à redução do pelas fases de projeto, orçamentação,
dos impactos ambientais negativos licitação e contratação, execução e
das obras civis na qualidade das águas fiscalização.
superficiais do Distrito Federal e no
assoreamento dos nossos corpos d’água. Trata-se de um processo de mudança
cultural, que pressupõe e exige a revisão
Como destacado no primeiro capítulo, as de conceitos e a alteração de proce-
mudanças necessárias para atingir este dimentos que estão consolidados na
objetivo envolvem tanto as obras contra- prática cotidiana da construção civil.
tadas e executadas pelo Poder Público
quanto aquelas realizadas pela iniciativa É evidente que sem a conjugação de
privada. esforços persistentes dos órgãos públicos
contratantes de obras e das empresas
As práticas apresentadas têm como foco de construção civil e de suas entidades
as atividades que se realizam no canteiro representativas no Distrito Federal
de obras, mas dependem e envolvem dificilmente se conseguirá avançar.
110
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111
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114
Anexos
Os anexos a seguir complementam o conteúdo deste Manual,
pois apresentam propostas para auxiliar o gestor e os responsáveis
pelas ações de planejamento, projeto, execução e operação dos
empreendimentos.
115
Anexo A
Composição de Insumos e Serviços
116
Composições e Insumos (Catálogo Composições
Boas Práticas Analíticas SINAPI)
Aspecto Ambiental Ações Observações
sugeridas Cód. Unid. de
Opção Descrição
SINAPI Medida
117
Composições e Insumos (Catálogo Composições
Boas Práticas Analíticas SINAPI)
Aspecto Ambiental Ações Observações
sugeridas Cód. Unid. de
Opção Descrição
SINAPI Medida
1 - O leito de rodagem
deve ter no mínimo 6 m de
comprimento (extensão);
2 - A altura da camada de
Execução e
brita em via de circulação de
compactação de base
Disposição de veículos pode ser considerada
e ou sub-base para
camada de 10 cm para implantação,
1 96396 pavimentação de brita m3
Brita Graduada adicionada com 5 cm para
graduada simples-
Simples (BGS) manutenção periódica;
Exclusive carga e
transporte
3 - Indicado para acessos com
máximo de 1 (um) mês de
permanência.
118
...continuação.
1 - As tubulações de ligação
deverão ter declividade
Separador Água- Tubo PVC DN 100
mínima de 3% (3cm/metro);
Óleo: 2) Caixa mm para drenagem
83671 m
Separadora de - fornecimento e
2 - O tubo de PVC de saída
Óleo (CSO) instalação
deve estar interligado a caixa
separadora de óleo.
Alvenaria 1 - Quando construídas em
83518 embasamento E-20 m3 alvenaria, as caixas deverão ter
com bloco concreto paredes mínimas de 20 cm
OU Alvenaria de de espessura e a dimensão
89168 vedação blocos m2 mínima de 60 cm de lado,
vazados 9x9x19 cm sendo revestidas de argamassa
de cimento e fundo de
concreto;
Separador Água-
Óleo: 3) Caixa 2 - Devem ser realizadas
Única Caixa de inspeção
Coletora de Óleo limpezas periódicas, cuja
(CCO) em anel de concreto frequência depende do
pré-moldado, com número de lavagens e trocas
89168 950 mm de altura e und diárias de óleo;
anéis com esp = 50
mm. Exclusive tampão 3 - O óleo retirado da
e escavação caixa coletora deve ser
acondicionado em recipiente
próprio e encaminhado para
reciclagem.
Alvenaria 1-Quando construídas em
83518 embasamento E-20 m3 alvenaria, as caixas deverão
Estabilização do com bloco concreto ter paredes mínimas de 20cm
1 - Saída de
acesso à obra e de espessura e a dimensão
sedimentos do
implantação de OU Alvenaria de mínima de 60 cm de lado,
canteiro de obras
sistema lava rodas 89168 vedação blocos m3 sendo revestidas de argamassa
vazados 9x9x19 cm de cimento e fundo de
concreto.
1 - O fundo da caixa de
inspeção deve ser feito com
enchimento de concreto e
ter declividade mínima de 1%
(1cm/m), de modo a garantir
rápido escoamento e evitar
a formação de depósito de
Caixa de inspeção
resíduos;
em anel de concreto
Separador Água-
pré-moldado, com
Óleo: 4) Caixa de Única 2 - As caixas de inspeção
89168 950 mm de altura e und
Inspeção (CI) deverão ter dimensões
anéis com esp = 50
mínimas de 60 cm de lado,
mm. Exclusive tampão
profundidade máxima de 87
e escavação
cm, ou dimensões laterais
mínimas de 110 cm para
profundidade superior a 87
cm;
Recomendações:
1) Acessos com permanência superior a 1 (um) mês deverá possuir estabilização do solo
superficial reforçado com membrana geotêxtil sob a camada de brita.
2) Acessos com permanência superior a 1 (um) mês em período de chuvas deverá possuir
sistema Lava-Rodas com separador água e óleo.
120
Composições e Insumos (Catálogo Composições
Boas Práticas Analíticas SINAPI)
Aspecto Ambiental Ações Observações
sugeridas Cód. Unid. de
Opção Descrição
SINAPI Medida
2 - Altura da camada de
brita em via de circulação de
veículos pode ser considerada
Execução e
10 cm para implantação,
compactação de base
adicionada de 5 cm para
e ou sub-base para
manutenção
96396 pavimentação de brita m³
graduada simples-
3 - Para circulação de pedestre
Exclusive carga e
a espessura pode ser menor
transporte
como 5 cm
Recomendação:
(*1) Estabilização necessária para solos expostos com permanência superior a 15 (quinze) dias.
(*2) Compactação necessária ou transporte para armazenamento para solos expostos com
tempo superior a 24 horas 121
Composições e Insumos (Catálogo Composições
Boas Práticas Analíticas SINAPI)
Aspecto Ambiental Ações Observações
sugeridas Cód. Unid. de
Opção Descrição
SINAPI Medida
122
Composições e Insumos (Catálogo Composições
Boas Práticas Analíticas SINAPI)
Aspecto Ambiental Ações Observações
sugeridas Cód. Unid. de
Opção Descrição
SINAPI Medida
Caçamba metálica
basculante com
Caçamba estanque Única 37733 capacidade de 6 m3 und
(inclui montagem,
não inclui caminhão)
Ensacamento de
1 92123 areia (saco de ráfia m³
60x90 cm)
OU Saco de ráfia
2 92123 und
(Conjunto com 4720)
Armazenar e Adicionado de pedra
transportar 2 4720 britada nº 0 ou m³
resíduos de classe pedrisco
A (solo, agregados, Isolamento Saco de ráfia
cimentos ou dos locais de adicionado OU com
cerâmicas) de acondicionamento geotêxtil 200 g/m2
maneira estável de resíduo 3 4011 não tecido contínuo m2
(instalação de 100% poliéster,
4 - Manejo de barreiras) resistência tração
resíduos sólidos da 10kN/m
construção civil Saco de ráfia
adicionado OU com
geotêxtil 400 g/m2
4 4012 não tecido contínuo m2
100% poliéster,
resistência tração
10kN/m
Lona plástica preta,
1 3777 m2
E=150 micra
Geotêxtil 200 g/m2
não tecido contínuo
2 4011 100% poliéster, m2
Estoque de solo que
resistência tração
Estoque de solo Proteção de solo permaneça por mais de 15 dias
10kN/m
na obra
Geotêxtil 400 g/m2
não tecido contínuo
3 4012 100% poliéster, m2
resistência tração
10kN/m
123
Composições e Insumos (Catálogo Composições Analíticas SINAPI)
Boas Práticas
Aspecto Ambiental Ações Cód. Unid. de
sugeridas Opção Descrição
SINAPI Medida
124
Composições e Insumos (Catálogo Composições
Boas Práticas Analíticas SINAPI)
Aspecto Ambiental Ações Observações
sugeridas Cód. Unid. de
Opção Descrição
SINAPI Medida
Escavação manual
para bloco de
96522 m3
coroamento ou
sapata
Concretagem de
96556 m3
sapatas, fck 30 Mpa
Viga metálica em
perfil laminado ou
soldado em aço
estrutural, com
100764 kg
conexões soldadas,
inclusos mão-de-
obra, transporte e
içamento
Pilar metálico em
perfil laminado ou
soldado em aço
estrutural, com
100766 kg
conexões soldadas,
inclusos mão-de-
Depósito de obra, transporte e
produtos químicos içamento
Única
e baia de resíduos
Trama de madeira
perigosos
composta por terças
92543 m²
para telhado de até
2 águas
Telhamento com
Controle de telha ondulada
estoque e 94210 de fibrocimento m²
6 - Manejo de
manuseio (E=6mm) e inclinação
produtos químicos
de produtos máxima de 10º
químicos
Lastro de concreto
95240 magro, espessura:
3 cm
m² Aplicado em pisos ou radiers.
Ou lastro de concreto
95241 magro, espessura:
5 cm
Ou parede de
98442 madeira em chapa
simples, sem vão
m²
Ou parede de
98446 madeira em chapa
simples, com vão
Controle de
estoque e Ou qualquer outro material
manuseio Kit mitigação Única 370 Areia média m³ absorvente, como a própria
de produtos areia ou vermiculita
químicos
126
127
Anexo B
Sugestões de Recursos para Divulgação
128
MINIMIZE E PROTEJA O
SOLO EXPOSTO NA OBRA