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A busca do

Crescimento
A vida de fé marcada pelo transcendente, que se alegra com a perspectiva do céu e a
presença de Deus, e que leva a sério o desafio e o privilégio do crescimento no Espírito

Jonathan Edwards
Jonathan Edwards (1703-1758) foi pastor, teólogo,
JF 1
evangelista e missionário. Como pastor da igreja
congregacional de Northampton, Massachusetts, sua
pregação piedosa foi usada por Deus para desencadear
dois períodos de reavivamento, inclusive o famoso Grande
Despertamento de 1740. Foi eleito presidente do Princeton
College, em 1757, mas sua morte prematura abreviou o
seu trabalho ali. Sua abundante obra continua a inspirar a
igreja cristã.

Alegria em Deus / Crescimento


Vida Cristã

(EDITORA CULTURA CRISTÃ


www.editoraculturacrista.com.br
10

A busca do

Crescimento
A vida de fé marcada pelo transcendente, que se alegra com a perspectiva do céu e a
presença de Deus, e que leva a sério o desafio e o privilégio do crescimento no Espírito

Jonathan Ed^wards
A Busca do Crescimento © 2010 Editora Culturo Cristã. Título originol Growing in
Gods Spirit. Org. T.M. Moore © 2003 The Jonothon Edwords Institute. Traduzido e
publicado com permissão do P&R Publishing, 1102 Morble Rood, Phillipsburg, New
Jersey, 08865, USA. Todos os direitos são reservados.
13 edição - 2010 - 3.000 exemplares

Conselho Editorial
Adão Carlos do Nascimento
Ageu Cirilo de Magalhães, Jr.
Cláudio Morro {Presidente)
Fobiono de Oliveira
Francisco Solono Portelo Neto
Heber Carlos de Campos Jr.
Jôer Corrêa Botisto
Joilto Limo
Mouro Fernando Meister
Torcízio José de Freitas Carvalho Produção Editorial
Voldeci do Silvo Santos Tradução
Susono Gueiros

Revisão
Sandra Couto
Edna Guimarães
Wilton Limo

Editoração
Lidio de Oliveira Dutra

Copo
Leio Design
E2611b Edwords, Jonothon
A busca do crescimento / Jonathan Edwards; tradução de
Susana Gueiros. _São Paulo: Cultura Cristã, 2010

128 p.
Tradução de Growing in God's Spirit

ISBN 978-85-7622-344-9

1. Alegria em Deus 2. Crescimento 3. Vida Cristã

248.2 CDD


EDITORA CULTURA CRISTÃ
Rua Miguel Teles Júnior, 394 - CEP 01540-040 - São Paulo - SP
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Superintendente: Hoveroldo Ferreiro Vargas


Editor: Cláudio Antônio Botisto Marro
Para

JamesA. R. Johnson
Sumário

Introdução à série..........................................................................................9
Prefácio.................................................................................................... 13
Introdução............................................................................................... 15

Parte 1: Uma luz divina e sobrenatural


1. O conhecimento esprritua - procede somenie de Deus........... 23
2. A natursza da h^z divina.......................................................... 29
3. A prova s os benefícios da luz divina...................................... 41

Parte 2: Conhecimento cristão


4. Tempo ds crescer..................................................................... 57
5. A natursza s a necessidade da teologia................................... 63
6. A tarsfa do crescimento cristão (1)......................................... 71
7. A tarefa do crescimento cristão (2)......................................... 79
8. As vantagens do conhecimento cristão................................... 87
9. Crescendo no conhecimento crissão....................................... 95

Parte 3: O peregrino cristão


10. O caminho do viajante.......................................................... 103
11.0 fim da jornada.................................................................. 111
12. A perspectiva da jornada..................................................... 117
13. Trabalhe pslo céu!................................................................ 123
Introdução à série

Jonothan Edwords (1703-1758) é umo das grandes persona­


lidades da histório do igreja. Postor, teólogo. evongelisto, missio­
nário. esposo e pai, Edwords foi usodo poderosomente por Deus
em seus dios. Sua obro literário continua o instruir e o educor
oqueles que, em nossos dias. reservam tempo para estudá-la. Du­
rante o seu ministério como postor do igrejo congregocional de
Northompton, Mossochusetts, o pregação de Edwords foi o cotoli-
sodor usodo pelo Espírito de Deus pora desencodeor dois intensos
períodos de reovivomento, inclusive o Grande Despertomento de
1740. Edwards ero um homem do Livro e um homem da igrejo,
empenhado no estudo da Polavra de Deus e no obro de cuidado
e edificação postorois nos congregações de Novo York, de Nor­
thompton e de Stockbridge, em Massachusetts, onde serviu como
missionário entre os nativos norte-americanos. Apesor de ter sido
eleito presidente do Princeton College, em 1757, sua morte pre­
maturo obreviou o seu trobolho nesso instituição.
Esta série dedico-se o trozer os sermões e os demois obras de
Jonothan Edwords paro o leitor de hoje. contribuindo pora umo
leituro criteriosa, urno onálise ponderada, umo discussão vivido
e um crescimento significativo no groça e no conhecimento do
Senhor. Edwards pregova paro fazendeiros e mercadores, do-
nas-de-caso e jovens, ameríndios e profissionais provincianos.
Embora suo linguagem poreço, às vezes. obscuro. e o lógica de
seus argumentos exijo nossa totol otenção, os pessoos comuns de
seus dios o entendiam muito bem. Por quase 300 onos a obra
de Jonothan Edwards tem instruído e levodo postores, teólogos
e leitores leigos o sentirem um amor mais intenso por Deus e
o propogorem diligentemente o omor de Deus oos outros. Isso
10 A busca do crescimento

sugere que as obras ds Edwards podem também nos ser úteis sm


nossa gsração.
Os sermões s livros ds Edwards são saturados ds Bíblia;
empregam uma exposição criteriosa s uma lógica rigorosa para
apresentar, de maneira clara s convincente, a glória do evangelho
ds Jesus Cristo. Sua tsologia sra verdadsiramsnts uma “teologia
bíblica racional”, tomando-se emprestada uma expressão do Dr.
John Gerstner, a quem os cristãos contemporâneos muito devem
psla sua incansável promoção s exposição das obras do maior
teólogo que já honrou o cenário eclesiástico norte-americano.
Por várias razões - entre elas, a natureza exigsnte dos tsxtos ds
Edwards, o uso ocasional de termos arcaicos s incomuns s a di­
ficuldade ds ss obtsr as suas obras -- os leitores dos dias ds hoje
não têm ss beneficiado dos sermões s livros dele como poderíam.
Para a alegria dssses lsitores, os organizadores s editores da Ban-
ner of Truth Trust trabalharam arduamente para supsrar essas di­
ficuldades, colocando à disposição um número considerável das
obras ds Edwards em dois grandes volumes s publicando ssrmões
s livros sm volumes separados. Somos gratos à Trust por nos per­
mitir usar, como tsxtos desta série, a edição das obras ds Edwards
organizadas por Edward Hickman, publicadas pela primeira vsz
em 1834 s continuaments pela Banner desde 1974.
Os livros desta série apresentam as obras ds Edwards na
forma original, conforme preparadas por Hickman, ssm modi­
ficações significativas da linguagem do autor. Algumas vezes,
atualizamos a grafia de palavras, alteramos pontuações ou in­
cluímos referências bíblicas que Edwards omitiu em seus textos.
Acrescentamos cabeçalhos s subcabeçalhos para slucidar ssus ar­
gumentos; dividimos em capítulos curtos alguns parágrafos lon­
gos, assim como cada obra, para permitir uma lsitura mais cui­
dadosa s atsnta. Incluímos também um questionário para sstudo
no final de cada capítulo, para promover a reflexão criteriosa do
significado s da aplicação dos argumentos ds Edwards s estimu­
lar o uso ds suas obras em grupos ds lsitura s ds discussão.
Esta séris sstá sendo preparada com o patrocínio do Jonathan
Edwards Institute, cuja missão — promover uma visão ds mundo
Introdução à série 11

marovilhoda com Deus — reflete o do próprio Edwords. Somos


gratos o Allon Fisher e à equipe de profissionais da P&R Publishing
pela visão e comprometimento com o plano e propósito do série.
Nosso esperanço é que os livros desto série apresentem Jonothon
Edwords a umo novo geração de leitores, levando-os o um mais
profundo e opoixonodo conhecimento de Deus. Apresentamos
esta série na esperanço de que Deus, que enviou o Espírito de
reovivomento à sua igrejo nos dios de Edwards, tenho prozer em
usá-lo enquanto se move poro reviver, renovor e restouror o suo
glório na suo noivo, umo vez mais.

T. M. Moore
The Jonathan Edwards Institute

***

E preciso uma explicação poro uma série de livros dedica­


dos à memório de alguém de quem poucos lembrom. No entanto,
oqueles que conheceram Jim Johnson entendem ropidomente por
que a exploração do pensamento de Jonothon Edwords é umo ho­
menagem adequada.
Jim foi casodo com Mortha e pai de trê« filhos, Mork, Steve
e Dovid, dedicados seguidores de Cristo. Ele foi o mentor e o
encorojador de um incontável número de jovens em vários etapos
do vido e serviu como presbítero em sua igreja, o Quorto Igreja
Presbiteriana em Bethesdo, Morylond.
Jim possuía muitos qualificações intelectuais. Ele estudou
Ciências Humonos, e obteve doutorado em Jurisprudência. Longe
de viver no isolamento ocodêmico, ele ocupou várias posições
junto à vido corporativo norte-omericona, tendo trobolhodo e
transitado com focilidode no governo.
Ele estavo completamente ciente do realidade do estado
de queda do nosso humanidade. Vivio com ela e experimentava
12 A busca do crescimento

alguns ds seus mais duros aspectos. Ainda assim, a cada um ds


ssus chamados s em todas as suas experiências, Jim trazia uma
devoção a Cristo s um amor à verdade. Ele foi um exemplo ds
alguém qus buscou trazer toda a vida cativa à Palavra ds Deus.
Jim Johnson ssrve ds modslo a todos qus buscam um rela­
cionamento vivo s vibrante com Cristo s, ao mssmo tsmpo, ho-
nsstaments perssgusm um equilíbrio com a intsgridads teológica
s o rigor ético. Ao enfrentar o diagnóstico ds um câncer inope­
rável, sle mostrou qus, como Jonathan Edwards sempre dizia, os
cristãos podem morrer bem. Como a fé ds Edwards, a ds Jim foi
real s prática s exigia qus ss manifestasse ds maneira intelectual,
experimental s ética.
Redimido por Cristo, Jim viveu sua vida em gratidão, s é por
isso que cada um ds nós que o conheceu lamenta a morte ds um
grande incentivador, um poderoso mentor s um humilde ssrvo do
Cordsiro.

Robert M. Norris
pastor titular, Quarta Igreja Presbiteriana
Bethssda, Maryland
Prefácio

Todo cristão é chamodo o continuar trobolhondo em dire­


ção à maturidade em Cristo. Crentes verdadeiros, que entendem
o enormidade do sacrifício de Cristo e o abundância de vido poro
o quol ele os redimiu, são fomintos e sedentos por conhecê-lo
e omá-lo melhor. Eles anseiom experimentar o poder que neles
habito, avidamente desejom ver o mundo e o que nele há o portir
de sua perspectivo, e se esforçam paro estor aptos o servi-lo por
intermédio de umo voriedode de boos obros.
Em todos as épocas do histório da igrejo, cristãos maduros,
em vários etapas da vida, têm feito grondes contribuições pora o
progresso do evangelho. Nem sempre eles têm sido os gigontes
da fé sobre quem pensamos quando olhomos ao longo dos cor­
redores da histório do igrejo. Sonto Perpétuo morreu pelo suo fé,
num coliseu romano, umo jovem mãe cujo único crime foi sua
completo inobilidode em denunciar o Salvador que hovio morrido
por elo. Ele ero umo porte muito real e muito importante da vida
de Perpétua.
O teimoso, porém espirituolmente sério, Francisco de Assis,
que literolmente despiu-se de coda possessão terreno pora servir
ao Senhor, mostrou umo maturidade de confiança que tem ins­
pirado milhares o seguir seu estilo de vido de serviço o outros.
A humilde serviçol da fozendo que opontou seu dedo ossudo no
rosto do não convertido Abraham Kuyper, chamando-o o crer em
Jesus, mostrou um tipo de ousodio compassivo fruto openos do
maturidade no Senhor.
No meu coso, sei que uma vez que entendi finalmente o
verdode do evangelho, estova faminto paro começor o crescer
no Senhor. Era, e continuo hoje, muito ogrodecido oos amigos
14 A busca do crescimento

s msntorss que me direcionaram às águas profundas da vsrdads


cristã s que me mostraram como lançar minha âncora nas grandes
doutrinas a vida ds fé. Dssde aqueles dias tenho crsscido s dia­
riamente sou desafiado a aprendsr mais sobre Cristo s a descobrir
como a vida ds fé molda s dá forma a cada área s interesse da
vida humana.
Qus privilégio juntar-me a um grupo ds amigos para esta
nova publicação ds obras selecionadas ds Jonathan Edwards,
uma das figuras dominantes na História modsrna cristã. Ssus es­
critos, alguns dos maiores tesouros do rsino, têm influenciado
snormsments minha vida s, ds muitas maneiras, moldado a
minha teologia.
Esta coleção será um recurso ds valor incalculável na busca
pelo crescimento no Espírito ds Dsus. Elogio a determinação
sm continuar trabalhando em direção ao chamado superior ds
Deus em Cristo Jesus, s oro para qus ests volums dos sermões
ds Edwards seja particularmente útil no mapeamento do vasto
terreno do crescimento espiritual que está disponível a nós como
discípulos do Ssnhor. Qus ele possa abençoar s recompensar ri­
camente seus ssforços, snquanto lutam juntos para alcançar no­
vos s maravilhosos níveis ds maturidade em Cristo.

Charles Colson, fundador


Prison Fellowship
Introdução

Sentodo, alegrava me enquanto John, um empresário de nossa


igrejo, compartilhava sua experiência de conhecer o Senhor e de
crescer nele. John gerencio umo empreso de comércio internacio­
nal que o mantém muito ocupado, no seu país e no exterior. Ele
tem umo família odorável o quem é totolmente devotodo. Aindo
ossim, ele encontra tempo para dedicor-se, dia após dia, o crescer
na sua fé cristã e o encorajar outros o uma vida de discipulodo.
Estavo porticularmente animodo o escutar o histório de
John porque tinha um interesse pessoal em sua vida. por dois
ospectos. Inicialmente, John conhecera o Senhor havio mais de
30 anos, quondo Billy Groham dirigiu uma cruzada evongelís-
tica em Knoxville.
Na época. meu sogro, Lane Adoms, estava morondo em
Knoxville. servindo como evangelista auxiliar com o Dr. Groham.
e teve uma gronde participação no vindo do cruzoda para o leste
do Tennessee. Ao lembrá-lo deste foto. John rapidamente comen­
tou sobre o papel de Lane no suo conversão e processo de cresci­
mento cristão. John foro membro da mesma igrejo que Lone e suo
fomília, e o pai de John e Lane erom amigos.
Agoro, mais de 30 onos depois. John havia ligodo pora sair­
mos juntos apenas paro agradecer por um curso em que eu ensinei.
e reafirmou seu chomado poro o discipulodo de outros homens.
aperfeiçoando suos habilidades para um serviço mois efetivo. A
roridode que esses encontros acontecem na vida de um pastor fará
disso olgo especiol paro mim.
A certo altura de nosso encontro, John levantou o olhor de
seu sanduíche de rosbife e disse: “Sabe, T. M.. eu simplesmente
não entendo. Olho paro os crentes que conheço e eles não porecem
16 A busca do crescimento

assim tão empolgados a rsspsito do Ssnhor. Parscs que slss têm


tempo para tudo o mais na vida, exceto para crsscer no Ssnhor.
Não quero julgar; estou apenas tentando sntsndsr por que tan­
tos crentes parscem tão desinteressados em ter uma vida plena e
abundante em Cristo”.
Eu desejava ter uma rssposta. Tsnho certsza que cada pastor
deseja tsr uma resposta. Até Jonathan Edwards devs tsr desejado
tsr uma resposta para essa pergunta. Mas els tinha: as pesso­
as, em virtude ds seus pecados s enfeitiçadas pelas distrações
mundanas, são ignorantes da graça ds Deus s ingratas pela sua
misericórdia; preferem as diversões s os entretenimentos dests
mundo mais do que os dsleitss do céu s esta preferência, descon­
trolada, lhss assegurará uma eternidade ds tormento s ds desss-
psro, separadas do Ssnhor.
Pastorss respeitáveis ds hoje, sensíveis às demandas ds
nossos tsmpos, nunca diriam tais coisas em público. Ests fato
pode muito bem explicar por que os poderosos ventos reavivantss
do Espírito ds Deus sstão ainda ssndo retidos ds sua igrsja.
Quando psnso nas obras ds Jonathan Edwards, uma série ds
adjetivos vem à msnts: urgsnts, convincente, gracioso, profundo,
irredutível, rigorosamente lógico, absolutamente sério. Ao longo
dos anos, poucos teólogos têm tido um efsito mais profundo na
minha caminhada com o Senhor do qus o grande puritano da
Nova Inglate'rra.
Um dos temas rscorrsntss nas obras ds Edwards é a
necsssidads ds continuar “trabalhando” na vida ds fé. Els qusr
que entendamos qus semprs há mais da graça ds Deus para
experimentar, mais ds sua vsrdads para aprendsr, mais da bslsza
de Cristo para contemplar, mais poder para ss usar, mais espe­
rança para nos alsgrar, mais razõss para nos entregarmos ssm
reservas ao Ssnhor Jesus. A vida cristã é uma jornada, uma pere­
grinação ao céu s, no caminho, somos chamados para ssr alunos
na escola ds Cristo, nos preparando sm santidade para o nosso
lugar ds sterna morada com Deus s o Senhor Jesus. Ds uma ma­
neira ou ds outra, todos os sermõss, livros s outras obras escritas
ds Edwards enfatizam s giram em torno destss tsmas. Os três
Introdução 17

sermões selecionados pora este livro na série Jonathan Edwards


para o leitor de hoje vão direto oo cerne deste ossunto. Eles tra­
çam. em termos cloros e convincentes. o que significo crescer no
Espírito de Deus e como podemos começar o fozê-lo com maior
deleite e consistência.
Uma luz divina e sobrenatural, sermão pregado no igreja de
Edwords em Northompton, Mossachusetts, provavelmente em
1733, folo longomente sobre o promessa de fazermos progresso
real no vido de fé. Edwords insistio que Deus está ansioso poro
nos revelar seus mistérios, levando-nos o todo o verdade e mos-
trondo-nos os coisos maravilhosos e profundos de suo Polovro. Há
poderosos e reconfortantes promessas o ser apropriados, profundo
entendimento nos preparando com sabedoria diário. e deleites espi­
rituais o serem contemplados que podem nos encher com o alegrio
e o esperanço do conhecimento do Senhor Jesus Cristo. Estas gran­
des verdades - estos “coisos divinos” como Edwords os chamava
- podem obsolutomente alterar nossas vidos. nos levando o umo
maior experiência da bondade de Deus e moior fé em seu nome.
Para que possamos adentrar mais profundomente nessas
grandes verdodes, precisamos nos submeter oo ensino do Polovro
de Deus e buscor seu Espírito poro que ele possa desvendar es­
ses mistérios paro nós. desdobrondo-os em nossos mentes e
morcondo-os o fogo em nossos coroções. Não podemos esperor
tomar posse dessas verdodes pelo mero exercício da razão ou do
entendimento humono. Ao contrário, devemos olhar paro Deus.
por meio do fé em Jesus Cristo, e aprender o que significo buscá-
lo e confiar nele à medido que ele se revela o nós em sua Polovra.
Este é o cominho do santidade, e santidade, como Edwords expli­
cará no terceiro sermão desto série, é o chamodo apropriado e o
passatempo do cristão.
Imogine os implicações de tol afirmação: o Deus que fez o
céu e o terra, que sustento o universo e todos os coisas nele conti­
dos pelo poder de suo Palovro, o Deus que mondou seu Filho paro
gorantir o salvoção dos pecadores. tem mais verdade. mais beleza.
mois glório. mais percepção espiritual o comunicar o todos que
olhom poro ele com fé. Quando realmente olhom poro ele. acham
18 A busca do crescimento

sua Palavra extraordinária, maraúlhosa, animadora, transforma­


dora. A luz da verdads qus Dsus tem preparado para nós tem es­
perança, poder, alegria s propósito para todos qus depositam sua
confiança sm Jesus Cristo. Deus sstá dessjoso s pronto a nos dar
essa luz, mas dsvsmos ir a sle com frequência s fislmente.
Ests é o tsma ds nossa segunda mensagsm, Conhecimento
cristão. Ss a ideia básica ds uma luz divina e sobrenatural é nos
encorajar a ver quão desejoso s capaz Dsus é ds nos lsvar mais
profundaments a uma vida cristã ds crescimento, o Conhecmento
cristão tenciona ssboçar nossa responsabilidade na busca ds tal
vida. Como Paulo escreveu aos filipenses, Deus está trabalhan­
do em nós para nos dar o desejo ds segui-lo s obedecer a sua
boa vontade em nossas vidas; nós, no entanto, devsmos trabalhar
duro ss desejamos ver os frutos da promessa ds uma vida ds fé
(Fp 2.12-13).
E a isso que Fdwards está ss referindo nssta segunda men­
sagsm. Há um conhecimento disponível a nós sobre as coisas
divinas. Deus, como vimos, sstá mais do qus dessjoso ds conferir
luz divina a nossas mentes s coraçõss. Ainda assim precisamos
nos inclinar sm direção a sls, nos firmar nele s tomá-lo parts ds
nossas vidas. Deveriamos ssr tão obedientes na busca pela luz
divina quanto somos em nossos afazsres diários. E trabalho árduo
s dsmanda tsmpo. Mas a busca do crescimento no Espírito ds
Deus é nosso chamado como discípulos - uma palavra, salisnta
Edward.s, qus significa “aprendizes”. Ss nosso Ssnhor nos chama
ds “aprendizes”, sls csrtamente tsnciona qus uma parcsla grands
ds nosso tempo s snergia dsve ser dedicada a ssta tarefa. Ss nossa
abordagem ao crsscimsnto no conhscimsnto das coisas divinas
é meraments desinteressada, não dsvemos sspsrar conhscer as
completas riquezas da nossa salvação s podemos muito bem estar
mostrando que não possuímos um verdadeiro coração ds gratidão
s amor por Dsus.
Muito bsm, mas como fazemos isto? Como crsscsmos no co­
nhecimento cristão? Edwards nos ofsrecs ssts recomendações útsis
s concisas que usaremos como a base para o dsssnvolvimsnto ds
nossos planos psssoais para o crescimento no Espírito ds Deus.
Introdução 19

O terceiro sermão. O peregrino cristão, pregodo em setembro


de 1733, coloco o vida de fé no seu contexto eterno adequado.
Edwords nos mostro que. como o antiga música evangélica declora,
“Este mundo não é meu lar / Estou openos de passogem”.*

* NE: o letra traduzida e contodo em português desse


conhecido hino começa assim: “Aqui não é meu lor, um
viajante sou. Meu lar é lá no céu, Jesus já preparou”.

Fomos feitos para o céu. A vido nesto terra é meromente umo


preparação pora o eternidade. Aqui. à medida que crescemos no
luz divino e no conhecimento cristão. avançamos em sontidode,
conquistando mais e mois um gostinho daquela festo eterna de
olegrio e glória que nos espero no reino celestial. Tol visão do
vido de fé pode nos ajudor o lidor odequadamente com o morte
- de nossos amodos no Senhor, bem como do nosso. Devemos
ver toda o nossa vida como umo jornada em direção oo céu. e
não corregor muito bagagem deste mundo enquanto caminhamos
em direção ao próximo. Deste modo. seremos capozes de monter
nossos olhos em nosso destino. nos dedicando diariamente à tare­
fo de nos preparar pora viver com o Senhor etemamente.
Nesses três sermões. Edwords uso como bom exemplo paro
nós umo visão do vida de fé que é pleno de umo perspectivo trans­
cendente. que se olegro com o perspectivo do céu e o presenço de
Deus. e que leva o sério o desafio e o privilégio do crescimento no
Espírito de Deus. Atualmente, quondo tontos cristãos seguem o
Cristo. motivados pelos suos necessidades, posso pensar em mois
olgumas mensagens necessários. Estomos tão ocupodos nos con­
centrando nos nossos necessidades neste mundo que perdemos de
visto os glórios do céu - onde passaremos o eternidade! Nosso vi­
são do vido de fé gira oo redor de nos sentirmos melhor sobre nós
mesmos ou oprender o lidor com os dificuldades de sermos hu­
manos no início do século 21. Possomos pouco tempo pensondo
sobre o belezo do Senhor. nos oncorondo nos águas profundos do
verdade bíblica, ou desejando o céu e um lor onde não há mois
tristezas nem lágrimos. As mensagens de Edwards nos dão um
20 A busca do crescimento

corretivo muito necessário à visão da vida cristã s percepção do


que Dsus tsm nos chamado a fazsr como ssu povo aqui s agora.
Leia cada mensagem até o fim antss ds voltar a estudá-la
parts por parte. Desta mansira, você terá um panorama do qus
Edwards quis dizsr sobre crescsr no Espírito ds Dsus, s estará
mais preparado para mergulhar profundamsnts sm seus pensa­
mentos à msdida que avança capítulo por capítulo. Você podsrá
obtsr um maior bsnsfício dssts livro ss estudá-lo com um amigo
ou um grupo ds amigos. Como Edwards obssrvou, é importante
“mslhorar a convsrsa” sobrs assuntos espirituais, o que pode ssr
feito apenas na companhia ds outros. Não tsnha pressa, responda
a cada uma das perguntas do guia ds estudos, s deixs Edwards
alcançar ssu coração s msnte da mesma maneira qus sls alcan­
çou sua congregação aproximadamente há 300 anos. A Palavra
ds Deus, ministrada por intermédio das obras ds Jonathan Edwar­
ds. pods lsvá-lo a uma experiência ds vida transformadora ds
crsscimsnto no Espírito ds Dsus.
Agradsço a John Bishop pelo ssu trabalho gsnsroso s fiel,
ajudando a preparar sste primsiro livro da séris. Minha oração
- s a do Instituto Jonathan Edwards, qus inicialmente concebeu
este projeto - é que leitorss, ao estudarem as obras ds Jonathan
Edwards, encontrem um meio ds sntrar mais complstamsnts na
luz divina da verdade ds Deus s no crescimento no ssu Espírito.
Pahte 1

Uma luz divina


E SOBRENATURAL
1

O CONHECIMENTO ESPIRITUAL

PROCEDE SOMENTE DE ÜEUS

Nesta breve introdução à sua primeira mensagem, Edwards


mostra que o conhecimento espiritual, isto é, o conhecimento da
verdade divina, é comunicado somente por Deus. Enquanto pode­
mos aprender muitas coisas sobre a vida em geral a partir de outros,
somente Deus expõe os segredos da revelação aos homens e mulhe­
res. Eles são, portanto, “abençoados” de Deus, que têm recebido tal
iluminação da verdade divina pelo Espírito de Deus.

*
Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, por­
que não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai,, que está
nos céus. (Mt 16.17)

Cristo dirige essas polovras o Pedro, quondo este professa


crer nele como Filho de Deus. Nosso Senhor estavo perguntando
aos seus discípulos quem os homens diziom que ele era; não
que ele precisasse saber. mos apenas paro introduzir o ossunto e
dor ocasião oo que aconteceu em seguida. Eles respondem que
olguns diziom que ele ero João Batisto, e alguns, Elias, e outros,
Jeremias, ou um dos profetos. Assim, quondo eles dão um relato
sobre o que os outros diziom, Cristo pergunta-lhes quem os discí­
pulos diziam que ele ero? Simão Pedro, sempre zeloso e ousado,
foi o primeiro o responder prontomente, dizendo: Tu és o Cristo,,
o Filho do Deus vivo.
24 A busca do crescimento

A bênção de Pedro

Nessa ocasião, Cristo diz para Psdro s a rsspsito de Psdro o


que podemos observar:

Que ele sabia que Jesus era o Cristo


1. É dito que Pedro é declarado abençoado por ssta razão
- bem-aventurado és - “Você é um homem feliz porqus não ig­
nora que eu sou Cristo, o Filho do Deus vivo. Sua felicidade é
distinta dos outros. Eles sstão cegos e têm opiniões enganosas s
sombrias, como você disse, ao pensarem que sou Elias, s alguns
que sou Jsrsmias, s outra coisa; mas nsnhum deles está pensando
corrstamsnte, todos sstão enganados. Fsliz é você que psnsa tão
difersntemente ao sabsr qusm su sou”.

Que Deus lhe revelou


2. A fslicidads de Psdro é evidência disto, que Deus, s Deus
somente, o revelou a ele. Essa revelação evidencia a bênção ds
Deus sobrs Pedro.
Primeiro, porqus mostra quanto Pedro era favorecido por
Deus sm relação aos outros, como se Jssus dissesse: “Quão al-
tamsnts favorecido tu és acima dos outros. Homsns grandes s
sábios, os escribas, fariseus, s governantes, s a nação em geral,
são deixados na escuridão para ssguir o próprio sntsndimsnto
equivocado. Você foi escolhido, como que pelo nome, s meu Pai
celestial colocou seu amor em você, Simão Barjonas. Ests é o
argumento a favor ds sua bem-aventurança, qus você dsvsria ser
o objsto do amor diferenciado de Deus”.
Segundo, a revelação divina a Pedro também evidencia sua
bênção, ao dar a sntsndsr que ssse conhecimento sstá acima ds
qualquer outro que a carne s o sangue possam revelar. “Tal é esse
conhscimsnto que apenas msu Pai que está no céu pods dar: é
muito alto s sxcslsnts para que possa ser comunicado como outro
qualquer. Você é abençoado, Psdro, porqus sabe o que somente
Deus pode lhe ensinar.”
O conhecimento espiritual procede somente de Deus 25

Deus, o autor de todo o conhecimento


A origem (ou fonte) desse conhecimento está oqui declaroda.
tonto negotivo quonto positivomente. Positivamente temos o de­
claração de Deus como o autor do conhecimento. Negativamente,
nem carne nem sangue o revelaram..

Todo conhecimento moral e habilidade profissional


vêm de Deus
Deus é o autor de obsolutomente todo o conhecimento e enten­
dimento. Ele é o outor de todo o prudência morol e do habilidade que
os homens têm nos seus negócios seculores. Assim é dito de todos
em Isroel, que erom sábios de coração, habilidosos no bordodo, e
que Deus os tinha enchido com o espírito de sabedoria (Êx 28.3).

No entanto, carne e sangue revelam o conhecimento


Deus é o outor de tal conhecimento; contudo. carne e sangue
o revelam. Homens mortois são copazes de comunicar o conheci­
mento dos ortes e dos ciências humonos e o habilidade necessário
poro os assuntos seculares. Deus é o outor de tol conhecimento
por estes meios: carne e sangue são usodos como o causo imedia­
ta ou secundária, e ele o comunica pelo poder e influência dos
meios noturois.

Somente Deus é o autor do conhecimento espiritual


O conhecimento espiritual do quol o texto falo. porém, é
oquele cujo autor é Deus. e nenhum outro; ele o revela, e carne
e sangue não o podem revelar. Ele comunica esse conhecimento
imediatamente, sem fazer uso de nenhumo couso noturol interme­
diária. como ele o foz com outros tipos de conhecimento.

Conclusão

Os acontecimentos precedentes naturolmente levorom Cristo


o observor o que os discípulos estovom contondo o respeito dos
26 A busca do crescimento

outros não sabsrsm quem ele era, sobre sstarsm rsdondamsnte


enganados sobre ele, divididos s confusos em suas opiniões a
rsspsito de Jesus, s como Psdro declarou com fé assertiva que
ele era o Filho de Deus. Agora sra natural observar que não havia
sido carne e sangue que tinham revelado sssa vsrdads a Pedro,
mas Deus. Ss esse conhecimento dspendssss de causas ou meios
naturais, como um grupo de pobres pescadores, homsns iletra-
dos s pessoas de pouca educação, alcançaram o conhscimsnto da
vsrdads, enquanto os sscribas s farissus, homsns com inúmeras
vantagens s maior conhscimsnto s sagacidade em outros assun­
tos, permaneceram ignorantes? Isto se deve apsnas à revelação s
à influência graciosa s notável do Espírito de Deus.
Portanto, a partir dsssas palavras, faria o assunto do prsssnts
discurso a ssguints doutrina: qus há uma luz divina s espiritual,
comunicada à alma por Deus, difersnts em natursza de qualquer
coisa que é obtida por msios naturais. E sobre este assunto gos­
taria de:

1. Mostrar o que é essa luz divina


2. Dizsr que ela é dada diretamsnts por Deus, s não obtida
por meios naturais
3. Mostrar a vsrdads da doutrina

E concluir com uma brevs aplicação.

Questionário
1. Como Edwards usa o tsrmo abençoado nesta mensagem?
Leia o Salmo 1. Como o salmista contrasta a vida daque­
les que são “abençoados” (hebraico ashre, “complsta-
ments fsliz s realizado”) com a vida daqueles que não
são? Qual parecs o segredo para ser abençoado assim?

2. Edwards insists que todo conhscimsnto vem de


Deus. Els cita a prudência moral, a habilidade pro­
fissional, s sabedoria na vida diária como exemplos
O conhecimento espiritual procede somente de Deus 27

de tal conhecimento. Como os pessoos conseguem


esse conhecimento nos dios de hoje? De acordo com
Edwords, como Deus está envolvido nesse processo de
aprendizagem? Como os pessoas deveriom responder o
todos os diferentes tipos de conhecimento que recebem
e usom todos os dios? As pessoos geralmente fazem
isto? Por que sim ou não?

3. De ocordo com Edwords, o conhecimento do verdade


espiritual vem imediatamente pelo Espírito de Deus.
Isto está de acordo com o que Paulo diz em 2Coríntios
3.12-18. O que Edwords afirmo e esta passagem sugere
sobre o que potenciolmente pode vir o acontecer, por
exemplo, quondo vocc está fozendo sua devocionol
diário, ouvindo um sermão, ou estudando uma mensa­
gem como esso? Será Deus restrito pelo nosso limite
educocionol oo revelar-nos tais coisos? Como umo
pessoa poderio se preporor melhor paro ouvir o que o
Espírito de Deus poderia desejor lhe revelor?

4. Você lembra de algumo época quondo finalmente en­


tendeu olguma verdode espiritual que havia estado
onteriormente desconhecido ou difícil de entender?
Descrevo essa experiência. Você consegue perceber
que isso openos aconteceu porque o Espírito de Deus
finalmente tornou cloro pora que você compreendesse?
Lembrondo-nos dos observações de Edwards sobre o
que esso obra de iluminação sugere sobre o amor de
Deus por nós, como esso otenção especial da parte do
Espírito de Deus deveria ofetar nossos corações em di­
reção o Deus?

5. Nesto primeiro porte de nosso estudo, Edwards nos


ensina sobre o natureza da iluminação divino e como
podemos recebê-lo. Como você espera beneficiar-se do
estudo dos três sermões neste livro, A busca do cres­
cimento? O que você gostaria de ver diferente em sua
atitude em direção (reloção) a Deus e à suo Polovro?
28 A busca do crescimento

Suo prático dos disciplinas espirituais? Suo caminhada


diário com o Senhor? Estabeleço dois ou três alvos poro
o seu estudo dos três mensagens deste volume. Escre­
vo-os o seguir.
2

A NATUREZA DA LUZ DIVINA

Antes de proceder à definição mais cuidadosa da natureza da


luz divina, Edwards esclarece certos mal-entendidos sobre onde tal
luz pode ser encontrada ou em quê ela consiste. Ele demonstra que
pessoas não regeneradas são capazes de certas experiências '“espi­
rituais no entanto, essas experiências têm mais a ver com as incli­
nações naturais da consciência do que com a iluminação do Espírito.
Convicção de pecado, fortes impressões na imaginação, "novas reve­
lações ", e percepções religiosas comuns não são a luz divina da qual
Edwards Havendo mostrado o que não é a luz divina e sobrena­
tural, Edwards passa a defini-la mais claramente e mostra como ela
é dada. Essa luz não é meramente entendida com a mente, mas expe­
rimentada com o coração, levando a uma percepção da beleza e da
glória de Deus, a um deleitar-se nele e na sua verdade, e a encontrar
prazer nas coisas do Senhor. Tal conhecimento da luz divina vem por
intermédio da Palavra de Deus pela obra do Espírito Santo.

*
I. Eu mostrarei o que é sssa luz divina s sobrenatural. E
para fazê-lo, precisarei mostrar
Primeiro o que ela não é. Então,

O QUE NÃO É A LUZ DIVINA

Não é mera convicção de pecado e de miséria


1. Essas convicções que os homens naturais podsm tsr de ssus
pscados s misérias não são essa luz espiritual s divina. O homem
30 A busca do crescimento

no seu estado noturol pode ter convicções do culpo que recai sobre
ele. do iro de Deus e do perigo do castigo divino. Tois convicções
resultam do luz do verdode. Alguns pecadores têm maior convic­
ção de culpo e de miséria que outros. e isto porque têm maior luz e
percepção da verdode. E essa luz e convicção podem ser do Espí­
rito de Deus, já que o Espírito convence o homem do pecodo. No
entanto, o noturezo está muito mois preocupada com elo do que
com o comunicação desso luz espiritual e divino do quol o doutrino
folo, e que somente vem do Espírito de Deus quondo ele ouxilio os
princípios noturois e não infunde nenhum princípio novo.
A graça comum difere do especial no medido em que o influ­
ência do graço comum está no assistência à naturezo, sem conferir
graça nem conceder algo olém do noturezo. A luz obtido é comple­
tomente noturol. ou não superior à que o simples naturezo se otém,
apesar de que mois desse tipo de luz pode ser obtido se os homens
forem deixados completamente por conto próprio; em outros pala­
vras. o graça comum openos assiste os faculdades do olmo no fozer
mais completomente o que elos fozem naturolmente, como o cons­
ciência ou razão naturolmente fozem um homem sensível à cul­
po. acusondo-o e condenondo-o quondo error. A consciência é um
princípio notural oo homem e o trobolho que foz naturolmente ou
por conta própria é dor umo noção de certo e de errodo e de sugerir
à mente o relação que há entre o certo e o errodo e o retribuição.
O Espírito de Deus. nessos convicções que os homens não
regenerados às vezes têm. assiste o consciência no reolizar desse
trobalho um pouco mais profundamente do que o consciência o
faria se esses homens fossem deixados por si mesmos. Ele ajudo
o consciência contra aquelas coisos que podem deixá-lo estupe­
fato e, ossim, impedir seu trobalho. Mos na obro renovodoro e
santificodora do Espírito Sonto, tais coisos são forjados no almo e
são olém do noturezo e não se encontro noda parecido com elos no
olma que tenha sido criado pela noturezo. Suo existência no olmo
posso o ser hobituol e seu exercício contínuo possa o ser chamado
um dos princípios do noturezo. Os princípios remanescentes não
apenas são auxiliados o fozer seu trobalho de moneiro mais livre
e completa. mos esses princípios que hoviom sido completamente
A natureza da luz divina 31

destruídos psla qusda são restaurados; s a msnte, a partir ds en­


tão, habitualmsnts executa esses atos antss totalmsnte destituídos
da msnte pslo domínio do pecado, assim como um corpo morto é
destituído ds ssus atos vitais.
O Espírito ds Deus ags ds uma maneira muito diferente ds
um caso para outro. Ele realments pode agir sobrs a msnte do
homsm natural, mas sls ags dsntro da msnte do crents como um
princípio vital ds morada intsrior. Ele ags sobrs a msnts da pes­
soa não regenerada como um agente externo ocasional; pois ao
agir sobre elss, não ss une a elss s apesar ds toda a influência di­
vina que eles possam tsr, ainda são ssnsuais, não tsndo o Espírito
(Jd 19). Mas o Espírito ds Deus ss une com a msnte do cren­
ts, toma-o ssu tsmplo, atuando nele s influsnciando-o como um
novo princípio sobrenatural ds vida s ds ação. Essa é a difsrsnça,
que o Espírito ds Deus, ao agir na alma ds um homsm ds Dsus,
sxerce s comunica ds si mssmo na própria natureza do homem.
Santidade é a própria natureza do Espírito ds Deus. (Lsm-
brsm-se desta menção à santidade. Voltaremos a ela em cada
sermão da série.) O Espírito Santo opera nas mentes dos santos
ao unir-se com sles s vivsr neles, exercendo sua própria nature­
za na prática ds suas faculdades. O Espírito ds Deus pode agir
sobre criaturas inanimadas, como sm o Espírito de Deus paira­
va por sobre as águas, no início da criação; assim o Espírito ds
Dsus pods agir sobrs as mentss dos homsns ds muitas formas
s comunicar a si mesmo não mais do que quando sls age sobrs
uma criatura inanimada. Por exsmplo, sls pods estimular pensa­
mentos nelss, pode ajudar sua razão s sntsndimento natural, ou
pods ajudar outros princípios naturais, s isso sem qualquer união
com a alma, agindo como ss fosse sobrs um objeto sxtsrno. Mas
quando els age nas suas santas influências s operações espirituais,
é uma maneira peculiar ds comunicação ds si mssmo, tanto que
o sujsito passa a ssr sntão denominado espiritual.

Não são meras impressões na imaginação


2. Essa luz espiritual s divina não consiste em nsnhuma im­
pressão fsita sobrs a imaginação. Não é mera impressão sobre a
32 A busca do crescimento

mente, como se alguém visse olgo com os olhos corpóreos. Não


é nenhumo imaginação ou ideia de umo luz ou glória externo. ou
olgumo beleza de formo ou expressão. ou um brilho visível de
qualquer objeto. A imoginoção pode ser fortemente impressiona­
da por tois coisos; mas isto não é luz espiritual. De foto. quondo
o mente tem uma viva descoberto dos coisos espirituais e é gran­
demente ofetodo pelo poder do luz divino. elo pode afetor muito
o imaginação, o que provavelmente ocontece muito, tonto que
impressões de uma belezo ou brilho externo podem acompanhar
essas descobertos espirituais. Porém, o luz espiritual não é esso
impressão sobre o imaginação, mas umo coiso extremomente di­
ferente. Os homens naturois possuem impressões vivos nos suos
imaginações, e nós não podemos determinar que o diobo, que se
transforma num onjo de luz. não posso cousor imaginações de
uma belezo externo. ou glório visível. e de sons e folos, e outros
coisos tois; mos essas são coisas de umo natureza imensomente
inferior à luz espiritual.

Não são “novas revelações” à parte da Escritura


3. Esso luz espiritual não é o sugestão de algumas novos
verdades ou proposições não contidos na Polovro de Deus. Essa
sugestão de novos verdodes ou doutrinas à mente, independen­
temente de qualquer revelação onterior o essas proposições. seja
em palavra ou escrita. é inspiração; como os profetas e apóstolos
tiveram, e como alguns entusiostos pretendem ter. Mos esso luz
espiritual da quol estou falando é umo coisa bem diferente da
inspiração. Ela não revela nova doutrina, não sugere novo propo­
sição à mente, não ensina coiso nova sobre Deus. ou Cristo, ou
outro mundo, não ensinado no Bíblia. mos openas dá umo apreen­
são correto dessas coisos que são ensinados no Palovra de Deus.

Não são simples percepções religiosas ou impactantes


4. Cado impressão impoctonte que os homens têm dos coi­
sos religiosas não é esso luz espiritual e divino. Os homens. pelos
simples princípios da noturezo, são capozes de ser impoctodos
com coisas que têm uma reloção especial com o religião. Umo
A natureza da luz divina 33

pessoa por sua msra natureza, por sxsmplo, pode ssr responsá­
vel por ssr afstada psla história ds Jssus Cristo, s os sofrimentos
que passou, bsm como por qualqusr história trágica. Pode ser
mais impactada psla história quando imagina o interesse que a
humanidade tenha por sla. Sim, a pessoa pode ser afstada por sla
ssm acreditar nsla, assim como um homem pode ssr afstado com
o qus lê num romance ou vê numa peça ds tsatro. Ele pods ser
impactado com uma descrição viva s eloquente das muitas coisas
agradáveis qus estão presentes na vida dos abençoados no céu,
bem como sua imaginação pode ser entretida por uma romântica
descrição dos prazsrss da terra da fantasia, ou algo parscido. E
uma crença comum na verdads ds tais coisas, vinda da sducação
ou ds outra fonts, pode ajudar a aumentar o impacto.
Lemos na Escritura sobrs muitos que foram grandemente
impactados com coisas ds natureza religiosa, s qus, no sntanto,
estão lá representados como totalmente desprovidos ds graça,
s muitos deles são homens maus. Portanto, uma psssoa pods
tsr opiniõss impactantes sobrs as coisas da religião s ainda ser
muito desprovida da luz espiritual. Carne s sangue podem ssr
os autorss disto: um homem pode dar a outro uma visão im-
pactante ds coisas divinas apenas com uma simples ajuda, mas
somsnts Deus pods dar uma descoberta espiritual das coisas
divinas.
Segundo, passo a mostrar, então,

O QUE É A LUZ DIVINA

Definição da luz divina


Pods ser assim dsscrita: um verdadeiro ssntido da excelência
das coisas reveladas na Palavra ds Deus, s convicção da verdads
s da realidade qus delas sntão smana. Essa luz espiritual prima-
riamsnte consiste no primeiro dsssss, ou seja, um real sentido e
apreensão da divina sxcslência das coisas reveladas na Palavra
ds Dsus. Uma convicção salvadora s espiritual da verdade s da
rsalidads dsssas coisas smsrgs da visão ds sua divina sxcslência
34 A busca do crescimento

e glório. A convicção de suo verdode é um efeito e consequência


naturol desso visão do glório divino.
Assim, nesso luz espiritual há

Um sentido da divindade e da excelência


das coisas da fé
1. Um verdadeiro sentido do divino e do excelência superla­
tivo dos coisos do religião; um sentido real do excelência de Deus
e de Jesus Cristo; e do obro do redenção. e dos cominhos e dos
obros de Deus revelados no Evangelho. Há umo glória divina e
superlativa nessas coisos; e umo excelência de tipo vastamente su­
perior e de notureza mais sublime que em outros coisos; uma gló­
ria distinguindo-as grandemente de tudo que é terreno e temporal.
Aquele que é espirituolmente iluminado verdodeiramente apreen­
de e vê. ou tem umo percepção disto. Ele não apenos rocionalmen-
te crê que Deus é glorioso. mos tem um senso do glório de Deus
no seu coroção. Não há apenos umo crenço racionol que Deus é
santo, e que o sontidode é umo coiso boo, mos há umo percepção
do santidade de Deus como olgo odorável. Não há openos um juízo
especulativo sobre Deus como um ser grocioso, mas o certezo de
ser Deus omável por conta do beleza desse otributo divino.
Deus fez o mente do homem capaz de perceber o conheci­
mento do bem de duos moneiros. A primeiro, existente openos
como noção ou ideia, é quando umo pessoa apenas especulotiva-
mente julga que olgo é bom ou excelente pelo concordância do
humanidade. Esso melhor opção paro todos é conveniente. E o
outro moneira é oquela que consiste no sentido do coração. como
quondo o coração é sensível oo prazer e deleito-se no presenço
do ideia do proze'r. Na primeira, o foculdode especulativo é me­
ramente exercido. ou o entendimento, em distinção do vontade
ou disposição do olmo. No último, o vontade e/ou o inclinação do
coração estão principalmente envolvidos.
Assim há umo diferença entre ter umo opinião que Deus é
santo e gracioso, e ter umo noção do belezo e de quão odorável
esso santidade e graça são. Há umo diferença entre ter o juízo ro-
cionol que mel é doce, e ter umo noção de suo doçuro. Um homem
A natureza da luz divina 35

pode ter o primeiro, qus não sabe qual o gosto do mel, mas um
homem não pods ter o segundo sem ter uma ideia do gosto do msl
sm sua mente. Então há uma diferença sntrs acreditar que uma
pessoa é bonita s ter uma noção ds sua beleza. A primeira pods
ssr obtida pslo ouvir, mas a última apsnas pelo vsr a aparência.
Quando o coração é sensível à beleza s à amabilidade ds algo,
els necessariamente ssntirá prazer sm comprssndê-lo. A ideia ds
algo ser agradável à alma está implícita na sensibilidade jubilosa
da pessoa que psrcsbe a sua bsleza s isso é bem difsrsnts ds ss
tsr uma opinião racional ds sua excelência.

Uma convicção da verdade das coisas divinas


2. Uma convicção da vsrdade s da rsalidads das coisas con­
tidas na Palavra ds Deus emergs dsssa noção da excelência divi­
na, tanto direta quanto indiretamsnts.
Primeiro, indiretamsnts, ds duas maneiras.

(1?) Os preconceitos do coração contra a verdads das coisas


divinas são, por conseguinte, removidos, ds maneira que a men­
te ss toma ssnsívsl à força natural aos argumentos racionais ds
sua vsrdade. A mente do homem é naturalmente cheia de precon­
ceitos contra a vsrdade divina. É chsia ds inimizade contra as
doutrinas do evangelho, o qus é uma desvantagem para aquslss
argumentos que provam a sua verdads s fazsm que elss psrcam
a sua força sobre a msnts. Mas quando uma pessoa descobre a
excelência divina das doutrinas cristãs, a inimizade é destruída,
os preconceitos são removidos, a razão é santificada, fazendo qus
ela fique aberta à força dos argumentos ds sua verdads.
Portanto, os milagrss ds Cristo tiveram um efeito no conven­
cimento dos discípulos diferente daqusle nos sscribas s fariseus.
Não que sua razão fosse melhor ou mais forts, ou tivesse sua ra­
zão melhorada, mas ela sstava santificada, s aquslss preconceitos
ofuscantes que dominavam os escribas s fariseus haviam sido re­
movidos pela noção da excelência ds Cristo s ds sua doutrina.
(2“) Não apsnas rsmove os impedimentos da razão, mas po-
sitivamsnts a ajuda. Toma até as idéias especulativas mais vivas.
36 A busca do crescimento

Prende o atenção do mente com mois fixação e intensidade paro


esses tipos de objeto. Foz haver umo visão mois cloro deles e dos
reloções entre eles e posso o percebê-los mois. As próprios idéios
que de outra moneira são vagos e obscuros. desse modo são favora­
velmente ofetodas com moior forço e umo luz cai sobre elos. e assim
o mente pode julgá-las me'llior. É assim com aquele que possui ob­
jetos no superfície da terro, quondo o luz do sol se lanço sobre eles
tem maior vantagem em discerni-los nos suos formos verdadeiros
e em suos reloções naturais do que oquele que vê os objetos à froco
luz do pôr-do-sol. A mente sensível à excelência dos coisos divinos
lido com elos com prazer. Os poderes do olmo estão mois despertos
e vivos e são usodos no suo contemplação e exercidos mois com­
pletamente e com mois propósito. A beleza dos objetos foz uso dos
foculdodes e traz à tono suos práticos. tanto que o próprio rozão tem
muito maior vontagem paro o próprio e livre exercício e poro reter
o próprio fim, livre do escuridão e do desilusão.
Segundo, um verdadeiro senso do divino excelência dos coisos
do Polavro de Deus convence-nos mois direto e imediotomente de
suo verdode; e isso porque o excelência dessos coisos é muito su­
perlativo. Há uma belezo nelos tão divino e parecido com Deus que
grandemente os distingue de modo evidente dos coisos meromente
humonos, ou dos coisos inventados pelos homens; uma glório tão
olto e imenso que. quondo visto. exige concordância à suo divino
realidade. Quondo há uma descoberto reol e vivo desso belezo e
excelência, não se permite imoginar que seja fruto do invenção dos
homens. Esse é um tipo de evidência divino intuitivo e imedioto
porque eles veem uma glório divino. transcendente e muito eviden­
temente distinto neles. Tol glório. se cloromente visto. não deixo
espoço paro duvidar que o ser deles sejo Deus e não homens.
Tol convicção dos verdades do religião como esto. surgido
de uma percepção de suo divina excelência, está incluída no fé
salvadora. Essa convicção originol é o que mais essencialmente
distingue daquelo comum concordância do quol os homens não
regenerados são copozes.
A natureza da luz divina 37

Como a luz divina é dada por Deus


II. Agora passo à segunda proposta, isto é, a mostrar como
essa luz é dirstamente dada por Dsus, s não por meios naturais.

As faculdades naturais estão envolvidas


1. Não há a intenção ds não usar as faculdades naturais (a
leitura s o entendimento, o pensamento s o raciocínio). Elas
são o objeto dessa luz, s ds tal maneira que não são meramente
passivas, mas ativas. Ao permitir que sua luz penetre na alma
humana, Deus trata com o homem ds acordo com a sua natu­
reza s faz uso de suas faculdades racionais. Mas ainda assim
essa luz não deixa ds ssr menos diretamente ds Deus por isso;
as faculdades são usadas como objeto s não como causa. Como
o uso que fazemos ds nossos olhos ao perceber vários objetos,
quando o sol ss levanta, não é a causa da luz qus revsla ssses
objetos a nós.

Meios externos também estão envolvidos


2. Não há a intsnção ds não snvolvsr meios sxternos nssts
assunto. Não é neste assunto, como na inspiração, em que novas
verdadss são sugeridas. Por sssa luz apenas é dada uma apreen­
são apropriada das mesmas vsrdades qus sstão reveladas na Pa­
lavra ds Dsus s, portanto, não é dada sem a Palavra. O evangelho
é usado nessa tarsfa. A luz é a luz do evangelho da glória ds
Cristo” (2Co 4.4). O evangelho é como um sspslho, pslo qual
essa luz nos é levada: “Porqus, agora, vemos como sm sspslho”
(ICo 13.12). No entanto,

Somente o Espírito de Deus concede luz divina


3. Quando dizemos qus sssa luz é dada diretamsnts por
Deus s não obtida por msios naturais, prstsnds-ss aqui afrmar
que ela é dada por Deus sem fazsr uso ds nenhum msio que opers
pslo seu próprio podsr ds força natural. Deus faz uso ds meios;
mas não como causas para produzir ssss sfsito. Não há vsrdadei-
ramsnts nenhuma causa secundária. Deus a produz dirstamsnte.
38 A busca do crescimento

A Polavra de Deus não é cousa apropriado desse efeito. É usada


openas poro levor à mente o ossunto desso instrução solvadoro, e
o foz reolmente por força noturol ou influência. Leva às nossos
mentes essas doutrinas; é o couso de suo noção em nossos cabe­
ças, mas não do percepção de sua divina excelência em nossos
coroções. Reolmente uma pessoo não pode ter luz espiritual sem o
Polovro. Mos isso não afirmo que o Palovro propriamente couso o
luz. A mente não pode ver o excelência de uma doutrina sem que
primeiro esso doutrino estejo no mente. Mos perceber o excelên­
cia da doutrino pode ser diretomente do Espírito de Deus, opesor
de que o comunicação do doutrina ou da própria proposição possa
ser pelo Polovro. Portonto, os noções que são o ossunto desso luz
são comunicadas à mente pelo Polovro de Deus; mas o percep­
ção apropriada do coração, no que esso luz formolmente consiste,
vem diretamente do Espírito de Deus. Por exemplo, o ideia de
que há um Cristo, e que Cristo é santo e gracioso, é comunicado à
mente pelo Polavro de Deus; mas o senso do excelência de Cristo
pela rozão dessa santidade e graço é, todovio, obra direta do Es­
pírito Sonto.

Questionário
1. Leia novamente esto seção, prestando cuidadoso aten­
ção cado vez que Edwards contrasto o comunicação do
verdade espiritual à mente. com o sentir do verdade
espiritual no coração. Qual o diferença entre eles? Quol
o papel de cada descoberta da luz divina? Quol é o ge­
nuíno experiência da luz divino e por quê? Você dirio
que esso é tipicamente o maneiro pela qual você apre­
ende o verdade espiritual? Por que sim ou não?

2. De acordo com Edwords. como podemos saber quondo


verdodeiramente experimentamos o luz divino? Quol é
o popel de coisas como “sentir” (ou experimentar e ser
convencido). se deleitor, conhecer prazer, e assim por
dionte, em receber o luz divina? Até que ponto coisos
A natureza da luz divina 39

como essas caracterizam ssu rslacionamsnto com Deus


s sua vsrdade?

3. Edwards insiste que a Palavra de Dsus é a fonts da luz


divina. No sntanto, ele faz uma distinção entrs as Escri­
turas como um objsto s fonte da revelação s o trabalho
do Espírito ao fazsr sssa revelação conhecida a nós. Por
que a Palavra s o Espírito são importantes no processo
de sntrada na luz divina s sobrenatural de crescimento
no Espírito de Deus? Podemos espsrar crescer no Espí­
rito de Deus ssm um destes? Por que não?

4. Edwards advsrts contra o psnsamsnto que essa luz


divina possa ssr nada mais qus uma experiência msra-
msnte subjetiva- algo que possamos “vsr” ou imaginar,
ou alguma idsia nova sobre Deus que possamos “des­
cobrir”. Como ele argumenta esse ponto contra a mera
subjetividade? O que, de acordo com Edwards, bem
pods ssr a fonts ds tais percepções subjetivas? O que
Edwards considera ser o papel da Bíblia no trabalho do
Espírito ds Dsus à medida que els nos lsva para dsntro
da luz divina? Como as faculdades do pensamento s do
raciocínio trabalham no processo?

5. Edwards nos acautela contra o psnsamsnto qus senti­


mentos fortss, incitados por muitos tipos diferentes de
estímulo, são evidência ds termos entrado na luz di­
vina. Você vê evidências de que cristãos hojs podem
pensar que emoções fortes - na adoração, por sxemplo
- possam ser uma indicação válida ds ss estar em co­
municação com o Espírito de Deus? Você acha qus
Edwards concordaria? Por qus sim ou não? Como sle
podsria aconselhar tais pessoas neste assunto? Como
Edwards distingue entrs a obra do Espírito sobre uma
pessoa s seu trabalho dentro dsls ou dsla?
3

A prova e os benefícios
DA LUZ DIVINA

A partir daqui, Edwards procede à prova de sua doutrina da


luz divina e sobrenatural pelo recurso da Escritura e da razão e
pela indicação das excelências e dos benefícios do conhecimento de
Deus. Conclui com algumas exortações à busca desse conhecimento
sobre qualquer outro - os meios para tanto ele explicará mais com­
pletamente no sermão seguinte - e aponta o que podemos esperar
alcançar pela nossa devoção a esse esforço.

*
III. Agoro posso o mostrar o verdode da doutrina, isto é, o
mostror que há uma luz espiritual que tem sido descrito, dire­
tomente introduzido na mente por Deus. Essa doutrina é tonto
escriturística quanto racional.

A prova escriturística dessa doutrina

Os santos possuem esse conhecimento e


visão de Deus
Primeiro, é escriturística. Meu texto não é completo apenas
pora servir oo seu propósito, mas é doutrino no qual o Escrituro
é obundonte. Somos plenamente ensinados que os sontos dife­
rem dos infiéis nisto, que eles têm um conhecimento de Deus
e umo visão de Deus e de Jesus Cristo. Mencionarei openos al­
guns textos de muitos: “Todo aquele que permanece nele não
42 A busca do crescimento

vivs pecando; todo aquele qus vive pecando não o viu, nem o co­
nheceu” (lJo 3.6); “Aquele que pratica o bem procede ds Dsus;
aquels que pratica o mal jamais viu a Deus” (3Jo 11b); “Ainda por
um pouco, s o mundo não ms verá mais; vós, porém, ms vereis”
(Jo 14.19); “... a vida sterna é ssta: que ts conheçam a ti, o
único Deus verdadeiro, s a Jesus Cristo, a quem enviasts”
(Jo 17.3). Esss conhecimento, ou visão ds Dsus s ds Cristo, não
pode ssr mero conhecimento especulativo, porque é nisso qus
os santos diferem dos infiéis. E por essas Escrituras não apsnas
devs ser um conhscimsnto diferente em grau s circunstâncias, e
difsrsnte sm ssus sfsitos, mas deve ser inteiramente diferente sm
natureza s tipo.

Esse conhecimento e visão de Deus são


dados diretamente por Deus
E sssa luz s conhecimento são semprs ditos como sendo di­
retamente dados por Dsus: “Graças ts dou, ó Pai, Senhor do céu
s da terra, porque ocultaste sstas coisas aos sábios s instruídos e
as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porqus assim foi do teu
agrado. Tudo me foi sntregus por meu Pai. Ninguém conhece
o Filho, ssnão o Pai, s ninguém conhscs o Pai, ssnão o Filho e
aqusle a qusm o Filho o quiser revelar” (Mt 11.25-27). Aqui ssse
efsito é atribuído exclusivamsnte à opsração arbitrária s dom ds
Dsus ao conceder o conhecimento a quem ele qusr, s os distin­
guindo como aqueles que msnos possuem vantagens ou msios
naturais para o conhecimento, até bsbês, sendo nsgado ao sábio
s prudsnts. E a comunicação desss conhecimento é prerrogativa
do Filho de Deus.
E novamente, “Dsus, qus disse: Das trsvas rssplandscsrá a
luz, els mssmo resplandeceu sm nosso coração, para iluminação
do conhecimento da glória ds Deus, na facs ds Cristo” (2Co 4.6).
Isso demonstra claramente que há uma descoberta da glória di­
vina superlativa s da sxcslência ds Dsus s ds Cristo peculiar aos
santos. Também, que é dirstamsnts vinda de Deus, como a luz do
sol, s que é o sfsito imsdiato ds ssu podsr s vontade. Compara-
ss a quando Dsus criou a luz pela sua poderosa palavra no início
A prova e os benefícios da luz divina 43

do criação, e é dito que aconteceu pelo Espírito do Senhor no


versículo 18 do copítulo anterior (2Co 3.18). Refere-se o Deus
como o doodor do conhecimento de Cristo na conversão, daquilo
que estava escondido e oculto: “Quondo... oo que me seporou
antes de eu noscer e me chamou pela suo groço, aprouve revelar
seu Filho em mim” (G1 1.15-16).
A Escritura tombém falo cloromente de tol conhecimento do
Polovro de Deus, como tem sido descrito, como um dom direto de
Deus: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple os mara­
vilhas do tua lei” (SI 119.18). O que o solmista quis dizer quondo
pediu oo Senhor que lhe obrisse os olhos? Era cego? Não poderio
recorrer à lei e ver codo polavro e sentença nela contido quondo
desejasse? O que ele querio dizer com essas coisos maravilhosas?
Seriom elos os histórias morovilhosas do crioção, do dilúvio, o pas­
sagem de Isroel pelo Mor Vermelho, e outros assim? Seus olhos
não estavam obertos para ler essas coisos estranhos? Sem dúvido,
por meio dos coisos maravilhosas na lei de Deus ele tinha respeito
pelos excelências distintos e morovilhosas e pelos manifestações
excelentes do glório e dos perfeições divinos contidos nos coman­
dos e nos doutrinas do Polovro, e pelas obros e conselhos de Deus
que estovom oli revelados. Assim o Escrituro falo do conhecimento
de uma dispensoção de Deus e de umo olianço de misericórdia e de
um caminho de graça em direção oo seu povo, peculior oos sontos,
e dodo openos por Deus: “A intimidade do Senhor é pora os que o
temem, oos quois ele dará o conhecer o suo alionço” (SI 25.14).

O que surge dessa luz divina


Uma crenço solvodora no verdade do religião é o que surge
de tol descoberto, é tombém o que o Escrituro ensino, como em
João 6.40: “... o vontade de meu Poi é que todo homem que vir
o Filho e nele crer tenha o vida eterno”; em que fico cloro que
umo fé verdadeiro surge de umo visão espiritual de Cristo. E em
João 17.6-8: “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do
mundo... Agoro, eles reconhecem que todos os coisos que me tens
dodo provêm de ti; porque eu lhes tenho transmitido os polovros
que me deste, e eles os receberam, e verdodeiramente conheceram
44 A busca do crescimento

que saí de ti, s crsram que tu ms enviaste”; quando Cristo, ma­


nifestando o nome de Deus aos discípulos, ou dando a eles o
conhscimsnto ds Deus, foi o meio pslo qual conhscsram que a
doutrina de Cristo era de Dsus, s que o próprio Cristo procedia de
Dsus s fora snviado por sle. Novamsnte, em João 12.44-46: “E
Jesus clamou, dizendo: Qusm crê em mim crê, não em mim, mas
naquels que me enviou. E quem me vê a mim vê aquele que me
enviou. Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquels
que crê em mim não permaneça nas trevas”. Crsr em Cristo s
vê-lo espiritualmsnts são simultâneos.

A condenação daqueles sem essa luz


Em Lucas 12.56-57, Cristo condena os judeus por não sa­
berem que ele era o Messias s qus sua doutrina era verdadeira,
a partir ds um gosto s apreciação intsrna s distinta do que era
divino. Ele, tendo culpado os judeus que, apesar de discernirem
a face do céu s da tsrra, s os sinais do clima, não podiam discer­
nir aquelss tsmpos - ou como expressado em Matsus, os sinais
daqueles tsmpos - acrescenta. por que não julgais também
por vós mesmos o que é justo?” isto é, sem sinais externos. Por
que vocês não têm esse ssnso da excelência verdadeira pelo qual
podem difsrsnciar o que é santo s divino? Por que vocês não têm
esse sabor das coisas de Deus pelo qual podem distinguir a glória
s a minha divindade svidsnte s da minha doutrina?

A confirmação dos que possuem a luz divina


o apóstolo Psdro menciona o fato ds terem visto a glória
divina de Cristo como o que dsu a ele s a ssus companheiros
uma certsza boa s bsm firmada da verdads do evangelho “...
não vos demos a conhecer o podsr s a vinda de nosso Ssnhor
Jesus Cristo seguindo fábulas sngenhosamsnts inventadas, mas
nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade”
(2Pe 1.16). O apóstolo tsm respeito psla glória visível de Cristo,
a qual ele viu na sua transfiguração: aqusla glória sra tão divina,
tinha uma aparência tão inefável s semelhança ds santidade
divina, majestade s graça qus, svidentemente, indicava ssr ele
A prova e os benefícios da luz divina 45

uma pessoo divino. Mas se umo visão da glória exterior de Cristo


poderio nos dor umo garontia de suo divindade, por que umo
apreensão de suo glório espiritual não poderio fazer o mesmo?
Sem dúvida, o glório espiritual de Cristo é, em si mesmo, tão dis­
tinto quanto sua glório exterior, e mostra claromente sua divin­
dade tanto quonto esso e oté mais. Suo glório espiritual é no que
o suo divindade consiste, e o glório exterior de sua transfigura­
ção mostrou que ele é divino, sendo uma extraordinário imagem
ou representação de sua glório espiritual. Sem dúvida, portanto,
ele pode dizer: eu não tenho seguido fábulos engenhosamente
inventados, mos tenho sido umo testemunho ocular de suo ma­
jestade, sobre boas boses como os do apóstolo, quondo ele teve
respeito pelo glória exterior de Cristo que ele hovio visto. Isto
me traz oo próximo ponto.

A prova racional dessa doutrina

Segundo, esso doutrino é racional.

As coisas divinas deveriam ser mais excelentes


1. E recconHO supor que reaOmente há tt.O excelêntia nas cob
sos divinas - tão transcendente e excessivamente diferente do
que há nos outras coisos - que, se fosse visível, certomente os
distinguirio. Não podemos rocionolmente duvidar que os coisos
divinas, que pertencem oo Ser Supremo, sejom muito diferentes
dos coisos humanos. Há nelos uma excelência imenso, divina e
glorioso que notodamente os diferencio dos coisos vistos pelos
homens. Se esso diferenço pudesse ser visto, serio umo influência
convincente e satisfatória sobre quolquer um, no sentido de serem
divinos. Que razão podemos oferecer contro isso? A não ser que
pudéssemos orgumentor que Cristo não é extraordinariamente
distinto em glório dos homens.
Se Cristo oporecesse ogora o alguém, como ele o fez no monte
no suo transfiguração, ou se ele aparecesse oo mundo em suo gló­
ria celestial. como ele o forá no dio do julgamento, sem dúvida suo
46 A busca do crescimento

glória s majestade ssriam suficientes para satisfazer a todos que


ele era uma pessoa divina, s que a religião sra verdadeira. Seria
uma convicção muito razoável s sólida, também. E por que não
pods havsr um sslo ds divindade, ou glória divina, na Palavra de
Deus, no esquema s na doutrina do evangelho, igualmsnte distinto
s tão racionalmsnts convincsnts, que seja visívsl? É racional su­
por que quando Dsus fala ao mundo, devsria havsr algo em sua
Palavra imsnsamsnts diferente da palavra dos homens. Supondo
que Deus nunca houvssss falado ao mundo, mas houvéssemos
percebido que ele estava para se rsvslar dos céus, s falar imsdiata-
msnte ele mssmo conosco s nos sntrsgar um livro de sua própria
autoria, de que mansira ele falaria? Não ssria racional supor que
sua fala ssria sxtrsmamente difsrents da fala humana, que haveria
tal excelência s sublimidade em sua Palavra, tal selo de sabedoria,
santidade, majestade, s outras psrfsições divinas, que as palavras
de homsns, até de homsns sábios, parscsriam mesquinhas s sim­
ples em comparação a ela? Indubitavelmente, ssria racional ter
essa expectativa, s irracional pensar difersntemente.
Quando um homsm sábio fala no exercício de sua sabedo­
ria, há algo em tudo que fala que é muito distinguível da fala
de uma criança pequena. Assim, ssm dúvida, s muito mais, é a
fala ds Deus distinguível da dos homsns sábios, de acordo com
Jsrsmias 23.28-29. Ali, Deus reprovou os falsos profetas que pre­
tendiam profetizar em seu noms s falando a sua Palavra quando,
na vsrdade, falavam a sua própria, dizendo:

O profeta qus tem sonho conts-o como apenas so­


nho; mas aqusle em qusm sstá a minha palavra fale a
minha palavra com verdade. Que tem a palha com o
trigo? - diz o Senhor. Não é a minha palavra fogo, diz
o Senhor, s martslo qus esmiuça a psnha?

Deveriamos esperar que tais excelentes coisas


divinas fossem vistas
2. Se há tal excelência distinguível nas coisas divinas, é ra­
cional supor que seja visível. O que dsvsria impsdi-las ds sersm
A prova e os benefícios da luz divina 47

vistas? Não é argumento dizer que não há tol distinguível exce­


lência, ou que não é possível vê-lo, porque alguns não o veem,
opesor de serem homens perceptíveis em ossuntos temporais.
Não é racional supor que, se há olgumo excelência nos coisos
divinas, os homens perversos possam vê-lo. Será rocional supor
que aqueles cujas mentes estão cheias de poluição espiritual, e
sob o poder dos desejos imundos, poderíam ter olgumo oprecio-
ção ou percepção do beleza divina ou suo excelência; ou que suos
mentes poderíom ser susceptíveis o esso luz que é tão puro e ce­
lestial em suo próprio natureza? De modo algum deve porecer
estranho que o pecodo cegue tanto o mente, já que os humores e
o disposição naturol dos homens irão cegá-los em assuntos secu­
lares, como quando o humor noturol do homem é melancólico,
ciumento, medroso, orgulhoso, etc.

Esse conhecimento deveria ser dado


somente por Deus
3. É racional supor que esse conhecimento deverio ser di­
retomente dado por Deus, e não obtido por meios naturais. Que
razão tornoria irrocionol quolquer direto comunicação entre Deus
e o criatura? É estranho que os homens façom disso uma dificul­
dade. Por que ele, que fez todas os coisos, oindo não terio olgo
diretamente o fazer com os coisos que ele criou? Onde está o
gronde dificuldade, se possuímos o ser de um Deus que criou
todas os coisos do nodo. de ainda permitir alguma influência di­
reta de Deus no crioção? E se é ossim rozoável supor o respeito
de qualquer porte do criação, mais especialmente é o respeito dos
criaturas razoavelmente inteligentes; que estão próximos o Deus
no gradoção dos diferentes ordens de seres, seus ossuntos são di­
retomente ligodos o Deus, e o razão ensina que o homem foi fei­
to paro servir e glorificar seu Criador. E se é racional supor que
Deus se comunica diretomente com o homem em algum assunto,
com certeza é neste. E rocionol supor que Deus reservaria o co­
nhecimento e o sobedorio, de notureza divina e excelente, pora ser
comunicado diretomente por si mesmo e não poro ser deixado sob
o poder de segundas causos.
48 A busca do crescimento

Sabedoria espiritual s graça são o maior s mais sxcslsnts


dom qus Deus jamais concsds a qualquer criatura, s nisto con­
siste a alta perfeição s excelência da criatura racional. Também
é imsnsaments o mais importante ds todos os dons divinos; a
felicidade humana consists disso s seu bem-estar stsrno depen­
de dele. Quão racional é supor qus Dsus, por mais qus tenha
deixado menores dons às causas secundárias, s ds alguma ma­
neira em seu pode'r, ainda reservaria a mais sxcslents, divina e
importante ds todas as divinas comunicações em suas próprias
mãos, para ssr concedida diretaments por ele mssmo, como algo
muito grande para causar preocupação às causas secundárias? É
racional supor que essa bênção seja dirstamsnte ds Deus, pois
não há dom ou benefício em si mesmo tão proximamente rela­
cionado à natureza divina. Nada do que a criatura rscebe é tanto
uma participação da Dsidade: é um tipo ds emanação da beleza
ds Deus, s está relacionado a Dsus, como a luz ao sol. É, por­
tanto, adequado s apropriado que, quando dado por Deus, seja
dado dirstamsnte dele mssmo s por sls mesmo, ds acordo com
sua sobsrana vontads.

Esse conhecimento é dado diretamente


por Deus e não pela razão natural
E racional supor qus deveria ser impossível ao homem ob-
tsr essa luz pela mera força da razão natural; pois não é algo qus
pertença à razão ver a beleza s a graça das coisas espirituais.
Não é algo especulativo, mas que depsnde da percepção do
coração.
Rsalmsnts, a razão é necessária nssss processo, pois é por
ela que nos tomamos os objetos dos msios usados nels. É a razão
qus nos dá uma noção dessas doutrinas que são o assunto dessa
luz divina, ou conhscimsnto, s a razão pode ser ds muitas manei­
ras. remota s indirstamente, vantajosa. A razão também está rela­
cionada com os atos que ssgusm imediatamsnte sssa descoberta:
snxsrga-ss a vsrdads da religião pela razão. É apenas um passo
s a inferência é imediata. A razão tem a ver com a aceitação s a
confiança sm Cristo que são consequências disso.
A prova e os benefícios da luz divina 49

Mos se ficarmos openos com o razão - não pela capacidade


de percepção mentol em geral, mas pelo raciocínio, ou o poder de
inferir pelos argumentos - o percepção do beleza e do excelência
pertence à razão tonto quonto oo sentimento de percepção de co­
res, ou oo poder de ver o percepção do doçuro dos alimentos. A
percepção da beleza e do groço de qualquer coiso está foro do
olconce do razão; tol percepção não pertence o esso faculdade. O
trabolho do razão é perceber a verdade e não o excelência. Não é
o raciocínio que dá oo homem o percepção do beleza e do gracio­
sidade de umo oporêncio, apesar de que indiretomente posso ser
vantojoso. Ainda ossim, não é mois do que o rozão que imedia­
tamente o percebe, e que percebe o doçura do mel; tudo depende
do percepção do coroção. A rozão pode determinar poro os outros
que umo oparência é bonito; pode determinar para os outros que o
mel é doce, mos nunco poderá me dar uma percepção de doçuro.

Retooi es fin ais

Forei um breve apanhado do que foi dito oté ogoro.

Essa doutrina nos leva a refletir na bondade de Deus


Primeiro, esso doutrina pode nos levar o refletir na bondade
de Deus, que assim ordenou que o evidência solvodoro do ver­
dade do evangelho como tal sejo obtido por pessoos com pouca
copocidade e vontogens, bem como por aqueles que os possuem
em gronde quantidade. Se o evidência do evangelho dependes­
se openos do História, e se apenas homens letrados fossem ca­
pazes de argumentá-lo, estorio acima do alconce do maior parte
do humanidade. Mas pessoos com um grou comum de conheci­
mento são copozes, sem um longo e sutil fio de argumentação,
de ver o excelência dos coisos divinos da religião: elos são ca­
pazes de ser ensinadas pelo Espírito de Deus, tonto quonto os
homens cultos. A evidência é que o que obtemos desse modo é
imensomente melhor e mois sotisfotório do que tudo o que se
pode obter pelos discussões daqueles que são mais cultos e são
50 A busca do crescimento

os maiorss msstrss da razão. E os bebês são capazss ds conhscsr


essas coisas assim como os sábios s os prudentes; s slas são com
frequência escondidas dssses snquanto são reveladas àqusles:
“Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram
chamados muitos sábios ssgundo a carne, nem muitos poderosos,
nem muitos ds nobrs nascimento; pslo contrário, Deus sscolhsu
as coisas loucas do mundo” (ICo 1.26-27).

Essa doutrina nos chama a um autoexame


Segundo, essa doutrina pode muito bsm nos colocar diante
ds um autosxams, ss é qus alguma vez deixamos sssa luz divina
penetrar em nossas almas. Ss há tal coisa, certamente é ds gran­
ds importância ss temos assim sido ensinados pslo Espírito ds
Deus; ss a luz do glorioso evangelho ds Cristo, qus é a imagsm
ds Dsus, tem brilhado sobre nós, dando-nos a luz do conheci­
mento da glória ds Deus na face ds Jesus Cristo, ss temos visto o
Filho s crido nele, ou tsmos essa fé do svangslho s das doutrinas
qus surge ds uma visão espiritual ds Cristo.

Todos deveríam buscar essa luz divina e sobrenatural


Terceiro, todos devem, portanto, ser exortados, ssriamsnts,
a procurar sssa luz espiritual. O qus ss segue pode ssrvir ds ajuda
s ds influência nessa busca.
1. Essa é a mais excelsnts s divina sabedoria da qual qual­
quer criatura é capaz. E mais sxcslsnte qus qualqusr aprendizado
humano; é muito mais sxcslsnts que todo o conhecimento dos
maiores filósofos s estadistas. Sim, o menor vislumbre da glória
ds Dsus na face ds Cristo exalta s enobrece mais a alma do qus
todo o conhecimento daquslss que têm o maior entendimento es­
peculativo sm divindade sem a graça. Esse conhecimento tem
o mais nobrs objeto que pods sxistir, isto é, a glória divina s a
sxcslência ds Deus s ds Cristo. O conhecimento dsssss objetos é
que nslss consiste o mais sxcelsnte conhscimsnto dos anjos, sim,
do próprio Deus.
2. Esss conhecimento sstá acima ds todos os outros, docs
s alsgrs. Os homsns têm um grands prazer no conhecimento
A prova e os benefícios da luz divina 51

humono, nos estudos dos coisas naturois; mos isto é nodo compa­
rado à olegrio que surge desso luz divina brilhando no olmo. Esso
luz dá uma visão daquelos coisas que são certamente os mois be­
los e capazes de deleitor o olhor entendido. Essa luz espiritual é o
amanhecer do luz do glório no coroção. Não há nodo tão poderoso
para apoior pessoas afligidos, para dor poz à mente e claridade o
este mundo sombrio e tempestuoso.
3. Essa luz é tol que efetivamente influencia o inclinação e
muda o natureza do olmo. Ela incorpora nosso noturezo à divi­
no, mudando o olma à imagem que é vista: “... todos nós, com o
rosto desvendado, contemplando, como por espelho, o glório do
Senhor, somos transformados, de glória em glório, na suo própria
imogem, como pelo Senhor, o Espírito” (2Co 3.18). Esse conhe­
cimento irá graduolmente se oportor do mundo, aumentando o
inclinação poro os coisas celestiais. Inclinará o coroção o Deus
como o fonte do bem, escolhendo-o como o única porção. Esso
luz, e somente elo, trará o almo o uma proximidade salvadora com
Cristo. Molda o coroção oo evangelho, mortifica suo inimizade
e oposição contro o esquema de salvoção nele revelodo; foz o
coração obroçor o olegre notícia e o aceitar inteiramente. Aprova
o revelação de Cristo como nosso Salvador, cousondo o concor­
dância e o sintonio do olmo inteiro, com respeito e total crédito
e permanecendo fiel com toda o inclinação e afeto. Foz o olmo
efetivomente se entregor inteiramente o Cristo.
4. Essa luz, e somente esso, tem seu fruto numo vida de
santidade eterno. Um entendimento meromente especulativo ou
opinativo dos doutrinas da religião jamais produzirá isso. Mos
essa luz, à medida que alcanço o fundo do coroção e mudo o na­
tureza, efetivomente o dispõe à obediência universal. Mostra que
Deus é digno de ser obedecido e servido. Direciono o coração
num sincero omor o Deus, que é o único princípio de uma obe­
diência verdadeiro, gracioso e universal, e convence do realidade
doquelas gloriosos recompensas que Deus tem prometido oos que
o obedecem.
52 A busca do crescimento

Questionário
1. Edwards fscha ssse sermão citando as excelências s
as vantagens da luz divina s sobrenatural. Resuma-as
com suas próprias palavras. Qual dslas vocês gostaria
de ver mais na sua vida? Se essss benefícios estivessem
mais consistentsments presentes na sua vida, como ela
podsria ser?

2. Edwards diz que somente Deus concede essa luz, como


a Escritura s a razão demonstram; ainda assim sle nos
aconselha a “procurar essa luz espiritual”. Como você
acha que alguém pods fazsr isso? Qual o papel da msn-
te nesss esforço? Do coração? Como você pode dizer,
olhando para a vida de outra psssoa, que ele ou ela ver­
dadeira s ssriamsnts busca a luz divina s sobrenatural?

3. Edwards descreve variadamsnte essa luz divina s so­


brenatural como graça s verdads, as doutrinas da ver­
dadeira religião, coisas divinas, a glória de Dsus na face
ds Jesus Cristo, conhecendo s vendo Deus, s assim por
diante. Suponha que você tsnts explicar a luz sobre a
qual Edwards escrevs para outra pessoa. O que você
diria? Como você procuraria impressionar sssa psssoa
com as excelências s vantagens dsssa luz s da impor­
tância ds buscá-la?

4. Reserve um momento para refletir sobre o grau no qual


você sxpsrimsnta esse conhecimento da glória de Deus
na facs de Jesus Cristo na sua vida, dia-a-dia. Use a
escala a seguir. Circuls o número que melhor indica
sua psrcspção do grau ds experiência da luz divina s
sobrenatural.

123456789 10
quase nunca grau muito alto

Por que você circulou o número escolhido?


A prova e os benefícios da luz divina 53

5. Revise os alvos estipulados por você no início deste


estudo. Você fez olgum progresso na direção desses al­
vos? Como? De que modo você espera crescer mois à
medido que continuamos nosso estudo deste livro?
Parte 2

Conhecimento cristão
4

Tempo de crescer

Enquanto apenas Deus pode comunicar essa luz divina e so­


brenatural, que leva ao crescimento no seu Espírito, nós temos o
dever de procurar a luz,, principalmente pelo recurso da Palavra
de Deus na Escritura. No primeiro sermão, Edwards enfatizou o
papel de Deus no processo do crescimento cristão; neste sermão ele
continuará a ajudar-nos a assumir a nossa responsabilidade de nos
tornarmos mais semelhantes ao Senhor. Nesta seção introdutória,
Edwards coloca seu texto em seu contexto bíblico e histórico, afirma
sua proposição, e delineia o que se segue.

*
... quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido,
tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo,
quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim,
vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido.
(Hb5.12)

A Qt EIXA DO APÓSTOLO

Essas palavras são uma reclamação feita pelo apóstolo aos


cristãos hsbreus pelo dessjo ds tal competência no conhscimsnto
das doutrinas s dos mistérios da religião, como deveria ssr es­
perado dslss. O apóstolo reclama que slss não haviam fsito o
progresso dsvido no conhscimsnto das coisas ensinadas nos
oráculos ds Dsus. E sua intsnção é rsprová-los não apsnas psla
58 A busca do crescimento

deficiência deles no conhecimento espiritual e experimental das


coisas divinas, mas também- pela deficiência no conhecimento
doutrinai com os princípios do religião e nas verdades do teolo­
gia cristã; isto é evidente pelo moneira como o apóstolo introduz
sua reprovação.
A ocasião em que introduz o assunto é esto: o apóstolo men­
ciona Cristo no versículo 10 como “tendo sido nomeado por Deus
sumo sacerdote, segundo o ordem de Melquisedeque”. No Antigo
Testamento, os oráculos de Deus, Melquisedeque ero considera­
do um tipo eminente de Cristo, e o relato que temos aqui contém
muitos mistérios do evangelho. O opóstolo estava desejoso de
mostrar esses mistérios aos cristãos hebreus, mas ele percebeu
que, em virtude do fraqueza de conhecimento, eles não seriam ca­
pazes de entendê-los. Assim. não diz mois nodo sobre Melquise­
deque, voltondo oo presente, versículo 11: “A esse respeito temos
muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos ten­
des tomado tordios em ouvir”; ou sejo, há muitas coisas acerca de
Melquisedeque que contêm maravilhosos mistérios do evangelho
que gostaria de mostror o vocês; no entanto, temo que meu dis­
curso, pelo seu desânimo e atraso no entendimento dessos coisos,
openos sirvo pora confundir e desconcertar, e não haja benefício,
e seja muito difícil para vocês, como o corne que é muito duro.
Então vêm os polavros do texto: “... quondo devíeis ser mes­
tres [...] tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensi­
ne, de novo, quais são os princípios dos oráculos de Deus; assim,
vos tomastes necessitados de leite e não de alimento sólido”. Foi
o mesmo que dizer: de foto, esperava-se que vocês saberíam o su­
ficiente dos Sagrados Escrituras, para serem capazes de entender
e digerir tais mistérios; mos não é isso que ocontece com vocês.
O apóstolo fola do competência deles em tol conhecimento como
transmitido pelo ensino humano, de acordo com o expressão: “...
quondo devíeis ser mestres, atendendo oo tempo decorrido...”,

1 Com outros escritores puritanos. Edwards usou a palavra experimental para sig­
nificar algo como “experiencial” ou “real”, ou “relacionada à experiência”.
Tempo de crescer 59

que inclui não somente um conhecimento prático s sxpsrimental,


mas também um conhecimento doutrinai, das verdadss s misté­
rios da religião.

NÍVEIS DO CONHECIMENTO CRISTÃO

Do leite e da carne
Mais uma vsz o apóstolo fala ds tal conhecimento, pslo qual
os cristãos são capacitados a entsnder sssas coisas na teologia
que são mais obscuras s difíceis ds ser entendidas, s que reque­
rem grandss habilidades em coisas dsssa natursza. Isto é mais
complstamsnts expressado nos dois versículos ssguintss: “Ora,
todo aqusls qus ss alimenta de leite é insxperisnts na palavra da
justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos,
para aqueles qus, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas
para discernir não soments o bem, mas também o mal”. Tal é o
conhecimento que a competência nels levará pessoas além dos
primeiros princípios da religião. Como diz: “... tendes, novamen-
ts, necessidade ds alguém que vos ensins, ds novo, quais são
os princípios elementares dos oráculos ds Deus...”. Portanto, o
apóstolo, no início do capítulo ssguinte, os aconselha a deixar
os primeiros princípios da doutrina ds Cristo s continuar para a
perfeição.

Como a culpa deles aparece


Podsmos obssrvar como a culpa dsssa impsrfsição aparece,
em que eles não conseguiram competência ds acordo com o
tempo ds qus dispunham. Pslo tempo, elss deveríam tsr sido pro­
fessores. Como eram cristãos, o negócio era aprsndsr s ganhar
conhecimento cristão. Elss sram alunos na escola de Cristo, s ss
tivsssem aperfeiçoado o tempo em aprendizado, como deveríam
tsr feito, na época em que o apóstolo escrevsu, sstariam prontos
para ssrem professores nsssa sscola. Ssja qual for o negócio a
que alguém é devotado, espera-se que sua perfeição nsls possa
ser arguida ao tsmpo que tsve para aprsnder s aperfsiçoar-ss. Os
60 A busca do crescimento

cristãos não podem permanecer como bebês, mas devem crescer


no conhecimento cristão; deixondo o comido de bebês, deveriom
oprender o digerir olimento sólido.

O CHAMADO CRISTÃO

Doutrina: todo cristão deverio tomor o decisão de empe-


nhor-se o crescer em conhecimento no teologio. Este certomente
é o trobolho esperado de teólogos e ministros. Muitos pensom que
esse trobolho deve ser deixodo poro eles, pelo estudo das Escritu­
ras e outros livros instrutivos, como se não pertencesse o ninguém
mois. Mas se o opóstolo pensosse assim, nunco terio culpodo os
cristãos hebreus por não terem adquirido conhecimento suficiente
poro serem professores. Ou se ele pensosse que os cristãos em ge-
rol deveriom se preocupar com isso como algo sem importância
e paro o que não deveriam dedicar muito de seu tempo, ele nunco
os terio culpado pelo folto de competência em conhecimento no
tempo que tiverom pora opreTider.
Ao dissecor este ossunto, mostrarei - o que se pretende por
teologia - que tipo de conhecimento na teologio se pretende - por
que o conhecimento no teologio é necessário, e por que todos
os cristãos deveriom tomor o decisão de empenhor-se a crescer
nesse conhecimento.

Questionário
1. Edwards considerava que todo cristão que não era ca-
poz de ver os muitos “mistérios do evangelho” encra­
vados no histório e nos ensinos do Antigo Testamento
sobre Melquisedeque estava sendo ossediodo pelo “ob-
tusidode e otroso no entendimento”. Nisto ele estovo
openos ecoondo o escritor do livro aos Hebreus. Supo­
nho que você tenho sido encorregodo de comportilhor
o evangelho com olguém, usondo openos o histório de
Tempo de crescer 61

Mslquisedsqus em Gênssis 14.17-24 s outros textos do


Antigo Testamento. Você ssria capaz ds extrair “mis­
térios evangélicos” suficientes apenas dssss tanto da
Escritura para explicar o evangelho a outra psssoa?
Onde você se coloca na escala da “obtusidade s atraso
no entendimento”?

2. Edwards usa os termos divindade s conhecimento divi­


no ou conhecimento cristão de maneira intercambiável.
O qus sle quer dizsr com essas idéias? Qual é o ssu
entendimento ds como tal conhecimento ss relaciona
com a luz divina s sobrenatural discutida no primsiro
sermão? Ao procssso ds crescimento cristão?

3. Ele diz que todos os cristãos são “alunos na sscola ds


Cristo”. Suponha que você tenha um filho que é aluno
de faculdade ds tsmpo integral. Qus tipo ds expectati­
vas você tsm para sls? Ss você pudesse vistoriar suas
atividades diárias, o qus esperaria encontrar? Como
“discípulos” - ou seja, aprendizes ds Cristo - o que
deveriamos esperar ds nós mssmos, nós qus somos
“alunos na escola de Cristo”?

4. Como você seria capaz ds dizsr que um dos alunos ds


Cristo está atolado na comida ds bsbê s precisa seguir
em frsnts? Parscs qus Edwards psnsa que há uma re­
lação entrs o tempo investido sm conhecsr o Ssnhor e
as expectativas ds crescimento cristão? O qus podsria
ssr essa rslação? Quanto do ssu tsmpo, a cada ssmana,
é dedicado à “dscisão ds smpsnhar-se a crescer no co­
nhscimsnto da teologia”?

5. Como você resums o “negócio” que ocupa uma típica


ssmana de sua vida? Quanto tsmpo é dsspsndido no
ssu trabalho? E para tomar conta ds sua casa s família?
Perseguindo interesses s vocaçõss? Assistindo TV ou
ocupado com outras diversões? Ss uma psssoa sstu-
dasss sua vida cuidadosamente por algumas semanas,
62 A busca do crescimento

o qus concluiría ssr o “nsgócio” da sua vida? Por quê?


Com o que sua vida iria parscsr ss, seguindo o conselho
de Edwards, você tomasse a decisão de “empenhar-ss a
crescer no conhecimento da teologia”?
5

A NATUREZA E A NECESSIDADE DA TEOLOGIA

Edwards explica o que quer dizer por divindade, ou doutrina


cristã. Mostra que não devemos ficar satisfeitos com o mero “conhe­
cimento empírico” à medida que estudamos a Palavra de Deus, mas
que devemos labutar para colocar cabeça e coração juntos na tarefa
de conhecer as coisas de Deus. O conhecimento da teologia é a obri­
gação apropriada daqueles que foram dotados de razão a fim de que
entendam e abracem as coisas de Deus reveladas em sua Palavra.

A TEOLOGIA COMO CIÊNCIA DA RELIGIÃO

Muitos já ofereceram definições sobre esse assunto. Não irei


inquirir qual é o mais acurado definição. de acordo com as regras da
orte; mas o definirei ou descreverei como penso ser a que melhor nos
dá uma ideio apropriada. É a ciência ou doutrino que compreende
todos aquelas verdades e regras que pertencem à religião.

Divindade como doutrina


Há vários tipos de orte e de ciêncio ensinados e aprendidos
nas escolos, que são versodos em vários assuntos. Como o filo­
sofia, sobre os obros da natureza em geral; como o astronomia,
sobre os céus visíveis; ou como o geografia, sobre o mor, as na­
vegações e o terra* e como o físico1 e o anotomia, sobre o corpo

1 .Medicina.
64 A busca do crescimento

humano; s como a lógica s a pneumatologia, sobre a alma do


homem s seus podsrss s qualidades naturais; ou como a política
s a jurisprudência, sobrs o governo humano. Mas uma ciência,
ou tipo ds conhecimento s doutrina, está acima das dsmais: trata
sobrs Deus s do nsgócio da religião? A teologia não é aprendida,
como outras ciências, simplesmente pela melhora da razão natu­
ral do homsm, mas é snsinada pelo próprio Deus num livro chsio
ds instruções que nos foi dado para ssss fim. Esta é a regra qus
Deus tem dado ao mundo para ser ssu guia na busca por esss tipo
ds conhecimento. E um rssumo ds todas as coisas dessa natursza
qus precisamos sabe'r. Por sste raciocínio, a tsologia é chamada
ds doutrina em vez ds arts ou ciência.

A fonte da teologia
Rsalments há a chamada religião natural. Há muitas verda­
des sobre Dsus s o nosso dsver para com sle que são evidentes
pela luz da natursza. Mas a teologia cristã, assim propriamente
chamada, não é evidsnts pela luz da natursza; depende da revela­
ção. Estamos em tal condição sm nosso sstado caído qus aquilo
que nscsssitamos sabsr sobrs Deus não nos é rsvelado pela luz
da natursza ds modo que possamos entender. Nsnhuma verdade
ou algo qus pertença ao svangslho ou ss relacione ao Mediador
tem algum significado para nós. A luz da natureza não nos ensina
verdads alguma nests assunto. Portanto, não podemos dizer qus
chegamos ao conhscimsnto ds qualquer parte da verdads cristã
pela luz da natureza. Somente a Palavra ds Dsus, Antigo s Novo
Testamentos, pods nos ensinar a tsologia cristã.

O tema da teologia
Isto engloba tudo o qus é snsinado nas Escrituras e, assim,
tudo o que precisamos sabsr, ou há para sabsr, a respeito ds Deus
s ds Jssus Cristo, sobrs nosso devsr para com Deus s nossa felici­
dade sm Dsus. A tsologia é usualmente definida como a doutrina

2 Por “religião” Edwards quer dizer cristianismo.


A natureza e a necessidade da teologia 65

de viver para Deus\ e, pora oqueles mais detalhistas, como a dou­


trina de viver para Deus por Cristo. Abrange todas os doutrinas
cristãs, como estão em Jesus, e todas as regras cristãs que nos
direcionam o viver poro Deus por Cristo. Não há umo doutrino,
uma promesso, umo regro, mos o que, de uma maneira ou de outro,
se relaciono com o vida cristã e divino ou com o nosso viver paro
Deus por Cristo. Tudo se relaciona o isto, em dois aspectos, o so-
ber: promovem nosso viver paro Deus neste mundo, numa vido de
fé e santidade; e tombém tendem o nos levar o umo vida de perfei­
to santidade e felicidade, em completo gozo de Deus no porvir.

A NATUREZA DA TEOLOGIA

Dois aspectos da teologia


Há dois tipos de conhecimento do verdade divino: espe­
culativo e prático, ou, em outros polovros, natural e espiritual.
O primeiro permanece apenas no cabeça. Nenhuma foculdode,
o não ser o entendimento, está envolvido. Consiste em ter um
conhecimento noturol ou rocional dos coisos do religião, ou um
conhecimento como é obtido pelo exercício natural de nossas fa­
culdades, sem nenhumo iluminação especiol do Espírito de Deus.
O segundo não se apoia completomente no coroção, ou nas idéias
especulativas dos coisos; mas o coração esta envolvido, e consis­
te principolmente no suo percepção. O simples intelecto, sem o
vontode ou o inclinação, não é centrol. E não pode ser chomodo
o openos ver, mas sentir ou provor. Então há umo diferenço entre
ter uma noção especulativo certo sobre os doutrinas contidos no
Palavro de Deus, e ter um senso apropriado delos no coroção.
No primeiro consiste o conhecimento especulativo ou naturol; no
segundo, o conhecimento espiritual ou prático.
Nenhum deles tem o pretensão de ser exclusivo, doutrinaria-
mente folondo. Mos se pretende que devomos buscar o primeiro
para alcançar o segundo. O segundo, ou o espiritual e prático, é
do maior importância; um conhecimento especulativo sem o es­
piritual é sem propósito e nos foz mois condenáveis. No entanto,
66 A busca do crescimento

um conhecimento sspsculativo é também ds infinita importância


nesss aspscto, pois sem sls não podsmos tsr conhecimento espi­
ritual ou prático.

O relacionamento entre os dois aspectos da teologia


Já demonstrei como o apóstolo fala, não apsnas ds um co­
nhecimento espiritual, mas ds um que pods ser adquirido s comu­
nicado ds um para o outro. Apesar disto, não ss deve pensar que
els pretends isto exclusivamsnte do outro. Ele gostaria qus os
cristãos hsbreus buscassem aquele conhecimento para chsgar a
ssts. Assim, o anterior vsm primeiro s é diretamente pretendido;
a intenção é qus os cristãos, pela leitura s outros meios apropria­
dos, devam procurar um bom conhecimento racional das coisas
da tsologia, enquanto o último é mais indiretamente pretendido,
já que deve ser obtido pslo anterior.
Passo à utilidade s necessidade do conhecimento das verda­
des divinas.

A NECESSIDADE DA TEOLOGIA

Não há ensino sem aprendizagem


Não há nenhuma maneira pela qual qualquer forma ds gra­
ça possa ser ds algum benefício senão pelo conhscimsnto. Todo
ensino é em vão ss não há aprendizagem. Assim, a prsgação do
evangelho ssria completamente sem propósito ss não comunicas­
se conhecimento à mente. Há uma classe de homens qus Cristo
tsm nomeado com o propósito ds ssrsm professores na sua igrsja.
Mas elss ensinam em vão ss nenhum conhscimsnto nsstas coisas
é ganho pelo snsino. É impossível qus o snsino s a pregação
ssjam um meio ds graça, ou ds algum bsm nos coraçõss dos
ouvintes, que não pslo conhecimento comunicado ao entendi­
mento. De outro modo, seria tão benéfico ao auditório3 quanto ss

3 Aqueles escutando a pregação ou o ensino.


A natureza e a necessidade da teologia 67

o ministro pregasse numa língua desconhecida. Todo o diferença


é que pregar numa língua conhecida comunico olgo oo entendi­
mento, o que não acontece quando se prega numa língua desco­
nhecida. Por esto ótico, tol pregação não deve ser lucrativa. Em
tais coisas, os homens não recebem nada quando não entendem
nado; e não são edificados, o não ser que olgum conhecimento
lhes seja comunicado, de acordo com o argumentação do apóstolo
(ICo 14.2-6).
Nenhum discurso pode ser um meio de graça se não comuni­
car conhecimento. De outro modo, o discurso é tão desperdiçado
como se nele não houvesse nenhum homem, e se ele que folou
tivesse falado oo vento; como nos versículos 6-10 já citados.
Deus lida com o homem como umo criatura racional, e quondo
o fé está em exercício, ele sobe do que se troto. Portanto, ouvir
é absolutamente necessário à fé, porque ouvir é necessário oo
entendimento: “E como crerão naquele de quem nado ouviram?”
(Rm 10.14). Do mesma maneira, não pode hover amor sem co­
nhecimento. Não é próprio do naturezo do olma humano omar um
objeto inteiramente desconhecido. Não pode hover uma determi­
nação no coração sobre olgo acerca do quol não há uma ideia no
entendimento. As rozões que induzem o alma o amor necessitam
primeiramente ser entendidas, antes que tenham umo razoável in­
fluência sobre o coroção.

A Bíblia e o conhecimento
Deus nos deu o Bíblio, que é um livro de instruções. Mos
esse livro pode ser proveitoso paro nós openos se nos comunicar
olgum conhecimento à mente; deixario de ser proveitoso se fosse
escrito em chinês ou em tártaro, já que não sabemos umo polavro
nessas línguos. Assim, os sacramentos do evangelho openas têm
seu efeito apropriado pela comunicação do conhecimento. Eles
representam determinadas coisas por sinais visíveis. E quol o pro­
pósito dos sinais, senão comunicar o conhecimento dos coisos re­
presentados? Tol é o natureza do homem que nenhum objeto pode
chegor oo coroção o não ser pelo porto do entendimento, e não
pode hover conhecimento espiritual daquilo sobre o que primeiro
68 A busca do crescimento

não há conhecimento racional. É impossível qus alguém possa


ver a vsrdads ou a sxcslência ds qualquer doutrina do svangslho
sem sabsr o que é essa doutrina. O homem não pods vsr a ma­
ravilhosa excelência s amor ds Cristo ao fazer tais coisas pslos
pecadores, a não ser que seu entendimento tsnha sido primeira-
msnts informado como essas coisas foram fsitas. Ele não pode
ter um gosto da doçura s da excelência da vsrdads divina sem que
primeiro tenha uma noção que há tal coisa.

A importância da teologia
Sem um conhecimento da tsologia, ninguém seria diferente
dos mais ignorantes s bárbaros pagãos. Os pagãos permanecem
em flagrante escuridão porque não são instruídos s não obtiveram
conhecimento das verdades divinas.
Quando os homens não têm nenhum conhecimento dessas
coisas, a faculdade da razão é complstaments vã. A faculdade da
razão s do entendimento foi dada para o entendimento s o conhe­
cimento propriamente ditos. Ss um homem não tem realmente
conhecimento, a faculdade ou capacidade ds conhscsr não lhs
tem uso algum. E ss sle tem conhecimento propriamente dito,
mas lhe falta o conhecimento daquelas coisas qus são o propósito
último ds ssu ssr; s sm consideração ao conhecimento do qual
sle tem mais entendimento dado a sls do que às fsras - ainda
assim sua faculdade da razão é sm vão - ele poderia muito bsm
ssr tanto uma fsra quanto um homem. Mas os assuntos divinos
são para sersm conhecidos s para isso a faculdade da razão nos
foi dada. Elss são as coisas pertinentes ao fim do nosso ssr s à
grands tarsfa para a qual fomos feitos. Portanto, um homem não
pode colocar a sua faculdade ds sntendimsnto à disposição ds
qualquer bom propósito a não ser o ds ter conhecimento da ver­
dade divina.
Esss tipo de conhecimento é absolutamente necessário. Ou­
tros tipos ds conhscimsnto podsm ssr útsis. Algumas ciências,
como astronomia, filosofia natural s geografia, podem ssr exce­
lentes em ssu meio. Mas o conhecimento da ciência divina é infi-
nitamsnte mais útil s importante qus todas as outras ciências.
A natureza e a necessidade da teologia 69

Questionário
1. Edwards usa o termo divindade do mesmo moneira que
poderiamos usor o termo teologia. Algumas pessoos
poderíam ochor “teologia” um pouco desagradável. Por
que isso acontece? Vejo Romonos 1.18-21 e Eclesiostes
3.11. Com bose nestas passagens, como você ocha ser
possível dizer que todo mundo é um teólogo? Nesse
caso. quol o diferença entre um bom teólogo e um mou
teólogo? Quol o diferenço entre um bom teólogo e um
melhor?

2. Edwords argumento que o verdadeira teologia - ver­


dadeiro conhecimento de Deus - não é apenas uma
questão do cabeça. Como argumentou no seu primeiro
sermão, cabeço e coração precisam estor juntos se o
verdadeiro conhecimento da teologia deve ser olcon-
çado. Qual é o diferença entre esses dois? Por que coda
um é importante no processo de aprendizagem? Quais
os perigos que podem surgir se enfatizarmos o cabeça
em detrimento do coração? Do ênfase do coroção em
detrimento do cobeço?

3. Edwards sustenta que muito conhecimento útil pode vir


de outras disciplinas e estudos - os ciêncios e outros
compos de conhecimento. De acordo com o que lemos
no Salmo 19.1-6 e em Romonos 1.18-21, por que se­
rio assim? No entonto, o que tomo o teologia tão mais
importante que esses outros campos de estudo? Como
deveriamos pensar sobre o relacionamento entre o teo­
logia e os outros ciêncios?

4. O amor é o fim de todo o estudo da teologia, de ocordo


com Edwords. Isto porece estar de acordo com o que
Jesus diz em Moteus 22.34-40, com o que Paulo ad­
moesto em 1 Timóteo 1.5 (cf. G1 5.6), e com o que João
afirma em lJoão 5.1-3. Em sua experiência, até que
ponto os seus postores e professores enfotizorom que
70 A busca do crescimento

ss suas instruções fosssm realments aprendidas resul­


tariam em amor por Deus s pelo próximo? Você acha
qus a comunidade cristã contemporânea, com todas as
nossas muitas atividades educacionais cristãs, conside­
ra a aprsndizagsm assim? Explique.

5. Como você explicaria a alguém o que Edwards quer


dizsr com “a grands tarsfa para a qual fomos fsitos”?
Qual é o relacionamento entre o nosso chamado como
discípulos ds Cristo s uma vida disciplinada ds aquisi­
ção ds conhscimsnto da tsologia? Qus tipos ds coisa
tsndsm a se interpor na nossa busca dsssa “grande ta­
refa”, nos impedindo ds executá-la tão obsdisntsmente
quanto deveriamos? Qus esforço você ssrá capaz ds fa-
zsr em sua vida ds maneira a ter mais tsmpo disponível
para “sssa grands tarefa”?
6

A TAREFA DO CRESCIMENTO CRISTÃO (1)

Edwards inicia uma discussão a favor da importância de todo


crente dedicar-se à tarefa de adquirir conhecimento divino. Não de­
vemos ser meramente informais ou desinteressados sobre este cha­
mado - “sem importância ”, como diz Edwards. Ao contrário, enten­
dendo que isto é o motivo de a razão nos ter sido dada,, epercebendo
as riquezas da verdade divina e até onde Deus foi para fazer sua
verdade conhecida a nós, deveriamos tomar esse chamado como
uma parte muito importante de nossa vida, dia-a-dia.

*
Os cristãos não deveríam contentar-se com os níveis de co­
nhecimento do teologia que já forom olcançodos. Não deverio
satisfozê-los conhecer tonto quanto é necessário poro o solvoção,
mos deveríom procurar progredir
O empenho para progredir em tol conhecimento não deveria
ser realizado como olgo sem importância, mos todos os cristãos
deveríam dele se ocupar. Deveríam encorá-lo como porte de suos
torefos diárias, e não umo porte pequeno. Deverio ser reolizodo
como umo parte considerável de seu chamodo moior.

A MORDOMIA DA RAZÃO

1. Nossa tarefa deveria indubitavelmente consistir em em­


pregar oquelas faculdades que nos distinguem dos feros no estudo
daquelos coisas que são o principal fim dessos faculdades.
72 A busca do crescimento

O motivo da razão
A razão pela qual nos foram dadas faculdades superiores
às dos brutos é qus nós, realmente, fomos projetados para um
trabalho superior. Aquilo que o Criador pretendeu que fosss
nosso maior trabalho é algo acima do pretendido para a fsra,
s para isso nos deu poderss superiores. Portanto, ssm dúvida,
deveriamos utilizar uma boa parte do nosso tsmpo na melho­
ria daquelas faculdades superiores. Mas a capacidade psla qual
somos principalmente diferenciados dos brutos é a faculdade
do entendimento. Segue-se, então, que deveriamos tornar nos­
sa tarefa principal a melhoria dessa faculdade, s ds nenhuma
mansira fazê-la desleixadamente. Ao tratar a melhoria dessa
capacidade como uma tarsfa ssm importância, estaremos, ds
fato, tratando a própria faculdade do entendimento como me­
nos importante que outras, enquanto é a mais alta faculdade
que temos.

A superioridade do entendimento sobre a sensação


Mas não podemos melhorar nossa faculdade intelectual a
não ser que melhoremos no conhecimento propriamente dito.
Portanto, aqueles que não ss importam com sssa tarsfa ds aper­
feiçoar o sntsndimento para ganhar conhscimsnto, mas qus são
principalmsnte dedicados aos seus poderss inferiores - agradar
aos ssntidos, s satisfazer os apetites animais - não apenas ss com­
portam como não cristãos, como também agsm como ss tivesssm
ssquscido qus são homsns, colocados acima dos brutos por Dsus,
ao dar a elss sntsndimsnto.
Dsus tem dado ao homem algumas coisas sm comum com
os brutos, como os sentidos extsrnos, os apetites físicos, a ca­
pacidade física ds prazer s de dor, s outras faculdades animais;
s sm outras coisas, o fez supsrior, a maior das quais é a facul­
dade do entendimento s da razão. Deus nunca deu ao homsm
essas faculdades para qus fossem sujeitas àquelas que ele tem
em comum com os brutos. Seria uma grands confusão, s o equi­
valente a tornar o homsm um ssrvo das fsras. Ao contrário, sle
tsm dado sssss poderss inferiores para que ssjam smprsgados
A tarefa do crescimento cristão (1) 73

em sujeição oo entendimento do homem; então, o homem deve


utilizar boa porte de seu tempo aperfeiçoando seu entendimento
pela aquisição do conhecimento. Se for ossim, segue-se que o
tarefo que deveria ocupar o maior porte de seu tempo é o de en­
tendimento na aquisição de conhecimento divino, ou o conheci­
mento dos coisos do teologia, pois o conhecimento delas é o fim
principal dessa faculdade. Deus deu oo homem essa faculdade
do entendimento, sobretudo poro que ele pudesse entender os
assuntos divinos.

A razão voltada para o conhecimento divino


Os pogãos mois sábios entendiam que o tarefa principal do
homem ero o aperfeiçoamento e o exercício de seu entendimento.
Mas não sobiom o assunto sobre o quol o entendimento deverio
ser aplicado. Muitos deles pensavam que oquelo ciência ero o fi­
losofia, e então se ocuporam em estudá-lo. Mos nós, que aprecia­
mos o luz do evangelho, somos mais felizes, e nesse particular
não somos deixados no escuro. Deus nos contou sobre quois coi­
sos nós devemos empregar nossos entendimentos, e nos deu um
livro cheio de instruções divinas, que descreve muitos assuntos
gloriosos que deveríam interessar os entendimentos de todos os
criaturas racionais. Essos instruções se adaptom o pessoas de to­
dos os capacidades e condições, e são apropriadas poro o estudo,
não apenos por homens letrodos, mas por pessoas de todo tipo, le­
trados e iletrodos, jovens e idosos, homens e mulheres. Portanto,
o aquisição de conhecimento nesses assuntos deverio ser umo ta­
refo importante pora todos os que têm o vantogem de opreciar os
Sogrodos Escrituras.

A excelência da verdade divina

2. As verdades da ieologia são uma exceeência supcrlattva,


e merecedora do esforço de todos poro crescer no conhecimento
delos.
74 A busca do crescimento

O tema da teologia
Eles sstão tão acima do que é tratado pslas outras ciências
quanto o céu está acima da terra. o próprio Deus, o eterno Triúno,
é o objeto principal dessa ciência: depois, Jssus Cristo, como
Deus-homsm s Mediador, s a gloriosa obra da redenção, a obra
mais gloriosa já feita: sntão, a grandiosidade do mundo cslsstial,
a gloriosa s sterna hsrança conquistada por Cristo s prometida no
evangelho; a obra do Espírito Santo nos coraçõss dos homens;
nosso dsvsr para com Deus, s a maneira psla qual poderemos nos
tomar como os anjos, s como o próprio Deus, sm nossa medida.
Tudo isto é objeto dsssa ciência.

Verdade divina: um grande tesouro


Coisas como essas têm sido o principal tsma ds sstudo dos
santos patriarcas, profetas s apóstolos, s os mais sxcelentss homsns
que já existiram; s também são o tema ds estudo dos anjos no céu
(lPs 110-12). São tão excelentes s merecedores ds atenção qus
conhecê-los é recompensa suficisnts por toda a dor s trabalho qus
porventura tivsram snquanto procuravam. Ss existisse um grands
tssouro ds ouro s pérolas, encontrado acidentalmente, s qus fosss
aberto com grande pompa ds sorts qus todos pudssssm ficar com
o que pudesssm carrsgar, não ficaríamos preocupados sm carrsgar
o máximo qus pudéssemos enquanto houvesss o tssouro? Mas o
tesouro do conhecimento divino, qus sstá contido nas Escrituras,
s está à disposição para qus todos juntem tanto quanto possam, é
muito mais rico qus ouro ou pérolas. Como todos os tipos ds ho-
msm, sm todo o mundo, sstão tão ocupados ajuntando riquezas!
Mas esss conhecimento é um tipo muito mslhor ds riqueza do qus
a riqusza qus slss psrssgusm tão diligentemente.

Cünhecimentü divinü
- A OCUPAÇÃO DE TODOS OS CRISTÃOS

3. Vesdades divvnaa não dii^e^m respeiio apenaa aoo pía^sco^r^^,


mas são de infinita importância para todos os cristãos.
A tarefa do crescimento cristão (1) 75

A eterna importância do conhecimento divino:


as doutrinas de Deus
As doutrinas do teologia diferem dos doutrinas do filosofia e
de outros ciêncios. As últimos gerolmente são pontos especulati­
vos, de pouco importância na vida humono e, quer os conheçamos
ou não, oferecem pequeno olteroção nos nossos interesses espi­
rituais ou temporais. Filósofos diferem sobre eles, alguns sendo
de uma opinião e outros, de outra. E enquanto estão engajados
em ocaloradas disputos sobre eles, outros podem deixá-los para
discutir entre si, sem o mínimo preocupação com eles e se algum
deles está certo. Mas não é ossim em assuntos do teologio. Essas
doutrinas se referem o codo um bem de perto, tratom da felicida­
de e da salvação eterna de codo homem. As pessoas comuns não
podem dizer: “Vamos deixor esses assuntos poro os postores e
teólogos; que discutom entre si; não temos noda o ver com isso”,
pois isso é de infinita importância poro cada um. as doutrinas que
têm o ver com o essência, com os atributos e subsistência de Deus
relocionom-se o todos, umo vez que é de infinita importância para
todos, em especiol para pastores, saberem que tipo de ser Deus é.
Pois ele é um Ser que fez o todos nós, “em quem nós vivemos, e
nos movemos, e existimos”; que é o Senhor de tudo; o Ser o quem
prestaremos contos; é o último fim do nosso ser, e o única fonte
de nosso felicidade.

As doutrinas de Cristo e do Espírito


As doutrinas que tombém se relacionam o Jesus Cristo e sua
mediação, suo encornoção, sua vido e morte, sua ressurreição e
oscensão, seu assento à mão direita do Pai, suo satisfação e inter-
cessão, têm muito o ver tonto com pessoos comuns quonto com
divinos. Elas estão numo posição de tonto necessidade quanto os
postores e seres divinos, por este Solvodor e um interesse na suo
pessoo e ofícios às coisas que fez e sofreu. O mesmo pode ser
dito dos doutrinas que tratam do justificação do pecador ou da
maneiro pela quol ele se torna interessado no medioção de Cristo.
E importante para todos. pois todos têm o mesmo necessidade
de justificação diante de Deus. Essa eterno condenação. à quol
76 A busca do crescimento

fomos todos naturalmsnte expostos, é igualmsnte terrível. Assim,


com rslação àquelas doutrinas que têm a vsr com a obra do Espí­
rito de Dsus no coração, na aplicação da rsdsnção ao nosso cha­
mado efetivo s santificação, tudo é igualmsnte relacionado. Não
há qualquer doutrina da teologia que não esteja de algum modo
relacionada com o interssss eterno ds cada cristão.

A EXTENSÃO DO TRABALHO DE DeUS


PARA NOS INSTRUIR

4. A parrtr das coosas que Deus tem festo para nos dar insttrs-
ção nsssss assuntos, posso concordar com sssa afirmação.

O presente da Escritura
Com relação às outras ciências, ele nos deixou por conta pró­
pria, à luz de nossa razão. No sntanto, já que as coisas divinas são
infinitamente mais importantes para nós, sle não nos deixou um guia
incsrto, mas sls mesmo nos deu uma revelação da vsrdade nssses
assuntos. Ele tem feito grandiosas coisas para comunicar s confir­
mar essa vsrdade a nós; levantando muitos profetas em diferentes
eras, inspirando-os imediatamente com o Espírito Santo s confir­
mando sua doutrina com inumeráveis milagres ou maravilhosas
obras extraídas do curso estabelecido da natursza. Sim, ele levantou
uma sucessão de profetas, que foi mantida por várias épocas.
Foi para este propósito que Dsus separou o povo ds Israsl
ds modo maravilhoso ds todos os outros povos, s o mantevs se­
parado, para lhe confiar os oráculos de Deus s comunicá-los ao
mundo a partir dele. Com frequência, ele também enviou anjos
para trazer instruções divinas aos homens; muitas vszes els mes­
mo apareceu em miraculosos símbolos ou representações ds sua
presença; nestes últimos dias, enviou ssu Filho ao mundo para ssr
seu grands profeta, para ensinar sua verdade divina (Hb 1.1). Deus
nos deu um livro de instruções divinas que contém o resumo da
teologia. Agora, Dsus fez essas coisas não apenas para a instrução
de ministros s homens letrados, mas para a instrução de todos os
A tarefa do crescimento cristão (1) 77

homens, de todos os tipos, letrados ou não, mulheres e crionços.


E, certamente, se Deus fez tois grandes coisos para nos ensinor
deveriamos fozer algo poro aprender.

A necessidade fervorosa de continuar a se


ocupar com essa tarefa
Dor instruções aos homens sobre esse assunto não é olgo
que Deus foço desleixodamente, oo contrário, ele tem se ocupado
com isto oo longo de longos e maravilhosos dispensoções, como
um assunto com o qual o seu coroção tenho sido enormemente
envolvido; e no Escrituro, às vezes, lemos que Deus começou de
madrugada o nos enviar os seus profetas e mestres: “Desde o dio
em que vossos pais soírom do terra do Egito até hoje, enviei-vos
todos os meus servos, os profetas, todos os dios; começando de
madrugada, eu vos enviei” (Jr 7.25). E, “... eu vos falei, come­
çando de madrugado” (v. 13). Esso é uma linguagem figuroda,
significando que esso torefo é de sumo importância pora Deus, e
na qual ele tomou enorme cuidado e seu coroção está muito en­
volvido, já que as pessoas não se dão ao trabalho de se levontar de
madrugada para se ocuparem com suos torefas. Se Deus está tão
envolvido em ensinar, não deveriamos ser negligentes em apren­
der, mas deveriamos fazer do crescimento em conhecimento uma
gronde parcelo de nossas vidas.

Questionário
1. O uso que Edwards faz do termo tarefa para catego­
rizar o estudo do verdade divino é umo escolho inte­
ressante de polovros, particulormente em nossos dias.
Tipicamente, como os pessoos tendem o pensar sobre
suos “ocupações”? Sua obordogem dessos “ocupações”
é caracterizado por quol tipo de “coisas”?

2. Não é ótimo o moneira como Edwards uso o expressão


“desleixodamente” poro classificar como nossa abordagem
78 A busca do crescimento

ao conhecimento divino não deve ssr? O qus você acha


qus sle tinha em mente ao escolher esse tsrmo? Com
o que ss parecería uma pessoa qus tivesss uma atituds
descortês ou casual com relação à aquisição da verdade
divina? Você acha qus a maior parte dos cristãos hoje é
de “profissionais” ou de “desleixados” na busca do co­
nhecimento da verdade divina?

3. Edwards diz qus nossa razão, ou entendimento, nos foi


dada para nos ssparar dos animais. Quando colocamos
a razão de lado s vivsmos nossas vidas apsnas para a
satisfação de nossos apstitss tsmos, com efeito, negado
nossa humanidade. Como você podsria dizer se uma
psssoa estivesse mais intsrsssada em satisfazer seus
apetites que usar seu sntsndimsnto para adquirir co­
nhecimento divino? Com o quê tal pessoa ss parscsría?
Como ssu tsmpo seria utilizado com sssas atividades?
Como ssriam suas prioridades?

4. Edwards nos mostra que Deus tsm uma atitude muito


“profissional” em rslação a tomar a verdads divina dispo­
nível a nós. Ele fez muito por nós. Resuma os argumen­
tos de Edwards aqui. Você já psnsou sobre o processo
usado por Dsus para nos dar sua Palavra dssta maneira?
Será que o entendimento da snormidads do que Deus fez
para nos dar sua Palavra - s para prsservá-la ao longo ds
todos estes séculos - afeta de algum modo sua atitude
para com a Escritura?

5. Edwards insiste mais de uma vez que a vsrdads divina


é importante para cada cristão, s não apenas para teólo­
gos s ministros. Você acha qus a maior parte dos cris­
tãos concordaria com Edwards nssse ponto? Por qus
sim ou não? Qual deveria ser o papsl de pastorss s pro­
fessores no ensino reforçado dssss ponto aos membros
de suas igrsjas? Como os membros da igrsja poderíam
encorajar seus pastorss s professores a fazê-lo?
7

A TAREFA DO CRESCIMENTO CRISTÃO (2)

Edwards continua sua discussão sobre a importância de todos


os cristãos se dedicarem à tarefa de crescer no conhecimento cris­
tão. A grande quantidade de revelação na Escritura, a inadequação
constante de nosso conhecimento, a natureza de nosso chamado, a
nomeação de Deus para professores e alunos, e a necessidade do
esforço pela excelência na verdade divina - tudo concorda para que
cada crente realize essa tarefa com diligência e devoção.

O GRANDE VOLUME DA ESCRITURA

5. Pode-se discutir a partir da abundância de instruções que


Deus nos deu, da amplitude daquele Livro que Deus nos deu poro
nos ensinar teologio, e o partir do grande variedade nele contida.

A absoluta quantidade de revelação na Escritura


Muito foi ensinado por Moisés e seus ensinos nos forom
transmitidos; depois disso, outros livros forom acrescidos, de
tempos em tempos; muito nos foi ensinodo por Dovi e Salomão;
pelos profetos. No entonto, Deus não achou tudo isso suficiente
e enviou depois Cristo e seus apóstolos, pelos quois um gronde e
excelente tesouro foi acrescentado oo Sonto Livro, que deve ser
nosso regro no estudo desse importante ossunto.
Esse livro foi escrito poro ser usodo por todos; todos são
orientados a procurar os Escrituras: “Examinais a» Escrituras.
porque julgoi ter nelos a vido eterna, e são elos mesmos que
80 A busca do crescimento

testificam ds mim” (Jo 5.39); s “Buscai no livro do Senhür e


lsds” (Is 34.16). Aquslss que leem s sntsndem são declarados
abençoados: “Bem-aventurados aquslss qus leem s aqueles que
ouvem as palavras da profecia” (Ap 13). Ss isso é verdads em re­
lação ao livro ds Apocalipse, muito mais o é sm rslação à Bíblia
sm gsral. Não devsmos acreditar que Dsus teria dado instruções
sm tal abundância ss sls prstsndesss qus o rscebimsnto dsssas
instruções fosss assunto secundário para nós.

A ABUNDÂNCIA DA ESCRITURA DADA

PARA SER ENTENDIDA

Dsvemos considerar qus todas essas abundantes instruções


que estão contidas nas Escrituras foram escritas para que fosssm
entendidas; ds outra mansira, não seriam instruções. Aquilo qus
não é dado ds modo que o aluno possa aprsndsr, não é dado para
a instrução do aluno. A não ssr que nos smpenhsmos para crescsr
no conhecimento da teologia, uma grande parte daquelas instru­
ções será inútil para nós, pois podemos rsceber benefício apenas
das Escrituras qus entendemos. Tsmos razão para agradscsr a
Deus por nos ter dado tão variada s abundante instrução sm sua
Palavra; mas estaríamos sendo hipócritas ss, fazendo isso, nos
contentássemos com pouca instrução.
Quando Deus abre um grande tesouro diants ds nós, para
suprir nossos dessjos, nós agradecemos sua generosidade; ss, ao
mssmo tsmpo, sstivsrmos desejosos ds ficar sem a maior parts do
tesouro porqus somos muito preguiçosos para ajuntá-lo, não esta­
remos mostrando a sinceridade ds nossa gratidão. Hojs estamos
sob maiores vantagens para adquirir conhecimento na teologia do
qus a» psssoas ds outrora, porqus dssds aquels tsmpo o cânon da
Escritura está aumentado. Mas ss somos nsgligentss sm nossas
vantagens, podemos nunca ssr melhores qus slas s permanecer
com pouco conhecimento tanto quanto elas.
A tarefa do crescimento cristão (2) 81

HÁ sempre espaço para aprender mais

6. Não importa tanto quanto diilgentemente nos dedicarmos,


sempre há espoço suficiente para aumentar nosso conhecimento
no verdade divina.

Sem desculpas!
Ninguém pode usar o desculpa de que sobe tudo pora não se
aplicar diligentemente à aquisição do conhecimento na teologia;
nem pode usar o desculpa de que não precisa se aplicar diligen­
temente para aprender tudo que há para ser aprendido. Ninguém
pode se desculpar por desejar uma tarefa na qual pode se ocupor.
Há espoço suficiente paro nos ocuparmos eternomente nessa ciên­
cia divina, com o maior dedicação. Aqueles que mois se dedica­
ram e que mais estudaram, e que fizeram os maiores reolizoções
nesse conhecimento, conhecem apenas um pouco do que há para
ser conhecido. O ossunto é inesgotável. Esse ser divino, que é o
principal tema desso ciência, é infinito, e não há fim para o glória
de suas perfeições. Suos obras são, oo mesmo tempo, maravilho­
sos e perfeitos, especialmente a obra da redenção, com o qual o
ciêncio do teologio é familiarizado, e está repleto de maravilhas
inescrutáveis.

Um tema para uma vida de estudo


A Palavro de Deus, que nos é doda para instrução na teolo­
gia, contém o suficiente paro nos manter ocupados até o fim de
nossas vidos, e então deixaremos assuntos não investigados em
quantidade suficiente pora manter ocupodos os cobeços dos seres
divinos mois copazes até o fim do mundo. O salmista encontrou
um fim para os coisos que são humanos, mos ele nunca pôde
encontrar um fim para os coisos contidas na Palavra de Deus:
“Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o teu man­
damento é ilimitado” (SI 119.96). Há o suficiente nessa ciêncio
divina para engojar o entendimento de sontos e anjos por todo o
eternidade.
82 A busca do crescimento

Para sermüs excelentes em nüssü chamadü

7. Sem dúvida, todos estão smpsnhados em brilhar no co­


nhecimento das coisas que dizem rsspsito às suas profissões, ou
ao seu principal chamado; isso diz rsspsito a todo mundo.

Chamados para viver para Deus


Ss a excelência sm qualquer coisa interessa aos homens, ou
em qualquer sabedoria ou conhecimento, csrtamsnts lhes interes­
sa sobressair nos assuntos de sua principal profissão ou trabalho.
Mas o chamado s o trabalho de cada cristão é para viver para
Deus. É chamada a sua “... soberana vocação” (Fp 3.14). Esta é
a tarefa, s, se posso dizer, a profissão ds um cristão, seu trabalho
principal. Nsnhum nsgócio devsria ser feito por um cristão que
não fosse, de uma maneira ou de outra, uma parts deste. Portanto,
o cristão dsvsria se esforçar para conhecer bsm essas coisas que
psrtencsm a sssa obra, para que possa realizá-la plsnamsnts s ser
completamsnts provido por ela.

Uma analogia da vida


Torna-se alguém chamado para ser um soldado, para ss so­
bressair na arte da guerra. Toma-se um marinheiro, para ss so­
bressair na arte da navegação. Toma-se um médico, para ss so­
bressair no conhecimento daquelas coisas que ss referem à arte
do físico. Assim tomam-ss todos os que professam ser cristãos,
a dsdicarsm suas vidas à prática do cristianismo, a se esforçarem
para ss sobressair no conhecimento da teologia.

As indicações de Deus para esse grande fim

8. Pode-ss argumentar, então, que Deus tem indicado uma


ordsm de homsns para esse fim, para assistir psssoas na aquisição
do conhecimento nsssas coisas.
A tarefa do crescimento cristão (2) 83

O dom dos mestres


Deus os tem apontado para serem mestres (ICo 12.28), e
tem colocado alguns na igreja; primeiro, apóstolos; em segundo
lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres, “... ele mesmo conce­
deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evan­
gelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfei­
çoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.11-12). Se Deus os separou
para serem mestres, fazendo disto seu trabalho, então ele fez a
comunicação do conhecimento responsabilidade deles. Mas que
tipo de conhecimento? Não o conhecimento da filosofia, ou de
leis humanas, ou de artes mecânicas, mas da teologia.

Chamados para ser alunos


Se Deus determinou que alguns fossem mestres, é óbvio que
é tarefa de outros serem alunos; professores e alunos são corre-
latos, e um nunca pode existir sem o outro. Deus não fez a tarefa
de alguns sentir o dor de ensinar aqueles que não são obrigados o
sentir o dor de aprender. Ele não ordenou ministros o se gastarem
com o objetivo de comunicar conhecimento àqueles que não são
obrigados o se oplicor o recebê-lo.
No Novo Testamento, os cristãos são comumente chamodos
de discípulos, que significa aluno ou aprendiz. Todos os cristãos
são colocados na escola de Cristo, onde o torefo é oprender, ou
receber conhecimento de Cristo, professor e mestre, e daque­
les professores inferiores indicados por ele para instruir em seu
nome.

Deus deseja que todos os cristãos aprendam

9. Nas Escrituras, Deus revela claromente seu desejo que


todos os cristãos diligentemente se esforcem pora se sobressair
no conhecimento dos coisos divinas.
84 A busca do crescimento

Todos os cristãos deveríam ser enriquecidos


no conhecimento
A vontade rsvelada ds Deus é que cristãos não apenas te­
nham conhecimento das coisas dessa natureza, mas que também
dsvam ser enriquecidos com todo o conhecimento. “Semprs dou
graças a [msu] Deus a vosso rsspsito, a propósito da sua graça,
qus vos foi dada sm Cristo Jssus; porqus, sm tudo, fostes en­
riquecidos nsle, sm toda a palavra s em todo o conhecimento’'
(ICo 1.4-5). Assim o apóstolo fsrvorosaments ora para que os
crsntss em Filipos possam abundar mais s mais, não apsnas sm
amor, mas sm conhecimento cristão; “... que o vosso amor au­
mente mais s mais em pleno conhecimento s toda a percepção"
(Fp 1.9). E o apóstolo Pedro aconselha; “reunindo toda a vossa
diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o
conhecimento" (2Pe 1.5).

Não se acomodem aos princípios elementares, mas


prossigam
E o apóstolo Paulo, no capítulo seguinte do tsxto já referi­
do,1 aconselha os cristãos hebreus a abandonarem os primeiros
princípios das doutrinas ds Cristo, s seguirem para a psrfsição.
De nenhuma mansira, sls os teria firmado apenas naquelas dou­
trinas fundamentais de arrependimento, ds fé, s da ressurreição
dos mortos, s do julgamento eterno, em que foram instruídos
por ocasião do batismo, na sua primeira iniciação no cristia­
nismo (vsr Hb 6).

Questiünáriü
1. Rsveja o capítulo anterior, com ests. Em suas próprias
palavras, resuma a apresentação ds Edwards sobre

1 O texto é Hebreus 5.12. Edwards aparentemente considerava Paulo o autor da


epístola aos Hebreus.
A tarefa do crescimento cristão (2) 85

o crescimento em conhecimento da verdade divina.


Você acha os argumentos dele convincentes? Por que
sim ou não?

2. Imagine-se em pé diante de Deus, prestando relatório


de sua administração de seu chamado como um “aluno
na escola de Cristo”. Usando cada um dos argumentos
de Edwards, um de cada vez, explique-se ao Senhor.
Até que ponto você tem, nesta altura de sua vida, con­
siderado e dado ouvidos a esses argumentos, e como
sua resposta a eles reflete-se nos seus hábitos de estudo
como um discípulo de Cristo?

3. Há espaço para melhorar a sua vida nessa área de aquisi­


ção de conhecimento da verdade divina? Dentre outras
coisas, a melhoria dessa área irá requerer um melhor
uso de seu tempo. Quais são algumas das coisas que
você provavelmente deixará de fazer para ter tempo
para crescer no conhecimento cristão? Você acha que
valeria a pena esse sacrifício?

4. Edwards diz que o aluno deve “sentir dor” para realizar


o chamado de Deus. Aprender é uma tarefa difícil (ver
Ec 1.13). À medida que você começa a pensar em se
dedicar mais diligentemente a esse esforço, que tipos
específicos de “dor” você está antecipando ter de re­
solver? Que dificuldades, lutas e obstáculos estão lá na
sua frente? Lembrando da lição de Edwards no seu pri­
meiro sermão, que todo o conhecimento de Deus vem
pelo seu gracioso Espírito, como você poderia se pre­
parar agora, e de modo contínuo, para lidar com essas
“dores”?

5. Vamos começar com as coisas que você já está fazendo


para consolidar o que estava para morrer (Ap 3.2). Em
cada uma das áreas a seguir, como você pode começar
a ter uma atitude mais profissional em relação ao cres­
cimento no conhecimento cristão?
86 A busca do crescimento

a. Suas dsvocionais diárias


b. Sua atenção à pregação
c. Seu envolvimento nos estudos bíblicos
d. Seu estudo s lsitura pessoais
8

AS VANTAGENS DO CONHECIMENTO CRISTÃO

Após uma breve revisão de seu argumento até aqui, Edwards


inicia uma explicação das muitas vantagens de nos engajarmos na
tarefa de ganhar conhecimento cristão. E a melhor maneira de em­
pregar o nosso tempo e um nobre esforço. Crescer nas coisas divi­
nas é agradável e pode ser muito útil na vida de fé. Temos muitas
vantagens e boas oportunidades para crescimento que estão dispo­
níveis para nós. E crescer nas coisas divinas pode nos ajudar a lidar
com a adversidade.

*
Revisão

Considerem a si mesmos alunos ou discípulos, colocados


dentro da escola de Cristo, e então sejam diligentes para alcançar a
competência no conhecimento cristão. Não se contentem com isto,
com o fato de terem sido ensinados no catecismo na infância, e de
saberem o necessário sobre os princípios da religião para a salva­
ção; do contrário, serão culpados de não ir além do fundamento do
arrependimento pelas boas obras, como o apóstolo os adverte.
Vocês são chamados para ser cristãos, e esta é sua profis­
são. Esforcem-se, portanto, para adquirir conhecimento nas coi­
sas relativas à sua profissão. Que não haja razão para os seus
professores reclamarem de que, enquanto eles se doam para
comunicar conhecimento, nenhuma dor ou esforço vocês fazem
para aprender. E um grande encorajamento para um instrutor
ter tal assunto para ensinar, como fazer da aprendizagem um
88 A busca do crescimento

negócio, moldando suas msntss a isto. O ensino toma-ss um pra­


zer, quando de outra sorte ssria uma tarsfa pesada s incômoda.
Todos vocês possuem por perto uma larga porção do conheci­
mento divino, já que a Bíblia sstá em suas mãos; portanto, não ss
contentem com possuir um pouco desse tesouro. Dsus tem falado
muito a vocês nas Escrituras; trabalhem para entender o máximo que
possam do que ele disse. Dsus os fez criaturas racionais; portanto,
não deixem que essa nobre faculdade da razão ou sntendimsnto ssja
negligenciada. Não fiquem satisfeitos com a quantidade ds conheci­
mento que é jogada no caminho ds vocês, recebida, inevitavelments,
pela constante fixação da verdade divina na pregação da Palavra,
qus são obrigados a ouvir, ou recebida acidsntalmsnts sm conver­
sação. Mas tomsm essa busca pelo conhecimento divino uma tarefa
toda de vocês, s façam-na com a mesma diligência s trabalho encon­
trados nos homens que cavam nas minas ds prata s ouro.
Aconselho especialmente aqueles que são jovsns a se es­
forçarem dssss modo. Os homsns nunca são vslhos dsmais para
aprender, mas a época da juvsntuds é sspscialmsnts o tsmpo para
o aprendizado; é sspecialmente apropriado para adquirir s arma­
zenar conhecimento.
Ainda, para estimular a todos, jovsns s idosos, para essa ta­
refa, posso acrescentar:

Um recursü de empregü rentável

1. Ss você se dsdicar diligentsments a essa tarefa, não de­


sejará emprsgo quando estivsr de folga do ssu trabalho secular.
Dsste modo, você podsrá encontrar algo sm que podsrá se ocupar
de maneira rentável.

Mais do que simples ociosidade


Você encontrará algo mais para fazer além de ir de casa em
casa, passando uma hora após outra em conversas inúteis, ou, na
mslhor das hipóteses, para nsnhum propósito a não ser a satisfa­
ção psssoal, snchsr s passar o tempo. E dsve-ss tsmsr que muito
As vantagens do conhecimento cristão 89

do tempo usado nas visitas noturnas é utilizado para um propósito


muito pior do que aqueles já aqui mencionados. Salomão nos diz
que “No muito falar não falta transgressão” (Pv 10.19). E isto não
é verdade naqueles que encontram nada mais a fazer do que ir às
casas uns dos outros e passar o tempo falando sobre o assunto que
vier à mente?

Mais do que sempre buscar distração


Alguma distração é, sem dúvida, legítima. Mas usar tanto do
seu tempo, tantas longas noites, naquelas conversas que levam à
distração e ao entretenimento, ou algo pior, é um jeito pecamino­
so de se passar o tempo para os cristãos, e leva à pobreza da alma,
no mínimo, se não à pobreza real: “Em todo trabalho há proveito;
meras palavras, porém, levam àpenúria" (Pv 14.23). Além disso,
quando as pessoas não têm mais nada para fazer por tanto tempo,
mas sentar e conversar, e bater papo, há um grande perigo de cair
em conversas idiotas e pecaminosas, expondo suas tendências
corruptas para falar contra os outros, expressando seus ciúmes e
suposições maléficas sobre seus vizinhos, sem considerar o que
Cristo havia dito: “... de toda palavra frívola que proferirem os
homens, dela darão conta no Dia do Juízo” (Mt 12.36).

Mais do que brincar com a tentação


Se você agisse em conformidade com o que tem ouvido des­
sa doutrina, encontraria algo mais para empregar seu tempo em
vez de disputas, ou falar sobre aqueles assuntos públicos que le­
vam a disputas. Os jovens poderíam achar algo mais para fazer
em vez de usar o tempo em companhias vãs; algo mais lucrativo,
que resultasse em bem, que os tirasse do caminho da tentação e
os colocasse mais no caminho da responsabilidade e da bênção
divina. E até pessoas idosas teriam algo com o que se ocupar,
após se tornarem incapazes de trabalho físico. Seu tempo, como
agora é com frequência o caso, não seria um fardo pesado em
suas mãos, já que tanto o benefício quanto o lazer estariam enga­
jados na busca das Escrituras, e na comparação e meditação das
várias verdades nelas encontradas.
90 A busca do crescimento

Um nübre investimentü dü tempü

2. Este seria um modo nobre de investir seu tempo. O Es­


pírito Santo assim classifica os crentes de Bereia, pois diligents-
msnts ss ocupavam nssta tarefa: estes de Bereia eram mais
nobres qus os de Tessalônica; pois rscsbsram a palavra com toda
a avidsz, examinando as Escrituras todos os dias para vsr se as
coisas eram, de fato, assim” (At 17.11).

A ocupação no céu
Ssmslhants a sssa é a ocupação no céu. Os habitantes
daquels mundo passam muito de seu tempo na busca de grandss
coisas da teologia, s se esforçando para adquirir conhecimento
dslas, como nos é dito dos anjos: “... coisas essas que anjos ane­
lam psrscrutar” (lPs 1.12).

Nossa ocupação para toda a eternidade


Isto vai sstar de acordo com o que se espera ser sua ocupação
por toda a sternidads, já que, sem dúvida, espsra-ss ter a mesma
ocupação que os anjos ds luz. Salomão diz: “... a glória dos reis é
ssquadrinhá-las” (Pv 25.2); s, certamente, sobrs todos os outros,
buscar os assuntos divinos. Agora, se ssta é a honra até de reis,
não é honra igualmente sua até muito maior?

Um müdü agradável de aperfeiçüar ü tempü

3. Este é um modo agradável de melhorar o tempo. O co­


nhecimento é agradável s encantador às criaturas intsligsntss s,
acima de tudo, o conhecimento das coisas divinas, pois nslas es­
tão as mais sxcslsntss vsrdadss s os mais bonitos s amigáveis
objstos a ssrem vistos. Não importa quanto tsdioso o trabalho
necessário possa ssr, ainda assim o conhscimsnto uma vez obtido
retribuirá ricamsnts as dorss sentidas para obtê-lo “... a sabedoria
sntrará no teu coração, s o conhecimento será agradável à tua
alma” (Pv210).
As vantagens do conhecimento cristão 91

Esse conhecimento útil

4. Esse conhecimento é extremamente útil na prática cristã.


Ter conhecimento da teologia traz grandes recursos e vantagens
para o conhecimento espiritual e salvador, pois nenhum dos meios
de graça tem um efeito salvador sem que seja pelo conhecimento
que comunicam.

Veremos melhor a glória de Deus


Quanto mais conhecimento racional das coisas divinas você
possuir, tanto mais oportunidades haverá, quando o Espírito for
soprado no seu coração, de ver a excelência dessas coisas e de
provar a sua doçura. Os pagãos, que não possuem conhecimento
racional das coisas do evangelho, não têm oportunidade de ver
a sua excelência; portanto, quanto mais conhecimento racional
você tiver dessas coisas, tanto mais terá oportunidade e vantagem
de ver a excelência divina e sua glória.

Cumpriremos melhor nossa responsabilidade


Mais uma vez, quanto mais conhecimento das coisas divinas
tiver, tanto melhor você conhecerá sua responsabilidade; seu co­
nhecimento será muito útil para lhe direcionar em determinados
casos. Você também estará mais bem equipado contra as tentações
do diabo. Pois o diabo com frequência se aproveita da ignorância
das pessoas para bombardeá-las com tentações que, de outra
sorte, não teriam nenhum poder sobre elas. Ao ter mais conhe­
cimento, terá mais vantagens para se conduzir com prudência e
discrição na sua caminhada cristã e, portanto, viver muito mais
para a honra de Deus e da religião. Muitos que têm boas inten­
ções e estão cheios de um bom espírito, no entanto, por falta de
prudência, agem de modo a ferir a religião. Muitos têm zelo por
Deus, que fazem mais mal que bem, porque não é de acordo com
o conhecimento iRm 10.2). A razão pela qual homens bons não
se comportam bem em muitas ocasiões, não é tanto que lhes
falta graça, mas é que lhes falta conhecimento. Além disso, um
aumento de conhecimento seria uma grande ajuda para conversas
92 A busca do crescimento

útsis. O conhecimento lhs daria assunto para conversas quando


estiverem juntos, ou quando visitarem vizinhos; assim, ssria me­
nos tentado a usar o tempo naquslas conversas qus machucam a
você s aos outros.

Vantagens para ü crescimentü

5. Considere as vantagens que tem para crsscer no conheci­


mento da teologia.

Mais da revelação de Deus


Temos muito mais vantagens na aquisição dssse conheci­
mento hojs do qus o povo ds Deus no Antigo Testamento, tan­
to porqus o cânon da Escritura está muito maior desde aqusle
tsmpo, quanto também porqus verdadss evangélicas estão agora
muito mais claraments reveladas. Assim, homens comuns têm
agora mais vantagens, em certos sentidos, ds conhscer mais do
que os grandss profetas ds sntão. Portanto, o que Cristo disss
é aplicável num sentido a nós, “Bem-avsnturados os olhos qus
vesm as coisas que vós vsdss. Pois su vos afirmo que muitos pro­
fetas s rsis quiseram vsr o qus vsdss s não viram; s ouvir o qus
ouvis s não ouviram” (Lc 10.23-24).

Disponibilidade de material impresso


Nós tsmos, sm certo ssntido, vantagens muito maiores ds
adquirir conhscimsnto, agora nsstes últimos anos da igrsja, do
que os cristãos ds outrora. A razão principal é a arte da impres­
são, dada por Dsus como benefício, s pela qual Bíblias s outros
livros ds teologia são multiplicados, s as psssoas estão mais bem
equipadas agora com ajuda para a obtenção do conhecimento
cristão, numa proporção mais fácil s mais barata do qus anterior-
ments estariam.
As vantagens do conhecimento cristão 93

Força para nos defendermos

Não sabemos que oposição nós podemos encontrar, tendo


em vista os princípios religiosos que defendemos. Sabemos que
há muitos adversários do evangelho e de suas verdades. Se real­
mente abraçamos aquelas verdades, devemos esperar ser ataca­
dos por tais adversários; e a menos que sejamos bem informa­
dos a respeito das coisas divinas, como seremos capazes de nos
defender? Além disso, o apóstolo Pedro diz ser nosso privilégio
sempre estarmos prontos a dar uma resposta a todo homem que
nos pergunta a razão da fé que há em nós. Mas não podemos fazer
isto sem considerável conhecimento das coisas divinas.

Questionário
1. Edwards insiste que aqueles que acreditam em Jesus
são chamados para a profissão de serem cristãos. Toda
profissão tem padrões e práticas que limitam seus
membros. Como vimos nestes dois primeiros sermões
até agora, que padrões e práticas são essas que aqueles
que confessam a Cristo são obrigados a manter?

2. Edwards acredita que usar o tempo lendo e estudando a


Palavra de Deus é muito melhor que desperdiçar tempo
em diversões frívolas. Se ele tivesse escrito esta seção
hoje, em oposição ao início do século 18, que tipo de
diversões ele teria escolhido como desperdiçador de
tempo? Fazer qualquer dessas coisas serve para usar
quanto de seu tempo? Por que achamos essas coisas
tão atraentes se comparadas a passar tempo, digamos,
aprendendo a respeito do Senhor?

3. Edwards afirma que crescer nas coisas divinas é nobre


e agradável. “Nobre” em que sentido? Você já experi­
mentou um estudo prolongado, intenso da Palavra de
Deus como agradável? De que modo? Há coisas que
94 A busca do crescimento

você acha mais agradáveis que o estudo da Palavra de


Dsus (dê uma olhada na mansira como usa o seu tsm­
po)? Mas há coisas mais nobrss?

4. Faz ssntido que quanto mais nós soubermos da verdade


espiritual, tanto mais capazss ssremos de servir ao
Ssnhor e ds resistir ao inimigo de nossas almas. Pode
compartilhar uma experiência na qual você viu isto ssr
vsrdade na sua vida? Faz ssntido pensar que ss pudes­
se aprender mais podsria ssperar tsr mais experiências
assim?

5. Você acha que Edwards ss tivesse sscrito a seção so­


bre a impressão hojs desejaria sxpandi-la? Que tipos
ds coisa ele podsria tsr incluído? Quais dos muitos re­
cursos s oportunidades para o crescimento no conhe­
cimento cristão você sstá atualmente usando de modo
regular na sua caminhada com o Senhor?
9

Crescendo no conhecimento cristão

Ao concluir este sermão, Edwards apresenta sete sugestões sá­


bias e altamente práticas para começarmos a progredir na aquisi­
ção do conhecimento da verdade divina.

E agora algumas orientações para a aquisição do conheci­


mento cristão.

Leia as Sagradas Escrituras


1. Leia constantemente as Sagradas Escrituras. Essa é a
fonte da qual todo o conhecimento na teologia deve se originar.
Portanto, esse tesouro não deve ser negligenciado. Todos os que
possuem entendimento comum, que sabem ler, podem se familia­
rizar com as Escrituras, se desejarem. E que excelente conquista
seria!

Estude as Sagradas Escrituras


2. Não se contente apenas com uma leitura superficial, sem
dar atenção ao sentido. Esta é uma maneira errada de se ler a que
muitos se acostumam, todavia, por toda a vida. Quando você ler,
observe o que lê. Observe como as coisas acontecem. Perceba a
tendência do texto e compare uma passagem com outra, pois a
96 A busca do crescimento

Escritura, psla harmonia ds suas diferentes partes, lança gran-


ds luz sobre si mesma. Somos sxprsssaments direcionados por
Cristo a buscar as Escrituras, qus svidentements têm a intenção
ds algo mais do qus uma msra lsitura superficial. E usar implica
encontrar o significado da Escritura. Quando a explicação é dada
pela pregação, prsste atsnção; s ss um tsxto qus você não enten­
dia foi esclarecido a contento, marque-o s, ss possível, lsmbrs-ss
dsls.

Estude livrüs de teülügia


3. Adquira s uss diligsntsments outros livros qus possam
ajudá-lo a crescer nesss conhecimento. Existem muitos livros
excelentes que podem grandements impulsioná-lo nssss conhe­
cimento, s proporcionar um entretenimento agradável s útil nas
suas horas ds lazsr. Ssm dúvida, há um dsfsito sm muitos, uma
quase relutância sm gastar dinheiro em livros, s ss equipar com
mais rscursos dessa natursza. Elss têm rsalmsnts alguns livros s,
nos sábados, os lsem; mas elss os têm há tanto tempo s os lssm
tantas vezes qus sstão cansados deles, s a história ss toma cansa­
tiva, s a sua leitura é apsnas uma tarsfa.

Melhüre a conversa
4. Melhore a conversa com outros para ssss fim. Quanto
uma pessoa poderia promover do conhscimsnto nas coisas di­
vinas, umas das outras, ss melhorasse as conversas? Ss os ho­
mens que são ignorantes não tivssssm vsrgonha ds mostrar sua
ignorância, s estivessem desejosos ds aprsndsr com outros?
Ss aqusles qus possuem conhecimento o comunicassem, ssm
orgulho s ostentação? Ss todos sstivesssm mais dispostos a parti­
cipar ds tais conversas já qus ssriam para a edificação s instrução
mútuas?
Crescendo no conhecimento cristão 97

Busque aplicações práticas


5. Não busque crescer em conhecimento principalmente
pelo aplauso, ou para capacitá-lo a disputar com outros; mas o
busque para o beneficio de suas almas e para a vida prática. Se o
aplauso é o seu fim, você não será facilmente levado ao conhe­
cimento da verdade, mas pode justamente, como com frequência
é o caso daqueles que se orgulham de seu conhecimento, ser le­
vado ao erro para a própria perdição. Sendo este seu objetivo, se
obtivesse mais conhecimento racional, certamente não seria de
nenhum benefício para você, mas o orgulho o ensoberbeceria: “O
saber ensoberbece” (1 Co 8.1).

Busque a direção e a bênção de Deus


o. Busque a Deus, para que ele o direcione e o abençoe na sua
busca pelo conhecimento. Esta é a orientação do apóstolo: “Se...
algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos
dá liberalmente e nada lhes impropera” (Tg 1.5). Deus é a fonte
de todo o conhecimento divino: “... o Senhor dá a sabedoria, e da
sua boca vêm a inteligência e o entendimento” (Pv 2.6). Trabalhe
para ser sensível à sua própria cegueira e ignorância, e à sua ne­
cessidade da ajuda de Deus, senão será levado ao erro em lugar do
verdadeiro conhecimento: “Se alguém dentre vós se tem por sábio
neste século, faça-se estulto para se tomar sábio” (1 Co 3.18).

Pratique o q»e aprender

7. Pratique de acordo com o conhecimento que possui. Esta


é a maneira de aprender mais. O salmista calorosamente reco­
menda essa maneira de buscar conhecimento na verdade divina,
por experiência própria: “Sou mais prudente que os idosos,
porque guardo os teus preceitos” (Sl 119.100). Cristo também
recomenda o mesmo: “Se alguém quiser fazer a vontade dele,
98 A busca do crescimento

conhscsrá a rsspsito da doutrina, ss ela é de Dsus ou ss eu falo


por mim mssmo” (Jo 7.17).

Questiünáriü
1. Vamos começar pensando sobre um plano para crescer
no conhecimento da verdads divina - crescendo no Es­
pírito de Deus. Rsviss cada uma das sete ssçõss nssts
capítulo s julgus seu uso dessas sugestões, dando uma
nota de 1 a 10, ssndo 10 a nota maior. Por que você dsu
a nota escolhida sm cada caso?

a. Lsndo a Palavra de Dsus:


b. Estudando a Palavra de Deus:
c. Lendo livros teológicos:
d. Falando com outros sobre verdade espiritual:
s. Buscando aplicações práticas:
f. Buscando a direção s a bênção de Dsus:
g. Praticando o que aprendeu:

2. Em qual dessas recomendações você mais precisa de


melhoria? O qus será preciso fazsr para comsçar a
melhorar nsssas ársas? O que pods impedir você de
fazê-lo? Quais ssrão as consequências do fracasso em
fazê-lo? O que poderia esperar se você começasse a
melhorar nessas ársas e começasse a crsscsr no Espíri­
to de Deus?

3. Quanto ds suas conversas semanais com outras psssoas


é dedicado às coisas espirituais? Edwards menciona vá­
rias coisas que podsm impsdir de nos tomarmos mais
envolvidos em tais conversas. Quais são slas? O que
você supõe qus seria necessário para ajudar alguém a
“ss tornar mais disposto a participar dsssa conversa”?
Ds acordo com Edwards, qual deveria ssr o alvo des­
sas conversas? Como poderiamos ssr capazss ds dizer
Crescendo no conhecimento cristão 99

quando nossa contribuição para qualquer conversação


está contribuindo para atingir esse alvo?

4. Edwards nos lembra, na seção seis deste capítulo, que


todo o aprendizado vem de Deus - que foi o ponto de
seu primeiro sermão. Isto faz da oração, do esperar no
Senhor, da reflexão e da meditação, e assim por diante,
partes muito importantes da ocupação de aquisição de
conhecimento cristão. Você pode pensar em algumas
maneiras pelas quais pode tornar a oração uma parte
mais importante na busca de seu crescimento no Espí­
rito de Deus? Existe alguém com quem você possa se
ligar num relacionamento de oração, para encorajar e
orar com você? Como você poderia esperar se benefi­
ciar com esse relacionamento?

5. Revise os alvos estabelecidos no início deste estudo


no final do capítulo um. Você está fazendo algum pro­
gresso no sentido de realizá-los? De que maneiras? Há
necessidade de rever seus alvos?
Parte 3

O peregrino cristão
10

O CAMINHO DO VIAJANTE

Tendo nos mostrado como o crescimento no Espírito de Deus


acontece à medida que buscamos o conhecimento das coisas divinas
à luz de sua Palavra e de seu Espírito, Edwards agora nos chama
a uma vida de busca ao Senhor pela santidade. Ele nos mostra que
crescer no Espírito de Deus tem um foco específico e é um processo
para a vida toda que nos desafia a nos tornarmos cada vez mais
ajustados à visão de céu e de Cristo.

*
... confessando que eram estrangeiros eperegrinos sobre a ter­
ra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando
uma pátria. (Hb 1113-14)

O apóstolo está aqui estabelecendo as excelências da graça


da fé, pslos gloriosos efeitos s fsliz testemunho dela nos santos
no Antigo Testamento. Ele tinha falado, na parte inicial do capí­
tulo mencionado, ds Abel, Enoque, Noé, Abraão s Sara, Isaque e
Jacó. Havendo snumsrado esses exsmplos, obssrva qus “Todos
sstes morreram na fé, sem tsr obtido as promessas; vendo-as, po­
rém, ds longs, s saudando-as, s confessando qus eram estrangei­
ros”, stc. Nestas palavras, o apóstolo parsce tsr um respsito mais
particular a Abraão s Sara, s sua família, qus vsio com slss ds
Harã, s ds Ur dos caldeus, como parece pslo versículo 15, sm qus
o apóstolo diz: “... se, na vsrdads, ss lembrassem daqusla de onds
saíram, tsriam oportunidade ds voltar”.
Duas coisas podem ssr observadas aqui:
104 A busca do crescimento

A confissão desses grandes santos


1. O que esses santos confessaram de si mesmos é que eram
estrangeiros e peregrinos sobre a terra.. Assim, temos um relato
particular sobre Abraão: “Sou estrangeiro e morador entre vós”
(Gn 23.4). E parece ter sido o sentido geral dos patriarcas, pelo
qual Jacó diz ao Faraó: “Os dias dos anos das minhas peregri­
nações são cento e trinta anos; poucos e maus foram os dias dos
anos da minha vida e não chegaram aos dias dos anos da vida de
meus pais, nos dias das suas peregrinações” (Gn 47.9). “... sou
forasteiro à tua presença, peregrino como todos os meus pais o
foram” (SI 39.12).

A dedução do apóstolo
2. A dedução que o apóstolo faz disto é que eles procuravam
outra pátria como seu lar. “Os que dizem tais coisas declaram
claramente estar procurando uma pátria.” Ao confessar que eram
estrangeiros, claramente declararam que aquela não era sua pá­
tria, que aquele não era o lugar onde se sentiam em casa. E ao
confessar serem peregrinos, declararam claramente que aquela
não era sua morada certa" mas que se referiam a outra pátria, que
buscavam e para a qual estavam viajando.

Busque primeiramente o reino

Aqui, gostaria de observar que:

Não descanse neste mundo


1. Que não devemos descansar no mundo e nos seus praze­
res, mas devemos desejar o céu. Deveriamos “buscar, pois, “...
em primeiro lugar, o seu reino” (Mt 6.33). Nós deveriamos de­
sejar, sobre todas as coisas, uma felicidade celestial; estar com
Deus; e morar com Jesus Cristo. Apesar de estarmos cercados
de prazeres externos, e acomodados em famílias com amigos e
parentes desejáveis; apesar de termos companheiros agradáveis
e crianças nas quais vemos muitas qualificações promissoras;
O caminho do viajante 105

apesar de vivermos com bons vizinhos s sermos amados sm gs-


ral; ainda assim, não deveriamos tsr nosso descanso nestas coisas
como nossa porção. Dsvsriamos sstar muito longe ds descan­
sar nelas, qus desejaríamos deixá-las todas, no tsmpo apropriado
de Deus. Dsvsriamos possuí-las, aprovsitá-las s fazsr uso delas,
com nsnhuma outra visão a não ser desistir prontamsnts delas,
quando formos chamados a isso, s trocá-las dsssjosa s alsgrs-
msnts pelo céu.

Concentre-se no fim da jornada


Um viajants não sstá inclinado a descansar no qus encon­
tra na sstrada, mesmo que seja confortável ou agradável. Ss ele
atravessa lugarss agradáveis, campos floridos, ou bosquss som­
breados, não tira sua alsgria dsssas coisas, mas apsnas as olha de
relance enquanto prossegue. Não é provocado por boas aparên­
cias a ponto ds adiar sua idsia de prosseguir. Não, o fim de sua
jornada está na sua mente. Ss ele encontra acomodações confor­
táveis numa estalagsm, não alimenta psnsamsntos de psrmanscsr
ah. Considera qus tais coisas não são suas, qus ele é nada mais
que um estranho, s que, após ter se refrescado ou descansado por
uma noite, prosseguirá. E é agradável a els psnsar qus tanto do
caminho já se foi.
Assim dsvsriamos dsssjar mais o céu qus os confortos s
prazeres da vida. O apóstolo faz msnção disso como uma consi­
deração sncorajadora s confortável aos cristãos, qus façam uso
de sua felicidade. “A nossa salvação está, agora, mais perto do
que quando no princípio crsmos.” Nossos corações deveríam ser
liberados dsstas coisas, como um homsm numa jornada; para que
pudéssemos alegremente nos livrar delas quando Dsus chamasse,
“... o tsmpo ss abrsvia; o que rssta é qus não só os casados ssjam
como se o não fossem; mas também os qus choram, como ss não
chorassem; s os qus ss alsgram, como se não se alsgrasssm; s
os que compram, como se nada possuíssem; s os qus utilizam
o mundo, como ss dsls não usassem; porqus a aparência deste
mundo passa” (ICo 7.29-31). Essas coisas estão apenas empres­
tadas a nós por um pouco ds tsmpo, para servir a um propósito
106 A busca do crescimento

presente; mas deveriamos firmar nossos corações no céu, como


nossa herança eterna.

Santidade, o caminho do céu

2. Deveriamos buscar o céu, trilhando o caminho que nos


conduz naquela direção, a santidade.

O caminho da santidade e nenhum outro


Deveriamos escolher e desejar viajar naquela direção nesse
caminho, e em nenhum outro; e deixar todos os apetites carnais
que, como pesos, tendem a nos impedir. “Desembaraçando-nos
de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos,
com perseverança, a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1).
Não importa quanto a satisfação do apetite possa ser agradável,
nós devemos deixá-lo de lado, se for um impedimento ou um
obstáculo no caminho para o céu.

O caminho da santidade: o caminho do céu


Deveriamos avançar no caminho da obediência a todos os
mandamentos de Deus, tanto os difíceis quanto os fáceis; ne­
gando todas as nossas inclinações e interesses pecaminosos. O
caminho para o céu é ascendente; deveriamos nos alegrar em
viajar montanha acima, apesar de ser cansativo e duro, e con­
trário à inclinação natural de nossa carne. Deveriamos seguir a
Cristo; o caminho que ele trilhou é o caminho certo para o céu.
Deveriamos pegar nossa cruz e segui-lo, em mansidão e humil­
dade de coração, obediência e amor, diligência em fazer o bem,
e paciência nas aflições. O caminho para o céu é uma vida celes­
tial; uma imitação daqueles que estão no céu, nos seus prazeres
celestiais, amando, adorando, servindo e louvando a Deus e ao
Cordeiro. Ainda que pudéssemos ir ao céu satisfazendo os nossos
desejos carnais, ainda assim deveriamos preferir um caminho de
santidade e de conformidade às regras espirituais de autonegação
do evangelho.
O caminho do viajante 107

O caminho da santidade: um caminho trabalhoso


3. Deveriamos caminhar por esse caminho de mansira tra­
balhosa. Longas jornadas são realizadas com ssforço s fadiga,
sspecialmsnts se realizadas por meio de uma tsrra desolada. As
pessoas em tais jornadas não sspsram nada msnos que canssira
s dificuldades. Assim nós dsvsriamos viajar no caminho da san­
tidade, aperfeiçoando nosso tempo s nossa força para supsrar as
dificuldades s os obstáculos que estão no caminho. A tsrra qus
precisamos atravessar é desolada; há muitas montanhas, psdras,
s lugarss difíceis que precisam ssr transpostos s, portanto, há ns-
csssidads de usarmos nossa força.

O caminho da santidade: nossa constante preocupação


4. Nossas vidas devsm ssr utilizadas no trilhar desse
caminho. Devemos comsçar cedo. Esta dsveria ser a primeira
preocupação, quando as psssoas fosssm capazss de agir. Quando
eles primeiro se propõsm a fazer algo no mundo, dsvsríam sair
nessa jornada. E nós dsvsmos viajar com assiduidade. Dsvs ser
o trabalho ds cada dia. Deveriamos pensar com frequência no
fim de nossa jornada; s diariamsnts trilhar o caminho que leva
a esse fim. Aqusle qus sstá numa jornada semprs psnsa no lugar
de dsstino; s é sua ocupação s ssu cuidado diários se dar bsm s
melhorar seu tempo em dirsção ao fim de sua jornada. Assim, ss
o céu estivesse continuamsnts em nossos pensamentos, a morts,
a entrada ou a passagem imediata para o céu, estaria prsssnts
em nós. Devemos psrssverar nssss caminho enquanto vivermos.
“Corramos, com psrssvsrança, a carreira que nos está proposta”
(Hb 12.1). Apssar ds a sstrada ssr difícil s árdua, dsvemos aguen­
tar com paciência s ficar felizss em suportar as dificuldades. A
jornada pods ser longa; ainda assim, não podsmos parar antss do
fim, mas ssgurar até chegarmos ao lugar que procuramos. Nsm
dsvemos ssr desanimados com o comprimento s as dificuldades
do caminho, como os filhos de Israel, s dar a volta. Todo o nosso
psnsamsnto s projsto deveríam ssr para nos impulsionar para a
frente até chegarmos.
108 A busca do crescimento

Crescer em santidade

5. Deveriamos estar continuamente crescendo em santidade,


e chegando mais e mais perto do céu nesse aspecto.

Tornando-se mais celestial


Deveriamos estar nos esforçando para chegar mais perto do
céu, em ser mais celestial; tomar-se mais e mais como os habi­
tantes do céu, com respeito à santidade e conformidade a Deus;
o conhecimento de Deus e de Cristo; em visões claras da glória
de Deus, a beleza de Cristo e a excelência das coisas divinas, à
medida que chegamos mais perto da visão beatífica. Deveriamos
trabalhar para estar continuamente crescendo em amor divino
- que este seja uma chama crescente em nossos corações, até que
eles ardam totalmente nessa chama - em obediência e conversa
celestial; que possamos fazer a vontade de Deus na terra como os
anjos fazem no céu; em conforto e alegria espiritual; em comu­
nhão sensata com Deus e Jesus Cristo.
Nosso caminho deveria ser “... como a luz da aurora, que vai
brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18). Devemos
estar famintos e sedentos por justiça, por um aumento na justiça.
“Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuí­
no leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento
para salvação” (lPe 2.2). A perfeição do céu deveria ser a nossa
marca “... uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para
trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo
para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cris­
to Jesus” (Fp 3.13-14).

Subordinando todas as outras preocupações


o. Todas as outras preocupações desta vida devem estar su­
bordinadas inteiramente a isto. Quando um homem está numa
viagem, todos os passos que toma estão subordinados ao objetivo
de chegar ao final de sua viagem. E se ele leva dinheiro ou provi­
sões, serão para supri-lo durante a jornada. Assim, devemos su­
bordinar totalmente todos os nossos outros interesses, ocupações,
O caminho do viajante 109

prazeres temporais, a essa tarefa de viajar ao céu. Quando algo


que possuímos se torna um entupimento s um estorvo, devemos
desistir dele imsdiatamsnts. O uso de nossas posses s prazeres
terrenos deve ser pela ótica s de tal maneira que nos ajude na nos­
sa caminhada sm direção ao céu. Assim, devemos comer, beber s
nos vestir, melhorar as nossas conversas s o prazer dos amigos. E
qualquer negócio que começarmos, qualquer projeto sm que nos
envolvermos, deveremos perguntar a nós mesmos, será que este
negócio ou projeto irá nos projetar na caminhada ao céu? Se não,
devemos desistir.

Questiünáriü
1. Edwards enfatiza a importância de termos uma visão do
céu - uma visão “bsatífica” - como nossa visão orien­
tadora na vida. O que isso envolve? Como os textos do
Salmo 27.4 s Colossenses 3.1-3 o ajudam a pensar so­
bre isto? Como uma pessoa podería alimentar tal visão
s mantê-la em foco durante o dia?

2. O caminho do céu é o da santidade, do crescimen­


to no conhecimento cristão psla imsrsão constan­
te na luz divina s sobrenatural de Dsus. Quais são
alguns dos indicadores qus Edwards menciona que
podsm sugsrir a uma psssoa o ssu crsscimsnto em
santidade?

3. O que pods nos impsdir de psrssguir a santidade como


o caminho para o céu? De acordo com Edwards, de­
vemos esperar que sssa jornada ssja fácil ou difícil?
Quais seriam sxsmplos, em sua experiência, de tipos
ds “montanhas”, “psdras”, s “lugarss difíceis” (ssção
3) que você podsrá encontrar na sua jornada em dirsção
ao céu? Como você se prspara para passar por slss ou
passar por cima deles?
110 A busca do crescimento

4. Verifique, na seção 5, cada uma das coisas mencionadas


por Edwards como marcos em nossa jornada ao céu.
Em quais delas você sente que precisa progredir mais?
Por quê?

a. Santidade e conformidade a Deus;


b. Conhecimento de Deus e de Cristo;
c. Visão clara da glória de Deus;
d. Visão clara da beleza de Cristo;
e. Visão clara da excelência das coisas divinas;
f. Proximidade da visão beatífica;
g. Amor crescente.

5. Como deveria ser o relacionamento entre as coisas


desta vida - nosso trabalho, famílias, posses e praze­
res - e nossa jornada em direção ao céu? Você pode
dar alguns exemplos de como isto deveria ser em sua
própria vida? Você acha que a maior parte dos cristãos
é razoavelmente bem-sucedida nesta parte da jornada?
Por que sim ou não?
11

O FIM DA JORNADA

Edwards nos chama à parte para enfatizar a importância de


nos concentrarmos no céu e na visão de Deus, e de vermos a vida
meramente como um aperitivo e uma preparação para aquele desti­
no final para o qual somos levados pela nossa jornada.

1. Este mundo não é nosso lugar de morada. Nossa perma­


nência aqui é muito curta. Os dias do homem na terra são como
uma sombra. Deus nunca projetou este mundo para ser o nosso
lar. Nem Deus nos deu essas acomodações temporais para esse
fim. Se Deus nos tem dado amplas propriedades, e filhos, e ami­
gos agradáveis, não é com o objetivo de estarmos aparelhados
aqui como se fôssemos fixar residência; mas com o propósito de
que deveriamos usá-los no presente, e então deixá-los num curto
espaço de tempo.

Nosso lar no mundo futuro

Aperfeiçoando a vida para a jornada


Quando somos chamados para fazer alguma ocupação se­
cular, ou somos responsabilizados pelo cuidado de. uma família,
se aperfeiçoarmos nossas vidas em direção a um propósito que
não a jornada ao céu, todo o nosso trabalho terá sido perdido. Se
passarmos nossas vidas em busca da felicidade temporal: como
riquezas e prazeres sensuais; crédito e estima dos homens; em
112 A busca do crescimento

sentir prazer em nossos filhos e na possibilidade de vê-los cres­


cidos e bem-sucedidos na vida, etc. - todas estas coisas serão de
pouco significado para nós. A morte irá dissipar todas as nossas
esperanças e acabará com esses prazeres. “Os lugarss que têm
nos conhecido, não nos conhecerão mais”; e “o olho cue nos tem
visto, não nos verá mais”. Devemos ser arrancados para sempre
dessas coisas; não sabemos quando, pode ser logo após estar­
mos de posse delas. E então, onde estarão todos os prazeres e
ocupações terrenas quando formos colocados na cova silenciosa?
“Assim o homem se deita e não se levanta; enquanto existirem os
céus, não acordará” (Jó 14.12).

Uma habitação duradoura


2. O mundo futuro foi projetado para ser a nossa morada
fixa e eterna. A intenção é que lá é que devemos nos fixar, e so­
mente lá é uma habitação eterna, e uma herança eterna. O estado
presente é transitório e curto, mas nosso estado no outro mundo é
eterno. E como estamos lá inicialmente, assim devemos estar sem
mudança. Logo, como o nosso estado no mundo futuro é eterno
e de muito maior importância que o nosso estado aqui, todas as
nossas preocupações neste mundo deveríam estar totalmente su­
bordinadas a ele.

Deus e o céu, nosso maior bem

3. O céu é aquele lugar onde o nosso maior alvo e o nosso


maior bem são obtidos.

Feito para Deus


Deus nos fez para si mesmo “... dele, por ele, e para ele são
todas as coisas”. Assim, nos realizaremos em nossos mais altos
objetivos quando formos trazidos diante de Deus - mas isto acon­
tecerá quando chegarmos ao céu, que é o trono de Deus, o local
de sua presença especial. Neste mundo podemos ter apenas uma
união imperfeita com Deus, um conhecimento muito imperfeito
O fim da jornada 113

dele em meio a tanta escuridão; uma conformidade imperfeita a


Deus, misturada com uma abundância de diferenças. Aqui pode­
mos servir e glorificar a Deus, mas de maneira muito imperfeita;
e nosso serviço está misturado com o pecado, desonrando a Deus.
Mas quando chegarmos ao céu (se isso acontecer) seremos leva­
dos a uma perfeita união com Deus e teremos visões mais claras
dele. Lá estaremos totalmente em conformidade com Deus, sem
nenhum pecado; pois “o veremos como ele é”. Lá serviremos
perfeitamente a Deus; e o glorificaremos de modo exaltado, até
as últimas forças e capacidade de nossa natureza. Então nos en­
tregaremos perfeitamente a Deus; e nossos corações serão ofertas
puras e santas apresentadas numa chama de amor divino.

Deus, nosso maior bem


Deus é o maior bem da criatura racional; e o prazer nele é a
única alegria que pode satisfazer as nossas almas. Ir para o céu,
completamente desfrutar a Deus, é infinitamente melhor que as
mais agradáveis acomodações aqui. Pais e mães, maridos, espo­
sas, ou crianças, ou a companhia de amigos terrenos, são apenas
sombras; mas o desfrutar a Deus é a essência. Estes são apenas
raios espalhados; mas Deus é o sol. Estes são apenas riachos;
mas Deus é a fonte. Estes são apenas gotas; mas Deus é o oceano.
Assim, cabe a nós usar esta vida como uma jornada em direção
ao céu, como cabe a nós fazer da busca ao mais alto objetivo e
apropriado bem todo o trabalho de nossas vidas, ao qual subordi­
namos todas as outras preocupações da vida. Por que deveriamos
trabalhar, ou nos decidir por algo que não é o nosso fim próprio e
a verdadeira felicidade?

Este mundü, um lugar de preparaçãü

4. Nosso essado presente, e todas as coisas que pertencem a


ele, são projetados por ele que fez todas as coisas, para estarem
totalmente em ordem para outro mundo. Este mundo foi feito para
ser um lugar de preparação para outro. A vida mortal do homem
114 A busca do crescimento

lhe foi dada para que pudesse se preparar para o seu lugar esta­
belecido. E tudo o que Deus nos tem dado é para este propósito.
O sol brilha e a chuva cai sobre nós; e a terra dá sua contribuição
para esse fim. Os assuntos civis, eclesiásticos, familiares, e todas
as nossas preocupações pessoais são projetados e ordenados em
submissão ao mundo futuro, pelo criador e organizador de todas
as coisas. A isto, portanto, deveriam ser subordinados por nós.

Questionário
1. Esta seção é curta, mas cheia de idéias importantes. A
primeira delas é a reiteração que o céu é o nosso último
destino e Deus é o nosso maior bem. Veja os seguintes
textos da Escritura. Como cada um deles lhe ajuda a
entender melhor essa ideia? O que cada um acrescenta
à ideia?

a. Salmo 16.2,11: ------------------------------------------


b. Salmo 73.27-28: ___________________________
c. Efésios 2A-T. _____________________________
d. Filipenses 3.2-16: __________________________
e. Colossenses 3.1-3: _________________________
f. Hebreus 12.1-2: ____________________________

2. Pedro diz que devemos estar prontos para que as pes­


soas nos perguntem sobre a razão da “esperança” que
temos (lPe 3.15). Imagine que alguém pergunte a você
sobre isso. A luz do que vimos até aqui neste sermão,
e nas passagens citadas, como você explicaria a espe­
rança cristã para alguém? Até que ponto essa esperança
enche sua mente durante o dia?

3. A segunda ideia à qual Edwards retorna várias ve­


zes nesta seção é a da importância de subordinarmos
todas as preocupações terrenas e seculares aos pro­
pósitos da vida celestial. Releia esta seção. Que tipos
O fim da jornada 115

de preocupação Edwards inclui aqui? Ele quer dizer


que devemos simplesmente esquecer tais coisas? Ou
não nos envolvermos com elas de maneira nenhuma?
Qual a sua intenção? Escolha algumas dessas áreas e
dê alguns exemplos de como seria fazer o que Edwards
pede.

4. Se, como Edwards afirma, este mundo é uma “prepara­


ção” para uma vida eterna no mundo vindouro, como
deveria ser a expectativa dos descrentes ao ver em nós,
que estamos nos preparando para algo diferente, algo
melhor? Como nossas vidas deveríam ser diferentes
das deles? Qual deveria ser o papel do crescimento no
Espírito de Deus nesta vida de preparação?

5. Como você descrevería sua visão de céu neste momen­


to? Pense sobre o céu, sobre estar lá para sempre com
Deus. O que você enxerga com os olhos da sua mente?
Quanto fortemente isto lhe atrai? Com que frequência
esta visão vem à sua mente durante o dia? Você pode
pensar em maneiras pelas quais o cristão podería tomar
esta visão mais constante e mais atrativa? Ele ou ela
deveria fazer isso?
12

A PERSPECTIVA DA JORNADA

Nesta seção, Edwards nos mostra como a adoção da perspectiva


de vida de um peregrino pode nos ajudar a lidar com a morte de
entes queridos, a evitar que caiamos no caminho do pecado, e nos
encoraja a continuar experimentando as coisas boas do Senhor.

A PERSPECTIVA DO PEREGRINO SOBRE A MORTE

1. Esta doutrina pode nos ensinar moderação em nosso luto


pela perda de tão queridos amigos que, enquanto eram vivos, de­
dicavam suas vidas aos propósitos corretos. Se eles viveram uma
vida santa, então suas vidas foram uma jornada em direção ao
céu. E por que deveriamos lamentar sem moderação se eles che­
garam ao final de suas jornadas?

Morte, uma bênção para o peregrino cristão


A morte, apesar de ter um aspecto amedrontador para nós,
é para eles uma grande bênção. Seu fim é feliz, e melhor que seu
começo. “O dia da morte, melhor do que o dia do nascimento”
(Ec 7.1). Enquanto eles viveram, desejaram o céu e o escolheram
acima deste mundo, ou qualquer de seus prazeres. Pelo céu, eles
fervorosamente desejaram, e por que deveriamos chorar já que
conseguiram? Agora chegaram à casa do Pai. Eles encontram mil
vezes mais conforto, agora que estão em casa, do que na jornada.
Neste mundo sofreram muito trabalho e dureza; atravessaram ter­
ra desolada. Havia muitas dificuldades no caminho; montanhas e
118 A busca do crescimento

lugares difíceis. Viajar pelo caminho era trabalhoso e fatigante;


e eles tiveram muitos dias e noites cansativos. Mas agora chega­
ram ao descanso eterno “... ouvi uma voz do céu, dizendo: Es­
creve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no
Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas,
pois as suas obras os acompanham” (Ap 14.13). Eles recordam
das dificuldades, e pesares, e perigos da vida, e se regozijam que
superaram a todos eles.

O estado abençoado dos mortos em Cristo


Nós estamos prontos a olhar para a morte como a calamidade
que os alcançou, e a lamentar por aqueles que são tão queridos
e devem ser colocados numa cova escura; que estão ali transfor­
mados em corrupção e minhocas; tirados de seus queridos filhos
e prazeres, etc., como se eles estivessem numa terrível situação.
Mas isto se deve à nossa enfermidade; eles estão numa condição
feliz, abençoados de modo inconcebível. Eles não choram, mas
se regozijam com alegria suprema; suas bocas estão cheias de
canções alegres, e bebem em rios de prazer. Eles não encontram
nenhuma combinação de pesar por terem trocado seus prazeres
mortais, e a companhia dos mortais, pelo céu. Suas vidas aqui,
na melhor das circunstâncias, eram ocupadas com muita adver­
sidade e aflição; mas agora toda a adversidade chegou ao fim.
“Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o
sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do
trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E
Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima” (Ap 7.16-17).

Seu estado abençoado, o destino de nossa jornada


E verdade que nós não os veremos mais neste mundo, mas
devemos considerar que estamos viajando em direção ao mesmo
lugar, e por que deveriamos partir o nosso coração já que eles
chegaram lá antes de nós? Nós os estamos seguindo, e espera­
mos, assim que chegarmos ao final de nossa jornada, estar com
eles novamente, em melhores circunstâncias. Um nível de lamen­
tação pelos familiares que partiram não é inconsistente com o
A perspectiva da jornada 119

cristianismo, mas é de acordo com ele; pois enquanto formos de


carne e sangue, temos tendências animais e afetos. Mas nós temos
justa razão para que o nosso lamento seja temperado com alegria.
“Não queremos... irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos
que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que
não têm esperança” (lTs 4.13), que eles não se entristecessem
como os pagãos, que não tinham nenhum conhecimento sobre
uma felicidade futura. Isto fica claro no versículo seguinte: “...
se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus,
mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem”.

Advertência àqueles que estão no


CAMINHO LARGO DA DESTRUIÇÃO

2. Se nossas vidas devem ser apenas uma jornada em dire­


ção ao céu, quão terrível é a vida daqueles que se comprometem
numa jornada em direção ao inferno!

A ocupação dos maus


Alguns homens gastam suas vidas, de suas infâncias até o
dia de suas mortes, em descer o largo caminho da destruição.
Não apenas chegam mais perto do inferno com o tempo, mas
a cada dia se tomam mais prontos para a destruição; eles estão
mais incorporados aos habitantes do mundo infernal. Enquanto
uns perseveram no caminho estreito e reto para a vida, e labo­
riosamente viajam montanha acima em direção a Sião, contra to­
das as inclinações e tendência da came; estes vão numa carreira
rápida descendente para a morte eterna. Com os homens maus,
esta é a ocupação diária e todo o dia é usado nisto. Tão logo acor­
dam pela manhã, eles saem renovados no caminho do inferno,
e passam cada momento acordados nisto. Eles começam cedo.
“Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e desde já
se desencaminham, proferindo mentiras” (SI 58.3). Eles são per­
severantes. Muitos deles, que vivem e se tomam velhos, nunca se
cansam disto; apesar de chegarem aos 100 anos, eles não cessarão
120 A busca do crescimento

de viajar neste caminho para o inferno, até chegarem lá. E todas


as preocupações da vida são subordinadas a esta ocupação.

A pessoa má, um servo do pecado


Um homem perverso é um servo do pecado; suas forças e
faculdades são empregadas no serviço do pecado, e em sintonia
com o inferno. E todas as suas possessões são assim usadas por
ele para serem subservientes ao mesmo propósito. Os homens
usam seu tempo entesourando ira contra o dia da ira. Assim fa­
zem todos os impuros, que vivem em práticas lascivas em secre­
to; todos os maliciosos; todos os profanos, que negligenciam os
deveres da religião. Assim fazem os injustos, e os fraudulentos,
e os opressores nos seus negócios. Assim fazem os maldizentes
e os fofoqueiros, todos os invejosos, que colocam seus corações
principalmente nas riquezas deste mundo. Assim fazem os fre­
quentadores de bares, e de companhias malignas; e muitos ou­
tros tipos que poderíam ser mencionados. Assim, a maioria da
humanidade está se apressando no caminho largo da destruição,
que está lotado com a multidão que está seguindo nele de comum
acordo. E todo dia, desse largo caminho, eles estão indo para o
inferno aos milhares. Multidões estão continuamente fluindo para
dentro do grande lago de fogo e enxofre, como algum poderoso
rio constantemente deságua sua água no oceano.

CüNVERSÃÜ, APENAS ü INÍCIÜ DESSA JÜRNADA

3. Portanto, quando pessoas se convertem, elas começam


seu trabalho e saem no caminho pelo qual devem seguir; Até en­
tão, elas nunca fazem nada desse trabalho no qual todas as suas
vidas devem ser usadas. Antes da conversão, as pessoas não dão
nenhum passo nessa direção. Então, quando um homem é trazido
a Cristo, ele sai na sua jornada, e seu trabalho e cuidado na obra
cristã estão apenas começando, e nisto deve gastar o restante de
sua vida.
A perspectiva da jornada 121

O convertido deve se esforçar para crescer


Alguns fazem mal ao, após se converterem e possuírem a
esperança de uma condição melhor, não se esforçarem tão ca­
lorosamente quanto antes, quando foram despertos. Eles deve­
ríam, daqui para a frente, enquanto viverem, ser tão fervorosos
e laboriosos, tão observadores e cuidadosos, como sempre. Sim,
deveriamos crescer mais e mais. Que eles alcançaram a con­
versão não é uma desculpa adequada. Não deveriamos ser tão
diligentes que pudéssemos servir e glorificar a Deus quanto po­
demos ser felizes? E se obtivemos graça, ainda devemos nos es­
forçar o suficiente para que possamos obter os outros níveis que
estão diante de nós, como fizemos para obter a pequena porção
que ficou para trás. O apóstolo nos diz que ele esqueceu o que
ficou para trás, avançando para as coisas que estavam adiante
(Fp 3.13).

O esforço para obter mais do que temos visto


Sim, aqueles que são convertidos agora têm mais uma ra­
zão para se esforçarem pela graça; pois eles viram algo de sua
excelência. Um homem que tenha uma vez provado das bênçãos
de Canaã tem mais razão para se apressar em direção a ela do
que antes. E os convertidos deveriam se esforçar para con­
firmar a vossa vocação e eleição” (2Pe 1.10). Todos os que são
convertidos não estão certos dela; e aqueles que estão certos,
não sabem se sempre se sentiram assim. Servir e buscar a Deus
com a máxima diligência ainda é a maneira de se ter certeza, e
de mantê-la.

Questionário
1. Edwards diz que devemos chorar com os que choram,
mas com moderação - um luto misturado com alegria.
Que razão ele oferece para isto? Como você buscaria
confortar com alegria alguém que perdeu um ente que­
rido, que conhecia o Senhor?
122 A busca do crescimento

2. Qual é o relacionamento entre ser capaz de prantear


com alegria e crescer no Espírito de Deus? Podemos
esperar que aqueles que não se apressaram em aumen­
tar o conhecimento da verdade divina estejam prepara­
dos para a morte de um ente querido redimido? Como
o crescimento no Espírito de Deus pode ajudar a nos
preparar para a morte?

3. Edwards parece acreditar que a contemplação do céu


deve ser uma preocupação principal de nosso tempo
nesta vida. Como um crente poderia praticar essa con­
templação? Você acha que a maioria dos cristãos pensa
muito sobre o céu? Você acha que seus pensamentos
são tão bem informados quanto poderíam ser? O que
esse desafio de estar em muita contemplação do céu su­
gere sobre como o nosso crescimento no conhecimento
cristão deveria continuar?

4. Muitos não estão aperfeiçoando suas vidas para o céu,


mas estão ainda seguindo os caminhos que caracteri­
zam aqueles que estão no caminho largo da destruição.
Como os crentes podem ajudar uns aos outros a deixar
esse caminho e andar mais consistentemente no cami­
nho do peregrino? Dê uma olhada em Efésios 4.17-24.
Como uma passagem como esta serve para nos ajudar
a avaliar a nossa caminhada diária?

5. A conversão não é o final da vida de fé, mas o início. O


restante da vida de alguém que professa a fé em Jesus
Cristo é um esforço para aperfeiçoar essa vida. Qual é
o papel do crescimento no Espírito na vida de fé? Por
que deveriamos pensar sobre este chamado como um
“esforço”? Que obstáculos ou distrações podem nos
impedir de crescer no conhecimento das coisas divi­
nas? Como os crentes podem ajudar uns aos outros a
superar esses obstáculos e distrações e continuar a se­
guir em frente?
13

Trabalhe pelo céu!

Edwards encerra seu sermão sobre ajornada do peregrino com


a exortação de buscarmos o céu acima de qualquer coisa. Se fizer­
mos do céu nosso fim, e nossas vidas uma jornada naquela direção,
encontraremos força para tornar a vida verdadeiramente agradável
e significativa, e para lidarmos com a morte ao fim da vida. Suas
orientações finais amarram esta mensagem firmemente ao contexto
do crescimento no Espírito de Deus, que tem nos guiado até agora.

*
Trabalhe para obter uma disposição mental para que possa
escolher o céu como sua herança e lar; e possa fervorosamente
ansiar por ele, e estar desejoso de trocar este mundo, e todos os
seus prazeres, pelo céu. Trabalhe para ter seu coração tão possuí­
do pelo céu e seus prazeres celestiais que você possa se regozijar
quando Deus o chamar para deixar seus melhores amigos e con­
fortos terrenos pelo céu, e lá usufruir a Deus e a Cristo.

0 CAMINHO QUE CONDUZ AO CÉU

Seja persuadido a viajar pelo caminho que conduz ao céu;


isto é, em santidade, autonegação, mortificação, obediência a
todos os mandamentos de Deus, seguindo o exemplo de Cristo;
no caminho de uma vida celestial, ou imitação dos anjos e santos
no céu. Que isto seja seu trabalho diário, da manhã à noite, e
persevere nele até o fim; não permita que nada o detenha ou
124 A busca do crescimento

desanime, desviando-o deste caminho. E que todas as outras


preocupações sejam subordinadas a isto. Considere as razões
que foram mencionadas pelas quais você deveria então usar sua
vida; que este mundo não é sua morada, que o mundo futuro é
que deve ser sua morada eterna; e que os prazeres deste mun­
do são dados totalmente em função de outro. E considere ainda
como motivo:

O valor do céu
1. Quão digno é o céu que sua vida deveria ser totalmente
usada como uma viagem em direção a ele! Você pode utilizar
sua vida para um propósito melhor, mesmo que não respeite seu
dever ou seu interesse? Que fim melhor você pode propor para a
sua jornada que não seja alcançar o céu? Você é colocado neste
mundo, podendo escolher por qual caminho viajar, e um cami­
nho leva ao céu. Agora, você pode dar melhor direcionamento à
sua viagem que este caminho? Todos os homens têm um alvo ou
outro na vida. Alguns buscam principalmente as coisas munda­
nas; passam seus dias em tais atividades. Mas não é o céu, cheio
de eterna alegria, muito mais digno de ser buscado? Como você
pode melhor empregar sua força, usar seus recursos, e passar seus
dias, a não ser viajando pelo caminho que leva ao gozo eterno de
Deus, à sua gloriosa presença; à nova Jerusalém; ao Monte Sião
celestial, onde todos os seus desejos serão satisfeitos e não há
perigo de perder sua felicidade?

O caminho para tornar a morte confortável


2. Este é o caminho para que a morte seja confortável para
nós. Usar as nossas vidas como se fossem apenas uma jornada em
direção ao céu é o caminho para sermos livres da escravidão, e
ter a morte numa antecipação e expectativa agradáveis. Será que
o viajante pensa com medo e terror sobre o final de sua jornada?
E terrível para ele imaginar que está próximo do final? Será que
os filhos de Israel estavam arrependidos após quarenta anos no
deserto, quando eles quase chegaram a Canaã? Este é o caminho
para ser capaz de deixar o mundo sem pesar. Será que o viajante
Trabalhe pelo céu! 125

se lamenta ao chegar em casa, de deixar seus empregados e carga


de provisões que tinha para sustentá-lo ao longo do caminho?

Nenhum modo mais agradável de vida


3. Quando você morrer, não será agradável pensar sobre ne­
nhuma parte de sua vida, a não ser que tenha sido usada desta
maneira. Se você não gastou nada de sua vida deste modo, será
terrível pensar sobre toda a sua vida, a não ser que você tenha
morrido debaixo de uma grande ilusão. Verá, então, que toda a
sua vida, que foi utilizada de outra maneira, foi perdida. Verá,
então, a vaidade de todos os outros objetivos que possa ter pro­
posto a si mesmo. O pensamento do que você possuía e gozava
aqui não será agradável, a não ser que você pense que o tenha
subordinado a este propósito.

O céu é de graça para os que o desejam


4. Considere que aqueles que estão assim desejosos de
passar suas vidas como uma jornada em direção ao céu podem
alcançá-lo. O céu, não importa quão alto e glorioso, é acessível
a tais pobres e indignas criaturas como nós. Podemos alcançar
essa gloriosa região que é a habitação dos anjos; sim, o lugar
de morada do Filho de Deus, e onde está a presença do gran­
de Jeová. E podemos alcançar o céu de graça, sem dinheiro e
sem preço; mas se estivermos desejosos de viajar pelo caminho
que leva a ele, e inclinar nossa conduta nesta direção enquanto
vivermos, podemos e teremos o céu por nosso eterno lugar de
descanso.

Nossa vida, uma jornada - para o céu ou


para o inferno
5. ID^’v<3^,s<e ccon^ü^b^iru' que se nossas vidas não são uma jor­
nada em direção ao céu, serão uma jornada em direção ao inferno.
Toda a humanidade, após ter vivido aqui por um curto espaço de
tempo, vai para um dos dois grandes receptáculos de tudo o que
deixa este mundo: um é o céu, para onde um pequeno número,
comparativamente, viaja; e o outro é o inferno, para onde a massa
126 A busca do crescimento

da humanidade aflui. E um ou o outro deve ser o desenlace de


nossa conduta neste mundo.

CüNGLUÍREI CÜM ALGUMAS


INSTRUÇÕES FINAIS

Perceba a vaidade deste mundo


1. Trabalhe para ter uma noção da vaidade deste mundo,
por conta da pouca satisfação que há para ser gozada aqui; sua
curta duração; e inutilidade quando mais precisamos de ajuda,
por exemplo, no leito de morte. Todos os homens que viveram
um tempo considerável neste mundo podem perceber o sufi­
ciente para se convencer de sua vaidade, se eles apenas consi­
derarem isso. Seja persuadido, portanto, a exercitar a conside­
ração quando vir e ouvir, de tempos em tempos, sobre a morte
de outros. Trabalhe para pensar desta maneira. Veja a vaidade
do mundo por tal ótica.

Esteja muito familiarizado com o céu


2. Trabalhe para se familiarizar com o céu. Se você não
está familiarizado com o céu, provavelmente não usará sua vida
como uma jornada em direção a ele. Não será sensível ao seu
valor, nem ansiará por ele. A não ser que, em sua mente, você
seja muito familiarizado com um bem maior, será excessiva­
mente difícil ter seu coração livre destas coisas, e usá-las apenas
em subordinação a algo mais, e estar pronto a abrir mão delas
em favor daquele bem maior. Portanto, trabalhe para alcançar
uma compreensão do mundo celestial, para ter uma crença firme
de sua realidade, e para estar muito à vontade com ele em seus
pensamentos.

Busque o céu por intermédio de Jesus Cristo


3. Busque o céu apenas por Jesus Cristo. Cristo nos diz que
ele é o caminho, e a verdade, e a vida (Jo 14.6). Ele nos diz que é a
porta das ovelhas. “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será
Trabalhe pelo céu! 127

salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem” (Jo 10.9). Se, portanto,


iremos aperfeiçoar nossa vida como uma jornada em direção ao
céu, devemos buscá-lo por meio dele, e não por nossa justiça; ten­
do a expectativa de obtê-lo somente por amor a ele, esperando
nele, dependendo dele, que o tem garantido para nós por seu mé­
rito. E espere força para andar em santidade, o caminho que leva
ao céu, somente dele.

Ajudem uns aos outros nesta jornada


Que os cristãos ajudem uns aos outros nesta jornada. Há mui­
tas maneiras pelas quais os cristãos podem grandemente avançar
no seu caminho para o céu, como conferências religiosas, etc.
Assim, que possam ser exortados a ir nesta jornada como se esti­
vessem acompanhados, conversando e ajudando uns aos outros.
Numa viagem, a companhia é muito desejável, mas em nenhuma
como nesta. Que viajem unidos, e não caiam pelo caminho, o que
atrapalharia; mas usem todos os recursos possíveis para ajudar
uns aos outros a subir na montanha. Fazendo assim, é certeza de
uma viagem bem-sucedida, e de uma reunião mais alegre na casa
do Pai em glória.

Questionário
1. Edwards indica que a busca pelo céu envolve perseguir
a santidade no Senhor. Este é o modo de assegurar que
estamos no caminho que leva ao céu. Leia 2Coríntios
6.12- 7.1. Qual parece a ideia central do argumento de
Paulo nestes versículos? De que maneiras ele faz um
paralelo aos pensamentos de Edwards na primeira parte
deste capítulo?

2. O autor de Hebreus afirma que as pessoas passam suas


vidas com medo da morte (Hb 2.15). Como você viu
isto ser verdade? Como é que trabalhar para viajar na
estrada que leva ao céu nos ajuda a superar o medo?
128 A busca do crescimento

3. Edwards nos chama a “estar muito familiarizado com


o céu”. Que textos vêm à mente quando você pensa
sobre o céu? O que você aprende sobre como o céu será
nesses textos? Como você seria capaz de usar textos
assim para “virar seus pensamentos” para o céu durante
o dia?

4. Como no seu sermão sobre conhecimento cristão,


Edwards acredita que os cristãos podem se ajudar na
jornada pela estrada ao céu, passando tempo juntos,
falando sobre o céu, e encorajando uns aos outros no
caminho. Você acha que o estudo e o debate sobre o
céu deveríam ser mais um assunto de nossa educação
cristã do que atualmente acontece? Por que sim ou não?
Como os cristãos poderíam esperar se beneficiar se a
instrução sobre o céu e o caminho desejável até lá fosse
mais uma parte de sua educação cristã desde cedo?

5. Revise os alvos determinados para este estudo de Edwards


sobre o crescimento no Espírito de Deus. Você alcançou
algum deles? Quais? Que novas idéias para estudo ou
crescimento estes três sermões provocaram em você?
De que maneiras você gostaria de descobrir mais do que
significa crescer no Espírito de Deus?

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