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As técnicas aqui apresentadas para ler o Tarô, apesar de sua simplicidade são muito eficazes,
em particular quando a questão está bem formulada.
O conselho mais importante para o iniciante é o de não se aprisionar à forma, procurar adaptar
a função de cada carta ao assunto que estiver examinando e aprender a variar as atribuições
sugeridas pelas diferentes técnicas (veja a esse respeito: Sugestões).
• Duas cartas: situação e desafio. Um exemplo com Izabel Donalísio
• Três cartas: tiragem simples e prática, com várias alternativas de leitura
• Tiragem em Cruz: modelo flexível, bastante difundido, com 5 cartas
• Péladan: com cinco cartas, é uma técnica valorizada por muitos profissionais
• Carma, meses e dias da semana: tiragens práticas traduzidas por Marcos Alexandre
• Kairallah: inclui como quinta lâmina a carta do corte no sorteio
• Pais e filhos: tiragem com quatro cartas criada por Marcos Alexandre
• Templo de Afrodite: sete cartas para avaliar uma relação amorosa
• Lição da Torre: tiragem com sete cartas desenvolvida por Teca Mendonça
• Ferradura: sete passos de uma situação, do passado ao seu resultado final.
• Decisão-escolha: tiragem relatada por Hajo Banzhaf
Nos Fóruns, tarólogos experientes ajudam os iniciantes com sugestões e comentários sobre
tiragens: Bete Torii, Constantino, Giancarlo K. Schmid e Ricardo Pereira.
A leitura poderá ser como numa frase com: 1) sujeito, 2) verbo e 3) complemento.
É muito importante aplicar variações com a finalidade de adaptar a função de cada carta ao
assunto que será tratado pela a tiragem. Por exemplo:
• 1. o positivo; 2. negativo; 3. a síntese.
• 1. a causa; 2. o desenvolvimento; 3. os efeitos ou as conseqüências.
• 1. uma alternativa; 2. a outra; 3. a avaliação final.
• 1. a meta, a intenção; 2. os meios para alcançá-la; 3. as conseqüências.
• 1. eu, 2. o outro, 3. as perspectivas.
• o que o consulente poderá esperar se: 1. for em frente, 2. recuar. A terceira carta poderá
indicar um conselho ou um terceiro caminho.
Lembre-se que, do ponto de vista da técnica, o mais importante para quem dirige a jogada
é definir ele próprio qual ângulo, qual aspecto do assunto, que espera ser elucidado pela
carta. Desse modo, com a questão claramente definida, ficará muito mais compreensível o
recado de cada carta.
Tiragem em Cruz
Na Tiragem em Cruz contamos com um maior número de ângulos para
examinar uma questão. Retiramos do maço cinco lâminas, que são
colocadas de face para baixo, na seqüência de posições indicadas no
quadro ao lado.
Há também quem costuma, para conhecer a quinta carta, adicionar os
números das quatro já sorteadas. Neste caso:
(a) se o resultado for menor que 22, tiramos do maço a lâmina que tem
esse número e a colocamos no centro da cruz;
(b) se o resultado for igual a 22, colocamos o Louco. (Ele, porém, quando
se encontra entre as quatro primeiras cartas já sorteadas, é contado com
valor zero na adição para se achar a quinta lâmina; é o "Arcano Sem
Número");
(c) se o resultado for maior que 22, somamos os dois algarismos e esse novo resultado,
denominado redução, será o número da quinta lâmina (por exemplo, se o valor total das
quatro cartas sorteadas for 37, somamos 3 + 7 = 10, isto é, a quinta carta será a Roda da
Fortuna);
(d) se a quinta lâmina já tiver saído na tiragem, imaginamos que ela se encontra duplicada
no centro.
Variações, entre muitas outras, que podemos atribuir para a função de cada carta:
• 1. a pessoa, 2. o momento, 3. os prognósticos, 4. os desafios a superar, 5. o conselho para
lidar com a situação;
• 1. o fato, 2. o que ele causa, 3. onde e quando ocorre, 4. como ocorre, 5. porque ocorre;
• 1. o consulente, 2. o outro, 3. o que os aproxima, 4. o que os separa, 5. a tendência para
o futuro ou a estratégia a seguir;
• 1. o aspecto interno da questão, 2. o aspecto externo, 3. o que é superior ou favorável, 4.
o que é inferior ou desfavorável, 5. a síntese ou resposta.
Tiragem Péladan
Joséphin Péladan (1858-1918), escritor e ocultista francês, divulgou uma técnica de
tiragem bastante utilizada. Trata-se de um esquema simples e útil, idêntico à tiragem em
cruz.
A quinta carta é obtida pela soma do valor das quatro primeiras retiradas do maço. Se o
resultado ultrapassar 22, será feita a redução numerológica (teosófica). Veja os detalhes
dessa operação na "Tiragem em cruz", logo acima.
São atribuídas as seguintes funções às cartas:
1. O que é favorável, vantajoso. O aspecto afirmativo. Os prós.
2. O que é desfavorável, contrário. Obstáculos e dificuldades. O aspecto
negativo. Os contras.
3. Ação, influência. Próximos acontecimentos. O caminho.
4. Resultado. Conseqüências. Solução.
5. Síntese. O sentido de conjunto das cartas.
Oswald Wirth, em seu Tarot des imagiers du Moyen Age, assim descreve
o método indicado por Joséphin Péladan, que ele recebeu por
intermédio de Stanilas de Guaita:
1. O primeiro arcano tirado é visto como afirmativo, que fala a favor de
uma causa e indica de uma maneira geral o que está a favor.
2. Em oposição, o segundo arcano é negativo e representa o que está contra.
3. O terceiro arcano retirado representa o juiz que discute a causa e determina a sentença.
4. A sentença é enunciada no arcano retirado em último lugar
5. O quinto arcano esclarece o oráculo que ele sintetisa, pois depende dos quatro arcanos
retirados. Cada um destes traz o número que marca sua posição na série do Tarot. (O Louco,
não numerado, é contado como 22). Basta adicionar esses números inscritos para obter, seja
diretamente, seja por redução teosófica, o número do quinto arcano (22 designa o Louco, 4
o Imperador, 12 o Pendurado, etc.)
Tiragem Kairallah
Apresentação de
Constantino K. Riemma
O resultado ou o futuro
Bete Torii, que relata essa técnica de leitura em homenagem a Afrodite, a deusa grega do Amor, discute
exemplos práticos em seu fórum Histórias & Quadrinhos: Aprendendo a ler
Lição da Torre - por Teca Mendonça
Trata-se uma tiragem para examinar e trabalhar situações de rupturas
e quebras de expectativas.
As funções que a taróloga Teca Mendonça atribui às cartas, deixa claro
o propósito desse modelo. São assinalados diferentes passos para
entender compreender o fato em si, seus sentido espiritual e superior, o
motivo da crise e, finalmente, o trabalho a ser feito.
Funções
1. a porta de acesso;
2. a luz da consciência;
3. a luz da razão; as cartas 2 e 3 constituem a Morada do Espírito;
4. o plano superior;
5. o que foi destruído, o que era excessivo;
6. o que precisa ser reconstruído na ação;
7. o que precisa ser rescontruído na personalidade.
A Ferradura
Designada "horse" na língua inglesa, a tecnica da Ferradura ajuda a avaliar a sequência, o
desenvolvimento de uma situação ou relacionamento. As cartas são dispostas numa curva
que lembra uma ferradura de cavalo.
1. O Passado. Os eventos passados que afetam a questão ou
situação do consulente.
2. O presente. Sentimentos, pensamentos ou acontecimentos
reais que influem decididamente sobre o assunto em questão.
3. O futuro imediato. Eventos próximos que irão afetar essa
situação e que até mesmo poderão surpreender o consulente.
4. Obstáculos. O que preocupa o consulente. Dificuldades a
superar, que podem ser atitudes mentais ou dificuldades de ordem
prática.
5. As atitudes dos outros. O ambiente, atitudes e pensamentos
que as pessoas ao redor do consulente têm sobre a situação.
6. O caminho de superação. O que deve ser feito para o melhor encaminhamento da
situação. Trata-se de uma sugestão prática par o consulente.
7. O resultado final. O resultado mais provável. O que se pode esperar se o consulente
seguir o conselho dado pela sexta carta.
Margareth Procópio pratica há muitos anos uma técnica com três ferraduras conjugadas e que utiliza
56 cartas. Aprenda com ela o Jogo da Ferradura
O jogo das escolhas e decisões
Apresentação e comentários de
Constantino K. Riemma