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bateu em suas portas quando eles mais precisavam; a criatura de chifres prometeu a eles que
sua renda multiplicaria, e eles se tornariam mais ricos ao longo dos anos, “o dinheiro virá dos
céus”, o chifrudo baixinho disse. Os jovens nobres, desesperados por manter um status
relevante no reino, aceitaram a oferta do diabrete, mas esqueceram de um detalhe crucial: o
pagamento.
Quando o casal já estava economicamente estável, eles decidiram ter seu primeiro filho, e
nove meses depois, Belladonna nasceu... com manchas na pele, chifres e um rabo pontudo.
Os pais e a parteira da criança gritavam horrorizados enquanto o diabrete se divertia, pulando
de alegria na janela. Ao ser confrontado pelo nobre, o Diabrete disse “o dinheiro virá dos céus,
mas seus filhos virão do inferno!” e a criatura desapareceu numa fumaça vermelha.
Belladonna desde criança foi mantida afastada da sociedade, seus pais a adornavam com véus
e joias em seu rosto, escondiam sua cauda nos vestidos e ela era estritamente proibida de sair
de sua residência, e para piorar, seus pais a faziam passar a maior parte do tempo em uma
torre, a garota tinha acesso a boa educação, e roupas novas e comida nunca faltava, mas lá era
sua prisão, ela estava condenada por ter nascido assim.
Uma noite estrelada, Belladonna suspirava ao olhar as estrelas cintilando, a ouvir os sons de
pessoas conversando, cantando e até discutindo, ela desejava conhecer as pessoas, desejava
colocar os pés na água do mar, desejava ver a fauna e flora dos outros lugares, ela desejava ser
normal, a garota solitária então notou um brilho no céu, era mais brilhante do que todas as
outras estrelas, e até as luas; era uma estrela cadente, e ainda bem que ela leu nos livros o que
se fazia quando via uma dessas. Belladonna pediu a estrela cadente que queria ser livre, e para
a surpresa dela, a estrela cadente parou no momento que ela fez seu pedido, a luz parecia
estar se aproximando dela, ela até pensou que seria o extermínio de todos os seres vivos do
planeta, mas era algo mais celestial. Uma águia gigante, que brilhava como uma supernova,
pousou na torre aonde Belladonna estava, e com ela o pássaro celestial conversou, o ser
atenderia seu pedido, ela não merecia estar naquelas condições, segundo a águia, todos os
seres precisavam ser livres para saber seu lugar no mundo, mas havia uma condição: a garota
deveria espalhar a bondade ao mundo, trazer o brilho de esperança a aqueles de perderam
fazia um bom tempo, ser a luz radiante que faltava num mundo tão acometido pela guerra e
desavenças.
Belladonna aceitou a oferta do grande pássaro, e num piscar de olhos, ela se viu afastada de
sua cidade, num morro aonde poderia ver todas as casas, inclusive a sua, a garota também
notou uma caixinha que estava do seu lado, e quando ela abriu, a caixinha emanava uma luz
cintilante, além de um som abafado de sino dos ventos. Ela estava pronta para começar sua
aventura, ela só não sabia bem para onde ir...