Você está na página 1de 23

JÚLIO ALVES CAIXÊTA JÚNIOR

KENY DE MELO SOUZA


MARIANO HENRIQUE MAURÍCIO DE CAMPOS
ORGANIZADORES

DIREITO EM FOCO
DIREITO CONSTITUCIONAL

Londrina/PR
2022
Dados Internacionais de Catalogação na
Publicação (CIP)

Direito em foco: Direito


Constitucional. / Organizadores:
Júlio Alves Caixêta Júnior, Keny
de Melo Souza, Mariano Henrique
Maurício de Campos. – Londrina,
PR: Thoth, 2022.
289 p.
Inclui bibliografias.
© Direitos de Publicação Editora Thoth. ISBN 978-65-5959-328-6
Londrina/PR.
www.editorathoth.com.br 1. Ativismo judicial. 2. Constitucional. 3.
Crise institucional. 4. Darwinismo social.
contato@editorathoth.com.br
I. Título.
CDD 341.2

Diagramação e Capa: Editora Thoth Índices para catálogo sistemático


Revisão: Keny de Melo Souza 1. Direito Constitucional : 341.2
Editor chefe: Bruno Fuga
Coordenador de Produção Editorial: Thiago
Caversan Antunes
Diretor de Operações de Conteúdo: Arthur
Bezerra de Souza Junior

Proibida a reprodução parcial ou total desta obra


sem autorização. A violação dos Direitos Autorais é
crime estabelecido na Lei n. 9.610/98.
Todos os direitos desta edição são reservados
pela Editora Thoth. A Editora Thoth não se
responsabiliza pelas opiniões emitidas nesta obra por
seus autores.
ORGANIZADORES

JÚLIO ALVES CAIXÊTA JÚNIOR


Mestre em Educação pela Universidade de Uberaba - UNIUBE (2019).
Mediador e Conciliador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais - TJ/MG
(2017). Especialista em Direito e Processo do Trabalho pela Faculdade
de Direito Professor Damásio de Jesus (2014). Especialista em Direito de
Família e Sucessões pela Universidade Anhanguera (2013). Especialista em
Direito Processual Civil pela Universidade Anhanguera (2012). Bacharel em
Direito pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2010).
Membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). Assessor
Jurídico do Município de Lagamar/MG (2013/2015). Professor de Direito
Civil e de Processo Civil no Centro de Ensino Superior de São Gotardo/
CESG (2013 – Atual). Coordenador e Professor de Prática Real do Núcleo
de Prática Jurídica Desembargador Pedro Bernardes - NPJ/CESG (2015 –
Atual). Professor de Direito Civil e de Processo Civil na Faculdade Patos
de Minas FPM (2020 – Atual) Professor Preceptor da Clínica Jurídica na
Faculdade Patos de Minas FPM (2020 – Atual). Sócio proprietário do
escritório de advocacia Caixêta e Braga Sociedade de Advogados (2010 –
Atual). Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil na 45ª Subseção da
Ordem de Patos de Minas/MG (2019 - Atual). Assessor Jurídico Parlamentar
da Câmara Municipal de Lagamar/MG (2021 - Atual). Pesquisador.
Advogado atuante. E-mail: prof.juliojunior@gmail.com. Instagram: @
juliojunior.1988. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4136600064958259.

KENY DE MELO SOUZA


Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Federal de Ouro Preto -
UFOP. Especialista em Coordenação e Supervisão Pedagógica pela Faculdade
da Região dos Lagos - FERLAGOS. Licenciada em Letras pelo Centro
Universitário do Planalto de Araxá - UNIARAXÁ. Bacharel em Direito
pelo Centro de Ensino Superior de São Gotardo - CESG. Servidora Pública
concursada da Secretaria Estadual de Educação do Estado de Minas Gerais.
Professora de língua portuguesa e suas tecnologias. Supervisora Pedagógica
de Educação Básica. Revisora de Texto. Assessora linguística. E-mail: keny.
suporte@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1049321815756873.

MARIANO HENRIQUE MAURÍCIO DE CAMPOS


Mestre em Direito Público pelo Programa de Pós-Graduação da PUC
Minas, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais
(FAPEMIG). Especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e
Raça pela Universidade Federal de Viçosa. Graduado em Direito e Filosofia.
Professor do Centro de Ensino Superior de São Gotardo. Professor
da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Alto São Francisco. Foi
Professor Temporário no Instituto Federal de Minas Gerais, Campus
Bambuí. Oficial Judiciário na Comarca de Bambuí-MG pelo Tribunal de
Justiça de Minas Gerais. Possui graduação em Direito pela PUC Minas.
E-mail: E-mail: marianohmcampos@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.
br/5304707043716476 .
REVISORA

KENY DE MELO SOUZA


Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Federal de Ouro Preto -
UFOP. Especialista em Coordenação e Supervisão Pedagógica pela Faculdade
da Região dos Lagos - FERLAGOS. Licenciada em Letras pelo Centro
Universitário do Planalto de Araxá - UNIARAXÁ. Bacharel em Direito
pelo Centro de Ensino Superior de São Gotardo - CESG. Servidora Pública
concursada da Secretaria Estadual de Educação do Estado de Minas Gerais.
Professora de língua portuguesa e suas tecnologias. Supervisora Pedagógica
de Educação Básica. Revisora de Texto. Assessora linguística. E-mail: keny.
suporte@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1049321815756873.
AUTORES

ALEXANDRE LUIZ ALVES DE OLIVEIRA


Graduado em Direito. Especialista em Temas Filósofos. Mestre e
Doutor em Direito. Advogado e professor. Lattes: http://lattes.cnpq.
br/857688039715930. Instagram: @alexandre.luiz.98.

ALEXANDRE MÁXIMO OLIVEIRA


Mestre em Direito pela Universidade de Itaúna (UIT). Especializado
em Direito Civil e Processual Civil pela Universidade Candido Mendes
(UCAM). Professor de Direito Processual Civil e Coordenador do Curso de
Direito do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM). Pesquisador
e orientador do Programa Institucional de Iniciação Científica da FEPAM/
Unipam, desde 2011. Tem experiência na área de Direito, com ênfase
em Direito Constitucional, Processual Coletivo e Individual. Advogado.
Instagram: @alexandremaximo.

ANA PAULA DE SOUZA


Mestre em Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento pela
Fundação Mineira de Educação e Cultura - FUMEC (2018). Graduação
em Biblioteconomia pelo Centro Universitário de Formiga - UNIFOR-MG
(2009). Bibliotecária documentalista da Universidade Federal de Viçosa.
Graduanda em Direito pelo Centro de Ensino Superior de São Gotardo
- CESG. Pesquisadora. E-mail: anapaulas.biblio@gmail.com. Instagram:
anapaulasouza1806. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1973492741201374.

CLEBER COUTO
Promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais. Mestrando
em Segurança, Justiça e Direito pela Universitat de Girona, Espanha.
Doutorando em Direito pela Universidad de Buenos Aires, Argentina.
Instagram: @profclebercouto.
EDSON PAULO SANTOS LIMA
Mestre em Sociologia/UFS, Especialista em Docência e Tutoria em Ensino
a Distância/UNIT, Professor de Sociologia em escolas da rede particular.
Instagram: @edsonpslima.

FABIANA LUZ CAMPOS


Bacharel em Direito, Pós-graduada em Gestão de Recurso Humanos.
Instagram: @fabiana.campos2.

FELIPE AUGUSTO SILVA


Bacharel em Direito, Pós-graduado em Direito tributário. Instagram: @
olipaosilva.

FERNANDO BEMFICA NUNES


Bacharel em Direito pelo Centro Universitário de Patos de Minas –
UNIPAM e Pós-graduado em Processo Civil pela Fundação Luiz Flávio
Gomes – LFG. Instagram: @bemficafernando.

FILIPE MARQUES ARAÚJO


Graduado em Direito, Pós-graduado em Direito tributário. Instagram: @
filipemaraujo.

JÉSSICA FERNANDES BONTEMPO


Graduanda do 9° período de Direito do Centro de Ensino Superior de
São Gotardo – CESG. Estagiária do Fórum de Rio Paranaíba/MG pela
Prefeitura de Rio Paranaíba, em 2019-2020. Estagiária pelo TJMG no Fórum
de Rio Paranaíba/MG, em 2021-2022. Atual Assistente Administrativo do
Cejusc do Fórum de Rio Paranaíba/MG. Instagram: @jessicabontempo.

JÚLIO ALVES CAIXÊTA JÚNIOR


Mestre em Educação pela Universidade de Uberaba - UNIUBE (2019).
Mediador e Conciliador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais - TJ/MG
(2017). Especialista em Direito e Processo do Trabalho pela Faculdade
de Direito Professor Damásio de Jesus (2014). Especialista em Direito de
Família e Sucessões pela Universidade Anhanguera (2013). Especialista em
Direito Processual Civil pela Universidade Anhanguera (2012). Bacharel em
Direito pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2010).
Membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). Assessor
Jurídico do Município de Lagamar/MG (2013/2015). Professor de Direito
Civil e de Processo Civil no Centro de Ensino Superior de São Gotardo/
CESG (2013 – Atual). Coordenador e Professor de Prática Real do Núcleo
de Prática Jurídica Desembargador Pedro Bernardes - NPJ/CESG (2015 –
Atual). Professor de Direito Civil e de Processo Civil na Faculdade Patos
de Minas FPM (2020 – Atual) Professor Preceptor da Clínica Jurídica na
Faculdade Patos de Minas FPM (2020 – Atual). Sócio proprietário do
escritório de advocacia Caixêta e Braga Sociedade de Advogados (2010 –
Atual). Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil na 45ª Subseção da
Ordem de Patos de Minas/MG (2019 - Atual). Assessor Jurídico Parlamentar
da Câmara Municipal de Lagamar/MG (2021 - Atual). Pesquisador.
Advogado atuante. E-mail: prof.juliojunior@gmail.com. Instagram: @
juliojunior.1988. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4136600064958259.

KENY DE MELO SOUZA


Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Federal de Ouro Preto -
UFOP. Especialista em Coordenação e Supervisão Pedagógica pela Faculdade
da Região dos Lagos - FERLAGOS. Licenciada em Letras pelo Centro
Universitário do Planalto de Araxá - UNIARAXÁ. Bacharel em Direito
pelo Centro de Ensino Superior de São Gotardo - CESG. Servidora Pública
concursada da Secretaria Estadual de Educação do Estado de Minas Gerais.
Professora de língua portuguesa e suas tecnologias. Supervisora Pedagógica
de Educação Básica. Revisora de Texto. Assessora linguística. E-mail: keny.
suporte@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1049321815756873.

LETÍCIA SILVA OLIVEIRA


Graduanda no curso Direito pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
do Alto São Francisco (FASF), campus Luz. Instagram: @leticia.oliveira.00.

LIDIANY MENDES CAMPOS


Mestre em Ciências Penais pela Universidade Federal de Goiás (2006).
Graduada em Direito pela Universidade Católica de Goiás (2003). Foi
professora de Direito Penal e Prática Penal, e Coordenadora do Trabalho
de Conclusão de Curso no Instituto Luterano de Ensino de Porto Velho -
ILES/ULBRA; Professora convidada nos Cursos de Pós-Graduação “Lato
Sensu” da Faculdade de Rolim de Moura - RO; professora de Direito Penal,
Direito Processo Penal e orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso
na Universidade Paulista - UNIP em Goiânia/GO; Professora de Prática
Penal e orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso no UNICERP em
Patrocínio/MG. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Teoria
Geral do Direito, Direito Penal, Direito Processual Penal, Criminologia e em
Metodologia da Pesquisa Científica, atuando principalmente nos seguintes
temas: acesso à justiça, justiça social, democratização, bem jurídico-penal e
método na pesquisa jurídica. Atualmente atua como advogada nos estados
de Goiás e Minas Gerais e como e professora de Direito Penal, Processo
Penal e orientadora de Trabalho de Conclusão de Curso no Centro de
Ensino Superior de São Gotardo – CESG. E-mail: lidianymc@gmail.com.
Instagram: @lidianymendes.

MARCELO RODRIGUES DA SILVA


Bacharel em Direito pelo Centro de Ensino Superior de São Gotardo –
CESG. Bacharel em Administração pelo Centro Universitário de Araxá –
UNIARAXÁ. Instagram: @marcelosilvard.

MARIANO HENRIQUE MAURÍCIO DE CAMPOS


Mestre em Direito Público pelo Programa de Pós-Graduação da PUC
Minas, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais
(FAPEMIG). Especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e
Raça pela Universidade Federal de Viçosa. Graduado em Direito e Filosofia.
Professor do Centro de Ensino Superior de São Gotardo. Professor
da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Alto São Francisco. Foi
Professor Temporário no Instituto Federal de Minas Gerais, Campus
Bambuí. Oficial Judiciário na Comarca de Bambuí-MG pelo Tribunal de
Justiça de Minas Gerais. Possui graduação em Direito pela PUC Minas.
E-mail: E-mail: marianohmcampos@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.
br/5304707043716476 .

MIRELLY CRISTINA DUARTE


Bacharel em Direito pelo Centro de Ensino Superior de São Gotardo –
CESG. Assessora Jurídica Municipal. Instagram: @mirellyduartec.

MYRIAN EMANOELY DO NASCIMENTO MOURA


Graduada em Direito pelo Centro de Ensino Superior de São Gotardo/MG,
Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pelo Centro Educacional
Legale. Possui vários cursos de extensão pela EJEF - Escola Judicial
Desembargador Edésio Fernandes.
NÍVIA MARQUES DA SILVA LIMA
Graduanda no curso Direito pela Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras do Alto São Francisco(FASF), campus Luz – MG. Instagram: @
níviamarqueslima.

PATRÍCIA APARECIDA DE MELO


Graduada em Administração de Empresas e graduada em Direito ambos
pela faculdade UNIPAM Patos de Minas-MG, pós-graduanda em Direito
e Prática Previdenciária faculdade CERS. Instagram: @patricia.melo.adv.

SUZIE KERLE DO AMARAL


Graduanda no curso Direito pela Faculdade Patos de Minas (FPM),
Instagram: @suzie.amaral.

THATIANE NARA DE OLIVEIRA


Mestre em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU, na linha
de pesquisa Tutela Jurídica e Políticas Públicas. Especialista em Direito Penal
e Processual Penal pela Universidade Estácio. Advogada. Professora de
Criminologia e Direito Penal da Faculdade Patos de Minas FPM. Professora
de Direito Civil da Faculdade Cidade de João Pinheiro FCJP. E-mail: adv.
thatianeoliveira@live.com. Instagram: @_thatianeoliveira. Lattes: http://
lattes.cnpq.br/8734083262962466.

THYERRÍ JOSÉ CRUZ SILVA


Graduando em Direito pela Universidade Tiradentes (UNIT/SE).
Instagram: @thyerricruz. Endereço eletrônico currículo Lattes: http://
lattes.cnpq.br/6987132345466967

VINÍCIUS MAGALHÃES GOMES


Graduando em Direito pelo Centro Universitário de Patos de Minas –
UNIPAM, Instagram: @vinimagalg.
SUMÁRIO

ORGANIZADORES .......................................................................................7
REVISORA ........................................................................................................9
AUTORES ........................................................................................................11

CAPÍTULO 1
Thatiane Nara de Oliveira
Júlio Alves Caixêta Júnior
“ESTADO DE DIREITO”: UMA ANÁLISE DOS TIPOS FORMAL E
SUBSTANCIAL DO ESTADO DE DIREITO E SUA RELAÇÃO COM
O DIREITO À PAZ E A GARANTIA DE DIREITOS HUMANOS 25
Considerações iniciais...................................................................................25
1 Estado de direito........................................................................................26
1.1 Do estado absolutista ao estado de direito .........................................26
1.2 Concepção formal e substancial do termo “estado de direito” ......28
1.3 Estado de direito como fundamento de violência e arbitrariedades –
o estado legislativo de direito ......................................................................29
1.4 Estado de direito como garantia dos direitos humanos – o estado
constitucional de direito...............................................................................32
1.5 Crise do estado constitucional de direito – a atual situação do Brasil
e da Colômbia ..............................................................................................33
2 O direito à paz ..........................................................................................34
Considerações finais .....................................................................................37
Referências .....................................................................................................38

CAPÍTULO 2
Thyerrí José Cruz Silva
Edson Paulo Santos Lima
REDUÇÃO DO NÚMERO DE CONGRESSISTAS BRASILEIROS
SOB A PERSPECTIVA DA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA ............41
Considerações iniciais...................................................................................41
1 Considerações sobre a representação político-legislativa federal no
Brasil ...............................................................................................................45
1.1 Da problemática do número de deputados federais e senadores ...47
2 Propostas de emenda à constituição e redução de parlamentares
federais............................................................................................................51
2.1 Análise e discussão das PECs selecionadas ........................................52
3 Redução de congressistas e a representatividade política ....................58
3.1 Redução de gastos públicos ..................................................................60
3.2 Disparidade de representação entre os estados-membros ..............60
3.3 Maior celeridade nos processos legislativos .......................................62
3.4 Descrédito da classe política .................................................................64
Considerações finais .....................................................................................65
Referências .....................................................................................................66

CAPÍTULO 3
Fernando Bemfica Nunes
Filipe Marques Araújo
Patrícia Aparecida de Melo
O ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL: UM ESTUDO SOB
O VIÉS DO DARWINISMO SOCIAL E DA CRISE INSTITUCIONAL
NO BRASIL PERANTE A PANDEMIA DA COVID-19 .....................69
Considerações iniciais...................................................................................69
1 Atuação judiciária no controle abstrato de constitucionalidade
repressivo concentrado ................................................................................71
2 A ADPF nº 822 e o sistema de saúde pública brasileiro .....................72
3 DA inconstitucionalidade estatal por omissão institucional ao estado
de coisas inconstitucional ............................................................................75
3.1 Omissão estatal inconstitucional ..........................................................75
3.2 O estado de coisas inconstitucional.....................................................78
3.3 O controle de constitucionalidade estrutural em face da crise
institucional sobre o sistema de saúde pública brasileiro........................80
4 O darwinismo social associado à mistanásia, um paralelo com os
desdobramentos da situação sanitária pandêmica ...................................82
5 O estado de coisas inconstitucional como instrumento cooperativo
para a superação da crise sanitária e institucional ....................................86
Considerações finais .....................................................................................90
Referências .....................................................................................................92

CAPÍTULO 4
Alexandre Luiz Alves de Oliveira
Letícia Silva Oliveira
Nívia Marques da Silva Lima
A POSSIBILIDADE DE ADMISSÃO DAS PROVAS ILÍCITAS NO
PROCESSO PENAL BRASILEIRO...........................................................95
Considerações iniciais...................................................................................95
1 Princípios constitucionais do sistema probatório .................................96
1.1 Do devido processo legal .....................................................................97
1.2 Princípio da ampla defesa .....................................................................98
1.3 Princípio do contraditório.....................................................................99
1.4 Presunção de inocência .......................................................................100
1.5 Princípio da verdade real .....................................................................100
2 Das provas no processo penal ...............................................................101
2.1 Provas proibidas ...................................................................................102
2.2 Das provas ilícitas por derivação ........................................................104
2.2.1 Teoria dos frutos da árvore envenenada.........................................105
2.2.2 A exceção da prova de fonte independente...................................107
2.2.3 A Teoria da exceção da descoberta inevitável................................109
3 A utilização das provas ilícitas no processo penal brasileiro.............110
3.1 A inadmissibilidade absoluta das provas ilícitas...............................110
3.2 Possibilidades de admissão das provas ilícitas in dubio pro réu segundo
as diretrizes doutrinárias e jurisprudenciais ............................................111
3.3 A admissibilidade a favor da sociedade .............................................113
Considerações finais ...................................................................................116
Referências ...................................................................................................118

CAPÍTULO 5
Cleber Couto
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: PREMISSAS
CONSTITUCIONAIS E CONVENCIONAIS ......................................121
Considerações iniciais.................................................................................121
1 Improbidade administrativa: direito administrativo sanciona-
dor .................................................................................................................122
2 Probidade administrativa: um direito convencional........................125
3 Probidade administrativa: um direito fundamental ....................126
4 Defesa da probidade administrativa: proteção suficiente e proibição do
retrocesso .....................................................................................................127
5 Probidade administrativa: garantismo integral ....................................129
Considerações finais ...................................................................................130
Referências ...................................................................................................131

CAPÍTULO 6
Mariano Henrique Maurício de Campos
Fabiana Luz Campos
O IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS E OS OBJETIVOS
DA REPÚBLICA BRASILEIRA ...............................................................133
Considerações iniciais.................................................................................133
1 A desigualdade social e crescimento econômico X recuperação da
economia ......................................................................................................134
2 Do princípio da capacidade contributiva e do princípio da vedação de
confisco ........................................................................................................143
3 Análise da relevância da implantação do imposto sobre grandes
fortunas na redução das desigualdades ....................................................146
Considerações finais ...................................................................................152
Referências ...................................................................................................153

CAPÍTULO 7
Mariano Henrique Maurício de Campos
Jéssica Fernandes Bontempo
A RELEVÂNCIA CONSTITUCIONAL DO ACESSO AOS DADOS
CONTIDOS EM APARELHOS CELULARES NA ATIVIDADE
POLICIAL ......................................................................................................157
Considerações iniciais.................................................................................157
1 Direitos constitucionais: privacidade e intimidade .............................159
2 O direito à proteção de dados pessoais................................................161
3 Inviolabilidade do sigilo das comunicações e dos dados ...................163
4 A atuação estatal para garantia da segurança pública na nova era digi-
tal ...................................................................................................................165
5 A prova ilícita ...........................................................................................166
6 O fácil acesso pela polícia aos dados armazenados no Whatsapp ...169
7 Entendimentos do Supremo Tribunal Federal sobre a obtenção de
registros e informações contidas no aparelho celular ...........................172
Considerações finais ...................................................................................176
Referências ...................................................................................................177

CAPÍTULO 8
Júlio Alves Caixêta Júnior
Keny de Melo Souza
Myrian Emanoely do Nascimento Moura
A INCONDICIONALIDADE DOS DIREITOS DA
PERSONALIDADE NOS CASOS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRI-
CA.....................................................................................................................181
Considerações iniciais.................................................................................181
1 Definição e impactos da violência obstétrica ......................................184
2 A violência obstétrica a luz da legislação brasileira ............................191
2.1 PL 7.633/2014 ......................................................................................194
2.2 PLS 8/2013 ...........................................................................................194
2.3 PLS 75/2012 .........................................................................................195
2.4 PEC 100/2015 ......................................................................................195
2.5 PL 359/2015 .........................................................................................196
Considerações finais ...................................................................................196
Referências ...................................................................................................197

CAPÍTULO 9
Marcelo Rodrigues da Silva
Mariano Henrique Maurício de Campos
ANÁLISE DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O DISCURSO DE
ÓDIO NAS REDES SOCIAIS ..................................................................201
Considerações iniciais.................................................................................201
1 Liberdade de expressão ..........................................................................202
2 O direito fundamental da liberdade de expressão na Constituição
Federal ..........................................................................................................206
3 O marco civil da internet........................................................................208
4 Discurso de ódio......................................................................................210
4.1 O Hate Speech ......................................................................................211
5 Estudo de caso - os limites da liberdade de expressão sob a ótica do
STF ................................................................................................................212
5.1 HC170680 – dos crimes contra a honra nas redes sociais .............213
5.2 O caso Ellwanger no HC 82.424-2/RS ............................................214
Considerações finais ...................................................................................216
Referências ...................................................................................................217

CAPÍTULO 10
Alexandre Máximo Oliveira
Vinícius Magalhães Gomes
A LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO NA PANDEMIA DA
COVID-19 ......................................................................................................221
Considerações iniciais.................................................................................221
1 A relatividade dos direitos fundamentais .............................................222
2 Dos limites dos direitos fundamentais .................................................225
2.1 Os limites internos e os limites externos ..........................................228
3 A liberdade de locomoção......................................................................235
4 Da (in) constitucionalidade da restrição ao direito de ir e vir ...........236
Considerações finais ...................................................................................243
Referências ...................................................................................................245

CAPÍTULO 11
Thatiane Nara de Oliveira
Júlio Alves Caixêta Júnior
ESTADO DE DIREITO E RULE OF LAW: ANÁLISE DE SUAS
CARACTERÍSTICAS SUBSTANCIAIS E A RELAÇÃO COM O
ESTADO CONSTITUCIONAL DA PÓS-MODERNIDADE ..........249
Considerações iniciais.................................................................................249
1 Da relação entre as características do estado de direito e do Rule Of
Law com o estado constitucional brasileiro da pós-modernidade ......250
Considerações finais ...................................................................................257
Referências ...................................................................................................257

CAPÍTULO 12
Ana Paula de Souza
Júlio Alves Caixêta Júnior
Suzie Kerle do Amaral
FAKE NEWS COMO FORMA DE TRANSGRESSÃO A LIBERDADE
DE EXPRESSÃO .........................................................................................259
Considerações iniciais.................................................................................259
1 Liberdade de expressão visto como direito fundamental..................262
2 Fake news: riscos e rompimentos nos fatos...........................................263
3 Posicionamento dos tribunais sobre fake news como forma de
transgressão a liberdade de expressão .....................................................265
Considerações finais ...................................................................................267
Referências ...................................................................................................268

CAPÍTULO 13
Felipe Augusto Silva
Lidiany Mendes Campos
Mirelly Cristina Duarte
ENTRE A LEI E A NECESSIDADE SOCIAL: O ATIVISMO
JUDICIAL E SEUS EFEITOS NA ESFERA PENAL .........................271
Considerações iniciais.................................................................................271
1 Ativismo judicial ......................................................................................273
1.1 Judicialização .........................................................................................274
1.2 O ativismo judicial e a autocontenção judicial .................................276
2 Direito material penal e suas funções ...................................................279
2.1 Princípio da legalidade .........................................................................280
3 O ativismo judicial e seus efeitos na esfera penal ...............................281
Considerações finais ...................................................................................287
Referências ...................................................................................................288
CAPÍTULO 1
“ESTADO DE DIREITO”: UMA ANÁLISE
DOS TIPOS FORMAL E SUBSTANCIAL DO
ESTADO DE DIREITO E SUA RELAÇÃO
COM O DIREITO À PAZ E A GARANTIA
DE DIREITOS HUMANOS

THATIANE NARA DE OLIVEIRA


E-mail: adv.thatianeoliveira@live.com.

JÚLIO ALVES CAIXÊTA JÚNIOR


E-mail: prof.juliojunior@gmail.com - Instagram: @juliojunior.1988.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Uma das principais críticas do Estado Absoluto e do Estado


Despótico é a insegurança que esses dois tipos de Estados geravam nos
súditos. A arbitrariedade era a principal característica do poder soberano,
que, em muitos casos, foi o principal motivo da insegurança, da violação de
direitos fundamentais e de guerras.
Com o surgimento do Estado de Direito passa-se de um período
governado por homens a um período governado por leis. A soberania
sai das mãos de um rei e passa às mãos de um parlamento. O que era
caracterizado como período de insegurança e de arbitrariedade, passa a um
período marcado pela segurança jurídica, pela democracia e pela garantia
dos direitos fundamentais, incluindo nestes o direito à paz e à tranquilidade.
Porém, até que ponto essa afirmação é verdadeira? Seria mesmo o Estado de
Direito o tipo ideal, criado para colocar fim às arbitrariedades de um Estado
Soberano? Haveria alguma relação entre Estado de Direito, segurança e
garantia de direitos fundamentais?
É nesse contexto que a presente pesquisa pretende refletir se o Estado
de Direito de fato findou com a arbitrariedade de um líder, garantindo a paz
26 DIREITO EM FOCO
Direito Constitucional

e a segurança jurídica dos cidadãos. Mais precisamente, pretende-se verificar


se Estado de Direito é sinônimo de paz, tranquilidade e prevalência dos
direitos humanos em face da vontade de um único poder.
Destarte, adotar-se-á a hipótese de que o Estado de Direito, tanto
em seu sentido formal, quanto em seu sentido substancial, em que pese
ter como principal característica o governo das leis e não dos homens, não
significou segurança jurídica, tampouco garantia de direitos fundamentais,
como o direito à paz e à tranquilidade.
Este, ainda que considerado “Estado ideal”, na realidade não significou
observância de direitos fundamentais; uma vez que a diferenciação clara
entre Estado Soberano, Despótico e de Direito se realizou apenas no campo
teórico, sendo, na prática, muito parecidos.
Para desenvolvimento da pesquisa, por meio de uma abordagem
qualitativa, o procedimento metodológico se deu com realização de uma
revisão de literatura e uma pesquisa normativa-jurídico a partir da análise
de princípios e normas que correlacionam com o tema de pesquisa1. A
análise dos tipos formal e substancial do estado de direito e sua relação
com o direito à paz e a garantia de direitos humanos se desenvolve em
dois capítulos, sendo o primeiro capítulo intitulado de Estado de direito e o
segundo capítulo intitulado de O direito à paz.
O conceito de Estado de Direito é muito amplo e, a depender do tipo
de política que se concretiza no Estado, o conteúdo das leis pode caminhar
tanto para garantia dos direitos fundamentais e consequente paz social,
quanto para insegurança jurídica com graves violações de direitos humanos.
Assim, em que pese a expressão “Estado de Direito” soar como
o Estado que extirpou a arbitrariedade de um líder, na prática conclui-se
que o este não foi sinônimo de paz, tampouco de garantia dos direitos
fundamentais do cidadão; que tal tipo de Estado, em muitos casos, foi
utilizado como fundamento de violência e de graves violações de direitos
humanos.

1 ESTADO DE DIREITO

1.1 DO ESTADO ABSOLUTISTA AO ESTADO DE DIREITO

O Estado Absolutista, também chamado de Estado sob o regime


da força, se faz presente no século XVII, tendo como característica
predominante o poder ilimitado do soberano, retratado fielmente na célebre
1. BITTAR, EDUARDO CARLOS BIANCA. Metodologia da pesquisa jurídica. Saraiva Educação
SA, 2016.
Júlio Alves Caixêta Júnior
Keny de Melo Souza
27
Mariano Henrique Maurício de Campos
Organizadores

frase do Rei Luís XIV, “o Estado sou eu”. Lei, ordem e justiça se resumiam
na vontade do monarca. Na Europa ficou conhecido como Antigo Regime.
Segundo Dieter Grimm2, no Estado Monárquico Absolutista não
havia separação entre direito e política. Poder legiferante, execução da lei
e jurisdição se concentravam em uma só mão e o poder era arbitrário e
desigual.
Naquela época, vários processos concomitantes se cruzavam no
tempo: transição do feudalismo para o capitalismo, emergência de uma nova
classe social – a burguesia, formação do Estado-Nação moderno, concepção
inovadora de poder político, que, dentre outros motivos, deu causa ao que
ficou conhecido como Revoluções Burguesas.
Antes de ser derrubado pelas Revoluções Burguesas, que daria início
ao Estado de Direito, o século seguinte representou o período do Estado
Despótico ou Estado sob o regime de polícia, uma tentativa de mudança
frente às críticas ao poder ilimitado do monarca. Contudo, não foi bem-
sucedida; vez que no Estado Despótico o rei ainda detinha poderes ilimitados
e absolutos. A relação entre poder e direito ainda se constituía no rex facit
legem, assim como ocorreu no Estado Absoluto.
Com o decorrer das Revoluções Burguesas, o século XIX foi marcado
pelo surgimento do Estado de Direito, tipo predominante na Europa
Continental que se originou após a Revolução Francesa: passava-se de um
período governado por homens a um período governado pela lei – Rule of
Law and not of men3.
Contudo, esses três tipos de Estado, segundo Gustavo Zagrebelsky4,
indicam apenas tipos ideais que só poderiam ser claramente distinguidos
conceitualmente, porque na prática, segundo ele, no desenvolvimento real
dos fatos, existiam aproximações, contradições, contaminações e desajustes
temporais que tais expressões não registraram. No entanto, afirmou
Zagrebelsky, tais desajustes foram úteis para se recorrer às características
principais da sucessão das etapas históricas do Estado moderno.
Segundo Zagrebelsky5, o Estado de Direito representou historicamente
um dos elementos básicos das concepções constitucionais liberais, ainda
que não seja em absoluto evidente, que seja incompatível com outras
orientações político-constitucionais. Antes, ao contrário, expressava o
Estado da Razão ou o Estado governado segundo a vontade geral da razão

2. GRIM, Dieter. Constituição e Política. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.


3. Estado das leis e não dos homens. Tradução dos autores.
4. Tradução dos autores. ZAGREBELSK, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justicia. Trad.
Marina Gáscon. Madri: Editorial Trotta, 2011.
5. Tradução dos autores. ZAGREBELSK, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justicia. Trad.
Marina Gáscon. Madri: Editorial Trotta, 2011.
28 DIREITO EM FOCO
Direito Constitucional

e orientado a consecução do bem geral ideia perfeitamente compatível com


o despotismo esclarecido. Logo, em outro contexto, poderia dar-se uma
definição exclusivamente formal, vinculada à autoridade estatal como tal e
completamente diferente dos conteúdos e fins da ação do Estado.
O Estado de Direito, nas palavras do autor, indica um valor e alude
só a uma das direções de desenvolvimento da organização do Estado,
mas não encerra em si consequências precisas. O valor é a eliminação da
arbitrariedade no âmbito da atividade estatal que afetaria os cidadãos. A
direção é a inversão da relação entre poder e direito que constituía a essência
do Estado Absoluto e do Estado Despótico: não mais o rex facit legem, mas
lex facit regem.
De acordo com Zagrebelsky6, o problema do Estado de Direito
é seu conteúdo aberto, que poderia ser aplicado a qualquer situação em
que se excluísse, em princípio, a eventual arbitrariedade pública e privada
e se garantisse o respeito à lei, qualquer que esta fosse, independente se o
conteúdo da lei era injusto ou imoral; inclusive poderia ser usado como
fundamento de legitimação em regimes totalitários, como aconteceu com a
Alemanha Nazista e com a África do Sul durante o apartheid.

1.2 CONCEPÇÃO FORMAL E SUBSTANCIAL DO TERMO


“ESTADO DE DIREITO”

A expressão “Estado de Direito”, não obstante seu conceito aberto,


pode ser resumida e interpretada sob duas principais vertentes que se faz
necessário distingui-lo: no sentido meramente formal e sob o aspecto
substancial do termo.
Estado de Direito, no sentido formal, corresponde ao uso alemão
do termo Rechtsstaat e designa qualquer ordenamento no qual os poderes
públicos são conferidos por lei e exercitados nas formas e com os
procedimentos legalmente estabelecidos. Nesse sentido, são Estados de
Direito todos os ordenamentos jurídicos modernos, inclusive os antiliberais
e os totalitários em que os poderes públicos têm uma fonte e uma forma
legal. Foi o tipo de Estado que Ferrajoli7 denominou Estado Legislativo de
Direito ou Estado Legal.
No sentido substancial, Estado de Direito designa, em contrapartida,
somente aqueles ordenamentos nos quais os poderes públicos estão
sujeitos à lei e, portanto, limitados ou vinculados a ela, não só relativo às

6. Tradução dos autores. ZAGREBELSK, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justicia.
Trad. Marina Gáscon. Madri: Editorial Trotta, 2011.
7. Tradução dos autores. FERRAJOLI, Luigi. Pasado y futuro del estado de derecho. Itália: Universidad
de Camerino, 2001. p. 31-45.
Júlio Alves Caixêta Júnior
Keny de Melo Souza
29
Mariano Henrique Maurício de Campos
Organizadores

formas, mas também ao conteúdo. É aquele ordenamento onde todos os


Poderes, inclusive o Legislativo, estão vinculados ao respeito dos princípios
substanciais, estabelecidos por normas constitucionais, como a divisão de
poderes e os direitos fundamentais. Tal tipo de Estado foi classificado por
Ferrajoli8 como Estado Constitucional de Direito ou simplesmente Estado
Constitucional.
A depender do tipo de Estado, se formal ou substancial, o conteúdo
das leis pode caminhar tanto para garantia dos direitos fundamentais
e consequente paz social, quanto para insegurança jurídica com graves
violações de direitos humanos.

1.3 ESTADO DE DIREITO COMO FUNDAMENTO DE


VIOLÊNCIA E ARBITRARIEDADES – O ESTADO LEGISLATIVO
DE DIREITO

O Estado Legislativo de Direito surge com o Estado Moderno no


século XIX e com a afirmação do princípio da legalidade como Regra de
Reconhecimento9 do direito existente.
Ferrajoli10 afirma que o Estado de Direito nasce no momento em
que o Poder Legislativo alcança realização histórica, mais precisamente,
com a afirmação do princípio da legalidade como critério exclusivo de
identificação do direito válido, com independência de sua valoração como
justo ou injusto. Graças à legalidade, uma norma jurídica é válida não por
ser justa, mas por ter sido posta por uma autoridade dotada de competência
normativa.
O princípio da legalidade, na concepção de Zagrebelsky11, expressa
a ideia da lei como ato normativo supremo e irresistível, não oponível a
nenhum direito mais forte, qualquer que seja sua forma e fundamento: nem
o poder de exceção do rei e de sua administração em nome de uma superior
razão do Estado, nem a inaplicação por parte dos juízes ou a resistência dos
particulares em nome de um direito mais alto – do direito natural ou do
direito tradicional – ou de direitos especiais – os privilégios locais ou sociais.
8. Tradução dos autores. FERRAJOLI, Luigi. Pasado y futuro del estado de derecho. Itália: Universidad
de Camerino, 2001. p. 31-45.
9. O direito tem uma regra fundamental da qual derivam as demais. Sua existência é necessária para
a lógica, porque a solução dos problemas jurídicos requer um limite de fundamentação.
(LORENZETTI, Ricardo Luís. Teoria da Decisão Judicial: Fundamentos de Direito. Trad.
Bruno Miragem; Claudia Lima Marques. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010.)
10. Tradução dos autores. FERRAJOLI, Luigi. Pasado y futuro del estado de derecho. Itália: Universidad
de Camerino, 2001. p. 31-45.
11. Tradução dos autores. ZAGREBELSK, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justicia.
Trad. Marina Gáscon. Madri: Editorial Trotta, 2011.

Você também pode gostar