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Naamã...

Herói nacional, porém leproso


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Assim diz a Bíblia, a Palavra de Deus, no segundo livro de Reis, capítulo cinco, versículo
primeiro: o início da história da vida de Naamã:

“Naamã, capitão do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor, e
de muito respeito, porque por ele o Senhor dera livramento aos sírios. E era este homem,
herói valoroso, porém leproso”.

“E era este homem herói valoroso, porém leproso”.

Naamã era o chefe do exército da Síria. E o exército da Síria era um dos mais temidos da
velha história. Naamã era um tremendo estrategista de guerra, e muito corajoso. Em
algumas traduções bíblicas diz assim: “homem valente”. Naamã era um herói nacional.
Era mais famoso no mundo do seu tempo que o Rei do seu país.

Quando Naamã voltava de uma guerra o rei mandava o país se preparar para recebê-lo. A
Síria parava. Era o herói nacional. Se fosse no tempo dos álbuns de figurinha, Naamã seria
a figurinha carimbada. Aquela que todo mundo quer achar, aquela que todo mundo quer ter.

Eu creio que toda mulher síria, se lhe perguntassem, “que tipo de homem você quer ter
como marido? Com que tipo de homem você quer se casar?” Elas responderiam com
certeza: “Meu tipo é Naamã.”

A farda de Naamã era a mais bonita, a mais cheia de galões, e insígnias dizendo: “Este é o
chefe, este é o grande herói!”.

Quando os meninos da Síria, brincando na rua, o rei mandava anunciar que o exército que
saiu para a guerra estava voltando, e que Naamã vinha à frente dos soldados, eles ficavam
pensando: “Como deve ser lá na casa de Naamã?” Porque ninguém entrava na casa de
Naamã... Era casa de quarteirão inteiro, com muro alto de três metros, era uma verdadeira
fortaleza.

Aqueles meninos ficavam pensando: “Eu acho que Naamã tem meia dúzia de filhos. E
quando ele chega, forte como é, tipo Schwarzenegger, ele deve pegar três filhos debaixo de
cada braço. Brincar com os seis, rolar na grama, e pegar os seis, jogar para o alto e aparar.”

As jovens da Síria ficavam imaginando como a mulher de Naamã o receberia quando ele
chegava da guerra. “Deve dar um abraço de dez minutos!”

Porém, não era isso que acontecia. Só havia duas verdades: a primeira era que Naamã era
um valente, herói de guerra nacional, homem poderoso, homem respeitado. A segunda era
que ele era leproso. Ele não podia abraçar seus filhos, e nem sua esposa a não ser fardado.
Naamã não tirava a farda. Em primeiro lugar, porque ela era muito bonita e muito
importante. Cada vitória, cada guerra vencida, era uma medalha especial que ele recebia. E
em segundo lugar era que, se ele tirasse a farda apareceria a sua lepra.

Herói nacional! Valente guerreiro! Valente vitorioso! Porém leproso. Não pense ser
verdade que ele rolava na grama, de short, brincando com seus filhos. Não. Isto não
acontecia. Não pense que ele usufruía o privilégio e o direito de intimidade com sua esposa.
Não. Não podia mais. Seu corpo era sujo.

Aquela farda encobria sua doença.

Quando ele passava pelas ruas da Síria todo mundo parava e o saudava: Viva Naamã!
Nosso herói! – Porque só via a farda. Porque só via a farda. Porque só via a farda.

Quando ia ao palácio ter uma audiência, o Rei mandava estender um tapete vermelho para
ele passar. Os serviçais do palácio estavam todos a postos para servi-lo, enquanto fardado.

Na verdade, Naamã era uma farsa. A farda de Naamã era bonita. O que ele tinha por dentro
de si, na sua alma, no seu espírito, ele era corajoso, ele era valente, ele era estrategista, ele
enfrentava a espada adversária, sim. Mas o seu corpo, este, ele não podia mostrar.

Um dia, morava na casa de Naamã uma menina que era judia. O povo de Israel viveu certo
tempo debaixo do cativeiro sírio. E quando houve isto, a família de Naamã trouxe uma
menina de Israel para ajudar na sua casa. Essa menina ficava ouvindo as conversas da sua
patroa a respeito do marido, do senhor da casa, do Naamã, do grande general, do grande
capitão, do grande herói nacional, do comandante do exército da Síria, o mais poderoso.

Ela ficava observando: “Ele é doente, ele tem um problema... É por isso que ele não tira a
farda. É por isso que ninguém o vê sem aquela roupa toda bonita”. Pediu, então a menina,
pra conversar com a esposa de Naamã, sua patroa e disse: “Olha minha senhora, se o meu
senhor Naamã for lá na minha terra... há um homem de Deus lá, que pode curá-lo”.

A esposa de Naamã falou: “Que isso menina?”

“Tem sim. Se o meu senhor Naamã for lá, o homem de Deus da minha nação, vai curar o
seu marido”.

A mulher de Naamã correu para lhe falar: “Olha meu querido, a menina judia que trabalha
conosco, que veio lá de Israel, disse que na terra dela há um homem de Deus que cura
você.”

“Que isso mulher, lepra não tem cura. Eu sou um homem condenado, eu tenho que viver
esta vida dupla mesmo. Mostrar para o povo uma coisa e na verdade ser outra. E eu não
estou aqui pra ficar gastando o meu tempo. Lepra não tem cura. Não há aí os leprosários
onde vivem os leprosos? Eu não vou pra lá, porque eu sou comandante do exército. Eu não
vou pra lá, porque eu não tiro esta roupa. Eu não acredito nisto, não!”
E a sua esposa disse: “Mas meu querido, não custa nada, a menina falou com tanta fé. Não
custa nada você ir lá”.

No verso dois, do capítulo 5, do 2° livro de Reis está escrito assim:

“Saíram tropas da Síria e da terra de Israel e levaram presa uma menina que ficou ao
serviço da mulher de Naamã. Disse esta a sua senhora: “Oxalá o meu senhor estivesse
diante do profeta que está em Samaria. Ele o restauraria da sua lepra.”

“Vai lá querido, não custa nada. Se não for verdade, você pelo menos tentou”.

Naamã foi e falou com o seu Rei, com o seu chefe: “Olha, tem uma menina na minha casa
que é judia, veio de Israel, mora conosco. Ela disse que lá tem um profeta, capaz de me
curar em nome de Deus e eu quero ir lá.”

Olha o que o Rei da Síria fez: escreveu uma carta de recomendação ao Rei de Israel;
encheu Naamã de presentes, fez uma grande comitiva e disse para o Naamã: “Vai lá e volte
curado”.

Naamã partiu para Samaría.

Naamã pensou que quem tinha poder para curá-lo de sua lepra fosse o Rei de Israel. Naamã
não associou o fato de que a cura vinha de Deus e quem curava era o homem de Deus. Era
o profeta de Deus. E o nome desse profeta a quem a menina se referia era Eliseu.

Naamã partiu com a sua comitiva carregada de presentes. Com muito ouro, muita prata,
muito linho, com finas vestes.

Como seria o carro, ou a carruagem de Naamã? Você pode imaginar? Devia ser um carro
exclusivo. Blindado... um Naamã-móvel. Ele parou lá na porta do palácio. Mandou
anunciar ao Rei que ele estava ali, o herói da Síria. Claro que o rei de Israel ia atendê-lo. A
Síria já havia vencido o exército de Israel. A situação estava na base do acordo diplomático
bilateral. Há paz entre Israel e Síria, mas não pode haver confusão, porque senão a Síria
fica nervosa invade novamente, e oprime Israel.

“Então, disse o Rei de Israel, vamos atender Naamã. É aquele grande comandante de guerra
da Síria? Mande-o entrar”.

Naamã entrou e entregou a carta para o Rei, a caixa de prata, a caixa de ouro, a caixa de
roupas finas. O Rei leu o que a Bíblia narra assim:

“Respondeu o Rei da Síria: vai, anda, enviarei uma carta ao Rei de Israel. Assim Naamã
partiu consigo levando dez talentos de prata, seis mil ciclos de ouro e dez mudas de
vestidos finos. Entregou a carta ao Rei de Israel que dizia: Logo em chegando a ti esta
carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo”. Este é o conteúdo da carta. “Para que o
restaures da sua lepra. Tendo o Rei de Israel lido a carta, rasgou as suas vestes e disse: sou
eu Deus? Posso matar e vivificar? Porque envia este, alguém a mim, para ser restaurada sua
lepra. Notai, peço-vos, e vede, que buscam ocasião contra mim.”

O Rei de Israel não entendeu nada. Entendeu que aquilo era uma afronta, uma ironia, um
escarnecimento. “Eu não sou Deus pra curar ninguém, como é que me manda aqui o seu
herói nacional, cheio de presentes para eu curá-lo da sua lepra?”

O Rei de Israel temeu, ficou nervoso, irado.

1 - -Procuramos purificação onde não existe

“Quando Eliseu ouviu que o Rei de Israel rasgara suas vestes, mandou dizer ao rei: Porque
rasgaste as suas vestes? Deixa-o vir a mim e saberá que há profeta em Israel.”

“Deixa-o vir a mim. Não o mande ir embora para a Síria. Mande-o pegar aquela vertente
para o sul do seu palácio, depois pegar aquela trilha, e, mais adiante, pegar aquela picada
que vai sair aqui na minha tenda. Aqui ele vai saber que há profeta em Israel.”

Naamã disse: “O que? Ele quer que eu vá lá naquela roça? Eu vá lá no canto, que eu vá à
periferia, com todo esse carregamento?”

“Você precisa falar com o homem de Deus que está em Israel, porque é ele que pode curar
você”.

Naamã colocou o carro em movimento. Será que era um Naamã móvel puxado a cavalos?
Ligou aquilo: “Vamos para lá”. Era numerosa a sua comitiva. Não dava nem para passar
direito, as rodas ficavam para fora do caminho... Era um aparato tremendo. Quando viu lá
adiante aquela tenda humilde... Dentro da tenda estavam o profeta e o seu auxiliar.

Naamã chegou chamando alto, fazendo muito barulho. Fazendo um escarcéu. Elizeu viu
que era ele e falou para Geazi: “Vai lá fora e diz para esse moço ir lá no Jordão mergulhar
sete vezes que ele vai ficar bom”.

“O que? Eu?”, perguntou Geazi.

“É. Você mesmo. Não preciso sair daqui não, vou ficar aqui mesmo. Vou continuar
meditando no Senhor, vou continuar orando ao Senhor. Vai lá e diz para ele ir ao Jordão
mergulhar sete vezes que ele vai ficar bom”.

Geazi era um jovenzinho, adolescente ainda. Saindo da tenda, perguntou: “Quem está
precisando ser curado?” Era um menino, um adolescente. “Quem está precisando ser
curado?”

Naamã ficou quieto. Não fala com criança. O grande general não fala com criança. Naamã
é temido por todos. Naamã atende ao chamado do Rei. Quando tem que ir a Israel para falar
com o Rei. Agora o Rei lhe manda ir à periferia para falar com o profeta de Deus e quem
sai da cabana para falar com ele é um garoto...!
“Quem é que está precisando ser curado?” Insistiu Geazi.

Aí um soldadinho lá do Naamã fala assim: “Ah, é o meu senhor”.

“O homem de Deus mandou dizer para ele ir se banhar sete vezes no Rio Jordão que ele vai
ficar curado”.

Naamã ficou mais irado ainda: “Eu pensei que ele fosse sair da sua tenda, e erguer as suas
mãos pro céu, energizar bem as suas mãos, e depois tocar no meu lugar ferido e me
determinar a cura, mas ele manda um menino falar comigo, e me manda mergulhar nesse
Jordãozinho poluído. Não são Abana e Farpar, rios de Damasco, muito mais puros e
cristalinos do que o Jordão? Manda que eu mergulhe neste riacho cheio de lixo químico
vazando das indústrias que poluiu tudo.”

“Por que mergulhar aqui se tem rios cristalinos lá em Damasco na minha terra? Que
história é essa? Vamos embora.”

Por que, senhor, disseram seus assessores, e seus soldados: “Não faça isso, senhor, você já
veio até aqui...por que não mergulhar?, Vai lá, mergulha!.”

Olha o que a Bíblia relata:

“Assim veio Naamã com seus cavalos e com seu carro e parou à porta da tenda de Eliseu.
Eliseu mandou-lhe um mensageiro dizendo: vai lava-te sete vezes no Jordão e tua carne te
será restaurada e serás purificado. Porém...”

O primeiro porém do texto é aquele lá: “porém, leproso”.O segundo é: “Porém Naamã...”
Todo porém da Bíblia é um perigo irmão. Todo porém de Deus é um perigo. E se você tem
uma mulher santa, tem um filho santo, um noivo santo, um pai santo, porém você ainda não
foi santificado, você está no mesmo perigo de Naamã.

“Porém, Naamã indignou-se muito e se foi dizendo: eu pensava que ele certamente sairia,
por-se-ia em pé e invocaria o nome do Senhor, seu Deus, agitaria a mão sobre o lugar
infectado e me curaria da lepra. Não são Abana e Farpar rios de Damasco melhores do que
todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ser purificado? Assim se voltou e
se foi com indignação. Chegaram-se a ele os seu servos e lhe disseram: meu pai, se o
profeta te tivesse indicado alguma coisa difícil, não terias feito?”

Quantas vezes a gente quer fazer alguma coisa difícil para Deus? Não pode crer que a
salvação seja tão simples.

O desafio de hoje é que você termine esta leitura sem a síndrome de Naamã na sua mente e
no seu coração, querido leitor.

“Quanto mais te dizendo ele: lava-te e serás purificado”.


Porque que Naamã não queria mergulhar? Será que Naamã não queria tirar a roupa?

“Pensei que ele fosse energizar a sua mão e clamar ao seu Deus e botar a mão sobre a
ferida, mas ele está me mandando mergulhar no rio. E para mergulhar eu tenho que tirar a
roupa. E se seu tirar a roupa, ninguém vai ficar perto de mim. Quando o meu exército vir a
minha lepra...”

Tem gente que não aceita Jesus, não é lavado e remido pelo sangue do Cordeiro, porque
fica pensando: “Como é que vai ser a segunda-feira lá no meu trabalho quando eu chegar lá
e disser que agora sou de Jesus. A turma vai virar as costas para mim. Vou perder a minha
popularidade.”

“Se eu substituir a minha farda pela minha pele, vou perder tudo. Ninguém vai ficar perto
de mim.”Era disso que Naamã tinha medo.
Seus soldados devem ter questionado;
“Senhor, o que é melhor para você, sua fama ou sua cura? Você veio aqui por causa da
fama ou por causa da cura? Por causa da fama você vai para a guerra que os outros chefes,
os outros comandantes de exército têm medo de você e já batem em retirada quando dizem:
‘É a Síria que vem, é Naamã que comanda.’ Mas você não veio aqui para a guerra, você
veio para a cura. O que é mais importante para você, sua fama ou sua cura?”

Então Naamã pensou: “Eu vou mergulhar.”

2 - Achamos que a purificação será do jeito que pensamos

Quando ele disse “eu vou mergulhar” o menino falou: “então tira a roupa.”

Ele falou: “Não, não vou mergulhar mais não. Vou embora.”

“Não vou mergulhar não, eu vou para casa”.

Muita gente, ainda hoje, está assim, com os mesmos preconceitos de Naamã. Seus corações
estão marcados pelo pecado (lepra espiritual). Quando são chamados a “mergulhar” no
Sangue de Jesus, pensam em tudo, esquecendo-se da necessidade da cura espiritual de suas
almas.

“Senhor, não volte para a Síria cheio de lepra. Dê um alento para sua esposa. Deixe- a ter
o direito de te abraçar de verdade. Dê um alento para os seus filhos. Você está cansado de
brincar na grama com eles de farda, não tem cabimento isso. Só você que consegue brincar
de farda, meu senhor. Você precisa brincar com eles assim, à vontade, com roupa de casa.
Mergulhe naquele riozinho sujo, vamos lá, mergulhe! Ele falou Jordão, ele não falou
Abana, ele não falou Farpar, ele não falou os rios de Damasco, ele falou Jordão, vamos lá.”

Quando Naamã tirou a farda, muita gente virou o rosto. Muito patrão disse: “na minha
firma não trabalha mais”. Muita namorada disse: “Não o quero namorar mais.” Muito
namorado disse: “Namorada assim, eu? Tô fora.” Muita gente disse: “Patrão assim, também
não quero. Não volto mais lá.”
Mas alguns ficaram. E Naamã tomou coragem e afundou nas águas do Jordão. Levantando-
se olhou logo, querendo estar limpo: “Olha aí, não disse que podia mergulhar lá, nos rios de
Damasco? Tô ainda sujo de lepra.”

“Sete vezes senhor. Sete vezes o homem falou. O homem de Deus falou, o profeta de Deus
falou, sete vezes.”

Naamã mergulhou segunda vez, levantou: sujo, cheio de lepra. Mergulhou a terceira vez,
leproso. Quarta vez,continuava leproso. Quinta vez,ainda leproso. Sexta vez, nada. Ele
irou-se: não melhorou nada. Era para ir melhorando aos pouquinhos agora na sétima vez
já não ter mais nada e eu levantar são.”

“Senhor, ele falou sete vezes, só falta uma.”

Falta uma vez, Senhor, mergulha agora.

Naamã mergulhou pela sétima vez e quando levantou, diz o texto, seu corpo estava todo
limpo, aleluia!.

Olha o que diz a Bíblia:

“Pelo o que ele desceu, mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de
Deus e a sua carne foi restaurada e se tornou como a carne de um menino e ficou
purificado. E então voltou Naamã ao homem de Deus.”

E disse: “Olha, eu trouxe muita coisa, com a carta eu trouxe muito prata, muito ouro, muita
roupa, muita coisa fina. Toma aqui é para você.”

3 - Precisamos abrir mão do que temos, para conseguirmos a purificação que tanto
precisamos.

Eliseu agora saiu da tenda e disse para ele: “Não, nada disso é meu, tudo isso é seu. Minha
era a oportunidade de te servir em nome de Deus. Minha era a oportunidade de te dizer o
caminho da cura em nome de Deus. Não estou aqui para receber nada, pode voltar com
tudo.

Eu sou um servo de Deus. Sou profeta de Deus. Minha missão é servir a Deus, abençoando
as pessoas. Pode levar tudo de volta. Eu não vou aceitar nada.

Então, Naamã volta para a Síria. Sabe como? Largou a farda lá no meio do Jordão, amarrou
um pano na cintura,. peito aberto, braços abertos. Agora a Síria está vendo, toda ela em pé,
aplaudindo o herói nacional que não precisa mais da farda para cobrir a sua lepra.

Os portões da mansão foram abertos. E ele pegou mesmo os seis filhinhos e os colocou no
colo, apertou-os no peito porque ele agora está curado. A sua esposa saiu correndo na porta
da sala, lançou-se nos braços de Naamã. E ele a segurou mesmo, abraçou-a, beijou-a com
alegria. E todo mundo viu que ele esteve com o profeta de Deus e por isso foi curado.

Curados por Deus, deixamos de ser uma farsa. Transformados por Deus, não precisamos
mais encobrir o nosso pecado. Transformados pelo Espírito Santo, lavados e remidos pelo
sangue que ainda goteja da cruz, não precisamos usar mascaras nem farda para encobrir a
nossa lepra espiritual, o pecado.

Podemos deixar a farda lá na beira do rio Jordão e voltar de peito aberto, porque fomos
sarados, fomos limpos, lavados e remidos no sangue do cordeiro.

Três coisas vamos aprender com essa história de Naamã.

A primeira é que às vezes procuramos purificação onde não existe. Talvez você esteja
lendo este livro nesta situação, já tendo ido a muitos lugares tentando resolver o problema
da sua alma.

Naamã, cheio de presentes, com a carta do seu Rei, foi parar no palácio pensando que quem
o deveria curar fosse o rei de Israel. Quantas vezes você já entregou sua mão para uma
cigana ler, pensando que ia resolver seu problema?

Quantas vezes alguém disse para você: “Leia este livro aqui, e depois vá lá.? Leva esta lista
aqui, compra isto, leva embrulhado, ninguém precisa ver.” E você foi e fez. Eu não vou
dizer para você que ficou a mesma coisa, não. Você sabe que ficou pior.

Uma vez o irmão de uma ovelha minha em Caxias, na Igreja Memorial, suicidou-se e foi
nas primeiras horas do dia, nove horas da manhã. Dez horas eu estava no gabinete, me
chamaram, eu fui para lá. Ele estava em uma meia água atrás da casa, perdurando no caibro
de telhado com uma corda. Dois sobrinhos dele eram discípulos da classe da Dulcinea,
minha esposa. Eram adolescentes, amigos do Leandro e da Camilla: Marquinhos e
Marcinho. Foram os que foram lá vê-lo comigo.

Ficamos até a tarde esperando o legista chegar. O legista chegou, fotografou, analisou,
riscou uma folha de papel e falou: “Pode tirar”.

Eu nunca tinha visto aquela cena. “Não é o senhor que vai tirá-lo?”

“Não, não. É a família que tem que tirar.”

A família estava toda dilacerada.

Era a hora do pastor agir.

Eu fui com o sobrinho dele, o Marquinhos. “Segura aí nas pernas dele.” Geladas. “Eu vou
subir neste banquinho aqui que ele usou e vou cortar a corda.” colocamos ali, numa esteira.
Tivemos que esperar a funerária. Enquanto aguardávamos, apareceu um amigo do falecido
que passou a noite toda bebendo com ele. Querendo ver, ainda estava bêbado. Emendou o
dia bebendo, ainda mais quando soube que o amigo se suicidara, bebeu mais ainda.
Entregaram o amigo dele para mim e eu falei: “Pode entrar para vê-lo, sem problema.”

Quando ele entrou, ele quis acender uma vela. E eu falei: “Mas porque você vai acender
essa vela?”

“Pra alma dele não ficar no escuro.”

Às vezes estamos procurando cura onde não há cura. Estamos procurando solução para a
nossa alma onde não há solução. E isso não é coisa nova, não é coisa nossa, não. Naamã
também fez assim.

Naamã também achou que quem ia curá-lo era o Rei. Naamã também pensou que o lugar
da cura era o palácio de Israel, na capital do Norte, em Samaria. Naamã também
confundiu, entendendo que quem curava não era o profeta de Deus, mas sim o rei. Não era
a tenda do profeta, era o palácio.

Quantas vezes jogaram búzios para você? Quantas vezes já rolaram os búzios e o negócio
não resolveu?

A primeira coisa que aprendemos é que o lugar da cura é onde Jesus está.

Quantas vezes você leu um livro que te recomendaram. Tremenda recomendação. Você leu
o livro e... “Agora, vai dar certo”.Você leu até a última página, fechou o livro, achou até
interessante, mas... A vida e a sua história continuaram inalteradas.
Se você confundiu muitas vezes o lugar da cura. Se você confundiu muitas vezes o nome
daquele que podia aliviar sua alma, perdoando os seus pecados, hoje você está na tenda,
diante da tenda do profeta de Israel- porque o profeta de Israel agia em nome do Deus
altíssimo e esta leitura trata com você sobre Jesus, o Deus Eterno.

Em segundo lugar, o texto nos ensina, que muitas vezes achamos que a purificação será
feita como nós pensamos. Do nosso modo.

“Eu pensei que ele certamente sairia, por-se-ia em pé, invocaria o nome do Senhor, seu
Deus, agitaria a mão sobre o lugar e me curaria da lepra. Não são Abana e Farpar rios mais
cristalinos do que o Jordão”.

Às vezes pensamos que a nossa salvação vai acontecer como nós concebemos, como nós
pensamos.

“Não. Não pode ser assim, aquilo lá é muito exaltado.”

“Não pode ser assim, aquilo lá é muito calmo para mim.”

“Não pode ser assim, aquele povo canta muito tempo. Uma hora cantando, uma hora
pregando, não é pra mim esse negócio. Eu vou aqui onde é mais jeitosinho.”.
Não, não é como você pensa. É por isso que até hoje você não se libertou do pecado que
encobre. Que só você e Deus sabem.

Você está esperando ser purificado por Ele do jeito que você quer, da maneira como você
acha que deve ser? Você está querendo o perdão e o alívio... Está esperando uma noite de
sono agradável, tranqüila, sem tarja preta? Como você admite?

Você colocou Jesus numa caixinha de sapato e você mesmo diz o que Jesus tem que fazer.
Não faça mais isso. Jesus é soberano. Age como quer, quando quer e aonde quer e está aqui
agora com você. Ele declarou que onde estiverem dois ou três reunidos em nome dEle, Ele
estaria ali no meio deles. E ele está aqui agora para perdoar os seus pecados. Para curar sua
alma, para lavar e secar suas feridas espirituais e dar-lhe o direito de não ter que usar mais
máscaras. Dar-lhe o direito de não precisar usar a farda para encobrir sua lepra espiritual.

É como ele diz: “O que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora”.
“Para que todo aquele que nEle crer, não pereça, mas tenha a vida eterna.”
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e sobrecarregados e eu vos
aliviarei”.

Não tem que fazer obrigação nenhuma, não tem que pagar imposto algum, não tem que
cumprir obrigação para Satanás nenhum. É só dizer para Jesus: “Eu creio que o sacrifício
da cruz foi no meu lugar também, e eu abro o meu coração agora para o Senhor entrar na
minha vida. Eis-me aqui.”

É como ele diz. Não é como eu e você pensamos que deve ser.

Naamã pensou que Eliseu ia sair da tenda, para recebê-lo Ele nem saiu, mandou o seu
moço,Geazi, dar a receita.
“Pensei que ele fosse sair da tenda, levantar as mãos para o céu. Agitar, energizar bem, e
colocar sobre a minha ferida. Não são Abana e Farpar rios mais cristalinos que o Jordão.”

“Diz para ele ir ao Jordão, mergulhar sete vezes, que ele vai ser curado.”

Ele obedeceu e foi curado.

Querido, não é como você pensou até hoje. É como Jesus diz que é.

“Crê no Senhor Jesus e será salvo tu e a tua casa”

“Entrega o seu caminho ao Senhor, confia nele” e Ele tira o vício, perdoa o pecado. Ele traz
de volta, elevada, a auto-estima. Ele tira da prostração espiritual. Entrega para ele seu
coração. Não demore.

Em terceiro lugar, às vezes não queremos abrir mão do que temos pela purificação que
precisamos.

Qual a farda que você precisa deixar na beira do Jordão hoje?


Lembre-se do cego Bartimeu. A Bíblia diz que ele vivia numa das calçadas de Jericó e
possuía uma capa. Nada mais. Os Evangelhos não dizem ter ele nada além de uma capa
(Marcos 10:50).

Quando ele, Bartimeu, ouviu que Jesus o chamava, “lançou de sobre si a capa” e foi ter
com Jesus.

Eu creio que aquela capa era tudo para ele. Ela o aquecia no frio, ela o protegia da chuva,
enfim... Querido, porém que Jesus parara para atendê-lo, Bartimeu não pensou duas vezes,
lançou fora a capa. Ela era o símbolo de sua cegueira. Todos os dias, todos o viam com ela.
Não sei se ela era colorida, grande, larga ou sei lá; a verdade é que a capa ficou para trás e
ele foi ao encontro de Jesus para ser curado.

A farda de Naamã simbolizava sua lepra. Era com ela que ele se protegia do preconceito.
Naamã tinha medo de tirá-la e todos, vendo-o leproso, se afastassem dele.

No Jordão, porém, Naamã ficou sem alternativa. Para ser curado ele teve que tirar a bela
farda. Sem ela, mergulhou sete vezes e foi curado.

Que farda ou que capa você precisa deixar para trás, hoje?

Lembro-me que no período de 1968 a 1975, eu usei muitas capas. Estava afastado de Jesus
e de Sua Igreja. Isto fez com que eu me afastasse de minha família também. Todos eram
crentes fiéis e serviam ao Senhor. À medida em que eu ia me envolvendo nas “minhas
capas” eu ia, cada vez, me afastando mais. O pecado tornou-se relativo, fui absorvido pelos
vícios. O egoísmo e a vaidade tomaram conta, meu negócio era o sucesso. Os aplausos
efêmeros dos bêbados que me ouviam cantar, nas boates, em nas noites de serestas, eram
como gotas energéticas para a minha embriaguez de vaidade, popularidade e ilusão. As
mulheres estavam sempre presentes, mas nada de amor, tudo era tremendamente efêmero.
Enfim, com o tempo estas “capas” ou “fardas” foram ficando muito pesadas. Os amigos
diminuindo, até não vê-los mais perto de mim.

Esta minha situação me fazia lembrar muito do filho pródigo da parábola, cujas “bolotas
que os porcos comiam” tornaram-se-lhe uma capa pesadíssima.

Tudo isto acabou no dia, em que, por graça e misericórdia do Senhor Jesus, como Naamã,
lá às margens do Jordão, deixei minhas capas pesadas aos pés da cruz de Jesus. Era a noite
de domingo, 12 de maio, de 1975, era o dia das mães, que peso saber que aquelas capas, tão
pesadas, me distanciam tanto daquele coração santo, puro, humilde e saudoso da minha
mãezinha.

Estávamos no templo da Igreja Batista Memorial, lá em Duque de Caxias. Ali, naquele


altar, ficaram as capas velhas e pesadas, e, lavado no sangue de Jesus, como Naamã lavou-
se nas águas do Jordão. Hoje, trinta e três anos e oito meses depois, sei que o sangue de
Jesus é poderoso para livrar-nos de todas e quaisquer “capas” ou “fardas” e pergunto a
você: “Qual a farda ou capa que você precisa deixar à beira do Jordão, hoje?”
Talvez hoje você tenha que ter coragem de tirar alguma capa. Alguma coisa que Satanás
usa para iludi-lo, como me iludiu por oito anos. Alguma coisa que você acha que se perder,
não sabe como vai encarar a vida.

Por oito anos eu vivi debaixo de uma capa, uma farda que eu também não queria tirar.

Naamã não tirava a farda. Porque não sabia como as pessoas iriam olhar para ele leproso,
seu corpo cheio de feridas.

Deixa hoje sua farda na margem do Jordão. Deixa porque o Senhor te convida. “Vinde a
mim todos os que estais cansados de carregar esta farda pesada, eu vos aliviarei. Tomai
sobre vós o meu jugo. No lugar desta farda tome o meu jugo. E aprendei de mim que sou
manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas, porque o meu
jugo é suave, e o meu fardo não é farda pesada, o meu fardo é leve”.

Naamã agora está na Síria, em paz.

Não foi como ele pensou, não foi no lugar onde ele pensou. E ele teve que tirar a farda, ali
no Jordão. Ele imaginou que nunca mais iria tira-lá de sobre o seu corpo, mas agora ele é
livre é verdadeiramente o Naamã. Ele não é mais uma farsa que nem ele mesmo agüentava.
Ele não é mais uma farsa que nem ele mesmo suportava. Ele agora tem vida, agora está
limpo, agora está liberto.

Queridos, só há um caminho para o perdão dos nossos pecados. Só há um caminho para a


cura, para as doenças que o pecado produz no nosso corpo e na nossa mente. Só há um
caminho para a libertação da nossa alma de toda a escravidão do pecado. E esse caminho é
a cruz do nosso Senhor Jesus Cristo.

Um dia, há quase dois mil anos atrás ele derramou o sangue dele ali. Sangue de verdade, o
sangue do corpo dele. Mas aquele sangue que ele derramou pode gotejar hoje na sua alma,
pode gotejar hoje no seu espírito e pode tirar do seu coração toda dor, toda tristeza, toda
mágoa, toda culpa que te fazem usar uma farda, usar uma máscara.

Deixe hoje, na beira do Jordão essa farda, abre o seu coração para Jesus. Entregue o seu
coração para Ele, recebe Jesus na sua vida.

Em Apocalipse 3:20, Jesus mesmo está dizendo: “Eis que estou a porta e bato”.Ele está
batendo à porta do seu coração, você leu este livro para ouvir esta mensagem da Bíblia que
fala de Naamã, que fala que às vezes temos que ficar encobrindo a nossa vida, a realidade
da nossa vida, porque não temos vontade nem coragem de contar para alguém como nós
somos.

Talvez você precise contar para sua esposa hoje quem verdadeiramente você é. Quem sabe
você precise contar para o seu namorado quem verdadeiramente você é. Você não está
suportando mais esta farsa, você não está suportando mais esta opressão.
Entregue-se a Jesus. Ajoelhe-se aos pés da Cruz de Cristo e receba o sacrifício que Ele fez
por você também. Creia hoje.

Naamã não queria crer que naquele riozinho ele seria curado. Seus assessores tiveram que
dizer: “Você já veio até aqui chefe, mergulha”.

Eu quero e preciso dizer a você, entregue sua vida para Jesus hoje. Não há outro caminho,
não há outro endereço, não troque a tenda do profeta pelo palácio do rei.

Foi Ele quem disse, e está em João 14:6: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém
vem ao Pai senão for por mim.”

Você está na direção certa. Você está no endereço certo. Você veio na hora certa. Agora
tome a atitude certa: confesse o seu pecado pra Jesus. Abre o seu coração para Ele entrar na
sua vida.

“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais Ele fará.”

Leia esta oração e faça-a também.

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