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Jonathan Edwards – O Grande Avivalista

Jonathan Edwards, um pastor congregacional que viveu no século XVIII, é hoje considerado
pelos historiadores um dos maiores teólogos e pensadores da história dos Estados Unidos. Ele
foi não somente um dos instrumentos do grande avivamento ocorrido naquele país, mas o
maior estudioso e intérprete desse fenômeno. Até os dias de hoje os escritos de Edwards
inspiram cristãos em todo o mundo através do exemplo de fé, oração e estudo deixado pelo
avivalista.

A primeira experiência com Cristo

Desde criança aprendeu o hábito da oração, estimulado pelos movimentos de oração que
aconteciam na igreja de seu pai. Edwards deu este relato a respeito de sua primeira
experiência com Deus “A primeira experiência, de que me lembro, de sentir no íntimo a delícia
de Deus e das coisas divinas, foi ao ler as palavras de 1 Timóteo 1.7: 'Ora, ao Rei dos séculos,
imortal, invisível; ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém'. Sentia a
presença de Deus até arder o coração e abrasar a alma de tal maneira, que não sei descrevê-
la... Gostava de passar o tempo olhando para a lua e, de dia, a contemplar as nuvens e os céus.
Passava muito tempo observando a glória de Deus, revelada na natureza e cantando as minhas
contemplações do Criador e Redentor... Antes me sentia demasiado assombrado ao ver os
relâmpagos e ouvir a troar do trovão. Porém mais tarde eu me regozijava ao ouvir a majestosa
e terrível voz de Deus na trovoada".

Fervor e intelectualidade.

Aos 13 anos iniciou seus estudos em Yale College. Formou-se aos 17, e sempre demonstrou
satisfação na leitura e na intelectualidade. Aos 20 anos foi consagrado ao ministério pastoral.
Edwards era uma mistura entre fervor e intelectualidade, dedicando suas emoções e sua razão
ao Senhor.

Muitas horas em oração

Edwards costumava passar 13 horas por dia estudando e orando.

Sarah Edwards
Cabe uma parte honrosa a Sarah Edwards, companheira sem a qual Jonathan dificilmente seria
bem sucedido em seus propósitos. Mulher dedicada à criação dos filhos e ao lar, mas nem por
isto ficava distante de seu marido no que diz respeito ao conhecimento. Sarah Edwards ficou
conhecida também por seu perfil estudioso. Todavia, o traço mais marcante da vida desta
mulher era a oração. Sempre compartilhava momentos de oração com o marido. Ao final da
tarde, os dois passeavam juntos a cavalo.

Grande despertamento

Nos dias de Edwards houve um grande avivamento nos Estados Unidos. Chamado de “O
Grande Despertamento’, o movimento tivera os seus primórdios alguns anos antes entre os
presbiterianos e reformados holandeses na Pensilvânia e Nova Jérsei, cresceu com as
pregações de Edwards e atingiu o seu apogeu no ano de 1740, com o trabalho itinerante do
grande avivalista inglês George Whitefield (1714-1770).

Pecadores nas mãos de um Deus irado

Este é, provavelmente, o sermão mais famoso e comentado após o período bíblico. O que se
relata a respeito da exposição feita por Edwards é de que os presentes foram fortemente
impactados por aquela mensagem. O Público naquela noite era completamente irreverente,
demonstrava desprezo, e até desrespeito, pelo pregador. Edwards era um homem bem alto,
seu rosto tinham traços finos e era magro em virtude da frequente prática do jejum. Não havia
nada em sua aparência que evidenciasse imponência. O tom de sua voz era baixo e, por vezes,
enfadonho. Ou seja, tudo contribuía para que o público já hostil daquela noite o ignorasse.
Contudo o desfecho foi surpreendente. Ele pregou sobre o texto que esta em Deuteronômio
32 v 35 “Ao tempo em que resvalar o seu pé”. Após expor o texto e explica-lo, seguiu
advertindo aos presentes de que só havia uma coisa que os separava do inferno naquele
momento, a misericórdia de Deus. Falou-lhes que bastava que Deus desistisse por um segundo
de tolera-los em seus pecados para que eles fossem sugados diretamente para o inferno.
Segue um trecho do sermão: “Há razões de sobra para acreditar que muitos daqueles que
ouviram o evangelho certamente estarão expostos a esse tormento por toda a eternidade.
Não sabemos quem são eles, nem o que pensam. Pode ser que estejam tranqüilos agora,
escutando esta mensagem sem se perturbarem muito, e que estejam até se gabando de que,
no caso deles, conseguirão escapar. Se soubéssemos que dentre os nossos conhecidos existe
uma pessoa, uma só, sujeita a sofrer tal tormento como seria doloroso para nós encarar o
assunto. Se conhecêssemos essa pessoa, sempre que a víssemos uma tal visão seria terrível
para nós. Iríamos todos levantar grande choro, e prantear por sua causa. Mas, infelizmente,
em vez de uma pessoa só, é provável que muitos se lembrem destas exortações somente no
inferno! E inúmeras pessoas podem estar no inferno em breve tempo, antes mesmo do ano
terminar. E aqueles que estão agora com saúde, tranquilos e seguros, podem chegar lá antes
do amanhecer. Todos os que dentre vocês continuarem até o fim em estado natural
pecaminoso, e que conseguirem ficar fora do inferno por mais tempo, estarão lá também em
breve. Sua condenação não tardará; virá de súbito, e provavelmente para muitos de vocês, de
maneira repentina. Vocês têm toda razão em se admirarem de não estar ainda no inferno. É
ocaso, por exemplo, de alguns conhecidos seus, que não mereciam o inferno mais do que
vocês e que antes aparentavam ter possibilidade de estarem vivos agora tanto quanto vocês.
Para o caso deles já não há esperança. Estão clamando lá em extrema penúria e perfeito
desespero. Mas aqui estão vocês, na terra dos vivos, cercados pelos meios de graça, tendo a
grande oportunidade de obter a salvação. O que não dariam aquelas pobres almas
condenadas, desesperadas, pela oportunidade de viver mais um só dia, como que vocês
desfrutam neste momento!”

E parece que ao ouvir estas palavras muitos recobraram a sua consciência espiritual e
reconheceram o quão distantes estavam de Deus. Em meio ao sermão alguns se ajoelhavam,
outros se agarravam às pilastras, alguns outros ficavam de pé, e boa parte do público gemia ou
gritava pedindo por perdão e misericórdia. Os relatos biográficos de Edwards contam que
mesmo após voltarem para as suas casas, as pessoas da cidade e Enfield permaneceram sob
forte impacto, e aconteceram vigílias nas casas, onde famílias pediam perdão por seus pecados
e clamavam por transformação.

A obra

A maior contribuição de Jonathan Edwards para a igreja evangélica está nos importantes livros
que escreveu como teólogo e intérprete do avivamento. Curiosamente, sua obra mais
conhecida é pouco representativa do seu pensamento como um todo. Trata-se do célebre
sermão "Pecadores nas mãos de um Deus irado," que ele pregou na cidade de Enfield em
1741. A ênfase maior dos seus escritos e sermões não está na ira de Deus, e sim na sua
majestade, glória e graça.

Além de muitas conversões e santificação de vidas, o Grande Despertamento também


aprofundou uma divisão entre os líderes que eram favoráveis ao avivamento e aqueles que
não eram. O problema ficou mais sério quando, após a obra de pregadores sérios e
equilibrados com Edwards e Whitefield, surgiram imitadores sensacionalistas que
manipulavam emocionalmente as pessoas. O Dr. Lloyd-Jones diz que Edwards lutou em duas
frentes: contra os adversários do avivamento e contra os extremistas; contra o perigo de
extinguir o Espírito e contra o perigo de deixar-se levar pela carne e ser iludido por Satanás.

Morte precoce

Quando Edwards tinha 55 anos, a varíola atingiu a população. Ele foi vacinado contra a doença,
e não resistiu aos efeitos colaterais produzidos pela vacina, morrendo precocemente. Após sua
morte, alguns diziam que Edwards foi o maior erudito após o Apóstolo Paulo e Agostinho.

Fontes: Livro Heróis da fé, Monergismo

Escola Bíblica Dominical – Classe de jovens


Igreja Batista Central da Penha
Thayana Cruz
Thiago Dnardo

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