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NATAL/RN
2020
SONAY DEYSE BORGES DA COSTA
NATAL/RN
2020
SONAY DEYSE BORGES DA COSTA
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Prof.a Dr.a Eliane Ferreira da Silva
Orientadora
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
______________________________________
Prof.ª Dr.ª Andrea Vasconcelos Carvalho
Membro interno
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
______________________________________
Prof.ª Dr.ª Raimunda Fernanda dos Santos
Membro externo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Biblioterapia: Leitura em formato de cura
Encontraremos-nos lá?
Sonay Costa
AGRADECIMENTOS
A Deus, meu maior Mestre, que todos os dias me ensina de onde vem o
verdadeiro conhecimento e sabedoria. Sou imensamente grata por ter tido um
excelente Guia e Instrutor nessa fase acadêmica. Como também, por me presentear
com a maior dádiva: A vida! Todo o reconhecimento e glória são para Ele!
Ao meu pai, Diógenes Costa, que além de pai, sempre foi o meu melhor
amigo e meu porto seguro. Obrigada por ter acompanhado (e incentivado) meu
crescimento físico, espiritual e acadêmico! Apenas agradeço por ter um homem em
casa que é a representação de Deus aqui na terra, mas principalmente, que é luz
aqui em meu coração!
A minha mãe, Sonale Costa, por ter sido meu escudo nesse campo de
batalha. Obrigada pelas inúmeras madrugadas acordada comigo: No Hospital,
enquanto era criança, e no meu quarto, enquanto adulta. Este trabalho tem suas
marcas, pois foi através da força e da coragem passadas que cheguei até aqui. Sou
infinitamente grata aos céus por ter escolhido uma mulher que possui um abraço
com textura de paz para ser minha mãe!
A minha vó Yaponira, por contar as melhores piadas e me fazer sorrir, como
também, agradeço por sempre ter preparado minhas refeições para eu sair do
estágio e ir para a universidade muito bem alimentada. Nesse trabalho devolvo todo
o esforço e dedicação!
A todas as amizades que eu fiz durante o curso, especialmente ao Bruno
Everton, que além de amigo, foi minha dupla fixa de trabalhos acadêmicos. Não
teria chegado aqui sem ele!
Ao Mateus Paiva, que foi meu motivo de inspiração, me tornando (mesmo
sem saber) uma pessoa melhor!
As minhas colegas do estágio obrigatório, Flávia Figueiredo e Lourdes, pela
amizade, por todos os conhecimentos compartilhados, pelas seções de coaching e
por todos os lanches divididos. Sempre acreditei que Deus coloca as pessoas certas
em nossa vida, e elas são a extensão do amor dEle por mim.
A minha orientadora, a Prof.ª Dr.ª Eliane Ferreira da Silva, que tão
prontamente me acompanhou no final dessa jornada. Eu não poderia ter escolhido
outra professora mais dedicada, competente e humana. Obrigada!
Às membras da minha banca, a Prof.ª Dr.ª Raimunda Fernanda dos Santos
e a Prof.ª Dr.ª Andrea Vasconcelos Carvalho (Às vezes penso que as duas são
anjas disfarçadas de professoras). Obrigada por toda dedicação, e acima de tudo,
obrigada por nunca deixarem de acreditar em mim, apesar das minhas limitações.
A todos os professores com quem tive aula nos quatro anos do curso,
especialmente aos do Departamento de Ciência da Informação.
A todos os professores que tive até chegar à universidade.
Ao bibliotecário Eric Querino, por ter me recebido tão bem na biblioteca
Municipal Rômulo Wanderley (Parnamirim/RN) e por ter contribuído no meu
crescimento profissional e pessoal. Gratidão pela paciência infinita!
Ao Hospital Infantil Varela Santiago, especialmente a Doutora Maria Zélia
Fernandes que cuidou tão bem de mim. Sou grata pelos esforços incessantes!
Como também, agradeço a pedagoga Andréia Nunes que se disponibilizou a ser
entrevistada, fazendo com que essa pesquisa se tornasse real e contribuísse para a
divulgação e o desenvolvimento da biblioterapia na sociedade.
A todos, minha eterna gratidão!
RESUMO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 9
2 A BIBLIOTERAPIA ..................................................................................... 12
2.1 Benefícios da biblioterapia no ambiente hospitalar ................................................. 15
2.2 Campo de ação e fases da biblioterapia ................................................................... 19
2.3 O bibliotecário clínico e a biblioterapia ..................................................................... 22
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................... 25
3.1 Caracterização da pesquisa ....................................................................................... 25
3.2 Métodos e técnicas ..................................................................................................... 27
3.3 Instrumento de coleta de dados: a entrevista........................................................... 27
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA ................. 29
4.1 Análise da entrevista .................................................................................................. 31
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 36
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 38
APÊNDICE A — ENTREVISTA .................................................................. 42
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1 INTRODUÇÃO
A pesquisa foi realizada tendo como base a entrevista feita com a pedagoga
Andréia Nunes (coordenadora da classe hospitalar do hospital Varela Santiago), no
dia 27 de fevereiro de 2020, via e-mail. A entrevista conteve quatro perguntas sobre
a implantação, aplicação, desenvolvimento e a importância da biblioterapia na
instituição.
A justificativa deste trabalho envolve o convencimento de que a presença do
bibliotecário tem se expandido em diversas áreas de atuações, e uma delas é a
biblioterapia. Visando que a prática dessa terapia se dá através da leitura, o cientista
da informação possui a qualificação no processo de interação e gestão terapêutica,
pois atua como facilitador, proporcionando atividades lúdicas e fomentando o prazer
a fim de proporcionar bem-estar aos pacientes. Logo, a pesquisa tende a incentivar
e contribuir com o estudo, o preparo e a formação de bibliotecários para atuarem em
ambientes hospitalares, focando nos benefícios oferecidos aos internados através
da biblioterapia.
Além disso, com um maior conhecimento sobre essa área de atuação, o curso
de Biblioteconomia poderá oferecer disciplinas mais voltadas e específicas para o
âmbito psicológico e a aplicação da leitura, a fim de levarem o conhecimento para
dentro dos hospitais.
Ademais, é importante ressaltar que boa parte da sociedade não conhece
e/ou não faz uso do processo biblioterapêutico. Com isso, o estudo proposto neste
projeto ampliará a visão e o conhecimento dos indivíduos em relação à terapia
11
oferecida, e este poderá ser usado como incentivo para a sua utilização em outras
instituições, promovendo, assim, mais oportunidades e acesso ao recurso
terapêutico. Consequentemente, inspirará a implantação de um programa de
Biblioterapia, contemplando todas as demais unidades hospitalares de internação.
Com 1 ano e alguns meses de vida, fui internada no próprio Hospital Varela
Santiago em função de um tumor intramedular. Sendo uma criança, aquele lugar
não trazia conforto e alegria, por isso, passava diversas madrugadas chorando nos
braços da minha mãe (Sonale Costa). Todavia, a partir do momento que ela
começou a ler historinhas infantis, fui acalmando-me. Comecei a viajar em cada
palavra proferida e de repente tudo parecia ganhar sentido e propósito. As sessões
de quimioterapia (e seus efeitos colaterais) eram enfrentadas com mais coragem,
otimismo e, acima de tudo, paz. Diante disso, a biblioterapia veio com o propósito de
ser ―luz‖ nos espaços ―sombrios‖ de diversos hospitais, e foi diante desta afirmação
que a escolha desta pesquisa se deu.
A primeira biblioterapeuta que conheci, não tinha nenhuma formação em
biblioteconomia. Mas levou consigo a magia dos livros para a minha realidade com
maestria. Logo, tal trabalho repercutiu no íntimo desta concluinte ao ponto de
motivá-la ao ponto de fazê-la debruçar-se sobre o tema para refletir mais de perto a
respeito dele. Também teve a função de dar transcendência à adoção desse recurso
por incentivar a formação de profissionais capacitados, para que, dessa forma,
muitos pacientes (assim como esta graduanda foi um dia) sejam atingidos pela
esperança e pelo poder da literatura.
Este trabalho está dividido em quatro seções. Na primeira seção, são
abordadas a história da biblioterapia, seus campos de atuação, os benefícios
oferecidos pela sua aplicação em hospitais e o papel do bibliotecário clínico nesse
contexto. Na segunda seção, é detalhada a metodologia usada na pesquisa. Na
terceira, são apresentadas a história do Hospital Varela Santiago e a análise da
entrevista realizada na instituição. E, por fim, na quarta seção, é apresentada a
conclusão, contendo os resultados e considerações finais do trabalho, como também
as respostas para o problema apresentado nesta pesquisa.
12
2 A BIBLIOTERAPIA
Demorou algum tempo para que houvesse o interesse sobre essa terapia no
Brasil, mas em 1975, a autora Ângela Maria Lima Ratton (na época bibliotecária),
estudante de Psicologia e ex-professora de Biblioteconomia da Universidade Federal
de Minas Gerais, publicou o primeiro artigo sobre o tema no país, considerado um
marco histórico da biblioterapia no Brasil. A área foi explorada doravante o trabalho
da professora Clarice Fortkamp Caldin, professora de Biblioteconomia da
Universidade Federal de Santa Catarina e escritora do livro ―Biblioterapia: um
cuidado com o ser‖. Seus primeiros artigos datam de 2001, desempenhando seu
mestrado e doutorado na área. Ademais, foi instituída a Sociedade Brasileira de
Biblioterapia Clínica, com o objetivo de gerar peritos neste campo que estejam aptos
a exercitar este papel. ―Nesta comunidade também são implementados estudos e
atividades que giram em torno desta temática, englobando concepções pertinentes
às esferas da Medicina e da Educação‖ (SANTANA, 2004).
Diante da história dos estudos e da evolução da biblioterapia, iniciou-se um
constante interesse acerca de seus benefícios em ambientes hospitalares, pois
acreditavam que através dessa ferramenta o processo de cura se daria de maneira
eficaz e indolor, favorecendo os pacientes nos âmbitos mentais e sociais.
tem sua origem ligada à falta de tal substância, isso porque, com o envelhecimento,
há a morte natural de neurônios, o que reduz a produção do neurotransmissor.
Também é importante mencionar que o cérebro tem as reações químicas
ligadas ao pensamento e não à realidade, por isso não sabe a diferença do que é
real ou imaginário. A psicóloga Ana Karla Lima (2019) explica: ―Quando você está
desanimado, o seu corpo tende a acompanhar esse estímulo e te leva a não ter
vontade de fazer nada. Quando está feliz com algo que aconteceu ou consigo
mesmo, sente energia e motivação para realizar diversas atividades‖. Como o
cérebro não sabe diferenciar a fantasia da realidade, o corpo pode reagir com
estímulos positivos a um momento de leitura, fazendo com que a imaginação se
torne a mais nova realidade. Esse ―superpoder‖ é apenas o princípio dos benefícios
que a biblioterapia carrega dentro de si.
Caldin (2010) cita alguns outros benefícios trazidos pela biblioterapia, são
eles:
● Aliviar as tensões diárias, diminuir o stress;
● Facilitar a socialização;
● Estimular a criatividade e a imaginação;
● Diminuir a timidez;
● Ajudar no usufruto da experiência vicária;
● Criar um universo independente da vida quotidiana;
● Experimentar sentimentos e emoções em segurança;
● Auxiliar a lidar com sentimentos como a raiva ou a frustração;
● Mostrar que os problemas são universais e é preciso;
● Aprender a lidar com eles;
● Facilitar a comunicação, auxiliar na adaptação à vida hospitalar, escolar,
prisional, etc;
● Desenvolver a maturidade, manter a saúde mental, conhecer melhor a si
mesmo;
● Entender (e tolerar) as reações dos outros;
● Verbalizar e exteriorizar os problemas;
● Afastar a sensação de isolamento;
● Estimular novos interesses;
● Provocar a liberação dos processos inconscientes;
● Clarificar as dificuldades individuais;
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● Aumentar a autoestima.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Quadro 2 — Entrevista
Quando surgiu a ideia de implementar no hospital esses momentos
PERGUNTA 01
dedicados a leitura?
PERGUNTA 02 Como o projeto é desenvolvido?
PERGUNTA 03 O acervo existente é satisfatório? Há a presença de um
bibliotecário na instituição?
PERGUNTA 04 Para a senhora como coordenadora, qual é o benefício da
biblioterapia para as crianças internadas?
Fonte: elaborada pela autora (2020)
docentes‖. Apesar de ser uma equipe pequena, ela conclui: ―[Os docentes] atendem
na sala e também diretamente nas alas aos internos do hospital, estes profissionais
em paralelo a sua rotina oferecem momentos de degustação literária aos alunos
através de contação de história e leitura livre quando possível‖. Além de suas
atividades, os próprios docentes proporcionam esse momento literário aos
pacientes.
Diante do exposto, foi perguntado sobre a existência de um bibliotecário na
instituição. Nunes (2020) então afirma que não há: ―[...] Apesar de ficarem [os
acervos] na sala da classe hospitalar estão sempre sendo ofertados aos internos
através das docentes. Não havendo até então ninguém exclusivamente para esse
fim. Não há um bibliotecário‖. Apesar dos funcionários executarem um bom trabalho,
é perceptível como a ausência de um profissional deixa lacunas, pois não há um
padrão de organização das literaturas, nem um especialista voltado unicamente para
aquela atividade. Independentemente da biblioterapia servir como fonte educacional
e pedagógica, ela também deve ser ferramenta de lazer e distração, e apenas um
bibliotecário – conhecedor da informação – pode cumprir tal objetivo de maneira
eficaz, pois como já mencionava Kinney (1938), no seu artigo clássico sobre
Educação do biblioterapeuta: ―o biblioterapeuta é primeiramente um bibliotecário que
vai mais adiante no campo da orientação da leitura e torna-se um profissional
especializado‖.
Logo após, foi questionado se o acervo existente era satisfatório, e a resposta
é direta: ―Em relação ao acervo literário da classe contamos com uma quantidade
razoável de livros, com temas e gêneros variados‖ (NUNES, 2020). De fato, essa
diversidade literária é essencial na aplicação da biblioterapia, visando a faixa etária
das crianças e dos adolescentes, assim como seu gosto literário, atraindo, então, o
leitor, e consequentemente tendo aquele momento como fonte de prazer.
Em relação aos benefícios da biblioterapia para os pacientes internados na
instituição, a resposta foi dada pela pedagoga:
Como foi exposto acima através das imagens, os encontros literários sempre
são fontes de alegria, diversão e interação, levando as crianças para uma atmosfera
de paz e aprendizagem, e acima de tudo, de realização, pois a partir daquele
momento a fantasia será o início da realidade de cada um, transformando-os em
super heróis das suas próprias histórias, e vencendo qualquer mazela que os
atormente.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CALDIN, Clarice Fortkamp. Biblioterapia: um cuidado com o ser. São Paulo: Porto
de Idéias, 2010.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 35.
ed. São Paulo: Cortez, 1997.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
KATZ, Gilda et al. Bibliotherapy: the use of books in psychiatric treatment. Journal of
Psychiatry. v.37, n. 3, p. 173-176, April 1992.
LIMA, Ana Karla. O cérebro não sabe distinguir o real do imaginário. Portal de
notícias, 2019. Disponível em: https://www.portaldenoticias.com.br/ler-
coluna/993/ana-karla-lima-o-cerebro-nao-sabe-distinguir-o-real-do-imaginario.
Acesso em: 6 jul. 2020.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. São
Paulo: Atlas, 1986.
SILVA, Ezequiel Teodoro da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova
pedagogia da leitura. 4. ed. São Paulo: Cortez Autores Associados, 1987.
SOUZA, Maria Salete Daros de. A conquista do jovem leitor: uma proposta
alternativa. Florianópolis: UFSC, 1993.
APÊNDICE A — ENTREVISTA
docentes não havendo até então ninguém exclusivamente para esse fim. Não há um
bibliotecário.