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NATAL/ RN
2019
MIQUEIAS ALEX DE SOUZA PEREIRA
NATAL/ RN
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro
Ciências Sociais Aplicadas - CCSA
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Dra. GABRIELLE FRANCINNE DE SOUZA CARVALHO TANUS
Orientadora – UFRN
_____________________________________________________
Dra. NANCY SANCHEZ TARRAGO (UFRN)
Examinadora
___________________________________________________
Me. GUSTAVO TANUS CESÁRIO DE SOUZA (UFRN)
Examinado
Dedico este trabalho a Meirilane Floriano de
Souza (in memorian), por ter sido a melhor prima
em sua estada na terra. Hoje cuida de mim lá do
céu. Saudades eternas;
Ao sobrinho, Ismael vittor, por me arrancar os
melhores sorrisos;
A minha mãe, Mirtes Floriano de Souza, pelo
seu amor incondicional.
AGRADECIMENTOS
The education and the job market of the librarian have undergone several changes
over the last decades. Among these changes is the meeting of Publishing with
Library Science, in which both call for interdisciplinary knowledge and the production,
organization and dissemination of editorial / informational products. Thus, focusing
on the teaching of publishing in library courses in northeastern Brazil, the following
research problem is proposed: What are the contents of the publishing discipline of
the library course in northeastern Brazil? To support the study, we searched through
the literature review, works that approached the publishing, going through its history,
as well as the phases of publishing, both conventional and electronic. We identified
from the literature the processes and phases of publishing, as well as the librarian
and the publishing. Regarding the methodological paths, this research is classified as
descriptive as to objectives, documentary research as to procedures, quantitative
research as to approach. We realize from the data collection that more than half of
the courses offer the discipline of publishing, being mandatory or optional. We note
that the discipline brings together the publishing of books and periodicals, as well as
related themes that permeate the editorial process. As for the analysis of the
teaching plans we found a dispersion of works and authors most cited from both
basic and complementary bibliographies, among the most cited typology is the
article, and documents from the 2000s. We consider the publishing discipline
important and necessary for the training of competent librarians to work with
publishing of book and periodicals whether traditional or electronic.
Continua... ................................................................................................................. 59
QUADRO 24: Décadas nas obras citadas nas modalidades básica e complementar
.................................................................................................................................. 83
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 12: Atividades exercidas pelos bibliotecários nas equipes editoriais .......... 61
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16
2. EDITORAÇÃO ...................................................................................................... 20
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 64
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 87
16
1. INTRODUÇÃO
também, quais atividades podem ser atribuídas a esse profissional diante do meio
da editoração. No capítulo quatro, trazemos os caminhos metodológicos, ou seja,
como a pesquisa foi desenvolvida. Diante da quinta etapa, serão expostos as
análises e os resultados alcançados perante o levantamento dos dados sobre a
disciplina de editoração nos cursos de Biblioteconomia do nordeste brasileiro. Por
fim, no sexto capítulo, tecemos as considerações finais.
20
2. EDITORAÇÃO
Com seu marco estabelecido no século XV com a criação dos tipos móveis
reutilizáveis pelo Alemão Johannes Gutenberg, a produção de livros impressos
revolucionou a história da produção do conhecimento. Tudo isso só foi possível a
partir da impressão da Bíblia, sendo, então o primeiro livro da história a ter sido
impresso com os tipos de metais e reutilizáveis. Diante dos feitos trazidos pelos tipos
móveis, culminaram novos avanços, principalmente nos suportes que passaram a
ser usados para a veiculação das informações para a sociedade. Vale ressaltar que
na China já existiam experiências de tais feitos séculos antes, sendo eles os
criadores do papel e da xilogravura e dos tipos móveis feitos de madeira e argila.
Mas, como já dito, foi através do Gutenberg que os tipos móveis e a tipografia foram
reformulados e reconhecidos (FARIAS; LIMA; SANTOS, 2018).
Os processos e a história dos registros foram se desenvolvendo, como
afirma Araújo (1986), e em cada fase recebeu uma titulação que vai desde a época
dos “Livros dos Bibliotecários” até a época dos “Livros dos Editores”. Sendo assim,
cada uma das épocas foi caracterizada e reconhecida de uma forma. Podemos,
então, visualizarmos um pouco de ambas as fases, segundo Araújo (1986):
A fase dos “Livros dos Bibliotecários” tem sua caracterização iniciada em
função da transcrição feita pelos copistas da época, a fim de que sua veiculação
fosse apenas de forma oral. (ARAÚJO, 1986).
Em seguida, veio à época dos “Livros dos Monges”, que se deu logo após a
queda de Roma e só então, entre o século V e o século XV que foi possível o
surgimento de uma editoração mais meticulosa para a época. E mediante a toda
evolução que surgiu entre esses dez anos, surge à próxima era. (ARAÚJO, 1986)
A era dos “Livros dos Impressores” chegou com a novidade da criação da
xilogravura e do papel, ambos criados pelos chineses, e que logo foram
incorporados a Europa. (ARAÚJO, 1986)
Chegando aos anos dos “Livros dos Editores”, conseguimos visualizar o
início da utilização dos tipógrafos o que resultou, logo, na comercialização dos
mesmos, aumentando a concorrência entre os que trabalhavam na área. No entanto,
a partir daí as áreas do conhecimento se variaram. (ARAÚJO, 1986).
21
O nome serigrafia vem do fato de que esta técnica tem por base a
permeabilidade de um fino tecido de seda. Sobre uma tela de tecido,
vendam-se com cola os poros que não devem deixar passar a tinta,
deixando abertos aqueles que correspondem à forma que se quer gravar.
(BRASIL, 1998, p. 7).
Entendemos que tais técnicas foram revolucionárias para suas épocas e que
contribuíram anos após anos para o aperfeiçoamento de novos tipos e técnicas de
impressões, o que nos mostra que daqui a 100 ou 200 anos, o que usamos como
tecnologia pode vir a ser algo apenas lembrado pela história, algo do passado, mas
que marcou toda uma geração.
Hoje, no século XXI, estamos imersos na era digital, e a editoração não ficou
para trás, é o que percebemos ao pesquisarmos sobre o tema em bases de dados,
como, por exemplo, na Base de Dados de Periódicos em Ciência da Informação
22
Um é o verbo “edo, edis, edidi, editum, edere” que significa por fora, fazer
sair, parir, produzir etc.”. O outro é o verbo “educo, is, xi, ctum, edurece”
cujo significado também é conduzir, levar, transportar, colocar fora etc.”.
(BARRACO, 1975, p. 11)
Como para a época a editoração havia sido criada apenas para proteger,
antes de expor, ou pôr para fora a informação, Barraco continua sua afirmação:
Todos os dois são formados pela preposição latina “e” o “ex” que guarda a
idéia de “fora” ou “para fora” preposição que oferece o sentindo ao verbo
que lhe é acrescentado. No primeiro caso então teríamos a junção da
preposição “e” ao verbo “do”, das dedi, datumdare” que significa dar,
oferecer. No segundo caso teríamos a junção de preposição “e” com o
verbo “duco, duci, duci, ductum, ducere, cujo significado é conduzir, levar
etc. (BARRACO, 1975, p. 11)
1
Base de Dados Referenciais de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci). Disponível em:
http://www.brapci.inf.br/index.php/res/. Acesso em: 24 out. 2019.
23
O que nos leva a pensar que os dois verbos, em um primeiro ponto de vista,
possuem o mesmo sentindo, no entanto, Barraco (1975), continua seu raciocínio e
comunica que o segundo caso é o que mais se aproxima da real intenção da criação
da editoração:
[...] no primeiro caso, a expressão verbal com sua preposição nos fornece o
significado de “oferecer para fora ou dar fora”, significado este bastante
afastado daquilo que quis manifestar a editoração ao nascer. No segundo
caso, a expressão verbal, com sua preposição, significaria “conduzir fora, ou
levar para fora”, significado cada vez mais próximo àquilo que, ao início dos
tempos editoriais, este gênero quis oferecer. (BARRACO, 1975, p. 11-12)
Araújo (1986) ainda aborda que a linha de raciocínio dos ingleses é também a
de outros povos, perante o termo editor. Temos o francês, éditeur; o espanhol,
editor; o italiano, editore; o português, editor.
Logo, a editoração, por meio dos autores citados, é um processo técnico que
reúne técnicas e práticas que ajudam na construção do livro, ou melhor, dos
produtos editorais, que vão além do livro. Processo que vai desde a entrada do
documento, em seu formato bruto, na editora, até o momento de sua publicação.
Ainda, ousamos em dizer que, editoração é o processo de aprimoramento de
um texto rústico, em que se pode ser chamado de original ou manuscrito, que
passou por várias etapas e procedimentos a fim do seu aprimoramento, ganhando,
ao final, uma nova roupagem. Sobre as atividades do editor, brevemente, Rubiano
(2015) elucida, como editor, que:
períodos vão de 1808 até 1995. Tal cronologia tem a finalidade de expor, no melhor
sentido da palavra, os autores e editoras que tiveram grande importância no
decorrer desses anos, ou melhor, ao longo do século XX. Então, para sintetizar,
dividiremos a linha do tempo em seis quadros, cada uma representando seu
respectivo período, os quais foram construídos a partir da leitura de Fernando
Paixão (1995):
1879 Pedro Quaresma funda a Livraria do Povo e a Quaresma & Editores, especializada em
1808 - 1914
livros populares.
1882 O futuro editor Francisco Alves de associa à Livraria Alves, criada por seu tio em 1854.
1888 Abolição da escravatura.
1889 Proclamação da República.
1893 A livraria Alves cria abre uma filial em São Paulo, especializando-se em livros didáticos.
1914 Joaquim Ignácio da Fonseca abre em São Paulo a livraria que daria origem à Editora
Saraiva.
Fonte: Adaptado de Paixão, Fernando (1998). Momentos do livro no Brasil, p. 202. Cronologia:
principais momentos da atividade editorial no Brasil.
27
Em análise, é perceptível que todos os períodos que irão ser expostos aqui,
em uma breve contextualização, foram de grande importância para a indústria
editorial no Brasil nos anos que se seguiram, sobretudo gostaríamos de enfatizar
que, neste primeiro período, que vai de 1808 a 1914.
Paixão (1998, p. 12) faz alusão ao momento de chegada da atividade
editorial ao Brasil nos anos de 1808, que de seu “a partir da transferência da corte
para o Brasil”. Mas, como já citado, era proibido pela administração colonial qualquer
meio editorial, pois temiam uma represália por meio das possíveis críticas que
poderiam a ser veiculadas sobre a colônia.
É visível o grande avanço da área que estava se iniciando no Brasil. Foi
possível perceber a criação de editoras e livrarias criadas durante esses anos
abordados, que marcam o início da editoração brasileira.
Em 1844 era criada a livraria Garnier, pelo Baptiste Louis Garnier,
considerada a base de sustento para a literatura dá época. No mesmo período foram
a ser criadas outras livrarias, dentre elas estão a livraria Teixeira no estado de São
Paulo, a Livraria do Povo que foi criada em conjunto com a Quaresma Editores, a
Livraria Alves abre uma filial em São Paulo e não podemos esquecer da feitura do
Joaquim Ignácio da Fonseca, que inaugurou em São Paulo a livraria que logo mais à
frente se tornaria a Saraiva.
Segundo Paixão (1998, p. 14), Garnier e Laemmert foram os primeiros
editores europeus a investirem em território brasileiro, sendo eles, bastante
importantes para o desenvolvimento da historia do livro no Brasil.
Entre tantas livrarias criadas é justo mostrar as obras que estavam no gosto
popular da época, e com a criação de uma nova sede da Garnier, em 1901, foi
distribuído para todos os convidados a segunda edição do livro Dom Casmurro, de
Machado de Assis. Também ficou por conta da Garnier, um ano após, a publicação
do livro que se tornou o maior sucesso do meio editorial no início do século.Sobre
Machado de Assis, Paixão (1998, p. 21), comenta sobre o ano de 1955 que foi o
inicio dos primeiros passos de Machado de Assis na escrita, mas só em 1899 que o
mesmo passou a ser reconhecido, pois sua obra, Dom Casmurro, foi sucesso, o que
levou a Livraria Garnier lançar a segunda edição da obra em sua inauguração.
O primeiro período ainda contou com as seguintes publicações: Canaã, de
Graça Aranha, outra obra com grande sucesso em público e crítica foi Os sertões,
do Euclides Cunha, pela Universal. E a criação da revista “Vozes”, no ano de 1907,
28
em Petrópolis logo daria nome a editora Vozes, uma importante editora ainda em
funcionamento nos dias atuais.
1915 A Melhoramentos inicia suas atividades como editora com a publicação de "O
patinho feio".
Criação da "Revista do Brasil", revolucionária no aspecto gráfico e como experiência
1916 de distribuição.
Revolução Russa.
1917
Publicação de Urupês, primeiro grande sucesso de Monteiro Lobato.
1918 Final da Primeira Guerra Mundial.
Criação da Monteiro Lobato & Cia., primeira oficina gráfica moderna voltada para a
1919 produção de livros.
São Paulo faz a primeira reforma de ensino com Sampaio Dória
1920 Lobato publica A menina do narizinho arrebitado com a extraordinária tiragem de
50 500 exemplares.
Eclode o Movimento Tenentista no Rio de Janeiro.
Semana de Arte Moderna em São Paulo.
1914 - 1930
O segundo período teve início no ano de 1914 e, seu fim, em 1930, e logo
em 1915 era publicado a obra O patinho feio, que faz sucesso até hoje entre o
público infantil, a veiculação de tal obra ficou por conta da Melhoramentos Editora
que estava iniciando suas atividades no ramo. Paixão (1998, p. 74) afirma: “tendo
iniciado com uma tipografia, a família Weiszflog passou a editar livros e foi a pioneira
na produção de papel de impressão”. A partir de tal evento, os Weiszflog mudaram
sua forma gráfica e editorial.
1947 Eva e Kurt Herz abrem um pequeno negócio de aluguel de livros, que daria origem
à Livraria Cultura.
1948 Início da Coleção Saraiva de livros vendidos à domicílio.
1949 Érico Veríssimo publica a primeira parte de O tempo e o vento.
Tem início a publicação dos fascículos da Editora Abril com A Bíblia mais bela do
mundo.
Começa a atuar a Editora Perspectica.
Fernando Sabino e Rubem Braga fundam a Editora Sabiá.
Surge a editora Paz e Terra
1966
Criação do Geipag (Grupo Executivo da Indústria de Papel e Artes Gráficas).
É criada a Colted (Comissão Nacional do Livro Técnico e didático).
Criação da Embratel.
1967 Criação do Mobral.
Criada a editora Imago, para publicar as obras completas de Sigmund Freud.
1968 Decretação do Ato Institucional número 5.
1970 A Câmara Brasileira do Livro organiza a I Bienal Internacional do Livro (SP).
1971 Publicação de A fada que tinha idéias, de Fernanda Lopes de Almeida, marco da
renovação da literatura infantil.
A produção brasileira ultrapassa a barreira de um livro por habitante no ano.
1972 A editora Record compra da Martins os direitos autorais de diversos autores
brasileiros, entre eles Jorge Amado e Graciliano Ramos.
Começa a "crise do milagre".
1973
A Editora Abril lança o Círculo do Livro, a mais bem-sucedida experiência no setor.
1974 Surge a L&PM, editora gaúcha de maior projeção no período
A Nova Fronteira publica o "Novo dicionário da língua portuguesa", o Aurélio.
1975 Começa a atuar a Editora Rocco.
A Ática inicia sua atuação em textos universitários lançando a coleção Ensaios.
Início da abertura do regime militar: movimentos pela anistia, sindicalismo, novos
partidos.
1977
Surge a Nova Aguilar, especializadas em obras completas.
Início da publicação de "Leia Livros".
1980 A Brasiliense inicia a edição da Coleção Primeiros Passos.
Fonte: Adaptado de Paixão, Fernando (1998). Momentos do livro no Brasil, p. 206. Cronologia:
principais momentos da atividade editorial no Brasil.
O quinto período tem início com a tomada do poder pelos militares, o que
causou uma grande censura ao que era referente à cultura.
Dito isto, passamos para o Quinto Período, que ficou marcado pela criação
de inúmeras editoras, como podemos ver, então surgiram tais empresas do ramo da
editoração: Editora Ática, Nova Fronteira, Editora Perspectiva, Editora Sabiá, Editora
Paz e Terra, Editora Imago, L & PM, Editora Rocco, Nova Aguilar e a Leia Livros.
Podemos perceber que os anos deste momento período foram de grande
visibilidade e salto entre os empresários que investiam no ramo da edição.
Diante dos fatos expostos, é interessante ainda expor além do fim do golpe
civil-militar, mais três acontecimentos: o primeiro foi a realização da Primeira Bienal
do Livro no estado de São Paulo, idealizado pela Câmara Brasileira do Livro; o
segundo acontecimento fica por mérito da escritora Fernanda Lopes de Almeida que
a partir da publicação do seu livro A fada que tinha idéias, renovou a literatura infantil
da época; o terceiro acontecimento, é datado no ano de 1972 e diz que a produção
brasileira ultrapassa a barreira de um livro por habitante.
SEXTO PERÍODO
ANO ACONTECIMENTO
1981 O SNEL organiza a I Bienal do Livro do Rio de Janeiro
Fonte: Adaptado de Paixão, Fernando (1998). Momentos do livro no Brasil, p. 207. Cronologia:
principais momentos da atividade editorial no Brasil.
Chegamos então ao Sexto período, com data de início 1980, e têm seu final
em 1995, alguns anos antes da virada de um novo milênio. E o meio editorial passa
a competir com os meios audiovisuais, porém nessa década, o publico jovem ficou
mais atraído pela leitura. Segundo as palavras de Paixão (1998, p. 78), na época da
escrita de sua obra:
Nesse sentido, irei transferir a mesma lógica para o trabalho do editor, ou,
de um modo geral, para aqueles que realizam a prática profissional de
“intervenção nos textos”, termo proposto por José de Souza Muniz Jr. em
sua dissertação de mestrado. Para esse pesquisador, incluem-se nessa
categoria todos os envolvidos no trabalho de tornar um texto publicável em
livro, incluindo nesse rol a figura do editor. (RUBIANO, 2015, p. 19)
Então, para que o texto possa ser aprovado para sua publicação em formato
de livro é necessário que o mesmo passe pelo processo de editoração, ou seja,
38
É conhecido que o livro não é feito por um só. O autor, ao concluir o seu
texto, não o tem finalizado, tal qual é posto na livraria, é claro. Antes disso,
o conteúdo passa por diversos profissionais que viabilizam sua
metamorfose em produto para o conhecimento e (por que não?) para o
mercado. (RUBIANO, 2015, p. 27)
a cada um. Assim, o OJS, por meio de uma padronização pré-estabelecida, nos
apresenta um quadro com definições sobre os seus usuários. (BRITO et al, 2018).
revista se o arquivo tem potencial de fazer parte ou não do periódico, sendo assim, o
mesmo já avalia o tema, o formato, etc., e só então, os pares são acionados.
(BRITO et a;, 2018). Para recorrer à avaliação pelos pares o editor leva em
consideração alguns quesitos que vai ajudará na otimização de todo o processo.
Com o arquivo aceito, passa-se para a etapa da editoração de texto, que vai
seguir os critérios exigidos pela revista no que diz respeito a diagramação, formato
de edição, quadros, figuras, como também os formatos que serão disponibilizados:
PDF, HTML, ou seja, cada revista possui seu próprio layout, seu próprio template, e
sua própria política do acesso ao arquivo avaliado pelos pares. Ainda ao final da
edição do texto é solicitada a validação do texto, ou seja, a leitura de prova, que
consiste na etapa final do processo de editoração, momentos finais que o editor ou
mesmo o autor avaliar como o arquivo final estará disponível para os leitores, como
explica:
3. O BIBLIOTECÁRIO E A EDITORAÇÃO
Sabemos que este exercício profissional é milenar e que foi, desde sempre,
uma prática “natural” pelo simples facto de que a produção da informação é
inerente à condição humana e social e que a necessidade do uso dessa
mesma informação ditou inevitavelmente a existência de processos de
armazenamento, organização e representação como meios para tornar
exequível a sua recuperação e acesso.E sabemos, também, que esta
prática foi evoluindo, se complexificou à medida que a própria sociedade
também se tornou mais estruturada e se adaptou às diferentes tecnologias
de produção, uso e comunicação da informação. (SILVA; RIBEIRO, 2004.
s.p).
Fonte: Facebook.com/Biblioeventos.
Ainda podemos fazer o uso de uma segunda imagem que faz referência,
também, aos campos de trabalhos do profissional da informação, o bibliotecário, que
faz menção a diversos ambientes.
É notável que além dos diversos tipos de bibliotecas que vai da escolar até a
mais especializada, o bibliotecário, por sua formação, possui o potencial de se
51
[...] ainda são poucos os bibliotecários que atuam nessa área. Isso pode
ocorrer devido à falta de conhecimento por parte do mercado editorial das
diversas competências que esse profissional desenvolve durante a
graduação, as quais podem ser um diferencial para uma empresa/
instituição editorial (FARIAS; LIMA; SANTOS, 2018, p. 68)
Sendo assim, as autoras continuam com suas conclusões acerca das três
atividades que fazem lembrar algumas outras:
Fonte: Maimome e Tálamo (2008, p. 313) adaptado de Faria et al. (2005, p. 30)
2
Fonte: https://www.dicio.com.br/proatividade/
59
Continua...
60
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Vale ressaltar que os dados de todo o Brasil será apenas tratado e descrito
de forma rápida, entrando em detalhamento apenas quanto a Região Nordeste, que
é a região que dá sentido ao estudo.
A página do e-MEC3, por sua vez, apresenta uma lista completa de cursos
de Biblioteconomia, classificando-os ainda em presencial ou à distância. Em uma
primeira análise, constata-se a quantia de 58 cursos listados. Todavia, ao verificar
melhor, encontraram-se instituições citadas mais de uma única vez, tendo em vista
atualizações do curso, mudança no nome da instituição e, até mesmo, pelos
resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Depois de
feita a verificação, a quantidade de 58 instituições caiu para 51 instituições.
Em seguida, ainda no site do e-MEC, consta três instituições em que os
cursos entraram em extinção, todas elas na Região Sudeste, são elas: Faculdade
Capixaba da serra – MULTIVIX; Faculdade Integrada Coração de Jesus; Instituto
Manchester Paulista de Ensino Superior – IMAPES. Outro quesito que veio a
diminuir a quantidade de cursos e instituições foi à etapa de análise dos sites de
cada instituição, visando à certificação de que a unidade de ensino realmente
disponibilizava o curso. Nessa etapa os cursos de Biblioteconomia em números
reduziram, pois algumas instituições não traziam o curso em sua grade de cursos
disponíveis em suas páginas, exemplos destas instituições são: Centro Universitário
UNIC; Universidade Santa Úrsula – USU; Centro Universitário UNIVEL; Universidade
Federal do Pará – UFPA está no quesito à distância.
Constatou-se, enfim, 45 cursos, em 43 instituições de ensino no Brasil em
atividades. Lembrando que 36 no quesito presencial e 9 no quesito à distância,
somando 45 cursos, embora o número de instituições seja apenas 43, no entanto, é
simples explicar, as instituições Universidade Federal do Rio Grande do Sul –
UFRGS e Universidade Federal de Sergipe – UFS possuem o curso nas duas
modalidades, contando, assim, duas vezes cada instituição no quesito curso, mas
apenas uma vez no quesito instituição de ensino.
Como o intuito da pesquisa é encontrar nos cursos de Biblioteconomia ativos
e que possua em sua estrutura curricular a disciplina de editoração, seja ela,
obrigatória, optativa ou eletiva. Foi realizada, portanto, a consulta aos planos
3
Fonte: http://emec.mec.gov.br/
66
Os dados analisados vão desde 30h até 68h programadas. Ficamos então
com a frequência máxima, contabilizando três unidades, por meio das 60h aulas que
foram nas instituições UFAL, UFS e UFRN. As outras instituições obtiveram
frequência um, pois cada uma possui uma quantidade de horas aula específica,
ficamos assim: UFBA com a maior quantidade de horas aulas, ou seja, sua carga
horária possui 68h; UFC vem logo em segundo colocado neste quesito,
apresentando-se com 64h/aula; em quarto, já que o terceiro lugar ficou por
intermédio das instituições que possuem 60h, ficamos com a UFCA, com 48h; por
último, a UFPE, que disponibiliza apenas 30h/aulas para a disciplina de editoração.
Observando as horas/aula de cada instituição é interessante visualizarmos o
que cada plano de curso traz como conteúdos programados assim poderemos
observar o que é exigido em cada instituição, a saber:
3. Direitos Autorais
4. O papel do editor. O fazer bibliotecário no processo de editoração
5. Comunicação científica e a produção intelectual
6. Leitura e legibilidade
7. Normas técnicas de editoração (livros e periódicos)
8. Política editorial e processo editorial
9. Projeto gráfico: tipos, diagramação, tipografia, periódicos científicos
10. Periódico científico eletrônico. Ferramenta SEER
11. Editoração eletrônica
1. Conceitos de editoração e editor
2. O papel do editor
3. O fazer bibliotecário no processo de editoração
4. Comunicação científica e produção intelectual
5. Leitura e legibilidade
6. Direito autoral
7. CreativeCommons
8. Visita técnica à tipografia
9. Evolução dos processos editoriais
10. Editoração eletrônica
UFC
11. Políticas editoriais
12. Produção, distribuição e comercialização de livros
13. Visita técnica à editora universitária e/ou convencional
14. Marketing editorial
15. Periódicos científicos eletrônicos
16. SEER - Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas: conceitos
17. Oficina de utilização da ferramenta SEER
18. Visita técnica à impressão universitária
19. Elaboração e execução de um projeto baseado nos conhecimentos adquiridos
durante a disciplina e durante as visitas técnicas.
1.Processos de editoração impressa
2. Processos de editoração digital
3. Periódico técnico-científico: características e funções
UFPE
4. Tipologia de periódicos técnico-científicos
5. Editoração eletrônica de periódicos técnico-científicos
6. Indexação de periódicos técnico-científicos.
UFAL Não apresentam seus conteúdos nos planos do curso
1. Editoração, editor e editora
2. Política, Linha e Conselho editorial
3. Processo de Editoração de Livros (fluxos)
4. Atribuição de identificadores para publicações
5. Periódicos e editoração eletrônica
UFRN
6. Editoração eletrônica
7. Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas
8. Lei de Direitos Autorais
9. Acessibilidade em documentos
10. Serviços de editoração
Fonte: elaborado pelo autor (2019)
75
Tipologia da
Freq. %
Obra
Livro 50 69,4
Artigo 16 22,2
Legislação 2 2,8
Dissertação 1 1,4
Glossário 1 1,4
Site 2 2,8
Total 72
Fonte: elaborado pelo autor (2019)
83
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
dados em outras regiões do país, o que facilitaria a coletada dos dados, pois em
meio à metodologia do presente trabalho, para se ter uma ampla visão do ensino da
editoração no Brasil, fez-se o levantamento dos dados referente a todo o território
nacional, região por região, enquadrando-se nas categorias, os cursos em formato
presenciais e a distância. Só então, após os levantamentos, que foram feitas as
pesquisas a fundo sobre a Editoração nos cursos de Biblioteconomia no nordeste do
Brasil, o que poderia ser objeto de estudo de futuras pesquisas a verticalização
dessa disciplina em todo território nacional, bem como o acompanhamento dessa
disciplina ao longo das décadas e das próprias mudanças dos próprios projetos
políticos pedagógicos dos cursos.
87
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Emanuel. A construção do livro: princípios da técnica de editoração. 3.
ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
BRITO, Ronnie Fagundes de et al. Guia do usuário do OJS 3. Brasília: Ibict, 2018.
144 p. Disponível em:
http://bibjuventude.ibict.br/jspui/bitstream/192/252/1/IBICT_OJS_3_2018.pdf. Acesso
em: 04 out. 2019.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010. 184 p.