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Universidade de Ribeirão Preto

Enfermagem Obstétrica
Lato sensu

GIOVANNA BERNAL BALTAZAR

LUTO GESTACIONAL -
UM OLHAR PARA A DOR NA MATERNIDADE:
uma revisão integrativa

RIBEIRÃO PRETO
2023
GIOVANNA BERNAL BALTAZAR

LUTO NEONATAL -
UM OLHAR PARA A DOR NA MATERNIDADE:
uma revisão integrativa

Monografia apresentada à Universidade de Ribeirão Preto


UNAERP, como requisito para a obtenção do Título de
Especialista em Enfermagem Obstétrica.
Área de Concentração: Saúde.

Orientadora: Profa. Dra. Silvia Sidnéia da Silva

RIBEIRÃO PRETO
2023
Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento
Técnico da Biblioteca Central da UNAERP

- Universidade de Ribeirão Preto -


GIOVANNA BERNAL BALTAZAR

LUTO NEONATAL -
UM OLHAR PARA A DOR NA MATERNIDADE:
uma revisão integrativa.

Monografia apresentada à Universidade de Ribeirão Preto


UNAERP, como parte dos requisitos para a obtenção do
título Especialista em Enfermagem Obstétrica.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA:

Prof.ª Dr.ª Silvia Sidnéia da Silva


Presidente

Prof.ª Me. Mariana R. Brunherotti Pereira


Comissão Julgadora

Ribeirão Preto
2023
AGRADECIMENTOS

“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize,
ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios” Salmos 103: 1-2.

À Deus, por em sua infinita misericórdia, guiar todos os meus passos, me fortalecendo e
acolhendo, nos momentos de angústia e desespero, por ter me acolhido e posto anjos ao meu
redor que me trouxeram a esperança para prosseguir e a força para não desistir.

À minha querida Mãe, que em tudo me acolheu, me inspirou, me ajudou a prosseguir, e


principalmente por nunca ter me deixado cair e nem me permitido desistir. Obrigada por nunca
desistir de mim!

A meu esposo e grande amigo e a minha sogra, pelo apoio, incentivo, compreensão, por todos
os bons momentos juntos.

À Profa. Dra. Silvia, por toda compreensão, paciência, por todo apoio e principalmente, por
acreditar no meu trabalho, por vislumbrá-lo comigo e me apoiar em torná-lo realidade.
Obrigada professora!

Aos professores componentes da banca, por sua disponibilidade em participar de um dos


momentos mais importantes da minha trajetória e formação acadêmica.

A todos os profissionais de enfermagem que me inspiraram a ser Enfermeira e a lutar por essa
profissão.

E, por último, porém não menos importante, mas a razão da escolha deste tema. Um
agradecimento especial a todas as mães, gestantes e puérperas que vivenciaram o processo de
luto e compartilharam da sua dor e do seu amor, em relatos e em vivência, por me mostrarem
a força, por serem um exemplo de resiliência, por cada história de amor e superação... vocês
são a minha inspiração quanto profissional e quanto mulher, obrigada por compartilharem da
sua dor e amor, a vocês, a nós!
MATERNIDADE COMPARTILHADA

Ao compartilharmos o desejo pela sua chegada já preparamos a sua doce morada


Ao compartilharmos os planos para te receber nunca pensamos em te perder
Ao compartilharmos o sonho pela maternidade sinto-me mãe de verdade
Ao compartilharmos a sua presença não vislumbramos a possibilidade da sua ausência
Ao compartilharmos o quanto sonhamos com o dia ao te embalar é impossível não te amar
Ao compartilharmos todas as mudanças advindas com a gravidez sinto que finalmente
chegou a minha vez
Ao compartilharmos as transformações corporais, hormonais e emocionais percebo o quanto
este momento é especial, sobrenatural, fora do normal.
No entanto, como compartilhar a interrupção de uma vida, que está sendo sentida, vivida e
querida?!
Como compartilhar todo o amor, transformado em dor?!
Como compartilhar o sonho interrompido, as noites mal dormidas?!
Como compartilhar o sentimento de angústia pelos planos a sucumbir?!
Como compartilhar a nossa descrença na vida, no homem, a falta de desejo pelo que está por
vir?!
É melhor o silêncio e a solidão?! Mas foi tudo compartilhado outrora, e agora?

(Larissa Rocha Lupi)


RESUMO

O processo natural de desenvolvimento gestacional provoca inúmeras mudanças de ordem


física, psíquica e social na vida da mulher e de sua família, o que requer aceitação, adaptação e
reestruturação. A morte inesperada de um bebê gera grande dor para seus pais, assim, a falta de
empatia e preparo social para a construção, aceitação e enfrentamento do processo de
elaboração do luto pode interferir em seu curso natural e, consequentemente, em sua resiliência.
O objetivo deste estudo fora a busca pela compreensão do processo de assistência a familiares
e profissionais de saúde, considerando a vivência da perda e do luto gestacional. Foi realizada
uma revisão integrativa da literatura, utilizando as plataformas digitais Scientific Eletronic
Library Online, Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Medical
Literature Analysis and Retrieval System Online e Cumulative Index to Nursing and Allied
Health Literature. Os resultados apontaram o uso de escuta terapêutica; investimento,
acolhimento e humanização neonatal como estratégias para fortalecimento, apoio e amparo aos
familiares e à equipe de profissionais da saúde.

Descritores: Luto; Luto Neonatal; Luto Materno; Equipe de Enfermagem; Luto Enfermagem.
ABSTRACT

The natural process of gestational development causes numerous physical, psychological and
social changes in the life of the woman and her family, which requires acceptance, adaptation
and restructuring. It should be noted that the unexpected death of a baby generates great pain
for the parents, thus, the lack of empathy and social preparation for the construction, acceptance
and coping with the grieving process can interfere in its natural course and, consequently, in its
resilience. The objective of this study was the search for understanding the process of assistance
to family members and health professionals, considering the experience of loss and gestational
mourning. To this end, an integrative literature review was carried out using the digital
platforms SCIELO, LILACS, MEDLINE, BVS and CINAHl. The results pointed to the use of
therapeutic listening, investment and welcoming and neonatal humanization as strategies for
strengthening, supporting and supporting family members and the team of health professionals.

Keywords: Mourning; Neonatal Grief; Maternal Mourning; Nursing team; Mourning Nursing.
RÉSUMÉ

Le processus naturel de développement gestationnel provoque de nombreux changements


physiques, psychologiques et sociaux dans la vie de la femme et de sa famille, ce qui nécessite
acceptation, adaptation et restructuration. Il convient de noter que la mort inattendue d'un bébé
génère une grande douleur pour les parents, ainsi, le manque d'empathie et de préparation
sociale pour la construction, l'acceptation et l'adaptation au processus de deuil peut interférer
dans son cours naturel et, par conséquent, dans son résilience. L'objectif de cette étude était la
recherche de compréhension du processus d'assistance aux membres de la famille et aux
professionnels de la santé, compte tenu de l'expérience de la perte et du deuil gestationnel. Pour
cela, une revue intégrative de la littérature a été réalisée à l'aide des plateformes numériques
SCIELO, LILACS, MEDLINE, BVS et CINAHl. Les résultats ont souligné l'utilisation de
l'écoute thérapeutique, de l'investissement et de l'accueil et de l'humanisation néonatale comme
stratégies de renforcement, de soutien et d'accompagnement des membres de la famille et de
l'équipe de professionnels de la santé.

Mots clés : Deuil ; deuil néonatal ; deuil maternel ; équipe infirmière; Soins infirmiers de deuil.
RESUMEN

El proceso natural del desarrollo gestacional provoca numerosos cambios físicos, psicológicos
y sociales en la vida de la mujer y su familia, lo que exige aceptación, adaptación y
reestructuración. Cabe señalar que la muerte inesperada de un bebé genera un gran dolor en los
padres, por lo que la falta de empatía y preparación social para la construcción, aceptación y
enfrentamiento del proceso de duelo puede interferir en su curso natural y, en consecuencia, en
su desarrollo. resiliencia. El objetivo de este estudio fue la búsqueda de comprensión del
proceso de asistencia a familiares y profesionales de la salud, considerando la experiencia de
pérdida y duelo gestacional. Para ello se realizó una revisión integrativa de la literatura
utilizando las plataformas digitales SCIELO, LILACS, MEDLINE, BVS y CINAHl. Los
resultados apuntaron para el uso de la escucha terapéutica, la inversión y la acogida y la
humanización neonatal como estrategias de fortalecimiento, acompañamiento y apoyo a los
familiares y al equipo de profesionales de la salud.

Palabras llave: Duelo; duelo neonatal; Duelo Materno; equipo de enfermería; Enfermería de
luto.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8
1.1 JUSTIFICATIVA 9
1.2 OBJETIVOS 11
1.2.1 Objetivo Geral 11
1.2.2 Objetivos Específicos 11
2 REVISÃO DA LITERATURA 12
2.1 A HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 12
2.2 A HUMANIZAÇÃO NO CONTEXTO NEONATAL 13
2.2.1 Enfrentamento, Preparo e Acolhimento Familiar 14
2.3 ENFRENTAMENTO PROFISSIONAL 15
3 METODOLOGIA 17
3.1 DESENHO DE ESTUDO 17
3.1.1 Fases da Revisão Integrativa 17
4 RESULTADOS 20
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 10
REFERÊNCIAS 11
8

1. INTRODUÇÃO

O processo natural de desenvolvimento gestacional provoca inúmeras mudanças de


ordem física, psíquica e social na vida da mulher e de sua família, o que requer aceitação,
adaptação e reestruturação. Nesse contexto, a perda de um bebê geralmente constitui um fato
inesperado, sendo vivenciado como um intenso sofrimento familiar, principalmente, pela
mulher. Desse modo, o processo torna-se doloroso, paralisante e excruciante, independente do
período da gravidez em que ocorre.
Frente ao fato, a idealização das características do bebê conjuntamente com todos os
sonhos e planos criados, considerando uma gestação planejada e/ou querida, é interrompida de
forma brusca. Ressalta-se que a morte inesperada de um bebê gera grande dor para seus pais,
assim, a falta de empatia e preparo social para a construção, aceitação e enfrentamento do
processo de elaboração do luto pode interferir em seu curso natural e, consequentemente, em
sua resiliência (CARNEIRO, 2017).
É imprescindível destacar que, muitas vezes, a dor do processo de perda e luto
gestacional é subestimada socialmente, pois existe um pressuposto de que o casal possa vir a
gerar novamente, e assim, nessa prerrogativa a perda dessa gestação seria inexistente, como se
nunca houvesse existido.
A perda de um filho, é dolorosa a uma mãe, é submetê-la a maior angústia e suplício, a
interrogação de pensar que a perda de seu filho possa estar relacionada ao seu insucesso,
atribuindo a si mesma, a culpa pela perda do filho, sendo esta perda fetal ou neonatal, rompendo
nesse ínterim, os sonhos e as perspectivas de um futuro almejado. (CAVALCANTI 2013;
MUZA et al., 2013).
Inquestionavelmente, a morte é a única certeza humana. Entretanto, ao pensarmos em
uma perda, sendo ela gestacional, neonatal ou mesmo outra, devemos compreender que a perda
é um evento único que apresenta inúmeras razões, que combinadas entre si, suscitaram e
predispuseram ao óbito. São essas razões de cunho biológico (fisiopatológico), sociais, culturais
e humanas assistenciais - compreendendo humanas assistenciais como serviços de atenção e
assistência à saúde, que caracterizam falhas do sistema de saúde em manter, preservar, cuidar,
curar e reabilitar (BRASIL, 2009).
As perdas fetais, em sua maioria, são consideradas perdas evitáveis, devido a evolução
em saberes clínicos, instrumentais cirúrgicos e tecnologias em saúde, entretanto, as mortes
fetais consideradas evitáveis são, por vezes, menos vistas por grande parte dos serviços de
gestão em saúde e pelo Estado, seja pela ausência de estudos comprobatórios e epidemiológicos
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demonstrando as taxas de perdas gestacionais e neonatais no Brasil quanto, pela ausência de


investimentos nesse pressuposto (BRASIL, 2009).
A perda fetal, morte fetal ou óbito fetal ocorre quando o produto da concepção for
expulso ou extraído do corpo da mãe sem sinal de vida. O óbito fetal pode ser dividido em
precoce, intermediário e tardio. A perda fetal precoce está relacionada aos abortos e idades
gestacionais compreendidas entre a concepção e a 20ª semana, quando o concepto tem peso
menor ou igual a 500g. Já a perda fetal intermediária ocorre entre a 20ª e a 28ª semana de
gestação, período em que os pesos fetais variam de 500g a 1.000g, enquanto que a tardia é a
que ocorre entre a 28ª semana, quando o feto pesa em torno de 1.000g e o parto, conforme relata
o Ministério da Saúde (2011), pautando-se na Organização Mundial da Saúde -OMS (1993).
O óbito neonatal é definido como a morte de um neonato antes de 28 dias de vida
completos. O óbito neonatal pode ser dividido em precoce e tardio, sendo que o precoce ocorre
de 0 a 6 dias de vida completos, ao passo que o óbito fetal tardio se dá de 7 a 27 dias de vida
completos, de acordo com o descrito pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2011).
A pesquisadora evidencia a necessidade da realização de maior número de pesquisas
relacionadas a óbitos fetais e neonatais, a fim de elucidar e demarcar de modo quantitativo, as
especificidades das perdas neonatais e fetais, considerando a taxa de mortalidade e,
principalmente, as reações multicausais envolvidas nas perdas, para que assim possam ser
desenvolvidos estudos epidemiológicos e serem traçados panoramas que nos delimitem
possíveis cuidados assistenciais para reduzir a mortalidade infantil, fetal e neonatal.
A construção de embasamento científico acerca do tema torna-se necessário para a
mudança comportamental e melhoria na prática clínica. Atualmente, em termos de literatura,
nota-se reconhecimento da abstração e inconstância das dores por perda gestacional e seus
impactos na construção da superação (LOPES, 2019).

1.1 JUSTIFICATIVA

Desde o princípio, na infância e juventude da pesquisadora, esta, se surpreendera com


o processo gestacional. O processo de conceber e gestar, uma nova existência. Sendo algo que
sempre foi algo que despertou admiração e interesse em estudar os seus mecanismos, o seu
desenvolvimento natural e as implicações de pequenos hábitos que podem mudar o rumo de
uma gestação, tornando-a mais saudável ou debilitando-a de forma a conduzi-la a incertezas e
diferentes possibilidades em sua conclusão.
10

Nesse percurso, ao participar de pesquisas com um olhar único para gestantes, a


pesquisadora deparou com outra realidade, a realidade da puérpera que sai da maternidade com
os braços, colo e olhos vazios, por uma perda inestimável. Esse romper de véu, de conhecer e
compreender uma nova realidade antes não vista, a fez refletir sobre a essência e o valor da vida
e, principalmente, o quão estava despreparada para lidar com a temática, considerando o
processo de cuidado e assistência a gestantes e a equipe de enfermagem. Como poderia
promover uma melhor assistência a uma puérpera de braços, colo e olhos vazios? Como
promover uma ação humanizada para acolher essa puérpera e esses familiares? E quanto a
equipe de enfermagem? Equipe normalmente treinada a projetar e trabalhar em prol da vida,
como auxiliá-los a trabalhar na perda?
Reflexões como as supracitadas, provenientes de uma experiência extremamente forte
passaram a povoar o interior e a instigar a pesquisadora a buscar as respostas e soluções. Ao
iniciar o processo de busca e revisão bibliográfica, observou uma lacuna existente na exploração
acadêmica do processo de luto em maternidades, considerando ações e estratégias de
acolhimento às mulheres e à equipe multiprofissional, considerando a premissa que ambos
experienciam o luto neonatal sob diferentes perspectivas, profissional e pessoal, e portanto,
podem possuir diferentes desdobramentos ao vivenciar processos de luto, em priori, o luto
neonatal.
Assim, partindo desse pressuposto, notou-se a viabilidade em elaborar uma revisão
integrativa que possa proporcionar um olhar humanizado e integralizado, para acolher mulheres
e equipe, pensando que para além do processo assistencial ao humano, somos humanos e
semelhantes.
Considerando a necessidade de oferecer uma assistência holística à saúde da mãe,
família e demais envolvidos nesse processo de perda e proporcionar suporte emocional de
maneira humanizada, com base na necessidade de evidências científicas acerca da temática,
surgiu o interesse em contribuir para o meio científico com análise na literatura sobre a
assistência de profissionais de saúde em situação de perda gestacional. Assim, surgiu a seguinte
questão de pesquisa: “Como ocorre o processo de assistência aos familiares e profissionais de
saúde em situações de perda neonatal?”.
Em razão da situação - problema, que envolve o estudo em questão, surge como objeto
de estudo a busca e compreensão do processo de assistência a familiares e profissionais de
saúde, considerando a vivência da perda e do luto gestacional.
Como relevância, este estudo possui como pretensão a aproximação de acadêmicos e
profissionais da classe de enfermagem, a partir de um levantamento, uma “revisão literária”,
11

nacional e internacional, acerca do luto materno e da atuação profissional neste processo de


luto. Tendo como objetivo, compartilhar e agregar conhecimentos, e assim, ampliar a formação
profissional.
Acredita-se que este estudo pode contribuir para novas reflexões acerca da assistência e
acolhimento a puérperas em luto, familiares e a profissionais que experienciam esse processo,
compreendendo-o, e assim, possibilitar o desenvolvimento de estratégias e ações que fomentem
uma prática de assistência humanizada.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar, estudos literários que discorram sobre a experiência do luto gestacional


considerando a mulher e a equipe de enfermagem, pensando nestes atores como vivenciadores
do processo de luto em âmbitos pessoal e íntimo, e profissional e pessoal; respectivamente.

1.2.2 Objetivos Específicos

- Descrever ações e estratégias de humanização, respeito e acolhimento à mulher,


gestante e puérpera;
- Identificar e discorrer sobre ações de acolhimento emocional e social à equipe de
enfermagem;
- Discorrer sobre o efeito do luto na maternidade em equipes multiprofissionais;
- Identificar a existência de protocolos para acolhimento da equipe multiprofissional
em unidades hospitalares.
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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como dever exercer o cuidado e assistência
íntegra ao indivíduo, considerando o processo e desenvolvimento de saúde e doença, bem como
o processo de adoecimento. Deste modo, tem como atribuição a prevenção de agravos, a
promoção de saúde, o tratamento e a reabilitação em saúde, de modo que haja o cuidado integral
visando a preservação e qualidade de vida.
Entretanto, um dos cenários que conota um grande desafio a exercer o panorama de
cuidado e qualidade assistencial diz respeito à ausência de preparo, treinamento e qualificação
dos profissionais de saúde que prestam cuidado e assistência direta à saúde. (BRASIL, 2010a).
Visando o enfrentamento desse grande desafio, a ausência de recursos, treinamento e
qualificações profissionais, e o almejo de uma assistência à saúde qualificada, otimizada e
integral à qualidade de saúde e bem estar em promoção à vida, o Ministério da Saúde lançou
no ano de 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH), instituída por três objetivos:
prestar assistência digna e de qualidade no cuidado à saúde, remodelar e reestruturar iniciativas
de humanização e confrontar problemas na organização e gestão da saúde (BRASIL, 2007).
A humanização no cuidado e assistência é norteada pelos objetivos previamente citados,
tendo por meta o oferecimento de um atendimento de qualidade, de uma assistência qualificada
tanto no uso correto de tecnologias e instrumentos quanto, no cuidado e na abordagem
profissional às necessidades humanas, considerando a necessidade de melhorias no trabalho,
ambiência, protocolos e diretrizes assistenciais, bem como instrumentos concomitantes à
melhoria no treinamento multiprofissional (BRASIL, 2007)
Para tal, é preciso que haja uma mudança no entendimento e compreensão do termo
humanização, para que assim, passe a ser vista como uma política de saúde e não apenas como
uma estratégia no alcance de objetivos e metas. A humanização precisa ser vista, compreendida
e exercida como política, com diretrizes e princípios, que regem e integram todas as instâncias
do SUS (BRASIL, 2004).
A equipe multiprofissional de saúde, composta por equipe de enfermagem e médica,
entre outras, desde o seu processo de formação e construção profissional tem sido direcionada
e educada a agir consolidada em saberes técnicos, com comprovação científica, porém
totalmente voltados a noção e habilidade mecânica, técnica - procedimental. Enquanto que, com
relação às habilidades relacionais, de interação entre seres humanos, no compreender o processo
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assistencial tem tido falhas, não havendo uma associação do ser que necessita de procedimentos
protocolados com o ser que necessita também, de ausculta qualitativa (OLIVEIRA 2008;
CAVALCANTI, 2013).
Este cenário pautado na realidade assistencial e em possíveis mudanças na
compreensão, desenvolvimento e evolução do processo de humanização requer a necessidade
do investimento na qualificação profissional com maior ênfase no oferecimento de uma
assistência integralizada e humanizada em unidades de atendimento neonatal, sob o olhar
individualizado, centralizado na situação real do neonato e sua família (SIQUEIRA; DIAS,
2011).

2.2 A HUMANIZAÇÃO NO CONTEXTO NEONATAL

O nascer de um bebê prematuro, diferentemente de um bebê nascido a termo em


condições saudáveis, ele é repercutido em uma complexa emoção, onde há alegria do
nascimento e a preocupação da incerteza, a fé no nascimento e o medo da insegurança da vida,
o que leva o bebê, a mãe e familiares a uma dura realidade, o desafio da internação em uma
unidade de terapia intensiva.
Essa nova fase no período de internação do recém-nascido prematuro, demarca uma fase
repleta de desgaste físico, emocional, de sentimento de culpa, confusão, medo, luto antecipado
- o sentimento de perda, que é inerente, é desperto devido a necessidade do afastamento do
neonato internado, e dos familiares em domicílio.
Esse quadro representa a realidade de muitas famílias, que mediante à fragilidade
existencial do recém-nascido, que requer uma necessidade de internação prolongada por dias e
ou meses, a submissão a procedimentos invasivos, dolorosos ou não dolorosos, dificulta a
visualização por parte materna e dos demais familiares, da construção de um futuro para o seu
bebê, da realização dos sonhos, expectativas até outrora imaginados enquanto o bebê ainda
residia no ventre materno, e por agora, reside sob a existência de equipamento tecnológico e
tem sua existência pautada a estes (ARAUJO; RODRIGUES, 2010).
O ambiente concebido das unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTIN) é
organizado em setores, sendo equipados com incubadoras, leds de fototerapia, monitores
digitais, bombas de infusão, respiradores de ventilação mecânica, máscaras, sondas de
alimentação e tubos que envolvem o neonato, o que faz com que aos primeiros olhares - que
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muitas vezes desconhecem os processos de assistência intensiva, que enxerguem tal ambiente
como frio, hostil, duro e permanente.
Os familiares quando não informados e incorporados à rotina assistencial, aos cuidados
ao recém-nascido e a compreensão da assistência ofertada, considerando a situação real do
recém-nascido, os familiares quando não apresentados e inseridos na realidade assistencial,
sofrem um bombardeio emocional, em tom negativo, com o surgimento de sentimentos como
a angústia, o medo e o luto antecipado (PREDEBON et al., 2011).

2.2.1 Enfrentamento, Preparo e Acolhimento Familiar

A atitude de acolher não consiste somente na escuta, mas na postura de real


aproximação, de “estar com”, revelando uma atitude de inclusão que estreitam os laços do
usuário com os profissionais de saúde através de relações baseadas em confiança e
compromisso (CAVALCANTI, 2013 apud BRASIL, 2010b).
O acolhimento familiar deve ser compreendido como parte constituinte na produção de
saúde e no oferecimento do cuidado, tal como um instrumento tecnológico, pensando na
importância das relações interpessoais para o sucesso do cuidado e assistência, em uso da escuta
qualificada na construção e fortalecimento de vínculos e, consequentemente, na validação do
desfecho e resolutividade nos serviços e cuidados prestados (BRASIL, 2010b; FALK et al.,
2010).
De acordo com Falk (2010), o acolhimento induz a mudança na relação e interação entre
usuários de saúde/família/equipe multiprofissional, uma vez que haja o reconhecimento da
família como protagonista junto ao usuário de saúde, recém-nascido hospitalizado, é vista a
mudança na postura profissional, tornando-a mais acolhedora, humana, pela compreensão ética,
humanitária e solidária, trazendo à luz a humanidade presente ao processo de resolutividade
assistencial.
Essa busca por esse lampejo de humanização e incursão ética e profissional, nos a induz
à reflexão da necessidade da equipe de profissionais de saúde, em direcionarem o cuidado e a
assistência, pautando-se no cuidado de forma íntegra e individualizada, como ser único em sua
diversidade (FALK et. al, 2010).

O processo de acolhimento e fortalecimento de vínculo está atrelado à sensibilidade no


processo de comunicação interpessoal, seja esta comunicação em forma verbal ou não verbal,
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compreende-se que se agrega à comunicação, o toque, expressões faciais e até o mesmo, o


silêncio (SILVA, 2002; PROCHET; SILVA, 2008).
A comunicação permite o compartilhamento de experiências, da partilha de emoções,
compreensões de mundo, vida e realidade, da sujeição de estratégias para resolução de conflitos
e do entendimento de situações e problemas, o que vem gerar a concretização de vínculos
solidários que acolhem familiares em situações críticas no enfrentamento de suas dores e,
profissionais enlutados, que vivenciam diariamente situações de perdas e os sentimentos de
insuficiência, a sensação de incapacidade e o espelhamento de emoções familiares, os levam à
grande dor.
Nesse ínterim, o diálogo e a escuta qualitativa, pode vir a ofertar um acolhimento ao
familiar e um apoio ao profissional, permeando não somente a construção do laço afetivo, mas
ofertando um alívio aos profissionais e trazendo ao olhar dos familiares, um olhar de respeito e
segurança nos profissionais que estão ofertando o cuidado a seus filhos.
Pensando na efetividade no acolhimento e no vínculo, considerando as interações e
relações entre familiares e equipe multiprofissional, é necessário a abertura de um espaço onde
haja comunicação e compartilhamento de informações, sejam saberes técnicos ou populares,
entre os familiares e equipe, de forma que a gestão possa enxergá-los como todos envolvidos
no processo de assistência, saúde e doença e estarem todos relacionados à evolução clínica do
recém-nascido hospitalizado (TRENTINI et al., 2011.
Como descrito por Salazar (2011), “O resgate da saúde desse familiar aflito, que é
extensão do paciente adoecido, deve ser uma estratégia de “empoderamento”, pois quando ele
é capaz de entender e participar do cuidado, ao mesmo tempo que também recebe os cuidados
da equipe de enfermagem, que vão desde a escuta de seus medos e anseios até a compreensão
de suas singularidades físicas, emocionais, espirituais e intelectuais, o processo de tratamento
e recuperação se torna mais acolhedor e humano (SILVA; SANTOS, 2010; SALAZAR, 2011).

2.3 ENFRENTAMENTO PROFISSIONAL

A assistência humanizada de enfermagem deve ser formada pela percepção


multidimensional da experiência existencial que o RN vivencia, considerando que o neonato é
um paciente que deve ser assistido de forma integral. Humanizar o cuidado ao RN em risco
requer dedicação e cuidado exercidos na medida que o profissional se coloca tanto no lugar do
neonato quanto do familiar que o acompanha, consequentemente, essa postura levará à
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prestação de uma assistência otimizada, para o alcance da satisfação, tanto do neonato em sua
totalidade, quanto de seus familiares, os assistindo integralmente (LELIS et al., 2011).
Para que essas práticas sejam praticadas tanto pela equipe de enfermagem quanto pela
equipe multidisciplinar, é preciso que os profissionais entendam que o processo de
humanização é complexo e, compreendam as resistências que surgirão juntamente às
inseguranças, devido à transformação da organização do trabalho (MARTINS et al., 2010).
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3 METODOLOGIA

3.1 DESENHO DE ESTUDO

Trata-se de uma pesquisa de cunho exploratório, de abordagem qualitativa que objetiva


compreender, através de um levantamento da literatura, de artigos nacionais e internacionais,
disponíveis nas plataformas digitais Scientific Eletronic Library Online, Literatura Latino-
americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature; utilizando os descritores:
luto, luto neonatal, luto gestacional, maternidade, luto e enfermagem; nos idiomas português,
inglês e espanhol.
Com o estudo procura-se apreender e compreender, sob diferentes óticas, as ações,
estratégias de acolhimento e assistência a gestantes / puérperas considerando o olhar da equipe
de enfermagem e as consequências das vivências do luto na prestação de cuidados e assistência.
Nesse sentido, vislumbrou-se o motivo da escolha da realização deste estudo integrativo.
[...] a revisão integrativa consiste na análise de pesquisas relevantes que
dão suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica,
possibilitando a síntese do estado do conhecimento de um determinado
assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser
preenchidas com a realização de novos estudos. (MENDES;
SILVEIRA; GALVÃO, 2008, p. 759).

3.1.1 Fases da Revisão Integrativa

De acordo com Souza, Silva e Carvalho (2010), a construção de uma revisão integrativa
constitui-se pela construção e desenvolvimento de seis fases, sendo estas: escolha e elaboração
da questão norteadora, busca ou amostragem literária, coleta de dados, análise crítica dos
estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa. A seguir, será
feita a descrição sucinta de cada fase desenvolvida para realização deste estudo.
a) Primeira fase: elaboração da questão norteadora.
Segundo Souza, Silva e Carvalho (2010), a elaboração da questão norteadora é
imprescindível para a construção do estudo por estabelecer um raciocínio teórico e demarcar as
diretrizes e objetivos do estudo, permitindo assim maior rigor e objetividade na seleção,
construção e desenvolvimento do estudo científico.
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O presente estudo, possui como questão norteadora: “Como ocorre o processo de


assistência aos familiares e profissionais de saúde em situações de perda neonatal?”
b) Segunda fase: amostra literária.
Em conjunto com a fase anterior, a busca e seleção de amostra literária deve ser
diversificada e ampla, sendo selecionadas para o estudo cinco plataformas de com produção
científica, buscando ampliar e conhecer os diferentes conteúdos, para assim, construir uma
revisão que contenha uma ampla amostra.
As plataformas selecionadas foram a Scientific Eletronic Library Online, Literatura
Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature Ebsco.
c) Terceira fase: coleta de dados.
Para a seleção de uma amostra para coleta de dados, foi estipulado um período de buscas
nos acervos nas plataformas digitais, em referenciais, artigos e publicações nos períodos entre
2010 a 2022.
Nesta fase ocorre a escolha e definição de informações a serem extraídas dos estudos
previamente selecionados, foi realizada uma pré seleção de arquivos considerando os títulos,
resumos e métodos de pesquisa no primeiro momento, posteriormente uma leitura minuciosa
do texto na íntegra, inserção dos artigos no quadro sinótico e breve descrição do estudo.
d) Quarta fase: análise crítica.
Em continuidade, na quarta fase foi realizada uma segunda análise, com teor mais
crítico, considerando com rigor as características apresentadas nos estudos, as experiências
clínicas dos pesquisadores para assim ponderar e apurar a validade e a fidedignidade dos dados
apontados nos estudos e em seus resultados.
e) Quinta fase: discussão dos resultados.
Após a leitura, interpretação e síntese dos dados, foi realizada uma comparação entre os
diferentes estudos, considerando aspectos que dialogam entre si, nos diferentes estudos,
buscando uma delimitação dos conteúdos. Para tal, foram organizadas duas categorias com
eixos temáticos para possibilitar maior reflexão acerca da comparação dos estudos. As
categorias definidas foram: “A assistência de enfermagem diante do luto neonatal;” e “O cuidar
e acolhimento “humanizado” diante do luto neonatal”
Os critérios utilizados para seleção de amostras consideraram: somente os artigos
disponíveis nas plataformas digitais nas bases selecionadas; que abordavam a temática
proposta; artigos publicados do ano de 2010 a 2022 e disponíveis com texto completo;
publicados em língua portuguesa, inglesa e em espanhol.
19

Como critérios de exclusão, foram determinados artigos de revisão de literatura,


dissertações e teses, publicações duplicadas por indexação em bases de dados diferentes e
aqueles cujos links de acesso aos textos completos são redirecionados a sites que exigem
pagamento prévio.
A seleção de conteúdos como amostra, deu-se de forma intencional, considerando a
prerrogativa de atender aos objetivos propostos, trazendo à discussão, fomentos que elucidem
ações, cuidados, assistência e reflexões acerca do luto vivenciado por gestantes / puérperas e
equipe de enfermagem.
A coleta dos dados, seleção de referenciais teóricos e levantamento bibliográfico teve
início no ano de 2022. Neste período foram realizados o levantamento bibliográfico, leitura de
referenciais teóricos e seleção de artigos e resumos. Visando auxiliar e promover maior
facilidade na organização dos conteúdos, foi construído um quadro sinótico de coleta de dados.
Tal quadro fora preenchido com os artigos selecionados, preâmbulos e principais indagações
que os artigos apontavam, ano de publicação/nome do autor, título da obra, objetivos de
pesquisa, métodos escolhidos para desenvolvimento da pesquisa e resultados obtidos.
A análise dos resultados obtidos ocorreu por meio da análise sistemática dos conteúdos
descritos, dos consensos e refutações entre autores, das prerrogativas e ações assistenciais vistas
como resolutivas, considerando o processo de luto vivenciado por gestantes / puérperas,
familiares e profissionais de enfermagem.
Considerando a natureza da presente pesquisa, uma revisão integrativa de literatura, é
de compreensão que os conteúdos e dados nela obtidos são estudos literários e referenciais
teóricos, validados cientificamente, de caráter público, e assim, exclui o envolvimento direto
de seres humanos para sua construção.
20

4 RESULTADOS

Neste tópico apresentamos os resultados da revisão integrativa proposta para o estudo,


na qual buscou-se responder ao problema de pesquisa e atingir os objetivos gerais e específicos,
já descritos neste estudo.
A partir do fluxograma descrito na Figura 1 é possível compreender as filtragens
realizadas, o caminho metodológico, o uso e resultado das buscas nas plataformas tecnológicas
e científicas Scientific Eletronic Library Online, Literatura Latino-americana e do Caribe em
Ciências da Saúde, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online e Cumulative
Index to Nursing and Allied Health Literature Ebsco, que foram utilizadas até o esgotamento,
evidenciando a escassez de materiais existentes e o quão inexpressivo são, ainda, os estudos
sobre óbito fetal e neonatal.

Figura 1: Fluxograma da seleção de artigos para a revisão integrativa realizada no estudo.


21

Para além do fluxograma que representa como ocorreu a seleção dos 40 artigos, também
estão apresentados no Quadro sinóptico (Quadro 1), a caracterização dos artigos utilizados.
22

Quadro 1 - Quadro Sinóptico considerando o título, os autores/ano, o periódico, o tipo de pesquisa e nível de evidência, o objetivo e
resultados do estudo.

I.Título: Participação das mães/pais no cuidado ao filho prematuro em unidade de terapia intensiva neonatal: significados atribuídos pela equipe de saúde.

Autores/Ano: MARTINEZ et al. (2007)


Periódico: Revista Latino-americana de Enfermagem.
Tipo de Pesquisa/ Nível de Evidência: Estudo descritivo de natureza qualitativa.
Objetivo: Identificar e analisar os significados da participação das mães/ pais no cuidado ao filho prematuro hospitalizado atribuídos pela equipe de saúde de uma
unidade neonatal de San Luis Potosí, México.
Resultados: Todos os profissionais de saúde consideraram essencial a participação da mãe e do pai no cuidado do filho prematuro, pois houve o favorecimento da
estabilidade clínica do RN e de seu processo de desenvolvimento, além do estabelecimento do vínculo afetivo de mãe/pai-filho e da oportunidade de treinamento da
mãe para a alta do filho.

II. Título: Dor neonatal: medidas não-farmacológicas utilizadas pela equipe de enfermagem.

Autores: AQUINO; CHRISTOFFEL (2010).


Periódico: Revista Rene.
Tipo de Pesquisa/ Nível de Evidência: Estudo descritivo-exploratório de abordagem quantitativa.
Objetivo: Identificar os procedimentos considerados dolorosos pelos profissionais de enfermagem em uma unidade neonatal e verificar as medidas não-
farmacológicas de alívio das dores e confortos empregadas pelos profissionais de enfermagem no cuidado neonatal.
Resultado: Dentre as medidas não-farmacológicas empregadas pelas enfermeiras para a diminuição dos estímulos auditivos, pode-se destacar o fechamento das
portinholas da incubadora com cuidado, diminuição do som de alarmes e bombas e utilização do tom de voz baixo. Em relação à diminuição dos estímulos visuais:
utilização do ciclo dia-noite, cobertores sobre a incubadora e uso de venda ocular. Para a otimização do estímulo tátil: utilização de rolinhos de tecidos e o
enrolamento; contato pele a pele e a contenção manual; sucção não- nutritiva realizada com o dedo enluvado com luva de látex e gaze enrolada; agrupamento das
atividades antes da realização dos procedimentos e participação dos pais no cuidado.

III. Título: Participación de las madres en el cuidado de los recién nacidos internados en un servicio de neonatología que aplica el modelo de maternidad centrada en
la familia.

Autores/Ano: NIETO et al. (2011)


Periódico: Revista del Hospital Materno Infantil Ramón Sardá
Tipo de Pesquisa/ Nível de Evidência: Estudo descritivo de natureza quantitativa.
Objetivo: Quantificar a redução do tempo assistencial de enfermagem como produto da participação das mães no cuidado de seus filhos.
Resultados: A participação das mães em mais de cem práticas diárias no cuidado aos seus filhos levou à redução de cerca de 12 turnos de 6 horas por semana,
23

diminuindo de forma significativa a carga de trabalho da equipe de enfermagem. Entretanto, não foi considerada apenas a diminuição da carga de trabalho da equipe
de enfermagem, mas também o fortalecimento do vínculo da mãe com o bebê, com consequente diminuição da ansiedade da família por participar do cuidado do
RN.

IV. Título: A mãe acompanhante na unidade de terapia intensiva neonatal: desafios para a equipe assistencial.

Autores/Ano: SANTANA; MADEIRA (2013)


Periódico: Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro
Tipo de Pesquisa/ Nível de Evidência: Estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa.
Objetivo: Conhecer a percepção de médicos e enfermeiros neonatólogos acerca da presença da mãe na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do Hospital
Sofia Fildman de Belo Horizonte, e analisar os fatores que facilitam e dificultam as relações entre profissionais da equipe multiprofissional de UTIN e as
mães/familiares dos bebês internados.
Resultados: Nos discursos dos profissionais, foi possível verificar que, em sua maioria, consideram a presença dos pais na UTIN fundamental, pois além de favorecer
o contato pele a pele, é essencial para a formação do vínculo e participação no cuidado do RN, contribuindo para a diminuição do tempo de internação e favorecendo
a continuidade do cuidado domiciliar. Os profissionais perceberam ainda que a presença dos pais proporciona um melhor relacionamento com a equipe e a
compreensão da evolução clínica do RN. A comunicação efetiva entre os pais/familiares e a equipe assistencial foi apontada como a principal estratégia a ser utilizada,
sendo importante para a solução e a minimização dos conflitos, podendo ser determinante para que os pais se sintam seguros num ambiente que lhes é estranho,
considerando suas fragilidades e seus sentimentos frente à internação do RN na UTIN.

V. Título: Percepções da equipe de enfermagem sobre humanização em unidade de tratamento intensivo neonatal e pediátrica.

Autores/Ano: REIS et al. (2013)


Periódico: Revista Gaúcha de Enfermagem.
Tipo de Pesquisa/ Nível de Evidência: Estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa.
Objetivo: Identificar a percepção da equipe de enfermagem sobre a humanização no cuidado em uma Unidade de Terapia Intensiva neonatal e pediátrica de um
hospital do sul do Brasil.
Resultados: Os depoimentos da equipe de enfermagem demonstraram que os profissionais compreendem a humanização como uma modalidade assistencial tendo
como foco principal o olhar holístico para o sujeito cuidado, o que significa cuidar para além de procedimentos técnicos. A falta de ambiência foi tida como prática
que não contribui para a humanização, devido à inexistência de um ambiente democrático onde exista acolhimento e escuta aos trabalhadores que são atores do
processo de trabalho.

VI. Título: Delivering perinatal psychiatric services in the neonatal intensive care unit.

Autores/Ano: FRIEDMAN et al. (2013)


Periódico: Foundation Acta Paediatrica.
Tipo de Pesquisa/ Nível de Evidência: Estudo descritivo de natureza qualitativa.
Objetivo: Descrever as características das mães que provavelmente se beneficiaram com serviços psiquiátricos a curto prazo, enquanto seu bebê estava internado na
unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN).
24

Resultados: Assistentes sociais e profissionais de enfermagem identificaram em algumas mães sinais de depressão, transtornos de ansiedade, psicose, luto e transtorno
de estresse pós- traumático, tais condições, de certo modo, influenciavam na relação da mãe com o seu bebê. Tais mães relataram que preferiam o atendimento
psiquiátrico por intermédio da psicoterapia do que pela terapia medicamentosa, pois tinham a oportunidade de discutir suas experiências e, com a melhora, fortalecer
o vínculo com os bebês.

VII. Título: Acolhimento na unidade neonatal: percepção da equipe de enfermagem.

Autores/Ano: COSTA et al. (2012)


Periódico: Revista de Enfermagem - UERJ
Tipo de Pesquisa/ Nível de Evidência: Estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa.
Objetivo: Conhecer como vem sendo desenvolvido o acolhimento aos pais na unidade neonatal em um Hospital Universitário da região sul do Brasil, buscando
elaborar estratégias para a relação profissionais/familiares, bem como a superação das dificuldades encontradas neste processo.
Resultados: Para a equipe de enfermagem, o acolhimento é o momento em que se pode reduzir o medo dos pais, para isso é importante que o profissional se apresente,
promovendo um bom relacionamento com os pais, fortalecendo vínculos afetivos. Atitudes como o diálogo, a escuta, a presença, o comprometimento e a valorização
da presença dos pais foram identificadas como estratégias para efetivar o acolhimento de forma humanizada. Oportunizar o toque no bebê e oferecer para que a mãe
realize os cuidados, também foi identificado como estratégia para amenizar a sensação de incompetência por parte das mães. Os profissionais da equipe também
ressaltaram a importância de um espaço para compartilhar seus sentimentos, anseios e dificuldades para que se sintam acolhidos para acolher

VIII. Título: Promoção do cuidado humanizado à família pela equipe de enfermagem na unidade neonatal.

Autores/Ano: ROCHA et al. (2011)


Periódico: Revista Rene.
Tipo de Pesquisa/ Nível de Evidência: Estudo descritivo de natureza qualitativa.
Objetivo: Conhecer a percepção da equipe de enfermagem acerca da humanização no cuidado da família do RN em uma maternidade pública de Fortaleza- CE e
identificar ações de enfermagem que promovam a humanização da assistência e investigar fatores que desfavoreçam o cuidado da família.
Resultados: A equipe de enfermagem entendeu que ações incentivadoras do vínculo e do acolhimento levam ao cuidado personalizado, centrado nas reais
necessidades do RN e de sua família, proporcionando melhor desenvolvimento do RN. Dentre os fatores que interferem no cuidado humanizado foram identificados:
o estado emocional e sociocultural dos familiares, demandando um olhar mais atento e humanizado, além da superlotação e sobrecarga profissional. Os profissionais
entrevistados entenderam que a comunicação é a base para o cuidado humanizado.

IX. Título: Atuação da enfermeira na unidade de terapia intensiva neonatal: entre o ideal, o real e o possível.

Autores/Ano: MONTANHOLI et al. (2011)


Periódico: Revista Latino-Americana de Enfermagem
Tipo de Pesquisa/ Nível de Evidência: Estudo qualitativo de abordagem fenomenológica.
Objetivos: Compreender a experiência de enfermeiras que atuam em unidade de terapia intensiva neonatal, sua vivência e o significado de sua ação no contexto do
cuidado ao recém-nascido e aos pais desse.
Resultados: As enfermeiras relataram que uma das atividades do cuidado ao RN se dá através do gerenciamento, pois geralmente não possuem tempo para o cuidado
25

assistencial. O cuidado com os pais do recém-nascido, especialmente relacionado ao estabelecimento entre o vínculo entre eles, também é levantado como uma das
atividades das enfermeiras no cuidado ao RN. Para a otimização do cuidado, as enfermeiras afirmam que a educação permanente é um recurso que auxiliaria na
organização e aperfeiçoamento do processo de trabalho.

X. Título: Cuidado humanístico e percepções de enfermagem diante da dor do recém-nascido.

Autores: LELIS et al. (2011)


Periódico: Escola Anna Nery.
Tipo de Pesquisa/ Nível de Evidência: Estudo descritivo de abordagem qualitativa.
Objetivos: Apreender o significado do cuidado oferecido pelo enfermeiro ao recém-nascido em procedimentos dolorosos em uma Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal de um hospital público de Fortaleza- CE e conhecer as intervenções realizadas pelos enfermeiros para amenizar a dor do recém-nascido.
Resultados: Para as enfermeiras, o cuidado humanizado do RN em situações dolorosas deve envolver dedicação, carinho, toque e transposição para a situação do
outro, compreendendo-o em sua totalidade através do cuidado individualizado. A adequação do ambiente, as técnicas de manuseio e a estimulação sensorial por meio
do contato pele a pele, teve como objetivo a promoção da qualidade de vida do RN na UTIN.
Fonte: Autoria própria (2023)

Foram encontradas 184 publicações na busca, sendo que na primeira seleção de artigos e publicações foram selecionados 74 artigos e, após
refinamento foram selecionados 40 artigos, sendo excluídos, no total, 144 artigos. Destes 40 selecionados, após a leitura completa do artigo, apenas
10 artigos respondiam à questão norteadora e aos objetivos propostos, sendo selecionados para compor este estudo, obedecendo a três
categorizações para a discussão: a perda materna no luto gestacional e neonatal, o luto vivenciado por profissionais de saúde no processo de
cuidado, acolhimento, luto e as consequências nos cuidados e assistência prestada pelos profissionais de saúde no processo de luto gestacional e
neonatal.
26

5 DISCUSSÃO

Nesta revisão integrativa observou-se que de acordo com as plataformas científicas


consultadas para o presente estudo, os estudos descritivos e qualitativos são a maioria dentre as
publicações existentes envolvendo a temática de luto gestacional e neonatal.
Acredita-se que a escolha de estudos descritivos e qualitativos se pauta na coleta e no
levantamento de dados qualitativos ao considerar a subjetividade e levantar opiniões e crenças
de uma determinada população objetivando, associada à pesquisa descritiva, analisar os dados
coletados sem a interferência do pesquisador. Desta forma, os pesquisadores Hutti, Armstrong
e Myers (2013) ressaltam que em estudos desta natureza prioriza-se no processo de abordagem
o grupo em específico, pensando nas condições humanas inerentes ao processo de luto, seja este
pessoal - íntimo (familiar) ou profissional, o tema do luto envolve e reverbera aspectos
psíquicos do sofrimento humano, a perda.
O processo de luto e o vivenciar deste, demanda um processo de consciência e
processamento do vivenciar do luto que está atrelado às emoções, vivências e identidade
cultural / espiritual, porém independente destas, em razões psicológicas consideram-se as fases
do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação (LOPES et al., 2017).
Compreender e o lidar com o luto, pessoal ou profissional, requer uma ressignificação
de princípios existenciais para o indivíduo, pois requer a compreensão individual deste para
ressignificar o processo de perda (LOPES et al., 2017).
Na busca de compreender esse momento e situação complexos, esta discussão se pautará
em três categorias: a perda materna no luto gestacional e neonatal, o luto vivenciado por
profissionais de saúde no processo de cuidado, acolhimento, luto e as consequências nos
cuidados e assistência prestada pelos profissionais de saúde no processo de luto gestacional e
neonatal.

5.1 A PERDA MATERNA NO LUTO GESTACIONAL E NEONATAL

De acordo com Pangrazzi (2008) diante da perda de um filho, a estrutura física dos
genitores tende a sofrer alterações, podendo manifestar – se, no sistema digestivo, circulatório,
nervoso e glandular. Os enlutados tendem a apresentarem dores torácicas, dores de cabeça,
perda de apetite, sensação de fraqueza, insônia, ausência de desejo sexual, momentos de pânico,
entre outras.
27

Quanto ao nível emocional a repercussão pela morte de um filho é intensa, devastadora,


podendo provocar aos pais graves estado de choque, com dois tipos de reações, sendo de forma
estática (reações assustadas e incapacidade de reagir), ou através de manifestações (negação,
reações de pânico e ações histéricas), a negação funciona como um anestésico para acalmar a
dor e rejeitar os fatos (PANGRAZZI, 2008).
Segundo os estudos de Ergo e Faas (2004), a primeira reação da mãe frente a morte de
um filho é a não aceitação, considerando a cogitação sobre a ordem natural da vida: nascer,
crescer, reproduzir, envelhecer e morrer. Portanto, em alguns casos, o ciclo natural da vida é
rompido, apresentando apenas a primeira e a última fase do ciclo, nascer e morrer.
A mãe espera não estar presente para presenciar seu filho cumprir o último ciclo da vida,
e quando são submetidas a esta realidade, apresentam dores indescritíveis de um eterno luto.
Podem ser várias, as percepções do nascimento e da morte do filho, resultantes de sentimentos
penalizadores, bem como, sentimentos confusos ou de apatia.
Comumente apresentam sensações de estarem vivendo um pesadelo, característicos pela
descrença, negação, baixa autoestima, bloqueio para recomeçar a vida após a perda do filho
(PERRY, 2008).
Perry (2008) apresenta que, a perda do filho provoca profundas alterações na imagem
corporal da mulher, bem como, preocupações acerca de sua fertilidade ou capacidade de gerar
uma criança. A vivência da perda gestacional potencializa definição de infertilidade da mulher
(GERBER-EPSTEIN et al., 2009)
De acordo com Callister (2006), todos os anos, milhares pais perdem prematuramente
os seus filhos, geralmente essas perdas ocorrem em sua grande maioria, em gestações sem
intercorrências, fato que contribui para ampliar o choque sentido pelos pais perante a notícia,
enfatizando a imensa dificuldade destes em aceitar essa fatalidade.
Cabral (2005) acrescenta dizendo que a morte imprevisível é o tipo mais traumatizante
para os pais, pois enfrentam um longo processo de elaboração e aceitação do luto.
Infelizmente, nem sempre as gestações terminam com um “final feliz”, nem todas as
mulheres têm a chance de desempenhar o seu papel biológico maternal. São várias as
gestações interrompidas ainda no ventre da mulher, resultando em vivências e experiências de
vida extremamente dolorosas (LEAL, 2005).
28

5.2 O LUTO VIVENCIADO POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PROCESSO DE


CUIDADO, ACOLHIMENTO E LUTO GESTACIONAL E NEONATAL

Ponderando os profissionais de saúde, considerando as publicações selecionadas, os


autores referem que o processo de luto precisa ser visto e refletido desde o início da formação
profissional, pensando na promoção de ações humanizadas em relação ao acolhimento materno
e dos familiares, bem como olhando para o profissional em formação, de modo a abordar e
acolher o processo de perda e de criação de vínculo, de forma a ensinar o profissional a
transcender em suas próprias experiências, seja o medo, a insegurança e escolher cuidar e
acolher o outro, mesmo após a perda (LEMOS; CUNHA, 2015; LOPES et al., 2017).
Considerando os sentimentos envolvidos durante a assistência à mulher enlutada,
constatou-se que os profissionais participantes tendem a assumir a postura de colocarem-se no
lugar da mulher que sofreu a perda, refletindo sentimento de solidariedade e empatia. (LEMOS;
CUNHA, 2015; LOPES et al., 2017).
Observou-se também que os profissionais criam estratégias para manejar o desconforto
e a ansiedade gerados em consequência da situação de morte, como manter certo
distanciamento, a fim de diminuir sua angústia (LEAL, 2005).
No entanto, tal estratégia de distanciar-se da dor da paciente, visando proteger-se do
impacto que aquele sofrimento pode causar, pode significar sentimento de despreparo em lidar
com essas situações de perda. As enfermeiras revivem suas perdas pessoais e sentiam-se
tocadas com a situação vivenciada pelas mães, o que implicou sentimento de empatia,
resultando em tristeza, dor, comoção, choro e melancolia, além de despreparo para suporte em
situações de perda gestacional (LEAL, 2005).
Assim, recomenda-se que todas as universidades dediquem pelo menos oito horas para
esse tópico importante, incluindo pelo menos uma hora em cada um dos seguintes tópicos: a
experiência de natimorto da perspectiva de uma pessoa enlutada, compreensão de luto e perda,
papel da equipe de enfermagem na gestão de natimortos (diagnóstico a alta). (PERRY, 2008).

5.3 AS CONSEQUÊNCIAS EM RELAÇÃO AOS CUIDADOS E A ASSISTÊNCIA


PRESTADA PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO PROCESSO DE LUTO
GESTACIONAL E NEONATAL
29

Na perda gestacional, torna-se imprescindível que os profissionais de saúde estejam


devidamente informados e preparados para lidar da melhor forma possível com os pais nesta
situação, de modo a minimizar ou detectar possíveis fatores de risco para o desenvolvimento
de casos de natureza psicopatológica.
Os profissionais da saúde desempenham importante papel no cuidado à mulher e à
família que vivenciam a perda fetal, por conhecerem os aspectos a serem enfrentados nessas
situações e oferecer um espaço para que a mulher possa conversar e expressar seus sentimentos
permite melhor planejamento para que os profissionais ofereçam cuidado mais direcionado aos
envolvidos nesse processo. (PERRY, 2008).
Por muitas vezes, o atendimento dos profissionais de saúde, pode ser considerado
insatisfatório e com tendência à subestimação e descaracterização do fato, banalizações
e práticas iatrogênicas. A essa realidade somam-se problemas relacionados à estrutura dos
serviços de saúde que também contribuem para que a assistência repercuta em deficiências.17
Por outro lado, atitudes positivas e apoio dos profissionais de saúde, família e comunidades
podem melhorar a experiência de luto. (LOPES et al., 2017).
Eis então, a necessidade urgente de treinamento à equipe multiprofissional baseado em
evidências no cuidado após o nascimento de um natimorto voltado para os pais, para melhorar
a experiência de pais enlutados. E, uma formação integralizada com princípios em humanização
como conceito metodológico e em aplicabilidade assistencial. (LOPES et al., 2017).
30

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta revisão integrativa teve por objetivo a compreensão do processo de assistência a


familiares e profissionais de saúde, considerando a vivência da perda e do luto gestacional, de
acordo com a produção científica. Para tal, foram selecionados 10 artigos, que respondiam à
questão norteadora e aos objetivos propostos, obedecendo a duas categorizações para a
discussão: a perda materna no luto gestacional e neonatal, e o luto vivenciado por profissionais
de saúde no processo de cuidado, acolhimento, luto e as consequências nos cuidados e
assistência prestada pelos profissionais.
O acolhimento, o vínculo e a sensibilidade dos profissionais da equipe de enfermagem
são fundamentais para a produção de um acolhimento humanizado às mães e familiares em
vivência do luto, em um ambiente considerado, muitas vezes frio e hostil, porém, o acolhimento
e escuta qualificada, verdadeiramente efetuada, proporciona apoio e conforto aos familiares.
Todavia, para que o processo de humanização seja possível de maneira integral e
universal, é imprescindível que o profissional de enfermagem também seja alvo do cuidado
humanizado, sendo que suas potencialidades devem ser valorizadas e suas limitações sejam
consideradas e trabalhadas, para que se sintam acolhidos para acolher, não como uma regra ou
norma, mas como algo intrínseco ao “ser humano”.
Consideramos como limitações deste estudo: a escassez de tempo hábil para que a coleta
dos dados - escolha dos artigos -, segundo os critérios de inclusão e exclusão, fosse realizada
por uma segunda pessoa.
No entanto, consideramos condição sine qua non para o profissional de enfermagem,
que se dedica a cuidar de recém-nascidos e suas famílias, em momentos críticos – como na
internação hospitalar- pensando no processo de perda gestacional e neonatal que este reflita de
forma sistemática e busque capacitação sobre o processo de perda, especialmente, por envolver
o fornecimento de apoio, acolhimento e escuta terapêutica de familiares, mesmo em um
ambiente hostil, como muitas vezes se apresenta, o hospitalar. Os achados deste estudo,
retratam a realidade desnuda da assistência e cuidados no luto neonatal.
31

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