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BICENTENÁRIO BICENTENÁRIO

Jaime Cortesão
BRASIL BRASIL

1822 | 2022 1822 | 2022

O segundo tomo de História do Brasil


nos velhos mapas foi publicado em 1971, após
Jaime Cortesão a morte de Jaime Cortesão, contando com

O português Jaime Cortesão (1884-


Jaime Cortesão notas explicativas adicionais de Isa Adonias.
Em sua narrativa, Cortesão argumenta
-1960) foi um dos maiores intelectuais
A Portaria nº 365 do Ministério das Relações Exteriores, de que a política de sigilo fez com que os mapas

HISTÓRIA DO BRASIL
do mundo lusófono no século XX. 11 de novembro de 2021, dispõe sobre o Grupo de Trabalho do da era colonial não refletissem de forma fiel
Formado em medicina em 1909, atuou o conhecimento geográfico de cada época. É
Bicentenário da Independência, incumbido de, entre outras atividades,

HISTÓRIA DO BRASIL NOS VELHOS MAPAS


no magistério entre 1911 e 1915, quando sob essa nota de cautela que ele trata quatro

NOS VELHOS MAPAS


foi eleito deputado. Fez parte do Corpo promover a publicação de obras alusivas ao tema. temas distintos, todos vinculados à história
Expedicionário Português como voluntário da cartografia. O primeiro apresenta o papel
na Primeira Guerra Mundial. Muito ativo No contexto do planejamento da efeméride, a FUNAG criou dos mapas na ocupação holandesa do Brasil
na política e no mundo literário português, a coleção “Bicentenário: Brasil 200 anos – 1822-2022”, abrangendo (a cartografia do açúcar), comparando

Tomo II - Edição fac-similar


fundou e colaborou com várias revistas até, publicações inéditas e versões fac-similares. O objetivo é recuperar, os trabalhos de portugueses (como João
em 1919, ser nomeado diretor da Biblioteca
Nacional de Portugal. Em decorrência de
preservar e tornar acessível a memória diplomática sobre os duzentos Tomo II Teixeira) e holandeses (como Marcgraf).
O segundo e o terceiro temas
sua atuação política, exilou-se na França anos da história do país, principalmente volumes que se encontram Edição fac-similar apresentam os diferentes atlas do Brasil e
em 1927. esgotados ou são de difícil acesso. Com essa iniciativa, busca-se também o que Cortesão denomina de cartografia
Com a Segunda Guerra Mundial, incentivar a comunidade acadêmica a aprofundar estudos e diversificar bandeirante, avaliada como causa e não
optou pela residência no Rio de Janeiro, as interpretações historiográficas, promovendo o conhecimento da efeito das bandeiras e grandemente
a despeito de outras opções que se admirada pelas suas representações sobre
história diplomática junto à sociedade civil.
apresentaram, como Canadá e Inglaterra, folhas de papel de grosseiro fabrico.
chegando no país em dezembro de 1940. Inaugurava-se, assim, uma arte cartográfica
Logo integrou-se ao mundo intelectual nativa. Adicionalmente, aponta que foi nas
brasileiro, colaborando com vários margens do Prata que se formou a escola
periódicos e editoras. Publicou, por cartográfica portuguesa da segunda metade
exemplo, 62 artigos em O Estado de São do século XVIII.
Paulo sobre a história das bandeiras, Por fim, há o tratamento da cartografia
posteriormente editados em livro. Foi como instrumento diplomático, do Tratado
durante sua permanência no Brasil que de Madri (1750) até o de Petrópolis (1903).
se tornou um dos maiores historiadores Cortesão demonstra como as ações de
sobre a expansão colonial portuguesa e Alexandre de Gusmão, Ponte Ribeiro e
sobre a formação territorial brasileira. Rio Branco demandaram grande esforço
Isso foi possibilitado por sua associação ISBN 978-65-87083-83-4 cartográfico na concepção de uma
ao Ministério das Relações Exteriores, identidade geográfica em querelas com
instituição na qual trabalharia de 1944 9 786587 083834 >
vizinhos e potências europeias. A política
a 1950 na organização da Mapoteca, na externa brasileira beneficia-se até hoje desse
condução de pesquisas, na redação de legado.
trabalhos históricos e no ensino do curso
de “História da Cartografia e da Formação
Territorial do Brasil” – já sob a égide do
Instituto Rio Branco.
Fundação Alexandre de Gusmão
BICENTENÁRIO BICENTENÁRIO

Jaime Cortesão
BRASIL BRASIL

1822 | 2022 1822 | 2022

O segundo tomo de História do Brasil


nos velhos mapas foi publicado em 1971, após
Jaime Cortesão a morte de Jaime Cortesão, contando com

O português Jaime Cortesão (1884-


Jaime Cortesão notas explicativas adicionais de Isa Adonias.
Em sua narrativa, Cortesão argumenta
-1960) foi um dos maiores intelectuais
A Portaria nº 365 do Ministério das Relações Exteriores, de que a política de sigilo fez com que os mapas

HISTÓRIA DO BRASIL
do mundo lusófono no século XX. 11 de novembro de 2021, dispõe sobre o Grupo de Trabalho do da era colonial não refletissem de forma fiel
Formado em medicina em 1909, atuou o conhecimento geográfico de cada época. É
Bicentenário da Independência, incumbido de, entre outras atividades,

HISTÓRIA DO BRASIL NOS VELHOS MAPAS


no magistério entre 1911 e 1915, quando sob essa nota de cautela que ele trata quatro

NOS VELHOS MAPAS


foi eleito deputado. Fez parte do Corpo promover a publicação de obras alusivas ao tema. temas distintos, todos vinculados à história
Expedicionário Português como voluntário da cartografia. O primeiro apresenta o papel
na Primeira Guerra Mundial. Muito ativo No contexto do planejamento da efeméride, a FUNAG criou dos mapas na ocupação holandesa do Brasil
na política e no mundo literário português, a coleção “Bicentenário: Brasil 200 anos – 1822-2022”, abrangendo (a cartografia do açúcar), comparando

Tomo II - Edição fac-similar


fundou e colaborou com várias revistas até, publicações inéditas e versões fac-similares. O objetivo é recuperar, os trabalhos de portugueses (como João
em 1919, ser nomeado diretor da Biblioteca
Nacional de Portugal. Em decorrência de
preservar e tornar acessível a memória diplomática sobre os duzentos Tomo II Teixeira) e holandeses (como Marcgraf).
O segundo e o terceiro temas
sua atuação política, exilou-se na França anos da história do país, principalmente volumes que se encontram Edição fac-similar apresentam os diferentes atlas do Brasil e
em 1927. esgotados ou são de difícil acesso. Com essa iniciativa, busca-se também o que Cortesão denomina de cartografia
Com o recrudescimento da Segunda incentivar a comunidade acadêmica a aprofundar estudos e diversificar bandeirante, avaliada como causa e não
Guerra Mundial, optou pela residência as interpretações historiográficas, promovendo o conhecimento da efeito das bandeiras e grandemente
no Rio de Janeiro, a despeito de outras admirada pelas suas representações sobre
história diplomática junto à sociedade civil.
opções que se apresentaram, como folhas de papel de grosseiro fabrico.
Canadá e Inglaterra, chegando no país em Inaugurava-se, assim, uma arte cartográfica
dezembro de 1940. Logo integrou-se ao nativa. Adicionalmente, aponta que foi nas
mundo intelectual brasileiro, colaborando margens do Prata que se formou a escola
com vários periódicos e editoras. Publicou, cartográfica portuguesa da segunda metade
por exemplo, 62 artigos em O Estado de do século XVIII.
São Paulo sobre a história das bandeiras, Por fim, há o tratamento da cartografia
posteriormente editados em livro. Foi como instrumento diplomático, do Tratado
durante sua permanência no Brasil que de Madri (1750) até o de Petrópolis (1903).
se tornou um dos maiores historiadores Cortesão demonstra como as ações de
sobre a expansão colonial portuguesa e Alexandre de Gusmão, Ponte Ribeiro e
sobre a formação territorial brasileira. Rio Branco demandaram grande esforço
Isso foi possibilitado por sua associação ISBN 978-65-87083-83-4 cartográfico na concepção de uma
ao Ministério das Relações Exteriores, identidade geográfica em querelas com
instituição na qual trabalharia de 1944 9 786587 083834 >
vizinhos e potências europeias. A política
a 1950 na organização da Mapoteca, na externa brasileira beneficia-se até hoje desse
condução de pesquisas, na redação de legado.
trabalhos históricos e no ensino do curso
de “História da Cartografia e da Formação
Territorial do Brasil” – já sob a égide do
Instituto Rio Branco.
Fundação Alexandre de Gusmão
BICENTENÁRIO
BRASIL

1822 | 2022

HISTÓRIA DO BRASIL
NOS VELHOS MAPAS
BICENTENÁRIO
BRASIL

1822 | 2022

Ministério das Relações Exteriores

Ministro de Estado Embaixador Carlos Alberto Franco França

Secretário­‑Geral Embaixador Fernando Simas Magalhães

Fundação Alexandre de Gusmão

Presidente Embaixadora Márcia Loureiro

Diretor do Centro de História


e Documentação Diplomática Embaixador Gelson Fonseca Junior

Diretor do Instituto de Pesquisa


de Relações Internacionais Ministro Almir Lima Nascimento

A Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG, instituída em 1971, é uma


fundação pública vinculada ao Ministério das Relações Exteriores e tem a finalidade
de levar à sociedade informações sobre a realidade internacional e sobre aspectos
da pauta diplomática brasileira. Sua missão é promover a sensibilização da opinião
pública para os temas de relações internacionais e para a política externa brasileira.
A FUNAG, com sede em Brasília, conta em sua estrutura com o Instituto
de Pesquisa de Relações Internacionais – IPRI e com o Centro de História e
Documentação Diplomática – CHDD, este último no Rio de Janeiro.
BICENTENÁRIO
BRASIL

1822 | 2022

Jaime Cortesão

HISTÓRIA DO BRASIL
NOS VELHOS MAPAS

Tomo II
Edição fac-similar

Brasília, 2022
Direitos de publicação reservados à
Fundação Alexandre de Gusmão
Ministério das Relações Exteriores
Esplanada dos Ministérios, Bloco H, Anexo II, Térreo
70170­­‑900 Brasília–DF
Tel.: (61) 2030-9117/9128
Site: gov.br/funag
E­‑mail: funag@funag.gov.br
Equipe Técnica:
Cintia Rejane Sousa Araujo Gonçalves
Fernanda Antunes Siqueira
Gabriela Del Rio de Rezende
Guilherme Monteiro
Júlia Godoy
Kamilla Souza Coelho
Luiz Antônio Gusmão
Mônica Melo
Henrique da Silveira Sardinha Pinto Filho
Rogério de Souza Farias
Vanusa dos Santos
Diagramação:
Denivon Cordeiro de Carvalho
Capa:
[Planisfério de Cantino], 1502. Modena, Itália, Biblioteca Estense Universitária.

Apoio:
Biblioteca Azeredo da Silveira do Ministério das Relações Exteriores.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)

Cortesão, Jaime, 1884-1960.


C828h História do Brasil nos velhos mapas: tomo II / Jaime Cortesão. – Brasília, DF: FUNAG,
2022.

453 p.: il.; 15,5 x 22,5 cm – (Bicentenário: Brasil 200 anos – 1822-2022)

Edição Fac-similar
ISBN 978-65-87083-83-4

1. Cartografia – Brasil. 2. Brasil – História. I. Título. II. Série.


CDD 526.09

Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422


Depósito legal na Fundação Biblioteca Nacional conforme Lei nº 10.994, de 14/12/2004.
Copyright © Fundação Alexandre de Gusmão

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Jaime Cortesão
BRASIL BRASIL

1822 | 2022 1822 | 2022

O primeiro tomo de História do Brasil


nos velhos mapas abrange o período colonial,
Jaime Cortesão com foco na evolução da cartografia

O português Jaime Cortesão (1884-


Jaime Cortesão portuguesa. Jaime Cortesão entregou o
manuscrito ao Instituto Rio Branco em 1957,

A
-1960) foi um dos maiores intelectuais Portaria nº 365 do Ministério das Relações Exteriores, de antes de seu regresso definitivo a Portugal,

HISTÓRIA DO BRASIL
do mundo lusófono no século XX. 11 de novembro de 2021, dispõe sobre o Grupo de Trabalho do tendo Isa Adonias, chefe da Mapoteca do
Formado em medicina em 1909, atuou Itamaraty, reorganizando mapas e desenhos.
Bicentenário da Independência, incumbido de, entre outras atividades,

HISTÓRIA DO BRASIL NOS VELHOS MAPAS


no magistério entre 1911 e 1915, quando O trabalho só foi impresso em 1965.

NOS VELHOS MAPAS


foi eleito deputado. Fez parte do Corpo promover a publicação de obras alusivas ao tema. Na obra, o autor argumenta que o mar,
Expedicionário Português como voluntário dando ao português sua personalidade e
na Primeira Guerra Mundial. Muito ativo No contexto do planejamento da efeméride, a FUNAG criou independência física, criou uma sociedade
na política e no mundo literário português, a coleção “Bicentenário: Brasil 200 anos – 1822-2022”, abrangendo singular no Brasil, território “em forma

Tomo I - Edição fac-similar


fundou e colaborou com várias revistas até, publicações inéditas e versões fac-similares. O objetivo é recuperar, de imenso promontório” avançando ao
em 1919, ser nomeado diretor da Biblioteca
Nacional de Portugal. Em decorrência de
preservar e tornar acessível a memória diplomática sobre os duzentos Tomo I encontro da Europa. Cortesão defende,
na apreciação do chamado mito da Ilha
sua atuação política, exilou-se na França anos da história do país, principalmente volumes que se encontram Edição fac-similar Brasil, que entre os Estados contemporâneos
em 1927. esgotados ou são de difícil acesso. Com essa iniciativa, busca-se também nenhum teve a sua história política tão
Com o recrudescimento da Segunda incentivar a comunidade acadêmica a aprofundar estudos e diversificar intimamente ligada à geografia e à
Guerra Mundial, optou pela residência as interpretações historiográficas, promovendo o conhecimento da cartografia como o Brasil.
no Rio de Janeiro, a despeito de outras Os capítulos apresentam os mapas
opções que se apresentaram, como história diplomática junto à sociedade civil.
como fonte de compreensão das formações
Canadá e Inglaterra, chegando no país em vegetais, da transformação tecnológica,
dezembro de 1940. Logo integrou-se ao da cultura indígena e das explorações
mundo intelectual brasileiro, colaborando territoriais e marítimas. Nesse tema, o
com vários periódicos e editoras. Publicou, autor defende que as escolas cartográficas
por exemplo, 62 artigos em O Estado de portuguesas influenciaram diretamente a
São Paulo sobre a história das bandeiras, confecção de projeções, globos e mapas
posteriormente editados em livro. Foi da escola flamenga, disseminando o
durante sua permanência no Brasil que conhecimento luso sobre o mundo atlântico.
se tornou um dos maiores historiadores A obra, decorrente do vínculo de Cortesão
sobre a expansão colonial portuguesa e com o Itamaraty, homenageia os laços
sobre a formação territorial brasileira. humanos e geográficos do mundo luso-
Isso foi possibilitado por sua associação ISBN 978-65-87083-82-7 brasileiro.
ao Ministério das Relações Exteriores,
instituição na qual trabalharia de 1944 9 786587 083827 >
a 1950 na organização da Mapoteca, na
condução de pesquisas, na redação de
trabalhos históricos e no ensino do curso
de “História da Cartografia e da Formação
Territorial do Brasil” – já sob a égide do
Instituto Rio Branco.
Fundação Alexandre de Gusmão

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