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LISTA – BRASIL COLÔNIA – BANDEIRAS E BRASIL HOLANDÊS

1. (Uel 2023) Leia o texto e observe a imagem a seguir.

A partir da historiografia “paulística”, vinculada ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo,


algumas imagens a respeito de São Paulo colonial foram sendo cristalizadas. Com efeito, tal
historiografia tinha como construção implícita a preocupação de justificar o poder de São Paulo
no contexto de riqueza cafeicultora no âmbito da República Velha, o que pressupunha um
relacionamento com os outros Estados e a luta pela hegemonia nacional. As imagens a partir
daí resultantes edificam um paulista altivo, independente, arrojado e leal, cuja síntese seria o
bandeirante.
O período pós 30, até pelo menos o fim do Estado Novo, representa para a historiografia
“paulística” um novo desafio a vencer. Fruto da perda da hegemonia política, dos insucessos
de 1932 e das agruras sofridas no período varguista, os traços já presentes nas construções
referidas vão sendo reforçados, ao mesmo tempo que se ressalta, cada vez mais, a imagem da
“raça de gigantes”, que nunca se curva, que é única e singular.

(BLAJ, I. Mentalidade e sociedade: revisitando a historiografia sobre São Paulo colonial.


Revista de História. São Paulo. n.142-143. 2000. p.240-241.)

a) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o Estado Novo, relacione a figura do
bandeirante com a Revolução Constitucionalista de 1932.
b) A partir das informações presentes no texto e na imagem, discorra sobre o episódio do
incêndio à estátua do bandeirante Borba Gato.

2. (Ufpr 2019) Leia o excerto abaixo, retirado de artigo sobre a construção da mitologia
referente à figura e à atuação dos bandeirantes no Brasil:

Delineou-se com toda a clareza [...] uma preocupação ao mesmo tempo historiográfica e
ideológica, presente principalmente na obra de historiadores paulistas da primeira metade do
século XX, em estudar a formação da população paulista a partir da biografia de seus
antepassados ilustres, encarnados na figura do bandeirante.
(SOUZA, Ricardo Luiz de. A mitologia bandeirante: construção e sentidos. História Social,
Campinas, SP, n. 13, 2007, p. 161.)

A partir dos conhecimentos sobre o período colonial da América Portuguesa (séculos XVI a
XIX) e sobre o período referido no excerto (a primeira metade do século XX no Brasil):

a) Cite 2 principais atividades das bandeiras no período colonial da América Portuguesa.


b) Defina duas características do mito do bandeirante construído entre o final do século XIX e
primeira metade do século XX por grupos paulistas e explique duas razões que levaram a
essa construção. Em seguida, aponte uma crítica feita a essa mitologia.

3. (Uerj 2015)

As imagens remetem a dois marcos históricos do processo de conquista e ocupação da região


amazônica pela Coroa de Portugal: a construção do Real Forte do Príncipe da Beira na
margem direita do Rio Guaporé, entre 1776 e 1783, e a expedição à região do Amazonas
comandada por Pedro Teixeira, ocorrida entre 1637 e 1639.

Identifique duas estratégias da colonização portuguesa na Amazônia ao longo dos séculos XVII
e XVIII. Em seguida, aponte duas características físicas ou demográficas dessa região que
tenham interferido nas estratégias de colonização.

4. (Espcex (Aman) 2023) A partir do Sec XVII, foram organizadas expedições patrocinadas por
particulares, as bandeiras, a maioria partindo da Vila de São Paulo, com fins diversos e em
direção ao interior do território. Atualmente, há rodovias partindo de São Paulo capital, com
traçado aproximado de rotas de bandeiras do passado e que levam o nome de antigos
bandeirantes, a saber: Rodovia Fernão Dias (em direção a Belo Horizonte / MG); Rodovia
Raposo Tavares (em direção a Curitiba / PR); e Rodovia Anhanguera (em direção a Brasília /
DF). É correto afirmar que as rotas que inspiraram essas denominações referem-se,
respectivamente, a bandeiras de
a) prospecção, apresamento e prospecção.
b) prospecção, sertanismo de contrato e apresamento.
c) apresamento, prospecção e apresamento.
d) prospecção, apresamento e sertanismo de contrato.
e) sertanismo de contrato, apresamento e prospecção.

5. (Espcex (Aman) 2023) No período da União Ibérica (1580-1640), os limites estabelecidos no


Tratado de Tordesilhas (1494), foram ignorados tanto por portugueses quanto por espanhóis,
uma vez que Portugal estava integrado ao reino espanhol. Ao término da União, foi necessário
negociar e fixar novas fronteiras coloniais. A respeito do assunto, é correto afirmar que
a) o desrespeito aos limites estabelecidos no Tratado de Tordesilhas restringiu-se à região da
América do Sul.
b) o Tratado de Madri foi cumprido integralmente por ambas as partes, até sua revogação.
c) o Tratado de Santo Ildefonso (1777) levou à Guerra Guaranítica, violenta luta armada
envolvendo portugueses, espanhóis e indígenas.
d) as fronteiras constantes no Tratado de Badajós (1801) confirmavam aquelas que,
basicamente, tinham sido definidas pelo Tratado de Madrid (1750).
e) os Sete Povos das Missões, hoje solo gaúcho, foram fundados pelos portugueses, em
consequência da fundação da Colônia de Sacramento, hoje solo uruguaio, pelos espanhóis.

6. (Unesp 2022) Na formação do território brasileiro, nos séculos XVII e XVIII, as atividades
econômicas da pecuária e da mineração foram responsáveis pela
a) construção de feitorias no litoral.
b) conquista dos sertões.
c) grilagem de terras.
d) elaboração de políticas aduaneiras.
e) realocação espacial das agroindústrias.

7. (Esa 2022) Entre os diversos movimentos, organizados por particulares, de interiorização do


Brasil, a partir do século XVII, tivemos um que se notabilizou para busca de índios para torná-
los escravos. Este movimento ficou conhecido como:
a) bandeirismo de preação.
b) escravismo de conquista.
c) sertanismo de contrato.
d) extrativismo sertanejo.
e) entradas.

8. (Fcmscsp 2022) Sabemos que a expansão bandeirante deveu seu impulso inicial sobretudo
à carência, em São Paulo, de braços para a lavoura ou antes à falta de recursos econômicos
que permitissem à maioria dos lavradores socorrer-se da mão de obra africana. Falta de
recursos que provinha, por sua vez, da falta de comunicações fáceis ou rápidas dos centros
produtores mais férteis, se não mais extensos, situados no planalto, com os grandes mercados
consumidores.

(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 2001.)

A particularidade da colonização de São Paulo, quando comparada com a de Recife e de


Salvador, deveu-se
a) ao trabalho de pacificação dos índios guerreiros pela Companhia de Jesus.
b) ao rápido processo de urbanização em decorrência da exploração aurífera.
c) à oposição dos habitantes às exigências econômicas da metrópole.
d) ao isolamento social de uma colonização de interior afastada do litoral.
e) à inadaptabilidade das espécies vegetais tropicais ao clima temperado.

9. (Fuvest 2021)
A partir da análise do gráfico, no qual a ordenada corresponde a valores totais de exportação
(em milhões de libras esterlinas) e a abcissa a intervalos de tempo (em décadas), justifique

a) o declínio nos valores do açúcar entre, aproximadamente, 1650 e 1710;


b) a diferença entre os valores totais e a somatória dos valores de açúcar e ouro por volta de
1760;
c) a diferença entre os valores de açúcar e ouro por volta de 1810.

10. (Unicamp 2021) As imagens produzidas por artistas europeus, tal como vemos na pintura
do holandês Jan Davidsz de Heem, tiveram um papel importante na construção do conceito de
exótico no imaginário da Europa na época moderna.

Naquele contexto, a pintura apresentava itens obtidos quando se exploravam e se colonizavam


países em cantos distantes do mundo. A natureza (os elementos que a representam) é, assim,
quase um estudo científico e, novamente, uma alusão à abundância obtida graças ao vitorioso
comércio holandês.
(Adaptado de Rolf Winkes. Natura Morta. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São
Paulo, 10: 145-161, 2000. p. 149.)

Os colonizadores exerceram diversas operações que levaram à configuração de um novo


universo de relações intersubjetivas de dominação entre a Europa e as demais regiões e
populações do mundo, às quais estavam sendo atribuídas, no mesmo processo, novas
identidades geoculturais.
(Adaptado e traduzido de Anibal Quijano. Colonialismo, eurocentrismo y América Latina. In
Colonialidad del saber: eurocentrismos e ciencias sociales. Buenos Aires, CLACSO. 2005, p.
209.)

a) O exótico é estabelecido a partir de uma relação assimétrica entre universos diferentes.


Justifique por que a imagem ao lado apresentaria características “exóticas” e relacione essa
adjetivação ao pensamento colonial da época.
b) Apresente uma semelhança e uma diferença entre a experiência colonial holandesa e a
portuguesa.
Gabarito:

Resposta da questão 1:
a) A figura do bandeirante paulista foi utilizada pelos revolucionários de 1932 a partir da
ótica do heroísmo. A valentia, a coragem e a destreza dos bandeirantes, responsáveis pela
expansão territorial do país e pelo achamento do ouro, foram associadas à coragem dos
paulistas em enfrentar o Governo Federal.

b) O incêndio à estátua de Borga Gato se insere no contexto de revisão da imagem dos


bandeirantes na História do país. A despeito do heroísmo bandeirante, é preciso levar em
consideração que a ação bandeirante levou ao assassinato de indígenas e jesuítas no Brasil
Colônia, o que faz com que os bandeirantes também possam ser analisados como vilões
nacionais.

Resposta da questão 2:
a) Ao longo dos séculos XVII e XVIII, os bandeirantes paulistas exerceram diversas
atividades econômicas, tais como, caça ao índio, caça ao ouro, monções, sertanismo de
contrato.

b) A partir da segunda metade do século XIX, a região de São Paulo passou por um processo
de modernização econômica ligada ao café e a indústria. Assim, a elite foi construindo uma
imagem idealizada dos bandeirantes paulistas, como heróis, europeus, bem vestidos, etc,
quando na verdade eram mamelucos, “grosseiros nos modos” e que utilizavam de muita
violência.

Resposta da questão 3:
O aluno pode citar algumas estratégias da colonização portuguesa na Amazônia no período
colonial, sobretudo nos séculos XVII e XVIII, tais como: construção de fortes destinados à
defesa de terras conquistadas, utilização da numerosa população indígena local como mão de
obra, realização de expedições de exploração e reconhecimento do território, controle e uso da
navegação de rios para assegurar a posse do território, estímulo à presença de missões
religiosas dedicadas à catequese dos indígenas e a exploração dos recursos naturais da
floresta (coleta e extração das drogas do sertão, como canela e cacau). Entre as
características físicas ou demográficas da região podem ser destacas a extensa floresta
equatorial, grandes vazios demográficos, bacias hidrográficas navegáveis, dispersão dos
recursos naturais pela floresta e a existência de numerosa e diversificada população indígena.

Resposta da questão 4:
[A]

A questão remete a atuação dos bandeirantes paulistas que contribuíram na expansão para o
interior nos séculos XVII e XVIII, através de expedições organizadas por particulares
geralmente partindo de São Paulo. As bandeiras tinham diversas finalidades, tais como, caça
ao ouro (prospecção), caça ao indígena (apresamento), sertanismo de contrato e monções.
Domingos Jorge Velho estava envolvido com as expedições de sertanismo de contrato cujo
objetivo era manter a ordem evitando revoltas de negros e indígenas. As expedições com
destino ao centro da colônia visavam à prospecção, é o caso de Fernão Dias e Rodovia
Anhanguera. As expedições com destino ao sul da colônia visavam o apresamento de
indígenas, é o caso de Raposo Tavares. Gabarito [A].

Resposta da questão 5:
[D]

No contexto da União Ibérica, 1580-1640, Portugal foi dominado pela Espanha, isso significa
que o Tratado de Tordesilhas de 1494 perdeu o sentido e ocorreu uma expansão para o interior
através das bandeiras, mineração e da pecuária. Após a restauração portuguesa em 1640, os
países ibéricos precisavam rever suas fronteiras, daí surgiram diversos tratados. O mais
importante foi o Tratado de Madri de 1750 que, apoiado no princípio Otis Possidetis, anulou
Tordesilhas e deu ao Brasil praticamente o tamanho atual (exceto o Acre). Em 1761, o Tratado
de El Pardo anulou o Tratado de Madri, porém em 1801 o Tratado de Badajoz confirmou o
Tratado de Madri. Isso significa que Portugal devolveu a Colônia do Sacramento para a
Espanha e está entregou os Sete Povos das Missões para Portugal. Gabarito [D].

Resposta da questão 6:
[B]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Geografia]


Nos séculos XVII e XVIII, o Brasil colonial apresentava o desenvolvimento de uma economia
em “arquipélago” com atividades econômicas isoladas nas diferentes regiões, muitas delas
diretamente relacionadas com mercados externos e com pouca integração entre as regiões. O
ciclo da cana na Zona da Mata do Nordeste, o ciclo do ouro em Minas Gerais e a exploração
das “drogas do sertão” na Amazônia. Atividades como a pecuária na Campanha Gaúcha e vale
do São Francisco, além da mineração em Minas Gerais contribuíram para a ocupação do
território colonial expandindo as fronteiras para além da linha do Tratado de Tordesilhas. No
caso da pecuária e da mineração, havia maior sinergia econômica.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]


As atividades econômicas desenvolvidas nos séculos XVII e XVIII, como a pecuária, as drogas
do sertão e a mineração, ajudaram na expansão territorial da Colônia, influenciando na
chegada ao interior e ao sertão.

Resposta da questão 7:
[A]

Nos séculos XVII e XVIII ocorreu uma expansão para o interior através da pecuária, mineração
e da atuação dos bandeirantes paulistas. O primeiro ciclo das bandeiras foi à caça ao índio
quando as missões espanholas de Tape (RS), Guairá (PR) e Itatim (MT) foram destruídas
pelos bandeirantes. Gabarito [A].

Resposta da questão 8:
[D]

O texto esclarece que a Província de São Paulo tinha dificuldade na obtenção de mão de obra
escrava e que isso impulsionou o bandeirantismo naquela localidade. E, em comparação a
Recife e a Salvador, essa dificuldade relacionava-se ao fato de São Paulo ser um lugar no
interior, e não no litoral, ou seja, a conexão entre São Paulo e os grandes portos da Colônia
não era simples.

Resposta da questão 9:
a) Os holandeses foram expulsos do Nordeste do Brasil em 1654, foram para as Antilhas,
produziram açúcar, contribuindo para a crise da economia açucareira no Brasil conforme
mostra o gráfico.

b) O ano de 1760 mostra o declínio da economia açucareira e mineradora, as exportações


caíram daí a necessidade de investir em outras atividades econômicas como o
“Renascimento Agrícola” no final do século XVIII com a exportação de produtos como
algodão, arroz, etc.

c) Em 1810, a corte portuguesa estava no Brasil, em 1808 ocorreu a “Abertura dos Portos” do
Brasil. As exportações de açúcar e ouro caíram muito. O ouro em função da escassez de
metais na região de Minas Gerais e o açúcar devido à concorrência com outros países além do
açúcar produzido pela beterraba.

Resposta da questão 10:


a) Podemos identificar a “relação assimétrica” citada no comando da questão no fato de que
boa parte da natureza brasileira – incluindo animais e plantas – era desconhecida na
Europa. Na imagem que acompanha o enunciado vemos aves e frutos desconhecidos dos
holandeses. Daí a classificação dos mesmos como exóticos. Quanto a relação entre essa
classificação e o pensamento colonial da época, podemos identificá-la no fato de que havia,
no exercício da colonização, exaltação e valorização da dita exuberância da natureza
brasileira, o que ajudava a valorizar o território colonial.

b) Podemos citar como semelhança o uso das práticas mercantilistas tanto por Portugal quanto
pela Holanda. E podemos citar como diferença o fato de que, no caso holandês, havia a
proeminência do setor privado – materializado na formação das CIA’s de Comércio –, enquanto
no caso português havia a proeminência da presença do Estado na colonização.

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