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TRATAMENTO DE EFLUENTES
Nova Iguaçu
Julho de 2023
MONITORAMENTO E CONTROLE DE UM SUBSISTEMA DA ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE EFLUENTES
Examinado por:
Assinado digitalmente
VALDINEI MORAIS DE porVALDINEI MORAIS DE
OLIVEIRA:10126213755OLIVEIRA:10126213755
Data:2023.08.11 14:45:11-03'00'
Prof. Valdinei Morais de Oliveira, Esp.
CDD 629.8
Ficha catalográfica elaborada por: Vania Coutinho Gomes Andrade – CRB7-4952
Dedico este trabalho a meus pais,
meus irmão e minha namorada,
que desde sempre estiveram
comigo e foram minha fortaleza
em todos os momentos
iv
Agradecimentos
Agradeço principalmente meu pai e minha mãe, minha namorada e meus irmãos,
pelo apoio constante e encorajamento incansável ao longo desta jornada acadêmica.
Seu amor e suporte foram pilares essenciais para o meu sucesso, acreditaram sempre
no meu potencial e sou eternamente grato por tê-los ao meu lado.
Gostaria também de expressar meu sincero agradecimento à instituição e ao meu
orientador. À instituição, sou grato pela oportunidade de estudar e pelo ambiente
acadêmico inspirador que me proporcionaram. Quero agradecer especialmente ao
meu orientador, que me guiou com sabedoria, dedicação e expertise ao longo deste
trabalho. Sua orientação foi fundamental para o sucesso deste projeto. Agradeço
pela disponibilidade, paciência e apoio contínuo, que foram de grande importância
para o meu crescimento acadêmico. Além disso, agradeço a meus amigos Enzo
Ferreira, Vitor Vital e Jonas Gusmão que fiz na faculdade e estiveram comigo desde
o início até o final dessa jornada.
Por fim, agradeço também à empresa onde realizei meu estágio. Agradeço a todos
os profissionais que colaboraram comigo durante esse período, fornecendo suporte,
conhecimento, experiência e um ambiente de aprendizado enriquecedor que pro-
porcionaram. Sou grato pela oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos
adquiridos na faculdade, o que contribuiu significativamente para o desenvolvimento
deste projeto.
v
Resumo do Projeto Final apresentado ao CEFET/RJ campus Nova Iguaçu como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia
de Controle e Automação.
Julho/2023
vi
Abstract of Bachelor Report presented to CEFET/RJ campus Nova Iguaçu as a
partial fulfillment of the requirements for the degree of Bachelor in Control and
Automation Engineering.
July/2023
vii
Lista de Figuras
viii
4.17 Tela Supervisório processo físico-químico primário. . . . . . . . . . . . 43
4.18 Fluxograma comunicação IHM - Supervisório. . . . . . . . . . . . . . 44
4.19 Ícone RSLinx. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.20 Passo 1 RSLinx. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.21 Passo 2 RSLinx. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.22 Passo 3 RSLinx. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.23 Passo 4 RSLinx. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.24 Passo 5 RSLinx. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
ix
Lista de Tabelas
x
Lista de Símbolos
Kd Ganho derivativo, p. 26
Ki Ganho integral, p. 26
Kp Ganho proporcional, p. 26
· Tau, p. 26
d Derivada, p. 26
dt Derivada em relação a t, p. 26
t Tempo, p. 26
xi
Lista de Abreviaturas
D Controle Derivativo, p. 26
FV válvula de fluxo, p. 13
HG válvula manual, p. 13
I Controle Integral, p. 26
LD Diagrama Ladder, p. 29
LG Visor de nível, p. 13
PT transmissor de pressão, p. 14
P Controle Proporcional, p. 26
mA um milésimo de Ampère, p. 28
pH potencial Hidrogeniônico, p. 23
xii
Sumário
Lista de Tabelas x
Lista de Símbolos xi
1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.4 Organização do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 Fundamentação teórica 4
2.1 Controle e monitoramento de um processo industrial . . . . . . . . . 4
2.1.1 Componentes de um sistema supervisório . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Processo físico-químico em uma estação de tratamento de efluentes . 6
2.3 Norma ANSI/ISA 5.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3 Método proposto 16
3.1 Diagrama do processo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.1.1 Misturador estático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.1.2 Remoção dos flocos gerados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2 Controle de pH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.3 Automação do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4 Resultados e discussões 32
4.1 Matriz causa e efeito do processo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.2 Desenvolvimento da lógica do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.2.1 Misturador estático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.3 Supervisório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
xiii
5 Conclusões 48
Referências Bibliográficas 50
A Anexos 51
xiv
Capítulo 1
Introdução
1
1.1 Motivação
A falta de um sistema de supervisão adequado pode comprometer a eficiência do
processo de tratamento, levando a problemas como a poluição hídrica, a contami-
nação do solo e a ameaça à saúde pública. Portanto, é fundamental desenvolver um
sistema supervisório que permita o monitoramento em tempo real das variáveis do
sistema, a detecção precoce de anomalias e a intervenção rápida e precisa, visando a
otimização do processo de tratamento, a garantia da qualidade do efluente tratado
e a redução dos custos operacionais.
1.2 Justificativa
A implementação do sistema de monitoramento e controle de um subsistema da
estação de tratamento visa contribuir significativamente para o avanço da automação
e do controle de processos industriais, aplicando conceitos e tecnologias atualizadas
em um contexto prático e relevante. Além disso, o trabalho também tem relevân-
cia social, uma vez que busca aprimorar a qualidade do tratamento de efluentes,
garantindo a preservação dos recursos hídricos e a saúde pública. Ao desenvolver
um sistema supervisório eficiente, capaz de monitorar e controlar em tempo real as
variáveis físico-químicas, espera-se obter um melhor gerenciamento dos processos de
tratamento, reduzindo os impactos ambientais e contribuindo para a sustentabili-
dade. Dessa forma, este trabalho apresenta uma relevância significativa tanto para
a área de Engenharia de Controle e Automação quanto para a sociedade como um
todo, promovendo um desenvolvimento tecnológico responsável e a preservação do
meio ambiente.
1.3 Objetivo
Pretende-se, por meio da implementação desse sistema, proporcionar um acom-
panhamento contínuo e em tempo real das variáveis físico-químicas envolvidas no
processo de tratamento, bem como viabilizar um controle automatizado e eficiente,
visando a melhoria da eficiência do sistema, a redução de custos operacionais e a
preservação do meio ambiente.
2
No Capítulo 2 se trata da fundamentação teórica, sendo abordado o funciona-
mento de uma estação de tratamento de efluentes e seus estágios e o que é necessário
para se realizar o controle de um processo industrial. Além disso, foi introduzida,
também, a norma técnica utilizada como referência para este projeto.
Já no Capítulo 3 é abordado o método proposto, que contém os diagramas do
processo utilizados neste trabalho, com suas etapas explicadas, o tipo de controle
utilizado no sistema e, por fim, o passo a passo necessário para a automação do
processo em questão.
O Capítulo 4 contém os resultados e discussões, e nele são desenvolvidas as
documentações do projeto, como: matriz causa e efeito, diagrama lógico funcional,
além do desenvolvimento da lógica do controlador e o supervisório.
Por fim, no Capítulo 5, a conclusão do trabalho é apresentada, mostrando os
objetivos alcançados, bem como as dificuldades encontradas e as propostas de tra-
balhos futuros.
3
Capítulo 2
Fundamentação teórica
4
• Sensores e atuadores
Os sensores são dispositivos que são conectados aos componentes envolvidos no
processo e têm a capacidade de converter variáveis físicas, como pressão, vazão,
velocidade, temperatura e nível, em sinais elétricos, sejam eles analógicos ou
digitais. Esses sinais são então transmitidos para a unidade de controle central,
permitindo o monitoramento e controle das variáveis do processo.
Por outro lado, os atuadores são responsáveis por executar ações físicas nos
equipamentos envolvidos no processo. Eles recebem comandos da unidade de
controle e realizam a operação de ligar ou desligar os equipamentos específicos
necessários para o funcionamento adequado do processo industrial. Em re-
sumo, os atuadores têm a função de controlar o acionamento ou desligamento
dos equipamentos com base nas instruções recebidas da unidade de controle.
• Controle
PLC (Programmable Logic Controller - Controlador Lógico Programável) é um
dispositivo eletrônico utilizado na automação industrial que é projetado para
controlar processos automatizados, monitorar entradas e saídas, e executar
tarefas lógicas e sequenciais de acordo com um programa pré-programado.
Este controlador é composto por uma unidade central de processamento
(CPU), que executa o programa armazenado na memória, e por módulos de
entrada e saída, responsáveis pela comunicação com os sensores e atuadores
do sistema. Além disso, ele possui interfaces de comunicação para se inte-
grar a outros dispositivos e sistemas, como computadores, redes industriais e
dispositivos de interface homem-máquina, já mencionados anteriormente.
O PLC oferece flexibilidade e confiabilidade na automação de processos indus-
triais, permitindo a rápida alteração e reprogramação de seu funcionamento
para atender a diferentes requisitos de produção. Ele é amplamente utilizado
em diversos setores da indústria, como manufatura, automobilística, petroquí-
mica, alimentos, entre outros.
• Programação
Envolve a criação de um conjunto de instruções lógicas e sequenciais que defi-
nem o comportamento do sistema automatizado. Por meio de uma linguagem
de programação específica, o desenvolvedor configura as ações a serem execu-
tadas, as condições de controle e as interações com os dispositivos e sensores
do processo.
Em conjunto ao PLC, a programação deste sistema, a qual será desenvolvida
na linguagem de programação Ladder, é de extrema importância para que a co-
5
municação entre os dados recebidos pelos sensores e o controle do equipamento
ocorra, pelo fato de permitir o desenvolvimento das lógicas desejadas.
6
Para ser possível detalhar o processo físico-químico do tratamento de efluentes,
serão descritas superficialmente nos tópicos abaixo as etapas da estação de trata-
mento de modo a contextualizar o processo a ser estudado neste trabalho:
• Coleta e pré-tratamento
Nesta etapa, ocorre a remoção de sólidos grosseiros, como areia e resíduos
sólidos, por meio de processos como grades, caixas de areia e desaeradores.
• Descarte
Os efluentes tratados, agora adequadamente tratados e desinfetados, podem
ser direcionados para um sistema de descarte apropriado, como corpos d’água
receptoras ou sistemas de disposição controlada, de acordo com os padrões
regulatórios e ambientais.
7
• pH: É importante monitorar e ajustar o pH do efluente para a faixa ideal de
coagulação, geralmente entre 4 e 5 (utilizando como base a faixa de pH de 0 a
14);
Além desses parâmetros específicos para cada etapa, outros fatores, como a
temperatura, a pressão de bombeamento e a vazão do efluente, também devem ser
monitorados e controlados ao longo do processo.
8
Figura 2.1: Etapas do processo físico químico reproduzidas em laboratório.
Fonte: Próprio autor.
Além dessas etapas vistas na Figura 2.1, após realizada a floculação do efluente
(formação do lodo), este precisa ser retirado, e por isso existe um sistema de ar
comprimido que é responsável por garantir que o lodo fique no topo para ser removido
mais facilmente, essas etapas seguintes são chamadas de flotação e remoção do lodo.
Flotação: Neste processo, o sistema emprega automação industrial para garan-
tir um controle preciso e eficiente. Válvulas automatizadas desempenham um papel
essencial no controle do fluxo de entrada do efluente no tanque de flotação, sensores
de nível são utilizados para monitorar o nível do tanque, enviando informações para
o sistema de controle automatizado que controla a abertura e o fechamento das vál-
vulas, ajustando o fluxo do efluente de acordo com as necessidades. Além disso, a
automação controla o fluxo de ar ascendente no tanque de flotação, além de terem
medidores de pressão monitoram a pressão do ar fornecido pelos sopradores, asse-
gurando que o fluxo de ar seja adequado e consistente. Dessa forma, a automação
industrial garante que a flotação dos flocos ocorra de maneira eficiente, controlando
o fluxo de entrada e o fornecimento de ar no tanque de flotação.
9
Figura 2.2: Etapa flotação reproduzida em laboratório.
Fonte: Próprio autor.
10
2.3 Norma ANSI/ISA 5.1
Com o avanço da automação nas indústrias, torna-se cada vez mais importante
a utilização de normas técnicas para o desenvolvimento de toda a documentação dos
projetos, seja para questões de segurança, automação de procedimentos, interface
homem-máquina ou gerenciamento de alarmes [2].
Para o desenvolvimento de cada documentação utilizada neste trabalho, será
utilizada como base a Norma ANSI/ISA 5.1. isa [1].
A norma ISA 5.1 (ISA-5.1-2009), intitulada “Instrumentation Symbols and Iden-
tification”, é uma norma técnica estabelecida pela International Society of Automa-
tion (ISA) que fornece diretrizes para a identificação e simbologia de instrumentos
em sistemas de controle e automação industrial. Essa norma define símbolos padro-
nizados para representar diferentes tipos de instrumentos e equipamentos utilizados
na indústria, como transmissores de pressão, controladores, válvulas, entre outros.
A importância da norma ISA 5.1 está na padronização e clareza da comunicação
visual dos elementos de controle e instrumentação em projetos industriais. Ao seguir
as diretrizes estabelecidas pela norma, as empresas e profissionais da área podem ga-
rantir uma representação consistente e compreensível dos instrumentos em sistemas
de controle, simplificando a interpretação e comunicação das informações.
A norma ISA 5.1 desempenha um papel crucial na indústria, pois fornece uma
linguagem visual comum que é compreendida por profissionais em todo o mundo.
Essa padronização facilita a troca de informações entre engenheiros, operadores e
técnicos, reduzindo o risco de interpretações errôneas e aumentando a eficiência na
comunicação.
Além disso, a norma ISA 5.1 contribui para a segurança e a qualidade dos projetos
e operações industriais. Ao utilizar a simbologia correta e identificar os instrumentos
de forma clara, os profissionais podem evitar erros de projeto, instalação e manuten-
ção, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro e confiável. A padronização
também facilita a compreensão dos diagramas e desenhos técnicos por parte dos
operadores, possibilitando uma melhor operação e manutenção dos sistemas.
Em resumo, a norma ISA 5.1 é de extrema importância na indústria, pois estabe-
lece um padrão visual universal para a identificação e simbologia dos instrumentos
em sistemas de controle e automação. Sua aplicação garante uma comunicação
clara, eficiente e segura, contribuindo para o desenvolvimento de projetos de quali-
dade, a operação confiável dos sistemas industriais e a segurança dos profissionais
envolvidos.
Tratando-se de simbologia, cada instrumento deve se identificar com um sistema
de letras, que o classifique funcionalmente, e números que servem para identificar
a malha de controle na qual o instrumento está inserido. O identificador funcional
11
começa com uma primeira letra denotando a variável física que está sendo medida.
Quando for necessário, a variável é seguida de um modificador. O segundo grupo
de letras é responsável por qualificar a finalidade/funcionalidade do instrumento.
Na Tabela 2.1 é possível observar as letras utilizadas para estabelecer os identi-
ficadores funcionais, sendo a primeira e segunda coluna referentes à primeira letra e
as demais colunas referentes às letras subsequentes.
12
Tabela 2.1: Identificação dos instrumentos.
Fonte: [1].
• LG visor de nível
• HV válvula manual
• FV válvula de fluxo
13
• PCV válvula controladora de pressão
• PT transmissor de pressão
14
Tabela 2.2: Padrão de simbologia dos instrumentos.
Fonte: [1]
15
Capítulo 3
Método proposto
16
Tabela 3.1: Simbologias da instrumentação utilizada neste processo, com base na Norma
ISA 5.1.
Fonte: Próprio autor
17
mara ou tubulação, onde o fluido flui. Quando o fluido passa pelos elementos, ocor-
rem fenômenos como cisalhamento, turbulência e difusão, que ajudam a misturar os
componentes presentes no fluido. A geometria e o arranjo dos elementos estáticos
são projetados de acordo com as características do processo e as propriedades dos
fluidos envolvidos.
Os misturadores estáticos são amplamente utilizados em diversas aplicações in-
dustriais, como na mistura de reagentes químicos, na homogeneização de produtos
alimentícios, na diluição de substâncias, entre outros. Eles oferecem vantagens como
baixo consumo de energia, facilidade de instalação, manutenção simplificada e ope-
ração contínua. Além disso, os misturadores estáticos são capazes de alcançar resul-
tados de mistura consistentes e precisos, contribuindo para a eficiência dos processos
industriais.
Para este caso, o misturador estático é utilizado para promover a mistura dos
reagentes químicos e permitir que as etapas de coagulação, neutralização e flocu-
lação ocorram. O misturador utilizado neste projeto pode ser visto através de seu
diagrama na Figura 3.3.
18
dosagem e aos equipamentos envolvidos. Ela contribui para um processo confiável,
evita contaminação, garante a qualidade da dosagem e otimiza o uso dos recursos
disponíveis. Por isso, como existem três diferentes pontos de dosagem nestas etapas,
três válvulas de retenção são utilizadas durante o misturador.
Já a válvula esfera é comumente utilizada na adição de produtos químicos em
processos industriais devido às suas características e vantagens específicas, que ofere-
cem um controle preciso do fluxo, resistência química, baixa perda de carga, vedação
confiável e durabilidade. Essas características tornam as válvulas esfera uma esco-
lha adequada para garantir uma dosagem precisa, segura e eficiente de produtos
químicos.
Em termos de automação industrial, um sensor de pH é conectado a um sistema
supervisório ou controlador programável, que permite a leitura contínua do valor
do pH em tempo real. Esses sensores são projetados para fornecer sinais elétricos
proporcionais ao pH da solução sendo monitorada. Os sensores de pH possuem van-
tagens consideráveis no contexto deste projeto, tais como o monitoramento contínuo
e em tempo real, a redução do erro humano, a possibilidade de integração com outros
sistemas e dispositivos de controle, além da capacidade de ajustar automaticamente
parâmetros com base nas leituras de pH. Isso contribui para a eficiência dos proces-
sos, garantindo a qualidade do produto final, a conformidade com regulamentações
e a otimização dos recursos utilizados.
O primeiro processo que ocorre no misturador estático é a coagulação, que acon-
tece a partir da adição de um coagulante, neste caso o Cloreto Férrico, e que neces-
sita de um controle preciso de pH para que a reação ocorra de maneira adequada,
pois este reagente deve ser adicionado até que se atinja um pH específico no eflu-
ente. Essa automação permite uma coagulação eficiente e precisa. Quanto à reação
que ocorre no efluente durante a coagulação, o coagulante adicionado provoca uma
aglutinação das partículas suspensas, formando flocos maiores que podem ser facil-
mente separados da água, contribuindo para a remoção de impurezas e substâncias
indesejadas.
19
Para que o processo continue de maneira efetiva, o efluente deve possuir um
pH perto de neutro, na faixa de 7 a 8, e por isso após a adição do coagulante, é
necessária a adição de um neutralizante para ajustar o pH, no caso deste projeto o
utilizado é o hidróxido de cálcio (também chamado de Cal), e para que este controle
preciso ocorra torna-se necessário também um sensor de pH no sistema, assim como
na etapa de coagulação.
Essa neutralização adequada prepara o efluente para as próximas etapas de trata-
mento, promovendo a remoção eficiente de substâncias contaminantes e contribuindo
para a qualidade da água tratada.
20
3.1.2 Remoção dos flocos gerados
Em seguida, ocorre o processo de flotação, que ocorre no diagrama mostrado
na Figura 3.7 e com seus processos detalhados na Figura 3.8, onde os flocos são
introduzidos em um tanque ou compartimento especial. Nesse ambiente, é criada
uma corrente de ar ascendente que faz com que os flocos flutuem na superfície da
água. Os flocos separados podem ser removidos mecanicamente por meio de um
raspador ou coletor de superfície. Dessa forma, é possível separar os flocos da água
tratada, que é então direcionada para a próxima etapa do processo de tratamento.
21
Figura 3.8: Etapas do processo de remoção dos flocos.
Fonte: [4].
22
3.2 Controle de pH
Como visto na Seção anterior, para que todo este processo ocorra como o espe-
rado, com as reações químicas ocorrendo de maneira ideal, é necessário um controle
de pH para as etapas que ocorrem no misturador estático, e por isso para as do-
sagens nas etapas de coagulação e neutralização, as quais necessitam de um ajuste
de pH, será utilizado um controlador PID para cada uma dessas dosagens, que visa
manter a variável controlada no valor especificado, comparando o valor da variável
medida (sensor de pH), ou a condição a controlar, com o valor desejado (set point),
e fazendo as correções em função do desvio existente entre estes dois valores, sem a
necessidade de intervenção do operador.
E nesta seção, serão apresentados os fundamentos, os tipos de malhas de con-
trole, o cálculo e os pontos mais importantes do controlador Proporcional, Integral
e Derivativo (PID). O controlador PID é uma técnica amplamente utilizada em
sistemas de controle devido à sua eficácia e versatilidade.
Fundamentos
Tipos de malhas
23
tipo de malha é adequado para sistemas de controle simples e bem caracterizados,
onde as perturbações podem ser facilmente compensadas, e na Figura 3.9 é possível
observar um diagrama de blocos deste tipo de malha.
Neste contexto, os cálculos para um sistema de malha aberta partem dos seguin-
tes princípios:
24
É importante ressaltar que, na malha aberta, não há correção ou ajuste contínuo
com base na realimentação do sistema. Isso significa que a malha aberta não é
capaz de lidar com perturbações externas ou variações nas condições do processo.
Portanto, é mais adequada para sistemas em que as variáveis e as condições do
processo são bem conhecidas e estáveis.
Vale destacar também que a malha aberta não fornece informações sobre a res-
posta real do sistema em relação ao valor de referência. Portanto, não é possível
garantir a precisão e a estabilidade da saída do sistema na malha aberta sem a in-
corporação de mecanismos adicionais, como a realimentação na forma de um sensor
de medição e um controlador de realimentação.
Em resumo, na malha aberta, a ação de controle é calculada apenas com base
no valor de referência e não leva em conta a realimentação da saída do sistema.
Isso significa que a correção e o ajuste da ação de controle não ocorrem com base
nas condições atuais do sistema. Portanto, a malha aberta é mais adequada para
sistemas simples e bem caracterizados, onde as perturbações podem ser facilmente
compensadas e as condições do processo são estáveis.
Já a malha fechada, possível ser observada na Figura 3.10, é um tipo de configura-
ção de controle em que a ação de controle é determinada com base na realimentação
da saída do sistema. Nesse tipo de malha, um sensor mede a variável controlada
e a compara com o valor de referência desejado. Com base nessa comparação, o
controlador calcula e aplica uma ação de controle apropriada para corrigir qualquer
desvio entre a saída real e o valor desejado.
Neste contexto, os cálculos para um sistema de malha aberta partem dos seguin-
tes princípios:
25
2. Sensor de medição: Na malha fechada, um sensor é utilizado para medir a
variável controlada em tempo real. Esse sensor fornece o feedback necessário
para comparar a saída real com o valor de referência.
⁄ t
de(t)
Ação de Controle = Kp · e(t) + Ki · e(· ) d· + Kd · (3.2)
0 dt
onde:
26
A combinação desses três termos, proporcional, integral e derivativo, permite
ao controlador PID ajustar a ação de controle de forma precisa e adaptativa
com base nas características do sistema e nos requisitos de desempenho.
É importante destacar que a sintonia adequada dos ganhos (Kp , Ki e Kd ) é
crucial para obter um controle eficiente e estável do sistema. A escolha dos
valores ideais dos ganhos depende das características específicas do sistema,
dos requisitos de desempenho desejados e da técnica de sintonia utilizada.
• Calcular o erro:
27
Isso permite uma correção contínua e adaptativa, tornando a malha fechada mais
adequada para sistemas complexos e variáveis, onde é necessário um controle preciso
e estável.
Para este projeto será utilizada uma bomba que possua recebimento de sinal 4
a 20 mA .A utilização de um sinal de 4 a 20 mA para controlar uma bomba em
um sistema industrial proporciona uma forma confiável e precisa de controle. O
controlador PID recebe o sinal de referência e o sinal de retorno do sensor, calcula o
erro e utiliza os coeficientes de ganho do controlador (Kp, Ki e Kd) para determinar
o sinal de controle a ser enviado para a bomba. A bomba interpreta o sinal de cor-
rente recebido e ajusta sua velocidade ou vazão de acordo com a magnitude desse
sinal. Uma corrente de 4 mA representa a condição mínima de operação da bomba,
enquanto uma corrente de 20 mA representa a condição máxima. Essa relação entre
o sinal de 4 a 20 mA e a bomba permite um controle preciso e contínuo, permi-
tindo ao controlador PID manter a variável controlada próxima ao valor desejado,
contribuindo para um sistema de dosagem de produtos químicos eficiente e preciso.
28
3. Programação do PLC: O PLC precisa ser programado para capturar os dados
dos instrumentos conectados. Isso é feito por meio de uma linguagem de
programação específica, como ladder diagram (LD) ou function block diagram
(FBD). A programação permite que o PLC leia e armazene as informações dos
sensores em suas variáveis internas.
Para este projeto, durante todo o processo, foi utilizado PLC da marca Allen-
Bradley oferecido pela Rockwell, e um exemplo pode ser visto na Figura 3.11.
29
Figura 3.11: PLC Allen-Bradley Rockwell.
Fonte: [6]
Com isso, buscando uma melhor sintonia entre os sistemas utilizados, foi utili-
zado o software RSLogix 5000 para a realização da lógica de programação do PLC
em Ladder, também desenvolvido pela Rockwell contemplando todos os instrumen-
tos utilizados que possuíam comunicação. E, além disso, foi utilizado também o
software FactoryTalk View Studio, também da Rockwell para o desenvolvimento do
supervisório, o qual pode ser observado através do IHM (Interface Homem-Máquina)
no local.
E, para que se tenha comunicação entre o PLC e o supervisório, é necessário
utilizar um Protocolo de Comunicação, que, no caso deste trabalho, foi escolhido o
Protocolo Ethernet/IP.
Um protocolo de comunicação é um conjunto de regras e procedimentos que
define como os dispositivos em uma rede se comunicam e trocam informações entre
si. Essas regras estabelecem os formatos de dados, os métodos de transmissão, a
sequência de ações e outros aspectos necessários para garantir uma comunicação
confiável e eficiente.
Esses protocolos são essenciais para permitir a interoperabilidade entre disposi-
tivos de diferentes fabricantes e garantir a integridade dos dados durante a trans-
missão. Eles definem as normas que governam o envio, o recebimento e o processa-
mento de mensagens, permitindo que os dispositivos se compreendam e coordenem
suas ações. Na indústria, são utilizados diversos protocolos de comunicação, como
Modbus, PROFIBUS, DeviceNet, Profinet e Ethernet/IP.
No caso específico do Ethernet/IP, escolhido neste trabalho, é um protocolo de
comunicação industrial baseado no protocolo Ethernet padrão. Ele utiliza o Ethernet
como meio físico para transmitir dados entre dispositivos em uma rede industrial.
30
Este protocolo permite a troca de dados em tempo real entre dispositivos in-
dustriais, como controladores programáveis (PLCs), dispositivos de entrada/saída
remotos (remotes I/Os), sensores, atuadores e outros equipamentos. Ele oferece
recursos avançados, como endereçamento IP, protocolo de transporte TCP/UDP,
mensagens explícitas e implícitas, serviços de descoberta de dispositivos, serviços de
configuração e diagnóstico, além de recursos de segurança.
A aplicação do Ethernet/IP é ampla na indústria, abrangendo diversas áreas,
como automação de processos, controle de máquinas, monitoramento e coleta de
dados em tempo real. Ele permite que diferentes dispositivos se comuniquem de
maneira padronizada, facilitando a integração de sistemas e a coordenação de ope-
rações industriais.
Por exemplo, um sistema de automação industrial pode utilizar o Ethernet/IP
para permitir que um PLC controle e monitore sensores, atuadores e outros dispo-
sitivos distribuídos em uma linha de produção. O Ethernet/IP possibilita a transfe-
rência rápida de informações entre esses dispositivos, permitindo um controle preciso
e eficiente dos processos industriais.
Em resumo, o Ethernet/IP é um protocolo de comunicação industrial baseado
no Ethernet que permite a troca de dados em tempo real entre dispositivos em uma
rede industrial. Sua aplicação abrange diversas áreas da automação industrial, pro-
porcionando integração, coordenação e controle eficientes dos processos industriais.
E, no Capítulo 4 será explicado o passo a passo para se estabelecer essa comunicação
entre o PLC e o supervisório.
31
Capítulo 4
Resultados e discussões
32
Figura 4.1: Matriz Causa e Efeito do Processo Físico-Químico.
Fonte: Próprio autor.
33
para desligar as bombas de dosagens;
• Além disso, caso a pressão de recirculação esteja muito alta, a válvula de que
injeta ar comprimido nesta linha é fechada;
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muito baixo no sistema. Este sinal também é utilizado como intertravamento para
as bombas de dosagem.
35
Figura 4.3: Código ladder misturador.
Fonte: Próprio autor
Coagulação
36
Neutralização
Floculação
Flotação
Após o misturador estático, o efluente vai para o tanque de flotação, onde possui
um sensor de nível LIT-1349 que envia um sinal para o supervisório sendo utilizado
em dois blocos de comparação, um para verificar se está em nível alto e outro para
verificar se está em nível muito alto. Um sendo utilizado para ligar e desligar o
motor de raspagem de lodo e outro para desligar a bomba de recirculação, respecti-
37
vamente. Todos estes processos podem ser observados no diagrama lógico funcional
na Figura 4.6.
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Figura 4.9: Código funcionamento motor do raspador.
Fonte: Próprio autor.
39
válvulas (1349VE39 e 1349VE09). Nesse processo existe um tanque de lodo, o qual
possui um sensor de nível que envia um sinal para o supervisório, que é utilizado em
um bloco de comparação de modo a verificar se o nível encontra-se no estado “muito
alto”. Caso esteja neste estado, a válvula de transferência de lodo (1349VE39) é
fechada de modo a evitar o transbordo do tanque.
Paralelamente, a outra válvula (1349VE09) auxilia nesta transferência do lodo,
ficando aberta por 10 segundos entre intervalos de 1 minuto. Para isso foram utili-
zados blocos temporizadores (“TON”) de modo a tornar esta lógica possível.
Com isso, os códigos para ambas as válvulas (1349VE39 e 1349VE09) podem ser
vistos nas Figuras 4.13 e 4.14, respectivamente.
40
Figura 4.14: Código funcionamento válvula ar comprimido tanque de lodo.
Fonte: Próprio autor.
4.3 Supervisório
Conhecendo cada etapa do processo físico-químico estudado neste projeto e de-
senvolvimento de suas lógicas, torna-se possível o desenvolvimento do supervisório
utilizando o software FactoryTalk View [7].
O surgimento do sistema supervisório está intrinsecamente ligado ao avanço tec-
nológico na indústria. Com a evolução dos sistemas de automação e o desenvolvi-
mento de tecnologias de coleta de dados em tempo real, os supervisórios surgiram
como uma solução para o controle e monitoramento eficiente dos processos indus-
triais. Esses sistemas automatizados permitem a coleta, visualização e análise de
informações cruciais em tempo real, proporcionando uma visão completa do processo
e facilitando a tomada de decisões assertivas.
Para este trabalho, foi desenvolvido um sistema supervisório que contempla todo
o processo do Sistema Físico-Químico Primário de uma Estação de Tratamento de
Efluentes, cujo é o foco deste estudo. E para tal foi utilizado como base o P&ID
estudado anteriormente e pode ser observado de maneira integral no anexo A.
O supervisório desenvolvido para este processo e que ficará disponível no IHM
para a operação pode ser observado na Figura 4.17, contendo instrumento e cada
variável do processo a ser analisada. Nas Figuras 4.15, 4.16 e 4.17 é possível observar
as telas de supervisório desenvolvidas para este projeto.
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Figura 4.15: Tela inicial supervisório.
Fonte: Próprio autor.
42
Químico Primário, sendo os demais botões apenas caminhos para as demais telas
da Estação de Tratamento. E, por fim, na Figura 4.17 tem-se a tela desenvolvida
para o processo escolhido, tendo como base o Fluxograma de Engenharia e contendo
cada instrumento e variável do sistema.
Protocolo de comunicação
43
Figura 4.18: Fluxograma comunicação IHM - Supervisório.
Fonte: Próprio autor.
44
Figura 4.20: Passo 1 RSLinx.
Fonte: [8].
45
• Por fim, basta voltar à tela iniciar e clicar no ícone em evidência para verificar
se a comunicação do driver está ocorrendo de maneira correta.
Após essas ações, torna-se possível utilizar este driver configurado nos demais
softwares utilizados.
O RSLogix 5000 permite configurar o PLC, definir TAGs, programar a lógica
de controle e realizar a configuração do módulo de comunicação Ethernet/IP. Ele
desempenha um papel fundamental na configuração do PLC e no estabelecimento
da comunicação entre o PLC e outros dispositivos na rede.
O passo a passo a seguir descreve os procedimentos para configurar o PLC no
RSLogix 5000:
Primeiro, no projeto correspondente ao PLC no RSLogix, Configurar o módulo
de comunicação Ethernet/IP, definindo o endereço IP do módulo, protocolo Ether-
net/IP e outros parâmetros necessários, definir as TAGs no PLC que serão monitora-
das ou controladas pelo supervisório e, por fim, Estabelecer as conexões necessárias
para a troca de dados entre o PLC e o supervisório, especificando as configurações
de entrada e saída. Na Tabela 4.1 é possível observar a lista de TAGs utilizadas
neste projeto.
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Tabela 4.1: Lista de TAGs utilizadas.
Fonte: Próprio autor.
47
Capítulo 5
Conclusões
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Em suma, a combinação do conhecimento adquirido na instituição de ensino
e no estágio, aliada à aplicação prática na área de automação, possibilitou uma
visão abrangente sobre o monitoramento e controle de um sistema na estação de
tratamento de efluentes. Espera-se que este trabalho contribua não apenas para
a formação dos estudantes, mas também para o aprendizado de outros interessa-
dos em automação, além de servir como ponto de partida para futuras pesquisas e
experimentos no laboratório.
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Referências Bibliográficas
50
Apêndice A
Anexos
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52
53
54
55
56
57