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Igualdade de Género
Junho de 2020
A auscultação da tutela, das instâncias governamentais e da sociedade civil não foi integralmente
realizada, prevendo-se que se venha a realizar oportunamente. Nesta fase, para a construção da
abordagem estratégica para a Igualdade de Género, foram consideradas as políticas, planos e
estratégias nacionais e internacionais já existentes
Por realizar
+ Análise de documentos-chave:
Politica Nacional para a Igualdade e Equidade de Género; Estratégia de Advocacia e Mobilização de Recursos para Implementação e
Monitoria da Política; Relatório Analítico de Género de Angola 2017; CENSOS 2014
2
Nota metodológica: Pares de comparação
Países Pares:
África do Sul Botswana R.D. Congo Quénia Moçambique Namíbia Tanzânia Zâmbia Zimbabwe Ruanda
3
Nota metodológica: Fontes de dados
Organismos
1 MASFAMU 2 Fórum Económico
Mundial
3 Internacionais
Dados sobre realidade Angolana Fonte primária para Dados complementares aos do
comparações entre países de FEM, designadamente ONU
Fonte primária para análise do índices de paridade Mulheres
país o CENSOS 2014, Inquérito
de Indicadores Múltiplos de Dados compilados e estimados a Fontes como Banco Mundial,
Saúde (IIMS) 2015-2016 e o partir de informações fornecidas por OCDE, União Africana, e outros
Relatório Analítico de Género de Governos e agências de cada país artigos académicos
Angola 2017
4
Estrutura do documento
Trajectória recente
Balanço à luz do
Angola 2025
Macro-tendências até
2050
Potencial e ambição
para Angola em 2050
Eixos de Solução
5
POPULAÇÃO
15,959 15,168
milhões milhões
51% 49%
Nos últimos 10 anos, Angola tem dado passos importantes para assegurar uma maior paridade de
género através, por exemplo, da implementação de várias Leis e Decretos Presidenciais que abordam
a prevenção da violência doméstica, promoção da igualdade de género e apoio à mulher rural
Decreto Presidencial nº 52/12 - Decreto Presidencial nº Decreto Presidencial
Comissão Nacional de Auditoria 36/15 - Regime Jurídico n.º 143/17 - Plano
e Prevenção de Mortes do Reconhecimento da Nacional de Acção da
União de Facto por Com o PND 2013-2017
Maternas, Neonatais e Infantil Resolução 1325 do
(CNPAMMNI) Mútuo Acordo e Conselho de verificou-se um aumento
Dissolução da União de Segurança das NU, no número de
Lei de Base do Sistema Decreto Presidencial 138/12 -
Lei nº 22/10 dos Facto Reconhecida sobre Mulheres, Paz e
da Educação (Lei 13/01) Partidos Políticos
Programa Nacional de Apoio à instrumentos legais no
Mulher Rural Lei das Cooperativas Segurança
panorama nacional
No cumprimento do ODS 5 - Igualdade de Género Angola ainda apresenta um score abaixo da média
global
Média Global 62
Chile Zâmbia É o caso da Namíbia, Ruanda
61,7 59,8
Zimbabwe ou África do Sul
55,5
Angola
Melhorar a posição no score
exige um compromisso e
Nigéria investimento em políticas de
36,4
igualdade de género
concertadas, eficazes e que
permitam transformações
significativas das desigualdades
África do
Sul penalizadoras das mulheres em
diferentes planos
Indicadores que constituem o score do Objectivo 5 - Igualdade de Género: Proporção de mulheres (20-24 anos) casadas ou em união antes dos 18 anos; Proporção de
mulheres que acham justificável a violência por parte dos seus parceiros; Existência de legislação que permita a prática do aborto; Proporção de lugares ocupados por
mulheres no parlamento; Proporção de mulheres em cargos ministeriais ou lugares de chefia de gabinetes ministeriais
Nota: A posição horizontal dos scores dos países não reflecte uma métrica, usada para facilitar a leitura
Fonte: Equal Measures 2030
8
TRAJECTÓRIA RECENTE
No contexto Africano, Angola posiciona-se no cluster “Middle of the Road”, evidenciando potencial
para melhoria tanto na participação societária como económica
África Austral África Ocidental África Central Norte de Africa África Oriental
0.7
Líderes Namibia
Botswana
Focado no
trabalho Lesotho
0.3
0.4 0.5 0.63 0.7 0.8 0.9
Média do índice de
Igualdade de Género na Igualdade de Género na Sociedade
Sociedade
Trajectória recente dos principais indicadores da Igualdade de Género explicada ao nível de duas
dimensões DETALHADO DE SEGUIDA
11
TRAJECTÓRIA RECENTE
A. A satisfação das necessidades de planeamento familiar em Angola é muito inferior aos seus
pares
Proporção de mulheres em idade reprodutiva (15 a 49 anos) satisfeita por Proporção de mulheres em idade reprodutiva (15 a 49 anos),
métodos modernos de planeamento (%), 2016 por área de residência e nível de escolaridade, satisfeita por
métodos modernos de planeamento (%), 2016
Nível de escolaridade
Zimbabwe 84,8 Secundário/Superior 47,5
Ruanda 62,9
residência
Rural 5,6
Área de
África Subsaariana 54,7
Urbana 37,5
Angola 29,8 0 10 20 30 40 50
▪ Um acesso insuficiente ao planeamento familiar moderno remete as mulheres para uma espécie de condição natural e
reprodutiva, limitando a construção de projectos individuais e profissionais que não passem pela maternidade (ou sucessivas
maternidades) e pela reprodução do papel cuidador
▪ As assimetrias geográficas e de escolaridade no acesso a planeamento familiar moderno vem criar desigualdades entre as
mulheres: ser mulher com escolaridade média/superior e/ou viver num centro urbano é diferente de ser mulher pouco
escolarizada e/ou a viver numa área rural.
FONTE: UN Women; IIMS 2015-2016 13
TRAJECTÓRIA RECENTE
A. A taxa de fertilidade em Angola é ainda bastante elevada, acima dos seus pares e da média da
África Subsaariana, com consequências nos projectos de vida pessoais e profissionais, em
particular das mulheres
6,2 6,1
5,8 5,7
5,3
5,1 5,0 4,9
4,6
4,3 4,2
4,0 4,0 3,9 3,8
3,5
3,1 3,1
2,8
2,5
País Valor (Nascimentos por 1000 mulheres com idade entre 15-19)
Mali 167
Angola 148
Moçambique 146
▪ Angola tem um elevado índice de gravidez na
adolescência, e posiciona-se acima da
Malauí 132
média dos países da SADC
RDC 123
Uganda 116
Ruanda 39
OECD 20
562
544 534 524
473
458
401
375
349 342 335 323
308
289
241
213
195
144
119
58
37
Fonte: WB 17
TRAJECTÓRIA RECENTE
900
827
21,4 800
Partos assistidos por profissional de saúde
qualificado (%) 700
68,1
600
500 519
400
326
62,7 300
Consultas pré-natais com um profissional 251 241
de saúde qualificado (%)
92,2 200
100
0
2000 2005 2010 2015 2017
Rural Urbana
FONTE: UN Women 18
TRAJECTÓRIA RECENTE
6,8 Lesões
6,3 Doenças
14%
5,8 transmissíveis
5,4 5,2 70%
4,9
3,8 3,6
3,5
3 2,9
2,7 2,7
2,3 2,2
2 35 aos 59 anos
1,2 1,4 1,2 1,2
1,0 1
0,6 0,4 0,4 0,2 0,4 0,3 Doenças não-
0,20,1
transmissíveis
38,4%
Doenças
transmissíveis
56%
Lesões
4,7%
A. Angola ocupa a posição 147 na dimensão Educação do Índice Global de Género do Fórum
Económico Mundial
Índice de Igualdade de Género - Dimensão Educação, 2020
Índice: 0 = Desigualdade plena; 1 = Paridade total
Posição de Angola
no ranking
0,94 1,00
0,89
0,76
147/153
▪ Angola encontra-se abaixo dos pares, estando na posição 147º a nível global
▪ Estes resultados ao nível de educação podem ser explicados em certa medida por
condicionantes sociais e culturais (p.ex., se uma família tiver apenas possibilidades
económicas de ter um filho na escola, privilegiam os filhos em prol das filhas, que ficam em
casa a assegurar trabalhos domésticos ou começam a trabalhar)
▪ A taxa de literacia das mulheres é sempre menor do que a dos homens na maioria dos países da Africa Subsaariana, com Angola a destacar-
se entre os países com menor índice de paridade
▪ Importa destacar que os efeitos de género são diferentes em diferentes idades da vida. A taxa de literacia das mulheres mais jovens (entre os
15 e os 24 anos) tende a aproximar-se da dos homens. Mas subsiste a menor alfabetização das mulheres e a penalização das suas vidas no
presente e no futuro
▪ As desigualdades entre homens e mulheres tornam-se muito evidentes nos grupo etário entre os 25 aos 64 anos e, sobretudo, no grupo
acima dos 65 anos, criando situações de particular vulnerabilidade e dependência nestas mulheres 22
FONTE: WEF 2020; Censo 2014
TRAJECTÓRIA RECENTE
Num contexto de
Tanzânia 44,1 55,9 1 370 468
globalização das
Namíbia 33,4 66,6
sociedades assentes no
12 748
conhecimento, as
Moçambique 62,6 37,4 meninas fora do sistema
561 413
irá condicionar
Maurícia 21,3 78,7 2 305
fortemente as suas
opções de vida,
Lesotho 43,7 56,3 29 471 incompatíveis com
projectos
Eswatini 52,9 47,1 30 229 emancipatórios futuros
Botswana 46,0 54,0 35 645
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Meninas Meninos
FONTE:UNESCO 24
TRAJECTÓRIA RECENTE
Homens Mulheres
26
21,2
19,9
16,6 16,8
6,5
3,8 3,3
2002 2005 2010 2012 2015 2017 2018 2019 Angola Ruanda Africa do Sul
▪ Do ponto de vista global, regista-se uma evolução positiva da taxa de abandono escolar no ensino primário. Contudo, os valores
permanecem elevados (acima dos 5%), não havendo dados recentes para analisar com perspectiva de género
▪ Angola apresenta valores elevados de rapazes e raparigas envolvidos em actividade económica precocemente, sendo que as raparigas
estão mais envolvidas do que os rapazes nestas actividades. Esta forma precoce de integração informal no trabalho ou nas
responsabilidades domésticas coincide, normalmente, com o abandono escolar precoce das raparigas
▪ Isto indicia a replicação de estereótipos e papeis de género tradicionais: retirada precoce das raparigas da esfera pública da escola (e
daquilo a que ela poderia dar acesso) e a sua remissão para tarefas cuidadoras da família e da casa.
FONTE: UN Women 25
TRAJECTÓRIA RECENTE
A. O acesso limitado e o abandono escolar precoce explicam que Angola apresente uma das
mais baixas taxas de graduação do ensino primário, mas também o índice de paridade que
confirma a desigualdade de género
Índice de
Taxa de graduação do ensino primário e índice de paridade (2017) paridade de
género
1,00 1,01 1,05 1,08 0,97 1,23 1,24 1,12 1,05 1,08 0,88 1,17 0,94 0,75 0,42
Quénia Zimbabué Cabo Verde Namíbia Zambia Ruanda Botswana Tânzania Uganda Madagascar Moçambique Senegal Etiópia Angola RDC
Mulheres Homens
FONTE: UNESCO
26
TRAJECTÓRIA RECENTE
A. A reduzida taxa de graduação das raparigas reflecte a sua acentuada exclusão do sistema de
ensino
Taxa de graduação do ensino obrigatório (1º ciclo do secundário) e índice de paridade (2017) Índice de
paridade de
género
0,99 0,98 1,27 0,91 1,33 0,89 0,86 1,07 1,13 0,80 0,95 0,80 1,02
82 82
78 79 76
64
60 58
44 43
38 41
33 35 32 35
30 31
28 28 25
22 23
20 17 17
Quénia Gana Cabo Verde Zimbabwe Botswana Zambia Mali Ruanda Senegal Etiópia Moçambique Angola Madagascar
1,10 1,97 1,93 1,64 0,70 0,90 1,01 0,61 1,03 0,83 0,80
18,6 18,4
16,9 17,6
12,8 12,5
Egipto Cabo Verde Namibia Africa do Sul Gana Ruanda Moçambique RDC Madagascar Angola Zimbabué
FONTE: UNESCO
27
TRAJECTÓRIA RECENTE
Serviços 0,5
0,5
▪ As mulheres escolhem preferencialmente áreas científicas de formação que reproduzem os estereótipos de género que as associam às tarefas
cuidadoras, às emoções ou a funções estéticas ou expressivas, como sejam, a saúde e bem-estar, as ciências sociais, o jornalismo ou informação. No
entanto, já se identificam áreas de formação que garantem às mulheres novas formas de visibilidade e prestígio social, como sejam as ciências
empresariais, administração e direito
▪ As escolhas formativas não só revelam a reprodução de estereótipos de género como têm impactos na vida futura das mulheres. Desde logo, porque as
áreas mais masculinizadas - e onde as mulheres continuam a não entrar - são aquelas que se têm revelado as mais bem remuneradas nas sociedades
contemporâneas
28
FONTE: Banco Mundial
TRAJECTÓRIA RECENTE
A. As mulheres diplomadas em áreas STEM são, de forma geral, sempre inferiores aos homens
Graduados do ensino superior em áreas STEM (%), por sexo, 2020
Mulheres Homens
Angola ocupa uma boa posição no continente em paridade de Angola ocupa uma posição baixa no continente em paridade de Angola ocupa uma posição mediana no índice de protecção
inclusão digital, à frente da média da África subsaariana e da inclusão financeira, muito atrás da média da África legal em África, mas acima das médias da África subsaariana
média da SADC subsaariana e da média da SADC e da SADC
1 Resultado de 1 aponta para paridade total
FONTE: Relatório McKinsey Poder da Paridade em África 30
TRAJECTÓRIA RECENTE
A. A inclusão financeira em Angola é reduzida e com enorme assimetria entre mulheres e homens
80,7
80,6 ▪ Angola apresenta valores abaixo de outros
70,0
países da região, bem como abaixo da média
68,4
dos países da África Subsaariana
59,2
56,2
51,6 51,7
▪ Além disso, afecta de forma mais intensa as
51,7 51,1
46,8 46,5 mulheres do que os homens, sinalizando um
44,6 importante afastamento das mulheres do
42,2
40,3 37,9
36,1 acesso à esfera económica, à integração social,
32,9
29,8 27,4
bem como de potenciais recursos e
24,2 possibilidades de montagem dos seus projectos
22,3
19,6
de vida autónomos
16,3
Mulheres Homens
FONTE: UN Women 31
TRAJECTÓRIA RECENTE
A. Por exemplo, a nível da inclusão financeira existem cinco barreiras principais que NÃO EXAUSTIVO
Atacar as barreiras
Literacia financeira De acordo com o inquérito da S&P Global FinLit, apenas 30% das financeiras no continente
limitada entre as mulheres a nível mundial têm conhecimentos financeiros, em pode ajudar a
mulheres comparação com 35% dos homens acrescentar $15.2B ao
PIB de Angola em
Mesmo quando têm acesso, os serviços e produtos financeiros atuais 20251
não são ideais para as mulheres, dadas as normas culturais existentes.
Normas sociais e
Em alguns casos, os serviços financeiros podem até criar
mentalidades vulnerabilidades como, por exemplo, tornar mais difícil esconder fundos
de contingência dos maridos.
1 Se todos os países igualassem ao progresso para a igualdade de género do seu vizinho com melhor desempenho (África do Sul, 0,76 pontuação de paridade de género). Calculado a partir dos $316B do relatório para toda a África vezes
~4,8%, a quota de Angola na economia do continente
FONTE: Relatório McKinsey Poder da Paridade em África, S&P Global FinLit Survey 32
TRAJECTÓRIA RECENTE
Trajectória recente dos principais indicadores da Igualdade de Género explicada ao nível de duas
dimensões DETALHADO DE SEGUIDA
33
TRAJECTÓRIA RECENTE
0,33
0,26 0,20 46/152
0,19
Namibia 42,7
Moçambique 41,2
Tanzania 36,9
Zimbabué 31,9
Angola 30
Lesoto 23,3
Malawi 22,9
Seychelles 21,2
Mauricia 20
Zambia 16,8
Madagascar 15,9
Botswana 10,8
Eswatini 9,6
B. Angola destaca-se dos seus pares da SADC ao nível da participação das mulheres em
cargos ministeriais, apenas atrás de países como a África do Sul e Seicheles, mas muito acima
da média da África Subsaariana
Mulheres em cargos ministeriais (%), 2018
Seychelles 45,5
Angola 34,4
Eswatini 31,6
Zambia 30
Moçambique 28,6
Zimbabué 27,3
Madagascar 27,3
Tanzania 22,7
Namibia 20
Lesoto 18,2
Malawi 16,7
Botswana 15,8
Mauricia 8,7
B. O sistema politico angolano revela grande capacidade em integrar as mulheres como agentes
determinantes na decisão política. Angola apresenta evoluções positivas nas últimas duas
décadas quanto à participação de mulheres em cargos ou posições políticas ao mais alto nível
Evolução da participação de mulheres na Assembleia Nacional (%) Evolução da participação das mulheres em cargos
ministeriais (%)
38,6
34,4 36,8
27,8
30
22,2
15,5 15
5,7 6,3
2005 2008 2010 2015 2018 2000 2005 2010 2015 2020
Participação da mulher na diplomacia angolana (%) ▪ Registam-se elevadas proporções de mulheres em diferentes níveis de
decisão política
35,9 35,9
29,9
▪ As mulheres representam mais de 35% dos parlamentares
34,7 33
42% 58%
20,8
10
1,7
Trajectória recente dos principais indicadores da Igualdade de Género explicada ao nível de duas
dimensões DETALHADO DE SEGUIDA
39
TRAJECTÓRIA RECENTE
C. Em Angola, mais de 30% das mulheres entre os 15 e os 49 anos já sofreram alguma forma de
violência física desde os seus 15 anos de idade
Em algum momento desde os 15 anos sofreu violência física (%)
Secundário/Superior 31,8
▪ A violência física desde os 15 anos de idade tem
Escolaridade
Primário 31,8
maior prevalência nas zonas urbanas. Contudo, os
valores nas zonas rurais são próximos. A violência
Nenhum 31,5
acontece em qualquer área de residência, basta
serem mulheres
Divorciada/separada/viúva 43,8
▪ A violência física não acontece apenas em contexto
Estado civil
Rural 29,7
Área de
15-49 31,7
C. Elevados níveis de violência física contra a mulher revelam formas de masculinidade tóxica,
desrespeito pelas raparigas e mulheres, bem como é sinal de profunda opressão e controlo
Mulheres que sofreram violência física nos últimos 12 meses (%), 2016 Mulheres que sofreram violência física nos últimos 12
meses (%) em Angola, 2016
Escolaridade
Camarões 32,7
Primário 21,7
Gabão 31,5
Nenhum 22,6
Uganda 29,9
Divorciada/separada/viúva 28,8
Estado civil
Tanzania 29,6
Casada ou em união de facto 26,1
Zambia 26,7
Nunca casada 12,7
Angola 25,9
Idade residência
Área de
Rural 20,5
Quénia 25,5
Urbana 22,2
Malawi 24,3
15-49 21,7
Ruanda 20,7
Namibia 20,2
Zimbabué 19,9
Em Angola, o exercício de violência contra as mulheres
Etiópia 19,8 revela um carácter sistemático: mais de 20% das
Moçambique 15,5
mulheres entre os 15-49 anos sofreu alguma forma de
violência física de modo frequente ou ocasional nos
últimos 12 meses
FONTE: WB - Gender Statistics
42
TRAJECTÓRIA RECENTE
C. O carácter sistemático da violência física contra a mulher revela relações de género assentes
na opressão
Mulheres que em algum momento sofreram violência sexual em
Angola, por escalão etário (%), 2016
FONTE: IIMS 2015-2016; Discurso proferido por SE da família e promoção da Mulher, Ruth Mixinge, Genebra, 2019 43
TRAJECTÓRIA RECENTE
Trajectória recente dos principais indicadores da Igualdade de Género explicada ao nível de duas
dimensões DETALHADO DE SEGUIDA
46
TRAJECTÓRIA RECENTE
Zâmbia 0,831
Namíbia 0,789
Botsuana 0,779
Madagáscar 0,769
Zimbabué 0,728
▪ Angola encontra-se abaixo dos
Tanzânia 0,698
pares e esta desigualdade
Ruanda 0,672
compromete o crescimento e
Uganda 0,663
o desenvolvimento social e
Lesoto 0,662
económico do país
África do Sul 0,649
Gana 0,642
Angola 0,640
Burkina Faso 0,614
Quénia 0,598
Maurícias 0,596
Mali 0,591
Etiópia 0,568
Egipto 0,438
Marrocos 0,405
96
salários
Progressão: 0,96
0,79 Angola lidera as médias
trabalhadores 0,54 0,67
profissionais e 125 regionais em paridade de
técnicos participação na força de
trabalho, mas encontra-se
Progressão: atrás na igualdade
legisladores, altos salarial e na igualdade de
0,48 0,43 0,49 120
funcionários e 0,24 género em posições mais
gerentes
técnicas e cargos de
Relatório Mckinsey
gestão
0,64 0,79
Emprego Formal 0,59
N.a.
N.a.
FONTE: Índice de Igualdade de Género, Fórum Económico Mundial; Relatório McKinsey Poder da Paridade em África (página 11), 2020 48
TRAJECTÓRIA RECENTE
D. A taxa de emprego em Angola não apresenta assimetrias profundas de género mas são as
mulheres que se encontram em posição desfavorável
Tx. Emprego Taxa de emprego – Mulheres e Homens, 2018
Total
Mulheres Homens
FONTE: WB - Gender Statistics
49
TRAJECTÓRIA RECENTE
D. As mulheres apresentam valores da taxa de emprego sempre inferiores aos registados pelos
homens, no entanto, a % de mulheres empregadas aumentou entre 2014 e 2019
Taxa de emprego por sexo (%), 2014 e 2019
Taxa de emprego por sexo e idade (%), 2019
2014 2019
Homens Mulheres 15-24 anos 25-34 anos 35-44 anos 45-54 anos 55-64 anos
Homens Mulheres
▪ Sinal positivo em 2019 com uma menor diferença entre as taxas de Taxa de emprego por sexo e local de residência(%), 2019
emprego feminina e masculina
▪ Verifica-se que é no grupo etário situado entre 25 e os 34 anos que a
76,3 75,3
desigualdade no acesso ao emprego se revela mais penalizadora para as
58,4
mulheres 49,3
Homens Mulheres ▪ Mais uma vez, as mulheres mais qualificadas são mais
penalizadas do que os homens mais qualificados no acesso ao
Taxa de desemprego feminino, 2019 (%) trabalho (e a recursos económicos)
33,5 34,3
31,3 ▪ A maior dificuldade de integração no mercado de trabalho formal
por parte das mulheres não pode ser desvinculada da persistência
21,8 de visões estereotipadas que desvalorizam sistematicamente o
17,2 trabalho das mulheres e as suas competências
13,4
FONTE: IIMS 2015-2016; Relatório de Força de Trabalho, 2019 (Zâmbia); Agência Nacional de Estatística, 2019 (Zimbabwe e Namíbia); 51
TRAJECTÓRIA RECENTE
D. As mulheres têm assim um peso na economia formal abaixo dos homens, constituindo um
obstáculo significativo à emancipação feminina e a um maior contributo económico para o país
Índice de Emprego Formal
Índice: 0 = Desigualdade plena; 1 = Igualdade de género
Ranking1
(1-25) País Valor (0-1)2
D. Dentro do emprego formal, cinco barreiras são tipicamente destacadas como NÃO EXAUSTIVO
Locais de Trabalho Um número significativo de locais de trabalho não tem em conta as necessidades
pouco sensíveis a específicas das mulheres, por exemplo, proporcionando horários e espaços de
condições especificas trabalho flexíveis para as mães que amamentam
As mulheres normalmente têm acesso a mentores para orientação, mas não têm
Ausência de suporte e
patrocinadores adequados que defendam a sua promoção, os apresentem às
empowerment principais partes interessadas e lhes deem exposição aos papéis seniores
Visão em torno das Algumas mulheres limitam as suas próprias perspectivas, mostrando relutância em
mulheres correr riscos, em trabalhar em rede com colegas e em defender o seu próprio
progresso
1 Diagnóstico de Género de Angola, EU Programa de Apoio aos Actores Não Estatais (PAANE), 2015
FONTE: Relatório McKinsey Poder da Paridade em África, Novembro 2019; PAANE report 2015 54
TRAJECTÓRIA RECENTE
D. Para a generalidade dos países analisados, e com destaque para Angola, a % de mulheres
assalariadas é muito inferior aos homens e onde a maioria trabalha na agricultura
Trabalhadores por conta de outrem no total de trabalhadores Mulheres empregadas por sector económico (%), 2019
(%), por sexo, 2020
0,4 Homens
Zambia 0,2
Mulheres
Lesoto 0,6
0,3 Agricultura e
Zimbabué 0,6 Serviços 46% 52% pesca
0,3
Malawi 1,5
0,7
RDC 2,9
1,1
Moçambique 3,6
1,5 2%
2,7 Indústria
Essuatíni 1,6
Mauricias 5,9
1,7
Tanzânia 1,7
3,8 ▪ É o sector da agricultura que mais emprega as mulheres
Madagascar 5,5 ▪ O sector da indústria tem apenas uma importância residual na
2,1
integração das mulheres no mercado de trabalho. A fraca
3,0
Botswana 2,1 integração das mulheres neste sector de actividade revela duas
7,6 coisas distintas: por um lado, uma profunda segregação horizontal
África do Sul 2,3 do mercado de trabalho, onde persistem sectores de actividade
Angola 6,0 profundamente masculinizados ou que persistem a ser
2,6
considerados como um exclusivo dos homens
Namíbia 7,8
4,7
D. De facto, verifica-se que uma elevada % das mulheres nos países analisados trabalham por
conta própria
Mulheres que trabalham por conta própria (%), por sexo, 2020
Angola 69,6
Botswana 24,5
Lesoto 16,2
Mauricias 9,5
D. O que poderá explicar a iniciativa empreendedora feminina, onde Angola se destaca entre os
pares no que respeita às mulheres que criam empregos, ainda que a diferença face aos homens
seja significativa
% Empregadores por sexo, 2020
Mulheres Homens
7,8
7,6
6,0 5,9
5,5
4,7
3,8
3,6
3,0
2,9
2,6 2,7
2,3
2,1 2,1
1,7 1,7 1,6 1,5 1,5
1,1
0,7 0,6 0,6
0,3 0,3 0,2 0,4
Namíbia Angola África do Sul Botswana Madagascar Tanzânia Mauricias Essuatíni Moçambique RDC Malawi Zimbabué Lesoto Zambia
D. Além disso, Angola apresenta valores muito elevados de trabalho informal mesmo no contexto
regional, essa informalidade afecta de forma incisiva as mulheres e tem consequências
duradouras nas suas vidas
% Emprego Informal no total de emprego não agrícola, 2015
(anos mais recentes para conjunto de países)
92,3 Mulheres Homens
88,6
83,9 82,9
78,8 79,5
76,1 74,6
71,5 72,9
68,3
61,9 60,3
59,3 59,2
55,1 56,9
53,9
50 51,1
36,9
32,5
Moçambique Madagascar SSA Angola Tanzânia Zâmbia Zimbabwe Namibia Essuatíni Maurícia África do Sul
▪ Angola apresenta valores muito elevados de trabalho informal. A informalidade no trabalho afecta de forma muito incisiva as mulheres (cerca de mais
20 p.p)
▪ Esta tendência verifica-se noutros países da região, ainda que apresentem valores mais baixos do que Angola, com execpção de Moçambique
▪ O trabalho informal tem consequência duradouras na vida das mulheres, pois aumenta as dificuldades de acesso a recursos, impossibilita a
construção de projectos individuais autónomos e tem consequências ao longo da vida (sobretudo em fases mais adiantadas da vida)
FONTE: UN Women 58
TRAJECTÓRIA RECENTE
D. A grande maioria das mulheres que trabalha no sector informal trabalha no sector NÃO EXAUSTIVO
Acesso limitado a Como muito poucas mulheres possuem terras, elas não podem aderir
viabilizadores a cooperativas e deixam de gozar dos benefícios financeiros e
económicos comerciais que advêm de fazerem parte destas organizações
1 Diagnóstico de Género de Angola (Pag. 35), EU Programa de Apoio aos Actores Não Estatais (PAANE), 2015
FONTE: Relatório McKinsey Poder da Paridade em África (página 16), November 2019; PAANE report 2015 59
TRAJECTÓRIA RECENTE
D. O trabalho não pago é também desproporcional (em Angola e em África) face ao resto do mundo,
comprometendo a independência e emancipação das mulheres
Trabalho Não Pago1 por região
6.70
As mulheres na África
Austral e Central
apresentam um
2.90 2.90 maior rácio de horas
2.70 Média
trabalhadas mas não
África
pagas em relação
1.90 2.60
aos homens. Este
rácio chega a ser
maior que a média do
continente
Norte de África África Austral África Central África Oriental África Ocidental
(incluindo
Angola)
1 Horas trabalhadas por mulheres por horas trabalhadas por homens
FONTE: : Relatório McKinsey Poder da Paridade em África (página 13), 2020 60
TRAJECTÓRIA RECENTE
Angola 28 14
África 25 22
Angola tem um desempenho
muito superior à média
Europa 23 27 global de representação
feminina no conselho de
África vs. administração
outras EUA 22 23
regiões Angola segue tanto as
médias africanas como
América Latina 7 17 globais na representação
feminina em Comités
Executivos
Ásia do Pacífico 13 9
Média Global 17 21
D. Ainda assim, avanços das mulheres nas posições formais em África excluindo Mulheres
Em África, a
participação das
mulheres no trajecto da
43 28
24 23 educação superior para
cargos de liderança de
topo diminui quanto
mais sénior é a
posição
Trajectória recente
Balanço à luz do
Angola 2025
Macro-tendências até
2050
Potencial e ambição
para Angola em 2050
Eixos de Solução
64
BALANÇO À LUZ DO ANGOLA 2025
Uma parte significativa dos objectivos da Política de Género continuam por Concretizado
Por concretizar
Trajectória recente
Balanço à luz do
Angola 2025
Macro-tendências
até 2050
Potencial e ambição
para Angola em 2050
Eixos de Solução
66
MACRO-TENDÊNCIAS ATÉ 2050
Existem quatro tendências principais que impactam a concretização futura dos objetivos da Igualdade
de Género com impacto para Angola NÃO-EXAUSTIVO
1. Tranversalização da ▪ O género actua como uma estrutura social tendo impacto em todas ▪ Transversalização das políticas de igualdade de género,
perspectiva de género as dimesões da vida social e económica passando a preocupação com a igualdade de género a
(gender mainstreaming) estar presente em todos os sectores da governação
▪ A igualdade de género é um direito fundamental que deve orientar
a decisão política em todos os sectores ▪ Tomadas de decisão política para que o ODS 5 possa
ser concretizado, assumindo a igualdade de género
▪ A igualdade de género como compromisso internacional – ODS 5 –
como prioridade política fundamental nos próximos anos
reforçando o foco nas questões de paridade de género, ao nível
dos Governos e das Empresas
▪ O aumento da cobertura de serviços essenciais continuará a aumentar ▪ Cobertura dos serviços de educação e saúde, com um forte
2. Aumento da escolarização e impactará fortemente no desenvolvimento social e económico dos investimento nestes sectores, condição essencial para o
das raparigas e mulheres países desenvolvimento humano e social do país
e do acesso a informação
▪ A aumento da escolariação e do acesso ao planeamento familiar ▪ Repercursão directa no desenvolvimento de uma sociedade
permitirá a construção de projectos de vida emancipatórios, em mais igualitária, com potencial no desenolvimento económico
particular das mulheres, que terão uma participação mais plena na pelo aumento da participação da mulher no trabalho formal
scoiedade e no trabalho
▪ A igualdade de género é um direito humano fundamental pelo que a ▪ Promoção de sensibilização para a particpação das
4. Aumento da paridade na particpação paritária das mulheres em cargos de decisão política e mulheres em cargos de decisão, mentorias. Mas também
esfera pública e privada económica é uma questão de justiça básica e fundamental que a produção legislativa no sentido de garantir formas de
tenderá a aumentar paridade na decisão política e económica
▪ O aumento da participação das mulheres no emprego formal e ▪ Participação da mulher na economia formal com ganhos
qualificado com claras implicações e potencialidades no crescimento transversais para o país, ao nível social e económico
económicos dos países 67
MACRO-TENDÊNCIAS ATÉ 2050
O que é
A incorporação da perspectiva de género (transversalização a todos os sectores de governação)
adoptada internacionalmente como uma estratégia para alcançar a igualdade de género.
Envolve a integração de uma perspectiva de género na preparação, desenho, implementação,
monitorização e avaliação de políticas, medidas regulatórias e programas de gastos, com o
objectivo de promover a igualdade entre homens e mulheres e combater a discriminação
Pertinência
A transversalização da perspectiva de género garante que a elaboração de políticas públicas
(em todos os sectores) e o trabalho legislativo sejam de maior qualidade e tenham maior A implementação do ODS 5
relevância para a sociedade, porque fazem com que as políticas respondam de maneira mais através da
eficaz às necessidades de todos os cidadãos - mulheres e homens, raparigas e rapazes. A transversalização da
incorporação da perspectiva de género torna as intervenções públicas mais eficazes e garante
perspectiva de género na
que as desigualdades não sejam perpetuadas
esfera da governação
Funcionamento básico pública
Um compromisso político pela igualdade de género e um quadro jurídico compatível são as
condições básicas para o desenvolvimento de uma estratégia bem-sucedida de
transversalização da perspectiva de género. Além dos objectivos e metas concretas, a
incorporação da perspectiva de género exige um plano de acção claro e implicar todas os
sectores. Esse plano deve levar em consideração o contexto, satisfazer as condições
necessárias, cobrir todas as dimensões relevantes, definir as responsabilidades e garantir a
existência das competências necessárias para alcançar os resultados esperados.
68
MACRO-TENDÊNCIAS ATÉ 2050
As mulheres são mais propensas do que os homens a experimentar insegurança alimentar. Esta forma de desigualdade de género é
particularmente grave em África, estando frequentemente associada à falta de controle das mulheres sobre os bens domésticos, terras e
tecnologias agrícolas. Erradicar a fome significa capacitar as meninas e mulheres que produzem, cozinham, processam e vendem grande parte
da comida do mundo.
As desigualdades de género geralmente determinam que o acesso à saúde seja particularmente difícil para as mulheres,
nomeadamente à saúde sexual e reprodutiva. As mulheres não são apenas mais vulneráveis a problemas de saúde, elas também têm
menos acesso aos cuidados de saúde e assumem o peso das responsabilidades pelo trabalho não remunerado de cuidar dos doentes.
O acesso e a permanência na educação (escolarização) tem forte impacto no desenvolvimento social e económico, incluindo na
redução da pobreza. As meninas que vivem na pobreza, sobretudo em áreas rurais, enfrentam as maiores barreiras à educação: as
famílias não conseguem manter todas as crianças na escola e optam por ter apenas os filhos rapazes. Essas lacunas educacionais
limitam precocemente a vida das raparigas e as suas oportunidades de participação social e económica.
A falta de acesso ao saneamento adequado tem maior impacto nas raparigas e mulheres: elas são as principais responsáveis pela recolha
de água. Com base em dados de 24 países da África Subsaariana, de 2005 a 2012, estima-se que 13,5 milhões de mulheres fizeram viagens de
ida e volta mais de uma hora por dia para ir buscar água.
O acesso das mulheres ao trabalho decente e ao rendimento melhora a sua capacidade de acção e decisão sobre as suas próprias
vidas. A igualdade de género no emprego dá às mulheres mais poder de decisão e melhora o bem-estar da família: elas normalmente investem
mais do seu rendimento do que os homens na saúde, na alimentação e na educação dos filhos. No entanto, as desigualdades de género no
trabalho são generalizadas, com as mulheres a terem de enfrentar obstáculos legais e sociais em torno dos tipos de empregos disponíveis ou
até da sua capacidade legal de possuir e usar a terra.
69
MACRO-TENDÊNCIAS ATÉ 2050
Tendências internacionais
“Em 2018, as start-ups tecnológicas africanas angariaram quase USD 1.2 mil milhões em capitais próprios,
por comparação com USD 560 milhões em 2017”.
• As raparigas e mulheres – porque também são menos escolarizadas – encontram-se mais frequentemente em situação de infoexclusão
• As raparigas e as mulheres têm acesso muito reduzido às áreas de formação STEM
• Neste cenário, para que em Angola o desenvolvimento tecnológico não aumente as desigualdades de género e possa ser ferramenta
para a igualdade e contributo central no desenvolvimento económico do país
As raparigas e mulheres ▪ Garante o acesso às tecnologias não apenas como utilizadoras mas
têm de ter mais acesso à também como produtoras (por exemplo: programadoras)
formação nas áreas STEM ▪ Garante às raparigas/mulheres acesso às novas profissões altamente
qualificadas e altamente valorizadas social e economicamente
73
MACRO-TENDÊNCIAS ATÉ 2050
1. As tarefas tradicionalmente associadas às mulheres Oportunidades e desafios das cadeias de valor na África
no mundo rural – o que era um reduto Austral (exemplos)
exclusivamente seu – correm o risco de desaparecer Motores
ou perder importância da Agronegócios (horticultura e açúcar)
macro • O valor do comércio intrarregional no sector agroalimentar
2. Fragilização da situação frágil das mulheres: tendência ultrapassa os USD 2.5 mil milhões e representa cerca de
28% das exportações da região.
trabalhadoras informais, frequentemente não
proprietárias da terra, trabalham para a família, Carne
muitas vezes não remuneradas em dinheiro • A carne bovina é o pilar do sector agrícola no Botswana, na
Namíbia e (em menor grau) no Essuatíni, constituindo
3. Tendo em consideração que as raparigas e as igualmente uma parte significativa do setor agrícola da África
do Sul
mulheres – em contexto rural - são pouco
• O Botswana, a Namíbia e o Essuatíni dispõem de
escolarizadas, este tipo de desenvolvimento matadouros aprovados para exportações para a União
comporta o risco de progressiva exclusão social e Europeia
económica e aprofundamento das dependências
relativamente aos homens
Proporção de mulheres em cargos ministeriais ou lugares de chefia nos gabinetes ministeriais, Angola (%)
Desenvolvimento
negativo
Angola apresenta uma taxa de crescimento da participação política das mulheres que a colocará perto da paridade
Contudo é preciso criar os mecanismos de sustentabilidade para esta participação feminina na decisão política
Uma tendência internacional – que permanece efectiva mesmo nos países nórdicos – para a consolidação e aprofundamento desta
forma de igualdade – são as políticas de paridade que estabelecem quotas de participação das mulheres na política
4. A igualdade de género tem fortes e positivos impactos no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
per capita
A redução das disparidades de género pode representar um Efeito da igualdade de género no PIB per capita na UE
aumento de 12 a 28 triliões adicionais no PIB em 2025
Oportunidade PIB mundial Homem Mulher
2014 $ triliões
1 Representa a diferença entre o PIB anual em 2014 e o PIB em 2025 para um cenário business-as-usual
Fonte: MGI – The power of parity; Instituto Europeu para a Igualdade de Género
77
Estrutura do documento
Trajectória recente
Balanço à luz do
Angola 2025
Macro-tendências até
2050
Potencial e ambição
para Angola em
2050
Eixos de Solução
78
Visão: Igualdade de Género em 2050
Acesso equitativo de
raparigas e rapazes à escola
Equilibrar a representação de
homens e mulheres na política
Maior autonomia e inclusão
económica e financeira da
mulher
Paridade na
educação
Paridade na
política
Paridade na
participação
económica
79
POTENCIAL E AMBIÇÃO
Acréscimo sobre o PIB em "business as usual", % PIB potencial de Angola (mil milhões $) em 20252 num cenário “melhor da região”
em igualdade de género
Mundo 11
121.542,00
África 10
11 049,30 +10% incremento
Índia 16
América Latina 14
China 12
Sudeste Asiático 8
1 Cenário “melhor da região”: reconhece que atingir a igualdade de género será difícil no curto e médio prazo e assume que cada país Africano atinge a posição do país que na região apresenta melhores progressos ao nível da paridade
2 Calculado a partir valor base 2018 e aplicada TACC 0,4% estabelecida para cenário 1 metas de alto nível
Existem nove principais indicadores que poderão ser utilizados para definir o potencial e a ambição
para a Igualdade de Género
Cenários 2050
Dimensão Indicadores Actual Conservador Moderado Optimista Racional
Cenário Conservador: Alinhamento com o segundo quartil
1. Score do Índice de Cenário Moderado: Alinhamento com a média do melhor
1 Igualdade de Género 0,66 0,75 0,83
0,70 quartil
Geral do Fórum Economico
Mundial Cenário Optimista: Subida para o melhor quartil, liderando
ranking africano actual
Existem nove principais indicadores que poderão ser utilizados para definir o potencial e a ambição
para a Igualdade de Género
Cenários 2050
Dimensão Indicadores Actual Conservador Moderado Optimista Racional
46,8 50,0
Cenário Conservador: Mantém-se no segundo quartil
30,0 32,9 Cenário Moderado: Subida para o melhor quartil, próximo da
6. Mulheres no
paridade
Parlamento (%)
Cenário Optimista: Angola atinge a paridade na representação
2 parlamentar
Paridade de
Género na Cenário Conservador: Transita para o melhor quartil, mas
Sociedade 7. Mulheres que 25,9 muito longe de atingir a meta 5.2 dos ODS
sofreram violência 19,2 Cenário Moderado: Redução da taxa de violência ainda longe
física nos últimos 12 10 de atingir a meta 5.2 dos ODS
5
meses (%)
Cenário Optimista: Redução muito substancial da violência
contra as mulheres, próximo da média UE
82
POTENCIAL E AMBIÇÃO
Meta 1: Angola tem de ambicionar posicionar-se numa posição de destaque e liderança face aos
pares no Índice de Igualdade de Género
Score no índice global de Igualdade de Género, 2020
1,00
0,83
0,79 0,78 0,78
0,75 0,73 0,73 0,72 0,72 0,72 0,71 0,71 0,71 0,70 0,69 0,68 0,67 0,66
0,64 0,62 0,61
0,58
Em 30 anos é renovada uma geração. O que for iniciado hoje com o objectivo de uma maior igualdade entre homens e
mulheres terá um profundo impacto na Angola de 2050
Meta 1: Melhoria da posição no Índice poderá ser atingida se forem tomadas medidas transversais
para a efectivação da igualdade de género
Média do Quartil 1 Range Países Exemplo TCAC 2 (%) Posição no Cenários TCAC(%)
Score (2006 - 2020) Ranking Global
Zâmbia 1,0% 45
Melhor Quartil 0,75 0,72 - 0,79 Zimbabué 0,9% 47 Subida para o
Africa do Sul 0,7% 17 Melhor Quartil
Optimista 0,7%
82 0,83
Etiópia 1,2%
Segundo Quartil 0,70 0,69 - 0,71 Uganda 0,4% 65 Subida para o
Botswana 0,2% 73 Melhor Quartil
Moderado 0,4%
0,7% 99 0,75
Senegal
Terceiro Quartil 0,67 0,66 - 0,68
Angola 0,6% 118 Subida para o
Segundo Quartil
Quénia 0,2% 109 Conservador
0,3%
0,70
Costa do Marfim 1,0% 142
Pior Quartil 0,62 0,59 - 0,65
Nigéria 0,6% 128
Mali 0,3% 139
1 Quartis elaborados para 26 países da África Subsaariaana 2 TCAC – Taxa de Crescimento Anual Composta em %
▪ Angola deve ambicionar atingir os scores dos pares que se encontram bem posicionados no ranking global, como o Ruanda, a Namíbia e a
África do Sul, podendo até 2050 obter um score mais próximo da paridade de género (0,83), ainda que superior à actual média do melhor
quartil, mantendo praticamente a mesma TCAC dos últimos 14 anos (0,6%). Saltos significativos foram dados pelo Zimbabué e Zâmbia que
partiram de valores muito próximos ao actual de Angola
▪ Angola registou uma subida em 14 anos no IPG devido à melhoria dos scores nos sub-índices da Saúde e Participação Política, mantendo
uma taxa ligeiramente inferior (0,4%), mas agora centrada na melhoria nos índices de paridade na Educação e na Participação Económica,
onde se encontra mais atrasada, poderá ambicionar chegar à média do melhor quartil. Se essas melhorias não se registarem neste índices,
Angola não irá além da média actual do segundo quartil 84
FONTE: Fórum Económico Mundial, 2020
POTENCIAL E AMBIÇÃO
62,9 62,4
58,7
55,5 54
40,8
29,8
18,9
FONTE: UN Women
85
POTENCIAL E AMBIÇÃO
Meta 2: Angola tem de ambicionar uma cobertura efectiva dos serviços de saúde reprodutiva e atingir
o melhor quartil
Média do Quartil Range Países Exemplo TCAC1(%) Cenários TCAC(%)
(anos p/ série disponível2)
Namibia 1,2%
Subida para o
Melhor Quartil 82,7 80,4 - 84,8 Melhor Quartil 3,5%
Zimbabué 0,9% Optimista
82,7
Lesoto 4,0%
Subida para
Segundo Quartil 76,9 73,9 - 79,0 Segundo Quartil
3,2%
Malauí 3,3% Moderado
76,9
Ruanda 11,3%
Subida para o
Terceiro Quartil 58,7 50,0 - 69,9 Terceiro Quartil
Zâmbia 3,5% 2,3%
Conservador
58,7
RD Congo 1,2%
Pior Quartil 29,8 18,9 - 40,9
Angola s/d
▪ O Ruanda em 15 anos, que partiu de um valor muito baixo (12%), apresenta a maior TCAC entre todos os países analisados. Não existe
série estatística para Angola.
▪ A ambição para Angola a 2050 deverá ser integrar o melhor quartil, o que irá exigir um esforço de crescimento anual na ordem dos 3,5%
▪ Esforços menores neste indicador (TCAC 2,3%) farão Angola subir apenas para o 3º quartil, ficando muito aquém daquilo que será o
desejado para a política de natalidade e de planeamento familiar
1 TCAC – Taxa de Crescimento Anual Composta em %
2 Séries disponíveis em número de anos para cálculo da TCAC: Essuatini (7) Namíbia (13) Lesoto (9) Malauí (16) Ruanda (15) Zâmbia (12) RD Congo (7) Angola (só dados para 2016)
86
FONTE: UN Women
POTENCIAL E AMBIÇÃO
1,04 1,04 1,03 1,02 1,01 1,01 1,00 1,00 0,99 0,99 1,00
0,93 0,91 0,90
0,86
0,83
0,76
Meta 3: Políticas e apoios às famílias são fundamentais para garantir a frequência das meninas no
ensino primário e atingir a paridade
Média do Quartil Range Países Exemplo TCAC1(%) Cenários TCAC(%)
(f/m) (2006 - 2020)
Marrocos 0,4%
Terceiro Quartil 0,99 0,99 - 1,0 Manutenção no 0,4%
Egipto 0,2% Pior quartil
Conservador
0,86
Etiópia 0,3%
Pior Quartil 0,76 - 0,93
0,86 Camarões 0,5%
Angola -0,8%
1 TCAC – Taxa de Crescimento Anual Composta em %
▪ Angola, ao contrário da maioria dos seus pares, regrediu nos últimos 14 anos, tendo em 2020 um índice de 0,76 contra os 0,86 em 2006
▪ Os países com o mesmo ponto de partida que Angola e que tiveram as melhores performances foram os Camarões, Mali e Etiópia. Já o
Senegal, apesar ter registado a melhor TCAC no período, partiu de um valor muito superior a Angola (1,02)
▪ O esforço de Angola terá que ser grande para acompanhar os seus pares, tendo que em 30 anos duplicar a TCAC que outros registaram
em 14 e obter um score de 1.01, ou, com TCAC idêntica ao Senegal (0,9%), subir ao terceiro quartil e ficar perto da paridade
88
FONTE: Fórum Económico Mundial, 2020
POTENCIAL E AMBIÇÃO
1,25
1,20
1,14
1,10 1,08
1,02 1,02 1,01 1,00 1,00 0,97 0,94 1,00
0,93
0,89 0,88 0,87 0,84 0,81 0,81
Meta 4: Também ao nível do ensino secundário é fundamental aumentar a participação das meninas e
raparigas e atingir paridade
Média do Quartil Range Países Exemplo TCAC1(%) Cenários TCAC(%)
(f/m) (2006 - 2020))
Subida para o
3,7%
Melhor Quartil 1,24 1,1 - 1,53 Senegal Segundo Quartil
0,8%
Optimista
Africa do Sul 0,5% 1,02
Subida para
Segundo Quartil 1,02 1,0 - 1,08 Marrocos 1,1% Terceiro Quartil 0,5%
Moderado
Gana 0,8% 0,94
Nigéria 0,4%
Pior Quartil 0,84 0,81 - 0,88
Angola 0,3%
1 TCAC – Taxa de Crescimento Anual Composta em %
▪ O Senegal apresenta a melhor performance do Continente Africano, nos últimos 14 anos, com um crescimento muito difícil de igualar (3,7%
de TCAC), bem como a Etiópia, país que parte de um valor muito abaixo de Angola e garantiu uma melhor pontuação no score (0,968)
▪ Angola deverá em 30 anos garantir a paridade de género no ensino secundário e situar-se, pelo menos, no segundo quartil, uma TCAC na
ordem dos 0,8% será suficiente para obter um score de 1.00
90
FONTE: Fórum Económico Mundial, 2020
POTENCIAL E AMBIÇÃO
Meta 5: A igualdade de género em Angola depende também de uma maior e melhor qualificação das
mulheres
Score e índice de paridade de género no ensino terciário, 2020 Score
1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 0.98 0.93 0.84 0.84 0.83 0.81 0.77 0.73 0.73 0,69 0.67 0.62 0.48 0.41
1,98
1,55
1,43 1,43
1,30
Meta 5: Angola tem condições para atingir a paridade no Ensino Superior antes de 2050
Etiópia 2,5%
Pior Quartil 0,52 0,42 - 0,63
Malauí 1,1%
▪ Angola parte hoje de um índice bastante positivo quando comparado com os seus pares, tendo feito um progresso extraordinário nos
últimos 14 anos devido ao aumento da oferta universitária pública e privada por todo o país. Mantendo o mesmo ritmo de crescimento
(TCAC 1,7%), conseguiria em 30 anos atingir um índice de 1,30, ou seja, em 2050 por cada 100 homens matriculados no ensino superior
existiriam 130 mulheres, uma tendência que se regista em muitos países africanos, com mais mulheres que homens a frequentar o ES
▪ Importa a Angola garantir a paridade no ensino superior, o cenário moderado garante a Angola um score de 1.00, podendo atingi-lo com
uma TCAC bastante inferior à registada na última década (0,6%). Já o Cenário Conservador mantem Angola no segundo quartil,
praticamente sem evolução 92
FONTE: Fórum Económico Mundial, 2020
POTENCIAL E AMBIÇÃO
Meta 6: Uma maior representatividade das mulheres na política depende tão só da vontade política
de definir a paridade como um objectivo a atingir
% de mulheres nos Parlamentos Nacionais, 2020
61,3
50,0
46,8 46,2 46,0
41,8
38,8
36,9
34,9
32,9 31,9 31,1 30,0
Meta 6: A paridade colocará Angola no melhor quartil e em posição de destaque face aos pares
Ruanda n.d
Melhor Quartil 46,8 38,8 – 61,3 África do Sul 2,4%
Subida para o
Melhor Quartil 1,7%
Senegal 1,5% Optimista
50,0
Camarões 9,3%
Segundo Quartil 32,9 Uganda 1,1% Subida para o
30,0 – 36,9 Melhor Quartil 1,5%
Angola 5,1% Moderado
46,8
Quénia 8,5%
Terceiro Quartil
21,3 Mantem-se no
18,0 – 23,3 Zâmbia 1,3% Segundo Quartil 0,3%
Conservador
32,9
Egipto 15,4%
Pior Quartil 12,6
9,5 – 15,9 Gana 1,3%
▪ A ambição para Angola a 2050 deve ser atingir 50% de participação de mulheres no Parlamento. Para tal será necessária uma TCAC na
ordem dos 1,7%, subindo para o melhor quartil, ainda que com um valor superior à média
▪ Quer o cenário moderado, quer o conservador, não permitirão chegar à paridade, sendo que moderado permite a Angola atingir a média
actual do 1º quartil, e o conservador mantem Angola no segundo quartil sem progressos
94
FONTE: Fórum Económico Mundial, 2020
POTENCIAL E AMBIÇÃO
Meta 7: Reduzir a violência contra as raparigas e mulheres é uma questão de direitos fundamentais e
um objectivo fundamental de um Estado de Direito
Mulheres que sofreram violência física nos últimos 12 meses (%)
36,8
32,7
31,5
29,6 29,9
25,9 26,7
25,5
24,3
19,8 19,9 20,2 20,7
19,2
15,5
10
6 7
5
3,2
Meta 7: Angola tem de combater a violência contra as raparigas e mulheres no plano legislativo,
cultural e educacional
Média do Quartil Range Países Exemplo Valor Médias internacionais Valor Posição no
Ranking IGIG
Moçambique 15,5%
19,2 15,5 - 20,7 Ruanda União Europeia 3,2% -
Melhor Quartil 20,7%
Reino Unido 6% 21
Etiópia 19,8%
Portugal 6% 35
Mali 24,3%
24,3 - 25,9 Dinamarca 7% 14
Segundo Quartil 25,2 Quénia 25,5%
Angola 25,9%
Cenários TCAC(%)
Uganda 29,9% Perto da média europeia
Terceiro Quartil 28,7 26,7 - 9,9 - 6,5%
Tanzânia 29,6% Optimista
Zâmbia 26,7% 5%
Perto de valores internacionais - 2,5%
Camarões 32,7% Moderado
Pior Quartil 33,6 31,8 - 36,8 10%
RD Congo 36,6%
31,5% Subida para o Melhor Quartil - 1,8%
Gabão Conservador
19,2%
Nota: Não existem dados históricos para este indicador
▪Para um cenário Optimista (5%), a meta estaria perto do actual valor da média da União Europeia (3,2%), ficando Angola próxima de
atingir a meta 5.2 dos ODS na eliminação das formas de violência contra as mulheres
▪ Na senda dos objectivos do ODS 5, Angola poderá ambicionar uma meta, num cenário Moderado, ao nível dos países europeus, com
um valor ligeiramente superior aos actuais da Dinamarca (7%) e de Portugal (6%)
▪ Para Angola atingir a média do melhor quartil em 2050 (19,2%), o cenário Conservador apresenta uma TCAC de -1,8%, mas longe de
atingir os ODS
96
FONTE: WB - Gender Statistics
POTENCIAL E AMBIÇÃO
Meta 8: Angola para atingir uma melhor posição na dimensão “Participação Económica e
Oportunidade” terá que reforçar a igualdade de género no acesso ao emprego formal pelas mulheres
1,00
0,83 0,83
0,78 0,77 0,77 0,76
0,73 0,72
0,69
0,66 0,66 0,66 0,64 0,64 0,64
0,61 0,59 0,59
0,56
0,43
0,40
Meta 8: Criar oportunidades económicas para as mulheres permitirá a Angola melhor a sua posição no
score e atingir o melhor quartil
Média do Quartil Range Países Exemplo TCAC1(%) Cenários TCAC(%)
(Score) (2006 - 2020))
Maurícia 1,5%
Subida para o
Terceiro Quartil 0,61 0,59 - 0,64 Segundo Quartil
Angola 0,62% 0,1%
Conservador
0,66
Egipto 0,37%
Pior Quartil 0,50 0,40 - 0,58
Etiópia 0%
▪ Num horizonte de 30 anos Angola deve ambicionar uma aproximação significativa ao nível da participação económica entre homens e
mulheres (0,83) para um cenário optimista. Se garantir um ritmo de crescimento inferior ao da África do Sul nos últimos 14 anos, Angola
conseguiria melhorar o seu score até 2050
▪ Angola, ao ritmo que cresceu nos últimos 14 anos poderá ambicionar subir para o 1º quartil mas ainda longe da igualdade entre homens e
mulheres quanto à sua participação económica, ficando com um score na ordem dos 0,77
▪ Já o cenário conservador permite subir ao segundo quartil, mas longe dos objectivos políticos (0,66%) 98
FONTE: Fórum Económico Mundial, 2020
POTENCIAL E AMBIÇÃO
Meta 9: Angola tem de aumentar a igualdade no acesso ao emprego qualificado garantindo as mesmas
oportunidades entre homens e mulheres
1,83
1,27
1,13
1,01 1,00
0,90 1,00
0,84
0,76 0,73 0,70
0,63 0,62 0,59 0,56 0,56 0,54
0,48
0,37
0,32
Tanzânia 3,5% 14
Uganda 2,6% 10
Segundo Quartil 0,73 0,62 - 0,85 Subida para o
Egipto 2,3% 14 1,0%
Segundo Quartil
Moderado
Camarões 4,1% 14 0,73
Gana 1,4% 5
Terceiro Quartil 0,56 0,54 - 0,60
Marrocos 1,4% 14 Mantem-se no
Terceiro Quartil 0,1%
Angola n/d 1
Conservador
Etiópia 0,56
1,3% 14
Pior Quartil 0,34 0,27 - 0,48 Gâmbia 3,6% 5
RD Congo 0% 2
▪ Num horizonte de 30 anos, Angola deve ambicionar a igualdade entre homens e mulheres com profissões qualificadas. Se garantir um ritmo
de crescimento na ordem dos 2,1%, idêntico aos registados pelo Egipto e Uganda nos últimos 14 anos, Angola conseguiria em 30 anos
atingir um rácio de 1,00, ainda que inferior à média actual do melhor quartil
▪ A um ritmo inferior (1,0%) poderá ambicionar também subir para o 2º quartil, ainda que longe da paridade entre homens e mulheres (0,73). O
cenário conservador (TCAC 0,1%) não regista progressos, mantendo-se no terceiro quartil mas atingindo a actual média
100
FONTE: Fórum Económico Mundial, 2020
Estrutura do documento
Trajectória recente
Balanço à luz do
Angola 2025
Macro-tendências até
2050
Eixos de Solução
101
EIXOS DE SOLUÇÃO
NÃO EXAUSTIVO
Principais eixos de solução para a Igualdade de Género
DETALHADO DE SEGUIDA
1. Transversalização da Igualdade ▪ Integrar as questões do género na governação (Igualdade de Género como tarefa fundamental do
de Género na governação Estado)
▪ Promover a importância e a transversalização do género nas estatísticas
▪ Produzir conhecimento e assegurar a monitorização e avaliação do cumprimento das metas e
objectivos nacionais e internacionais na promoção da igualdade de género
▪ Alargar o acesso e aumentar a escolarização das raparigas nos vários níveis de ensino
2. Investimento em Capital Humano ▪ Aumentar e diversificar as competências das raparigas e mulheres
▪ Melhorar o acesso à saúde sexual e reprodutiva, reduzir a mortalidade materna e infantil e as
gravidezes precoces, reduzir o contágio do VIH/SIDA e das DST e a vulnerabilidade das mulheres e
raparigas
Tranversalização da ▪ Definir posição estratégica da pasta da Igualdade de Género no ▪ Criar as condições e implementação de uma
1. Transversalização da igualdade de género organigrama governativo, permitindo que tenha lugar de coordenação política de orçamentação com impacto de género
Igualdade de Género na em todos os sectores política entre todos os sectores relativamente à IG (gender budgeting)
governação de governação ▪ Implementar integralmente a Política Nacional para Igualdade e ▪ Efectivar a aplicação dos indicadores sensíveis
(gender Equidade de Género e eliminar Violência Baseada no Género (VBG) ao género na formulação e avaliação das políticas
mainstreaming) ▪ Criar guiões para a transversalização da Igualdade de Género nos públicas nos diferentes sectores de acção
diferentes sectores da acção governativa e nos governos provinciais governativa
▪ Formar altos quadros e a técnicos dos ministérios dos diferentes
2. Investimento em Capital sectores sobre Igualdade de Género na formulação e avaliação de
Humano políticas públicas
▪ Elaborar Planos Nacionais de Igualdade de nova geração: produzidos
em lógica transversalizada e participada entre todos os sectores de
acção governativa
3. Criação de ▪ Institucionalizar uma rede de organizações da sociedade civil com enfoque nas dimensões da igualdade de género
oportunidades económicas ▪ Desenho de programas e projectos em parceria com as organizações da sociedade civil para implementação das políticas para
a igualdade e equidade de género
103
EIXOS DE SOLUÇÃO
▪ Disponibilização em todas as escolas primárias de cursos básicos de TIC dirigidos às crianças no ensino primário para iniciar
2. Investimento em Capital a literacia digital
Humano
▪ Programa nacional de sensibilização, combate e prevenção do abandono escolar precoce, especialmente destinado às
raparigas e as suas famílias
104
EIXOS DE SOLUÇÃO
▪ Em 2003, o governo do Quénia tornou o ensino gratuito e a entrega de livros escolares e cadernos, o que
levou a um aumento significativo da participação escolar
▪ O “Programa de Patrocínio à Criança (CSP)”, dinamizado por uma ONG holandesa, com o apoio de doadores
internacionais, passou a garantir que as crianças tivessem acesso a uniformes escolares e outro material escolar
▪ Com a entrega de uniforme escolar, juntamente com outros materiais escolares, o absenteísmo escolar reduziu
em mais de um terço, em especial o das crianças mais pobres. Também serviu para incentivar uma maior
participação das meninas no ensino primário. Em termos percentuais, a redução global do absenteísmo
foi estimada em 44%
▪ A avaliação constatou que a existência das bolsas impulsionou o esforço em sala de aula dos alunos e
melhorou as notas dos alunos nos exames. Houve também uma redução de cerca de 25% no absentismo
escolar entre os alunos
▪ Os níveis de frequência dos professores nas escolas também aumentaram, dado que pais frequentavam mais
a escola para avaliar o desempenho dos filhos, e pressionavam os professores a aumentar o foco na educação
dos mesmos
O governo de Moçambique desenvolveu um ambicioso plano educacional para preparar melhor os jovens, raparigas e
rapazes, para actividades empreendedoras
Resultados chave
• Pelo menos 255 escolas implementaram o programa
• 1521 professores foram treinados
• Pelo menos 240.000 estudantes fizeram o curso, 47% deles do sexo feminino
• 85% dos estudantes adquiriram habilidades empreendedoras
• Representação igual entre raparigas e rapazes a iniciar pequenos negócios
• Estudantes de áreas rurais e urbanas mostram igual compromisso com o curso
A educação para o empreendedorismo desempenha um papel importante para desenvolver atitudes, competências e
conhecimentos que permitirão a rapazes e raparigas jovens gerarem seu próprio rendimento, criarem empregos, bem como
contribuírem para o crescimento económico do país. Devido ao impacto muito positivo, o Ministério da Educação e Cultura
integrou o programa na estratégia nacional formal de educação para implementação em todo o país
106
EIXOS DE SOLUÇÃO
Detalhe: Acesso a cuidados médicos e a formas de saúde modernas condição para um A SER APROFUNDADO
NO WORKSHOP SECTORIAL
1. Transversalização da Garantir o acesso ▪ Promover a adopção de uma agenda de Igualdade e Equidade de ▪ Uso de tecnologia para consultas à distância ou
Igualdade de Género na das mulheres de Género no domínio da Saúde em alternativa a lógica de clínicas/consultas
governação qualquer idade à ▪ Apoiar estratégias conjuntas que visem a promoção de serviços de itinerantes
saúde sexual e saúde sexual e reprodutiva para os jovens ▪ Investimentos no sector da saúde feitos com a
reprodutiva segundo ▪ Identificar e implementar estratégias que envolvam homens e lente de género e acautelando as necessidades
métodos modernos mulheres em actividades relacionadas com a saúde da família, particulares da saúde das mulheres
regulação da fertilidade e adopção de práticas sexuais seguras
2. Investimento em Capital ▪ Com parceiros locais e comunitários, lançar campanhas de
Humano sensibilização sobre direitos reprodutivos e saúde sexual
▪ Criação de uma rede de conselheiros para a saúde das mulheres devidamente treinados e certificados (em
complementaridade dos profissionais de saúde)
3. Criação de
oportunidades económicas Prevenção e combate ▪ Estabelecer parcerias com organizações da sociedade civil para
ao VIH/Sida e DST implementar em todo o país programas e projectos que visem a
prevenção do contágio pelo VIH/SIDA através da disseminação de
informação e promoção do acesso ao preservativo
▪ Realizar campanhas públicas e mobilização política para fazer
4. Mudança de atitudes face ao VIH/SIDA que afecta em particular as mulheres e
raparigas
5. Adopção e aplicação de
políticas, legislação e
regulamentos
107
EIXOS DE SOLUÇÃO
Conselheiros para a saúde (das mulheres) e uso das tecnologias para garantir acesso à
saúde: boas práticas ILUSTRATIVO
O que é O que é
▪ Complementar médicos com ▪ O telemóvel pode ser usado para aumentar drasticamente o alcance de
agentes/conselheiros de saúde locais treinados profissionais de saúde mais treinados, como médicos e enfermeiros
com menor intensidade - embora
profissionalmente - que respondem às ▪ A tecnologia está disponível: a maioria das pessoas na África Subsaariana já tem
comunidades de origem – o acesso aos cuidados acesso a telemóveis por meio de amigos, familiares ou acordos de
de saúde poderia melhorar substancialmente compartilhamento de grupos
▪ Baseia-se na contratação de mulheres locais ▪ Um modelo bem-sucedido empregaria call centers urbanos com agentes clínicos,
como agentes/conselheiras de saúde. As enfermeiros e médicos
mulheres rurais são percebidas como mais
confiáveis (e merecedoras de confiança) do que ▪ Em vez de atender directamente os pacientes, esses centros actuariam como
os homens por outras mulheres rurais. Mais, polos que aumentariam o impacto dos agentes de saúde locais, fornecendo-lhes
nalguns países, as mulheres já são o ponto focal suporte clínico avançado
de muitas iniciativas de saúde, incluindo as
reprodutivas Exemplo internacional
Timor-Leste: Primeiro projecto de Saúde Móvel no
▪ A formação necessária deve variar de acordo país (2013), parceria entre Ministério da Saúde e
com as especificidades do programa de cada país parceiros de desenvolvimento, e visa o
acompanhamento das grávidas e a prestação de
cuidados de saúde, ligando-as via sms às parteiras que acompanham Liga Inan
gestação, parto acompanhado e cuidados pós-natais
Fonte: “Three practical steps to better health for Africans”, by Tim Knapp, Ben Richardson, and Shrey Viranna; http://www.ligainan.org/ 108
EIXOS DE SOLUÇÃO
O que é
O uso de clínicas móveis para levar ferramentas de diagnóstico, medicamentos às comunidades locais. Nos últimos anos várias
organizações começaram a empregá-las em escala. Isso sugere que eles podem desempenhar um papel importante na
maximização do alcance dos agentes de saúde locais, reduzindo ainda mais as barreiras de transporte que impedem muitos
africanos (sobretudo, mulheres) de receber atendimento.
Exemplos
Índia: o Health Management and Research Institute, implantou 475 clínicas móveis em Andhra Pradesh em apenas um ano,
conseguindo melhorar a cobertura médica da população rural do estado
Turquia: usou clínicas móveis para dar a grande parte da população rural do país maior acesso a serviços médicos
Egipto: usa camiões para transportar hospitais temporários por todo o país
Como fazer
Menor é geralmente melhor: as vans podem cobrir mais terrenos e estradas pobres da África do que veículos maiores. As vans devem
estar equipadas com refrigeradores para transportar vacinas refrigeradas, medicamentos e amostras de laboratório para e de clínicas
de saúde distantes. Estas vans também devem ter uma cama para tratar pacientes.
Fonte: “Three practical steps to better health for Africans”, by Tim Knapp, Ben Richardson, and Shrey Viranna
109
EIXOS DE SOLUÇÃO
A SER APROFUNDADOS
Detalhe: Criação de oportunidades económicas e de condições adequadas NO WORKSHOP SECTORIAL
Fomento do ▪ Programa de formação e consultadoria de apoio à criação de pequenas e médias empresas para mulheres
empreendedorismo que pretendam integrar o mercado de trabalho através da criação do próprio emprego
1. Transversalização da ▪ Programas de incentivo à formalização da actividade das mulheres nas indústrias criativas
Igualdade de Género na (formal) das mulheres
▪ Programas de incentivo à organização e empreendedorismo de mulheres trabalhadoras rurais (formas de
governação produção e produtos agrícolas ou de base agrícola valorizados no mercado)
▪ Fomento e apoio à criação de cooperativas e associações de mulheres no meio rural que vise a
formalização dos seus negócios
▪ Programas de mentoring para empreendedorismo, permitindo acesso e acompanhamento por parte de
empreendedoras mais experientes e o apoio nas diferentes fases do negócio e no acesso a crédito
2. Investimento em Capital
Humano
Promoção da ▪ Lançar um conjunto de iniciativas de sensibilização para a temática da IG junto do sector privado (médias e
responsabilidade grandes empresas), incluindo a elaboração de um guião de diagnóstico para que as empresas (auto-)
social das avaliem as suas práticas ao nível da igualdade de género para o desenho e implementação de Planos de
empresas Igualdade de Género nas Empresas (PIGE)
3. Criação de ▪ Distinguir as empresas que realizam ou promovem acções concretas e positivas na área da igualdade entre
oportunidades económicas mulheres e homens e da qualidade no trabalho, no emprego e na formação profissional (incluindo a
elaboração de PIGE)
▪ Fomentar junto das grandes empresas o recurso a empresas fornecedoras lideradas por mulheres por
forma a integrá-las nas redes de fornecimento
▪ Promover junto do sector empresarial o estabelecimento de programas de mentoria e formação dirigidos às
mulheres que visem a preparação para cargos de gestão
4. Mudança de atitudes ▪ Flexibilidade de horários de trabalho para homens e mulheres com dependentes, sem penalização
remuneratória ou de desenvolvimento das carreiras
▪ Formação de decisores de topo e intermédios dos sectores público e privado para a importância das
políticas de articulação trabalho-família
▪ Estabelecimento de horários
5. Adopção e aplicação de escolares (creches e todos os níveis
políticas, legislação e de ensino) flexíveis e compatíveis
regulamentos com o mercado de trabalho
110
EIXOS DE SOLUÇÃO
Burkina Faso
111
EIXOS DE SOLUÇÃO
1. Transversalização da
Igualdade de Género na
governação Fomento da ▪ Promover junto do sector público e privado o desenvolvimento de tecnologia dirigida às mulheres, como
tecnologia e a criação de Apps, que potenciem a autonomia, segurança, informação das raparigas e mulheres
inclusão digital ▪ Promover junto das empresas de telecomunicações, um programa de acesso a telemóveis de baixo
custo
▪ Utilização dos meios digitais para partilha de informação sobre direitos e oportunidades, incluindo na
2. Investimento em Capital área da saúde, educação e formação, potenciando a info-inclusão em todo o território
Humano
3. Criação de
oportunidades económicas
4. Mudança de atitudes
5. Adopção e aplicação de
políticas, legislação e
regulamentos
112
EIXOS DE SOLUÇÃO
Desconstrução de ▪ Mobilizar homens com reconhecido papel na sociedade (ao nível cultural, politico, económico, desportivo, etc) para
estereótipos de género campanhas de sensibilização nos meios de comunicação social e redes sociais que visem combater e prevenir a violência
contra as mulheres e raparigas, desconstrução de estereótipos do papel do homem e mulher na sociedade, etc
1. Transversalização da ▪ Desenvolver e implementar com entidades relevantes (ministérios da saúde, educação, trabalho; lideranças comunitárias,
Igualdade de Género na religiosas, organizações da sociedade civil) um programa para consciencialização das mulheres sobre os seus direitos
governação
▪ Apoiar as organizações da sociedade civil, através de formação, assistência técnica e material, para uma participação
activa destas na advocacia e protecção dos direitos das mulheres, incluindo para movimentos que visem promover formas
de masculinidade e feminilidade mais igualitárias; promovam discussão sobre temáticas parentalidade activa, formação e
promoção do papel do pai na prevenção da violência
2. Investimento em Capital ▪ Desenvolver e introduzir nos cursos da oferta formativa apoiada por fundos públicos a dimensão da igualdade entre
Humano mulheres e homens
Aumentar a participação das raparigas nas STEAM: iniciativas de sensibilização para essas áreas
em níveis de ensino precoce ILUSTRATIVO
O projecto vem responder aos objectivos da Agenda para a Igualdade no Mercado de Trabalho e nas
Empresas, contribuindo para o Programa de combate à escolha por mulheres e por homens de áreas
profissionais distintas, fenómeno também conhecido por segregação sexual das ocupações profissionais
Contrariamente a esta tendência, a percentagem de mulheres que frequentam os cursos de engenharia e tecnologias tem evoluído de modo
negativo e preocupante. Quer isto dizer que a taxa de feminização destes cursos se tem mantido baixa e sem alterações.
Pretende-se levar as alunas do ensino não superior a optar pelas engenharias e pelas tecnologias, desconstruindo a ideia de que estas
são domínios masculinos, e fomentar nos rapazes a ideia de que todas as áreas profissionais devem ser partilhadas pelos dois sexos.
O Projecto pretende valorizar a ideia de que todos os ambientes profissionais devem ser igualmente amigáveis para mulheres e para
homens
O projecto Kakuma no Quénia é responsável pela criação de uma rede de Escolas denominadas “Laboratório de Inovação”,
que desenvolveram o seu próprio curriculum, combinando os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com as áreas
STEAM (ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática).
O objectivo é promover a empatia pelo conhecimento, a cidadania global e elevar as habilitações das crianças que residem
em campos de refugiados
Fonte: https://www.cig.gov.pt/acoes-no-terreno/projetos/engenheiras-um-dia; Schools of the Future - Defining New Models of Education for the Fourth Industrial Revolution; Fórum Económico Mundial 114
EIXOS DE SOLUÇÃO
▪ Estes materiais pedagógicos dão cumprimento ao artigo 5º da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Contra as Mulheres, das Nações Unidas
Fonte: CIG
115
EIXOS DE SOLUÇÃO
1. Transversalização da
Lideranças comunitárias ▪ Avaliar e se necessário ajustar o projecto “Njango de Valores” e dar continuidade à sua implementação a nível nacional
Igualdade de Género na
governação
na desconstrução de ▪ Desenvolver brochuras/ manuais, incluindo nas línguas nacionais, que abordem as diferentes temáticas relevantes para o
estereótipos de género objectivo da igualdade de género
▪ Realizar workshops nas comunidades que visem a desconstrução de estereótipos de género e promova valores de igualdade
e valorização das raparigas e mulheres na comunidade e família
▪ Desenhar uma acção de formação dirigida exclusivamente às autoridades tradicionais/sobas e com estes desenhar um
2. Investimento em Capital projecto para implementação nas comunidades e junto das famílias que vise a desconstrução
Humano
Cultura e meios de
▪ Criar um Prémio Igualdade de Género que premeie uma produção ▪ Implementar programa de bolsas na área das
nacional (da comunicação social, cinema, teatro, literatura, etc) que artes para apoiar projectos profissionais de
comunicação social na
aborde a condição da mulher e promova a consciência da sociedade mulheres
desconstrução de
3. Criação de sobre os direitos humanos das mulheres
estereótipos de género
oportunidades económicas ▪ Capacitar profissionais de comunicação social sobre a igualdade de
género e promover uma comunicação social e uns media livres de
estereótipos de género
▪ Financiar e apoiar o estabelecimento de grupos de mulheres e jovens raparigas que, através da cultura, implementem
projectos na área dos direitos humanos
4. Mudança de atitudes ▪ Apoiar a produção de produtos culturais valorizadores do papel da mulher angolana na sociedade
5. Adopção e aplicação de
políticas, legislação e
regulamentos
116
EIXOS DE SOLUÇÃO
A SER APROFUNDADOS
Detalhe: Adopção e aplicação de políticas, legislação e regulamentos NO WORKSHOP SECTORIAL
Sistema integrado ▪ Configuração de todas as formas violência contras as raparigas e as ▪ Programas de regresso à escola destinado
de combate e mulheres como crime público a raparigas/mulheres vítimas de violência
1. Transversalização resposta a ▪ Prevenir e combater as práticas nefastas, incluindo os casamentos infantis, ▪ Programas de formação profissional/
da Igualdade de situações de precoces e forçados, e a mutilação genital feminina capacitação destinados a mulheres vítimas
Género na governação violência contra as ▪ Criação de corpo policial especialmente formado para atender casos de de violência, garantindo a sua integração
mulheres violência contra as mulheres com atendimento permanente /24h económica e autonomia
▪ Programa integrado de formação de profissionais de saúde e da educação
para a sinalização e denúncia de casos de violência contra raparigas e
mulheres
2. Investimento em Capital
▪ Alargamento da rede de abrigos a vítimas de violência
Humano
Acesso ao ▪ Programas de sensibilização contra o preconceito de género inconsciente ▪ Pacotes de políticas públicas de licenças
mercado de destinados a gestores de topo e a chefia intermédias no sector privado e destinadas ao cuidado de crianças e outros
trabalho igualitário público dependentes que promovam a igualdade nas
e não ▪ Políticas activas de quotas para garantir o acesso das mulheres a cargos de responsabilidades cuidadoras de homens e
3. Criação de discriminatório decisão económica (de topo ou intermédias) das organizações de média e mulheres e que lhes garantam a manutenção
oportunidades económicas grande dimensão do sector público e privado do trabalho e a remuneração
▪ Política activa de igualdade salarial entre mulheres e homens, prevendo
penalizações para organizações incumpridoras
▪ Políticas de tolerância zero a comportamentos abusivos no trabalho
(assédio moral e assédio sexual), obrigado organizações de média/grande
dimensão a planos específicos de prevenção e combate destes fenómenos
4. Mudança de atitudes
▪ Políticas de incentivo a grandes organizações (sector público e privado)
para a realização de auditorias de género internas
▪ Criação de organismo público responsável pela fiscalização das condições de igualdade e não discriminação de género ou
sexual no trabalho e no emprego (com eventual capacidade sancionatória)
5. Adopção e aplicação de
políticas, legislação e
regulamentos
118
EIXOS DE SOLUÇÃO
Fonte: https://www.tjse.jus.br/portaldamulher/rede-de-enfrentamento/equipamentos/deams
119
EIXOS DE SOLUÇÃO
O que é:
• A principal missão é promover a igualdade e combater a discriminação com base no género, etnia,
religião, deficiência, orientação sexual, identidade de género, expressão de género e idade.
O que faz:
O que é:
Estabelecida em Portugal em 1979, a CITE é o mecanismo que prossegue a igualdade e não discriminação
entre homens e mulheres no trabalho, no emprego e na formação profissional
Tem uma estrutura tripartida: Estado, sindicatos e organizações patronais
Prossegue:
• A igualdade e a não discriminação entre mulheres e homens no mundo laboral;
• A proteção na parentalidade;
• A conciliação da vida profissional, familiar e pessoal.
Fonte: http://cite.gov.pt/
121
EIXOS DE SOLUÇÃO
3. Criação de
oportunidades económicas
4. Mudança de atitudes
5. Adopção e aplicação de
políticas, legislação e
regulamentos
122
EIXOS DE SOLUÇÃO
Diversos países têm adoptado um sistema de quotas para promover a participação política
ILUSTRATIVO
https://www.idea.int/data-tools/data/gender-quotas/quotas
123
EIXOS DE SOLUÇÃO
Fonte: https://www.ipu.org/parliament/RW
124