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D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou

substituições que contribuem para a continuidade de um texto.


------------------------------------------------------------------ E) momento.
(PAEBES). Leia o texto abaixo.
------------------------------------------------------------------
Massa boa é massa fresca (SPAECE). Leia o texto abaixo.
Os pais de um italianinho eram donos de uma Lobo-guará capturado em Minas
trattoria no interior da Itália. Isso há décadas e
décadas. Comida simples, tradicional, lugar pequeno,
pratos deliciosos. Certa vez, enquanto o menino
brincava no balcão e seu pai assumia as caçarolas, um
turista que degustava a massa viu um ratinho passar
no salão. “O que é isso?”, exclamou o cliente. Sem
reação e também surpreso, o italiano improvisou:
“Essa é Suzi. Mora aqui com a gente”.
PORTUGAL, Rayane. Revista do Correio. Correio Braziliense. 18 jul. 2010. p.
28.

No trecho “... que degustava a massa...”, a palavra


destacada refere-se a Lobo-guará aparece na região do Barreiro, em
A) menino. Belo Horizonte. Um homem estava trabalhando em
B) pai. uma vidraçaria quando o animal entrou no local. O
C) turista. comerciante chamou a Polícia Militar de Meio
D) ratinho. Ambiente.
E) italiano. O lobo estava com a boca machucada e a PM
acredita que ele tenha vindo da mata da Copasa, que
------------------------------------------------------------------ fica a 10 quilômetros do bairro Milionários. Depois de
(PROEB). Leia o texto abaixo. capturado, o lobo-guará foi levado a um veterinário
para tratar dos ferimentos. Ele deve ser levado de
Soneto de fidelidade volta à mata.
Tribuna de Petrópolis, 13 set. 2003.
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto O homem que estava trabalhando em uma vidraçaria
Que mesmo em face do maior encanto é também identificado como
Dele se encante mais meu pensamento. A) policial.
B) milionário.
Quero vivê-lo em cada vão momento C) comerciante.
E em seu louvor hei de espalhar meu canto D) veterinário.
E rir meu riso e derramar meu pranto E) caçador.
Ao seu pesar ou seu contentamento.
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E assim quando mais tarde me procure (PAEBES). Leia o texto abaixo.
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama Impressões

Eu possa lhe dizer do amor (que tive): Ao cruzar a porta você chega à uma sala. Ela
Que não seja imortal, posto que é chama é ampla e mal iluminada, uns 10x10 metros, você não
Mas que seja infinito enquanto dure. consegue enxergar suas extremidades com clareza e
MORAES, Vinícius de. Antologia poética. Editora do Autor: Rio de Janeiro, pode notar alguns vultos de alguns entulhos
1960. p. 96. encostados no que você julga ser as paredes, em seu
interior um cheiro forte de mofo impregna todo o
No trecho “Quero vivê-lo em cada vão momento” (v. ambiente causando um mal-estar enorme, mais ainda
5), o pronome destacado refere-se a é suportável, ao fim dela, você pode ver um fio de luz
A) amor. pequeno no chão, vindo de um canto que você não
B) zelo. pode enxergar perfeitamente, mas sabe que aquela
C) encanto. fresta e aquela luz são de uma porta, do outro lado,
D) pensamento. vozes baixas e uma música suave pode ser notada. [...]
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D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
Disponível em: <http://www.rpgonline.com.br/dicas_de_rpg.asp?id=591> . B) cadeira.
Acesso em: 15 fev. 2012. Fragmento.
C) estante.
A organização desse texto tem como base a D) mesa.
A) a caracterização de um personagem. E) tapete.
B) a descrição de um ambiente.
C) a passagem do tempo cronológico. ------------------------------------------------------------------
D) o diálogo entre personagens. (PAEBES). Leia o texto abaixo.
E) o ponto de vista subjetivo.
O Peixe
------------------------------------------------------------------ Tendo por berço o lago cristalino
(SAERJ). Leia o texto abaixo. Folga o peixe a nadar todo inocente
Burro-sem-rabo Medo ou receio do porvir não sente
Pois vive incauto do fatal destino
São dez horas da manhã. O carreto que Se na ponta de um fio longo e fino
contratei para transportar minhas coisas acaba de A isca avista, ferra-o, inconsciente
chegar.
Vejo sair a mesa, a cadeira, o arquivo, uma Ficando o pobre peixe, de repente
estante, meia dúzia de livros, a máquina de escrever. Preso ao anzol do pescador ladino
Quatro retratos de criança emoldurados. Um desenho O camponês também do nosso estado
de Portinari, outro de Pancetti. Levo também este Daquele peixe tem a mesma sorte
cinzeiro. E este tapete, aqui em casa ele não tem Antes do pleito festa, riso e gosto
serventia. Depois do pleito, imposto e mais imposto
E esta outra fotografia, ela pode fazer falta lá. Pobre matuto do sertão do norte
Disponível em: <http://www.revista.agulha.nom.br/anton07.html>. Acesso
A mesa é velha, me acompanha desde menino:
em: 25 nov. 2009.
destas antigas, com uma gradinha de madeira em
volta, como as do tabelião do interior. Gosto dela: curti No verso “Se na ponta de um fio longo e fino” (v. 5), a
na sua superfície muita hora de estudo para fazer expressão destacada refere-se à palavra
prova no ginásio; finquei cotovelos em cima dela A) lago.
noites seguidas, à procura de uma ideia. Foi de meu B) peixe.
pai. É austera, simpática, discreta, acolhedora e digna: C) isca.
lembra meu pai. D) anzol.
Esta cadeira foi de Hélio Pellegrino, que também E) pescador.
me acompanha desde menino: é giratória e de
palhinha. Velha também, mas confortável como as
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amizades duradouras.
(SEAPE). Leia o texto abaixo.
Mandei reformá-la e tem prestado serviços,
inspirando-me sempre a sábia definição de Sinclair A morte do escorpião
Lewis sobre o ato de escrever: é a arte de sentar-se
numa cadeira. O escorpião estava faminto. Não havia comida
E lá vai ele, puxando a sua carroça, no por perto do local onde se encontrava, e partiu à caça
cumprimento da humilde profissão que lhe vale o de algo para alimentar-se. No caminho, perseguiu uma
injusto designativo de burro-sem-rabo. Não tenho aranha que, ao sentir o perigo, fugiu em desespero e
mais nada a fazer, vou atrás. conseguiu safar-se de sua investida. E o escorpião
Vou atrás das coisas que ele carrega, as minhas prosseguiu sua tarefa.
coisas; parte de minha vida, pelo menos parte Mais adiante, um ganso que perambulava ao
material, no que sobrou de tanta atividade dispersa: o redor, percebeu sua presença e partiu para o ataque,
meu cabedal. [...] porém o escorpião conseguiu se livrar do ganso e
SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. Rio de Janeiro: Ed. do autor, 1962, socou-se embaixo do tronco de uma árvore até que o
p. 10-12.
inimigo, cansado de esperar, retirou-se em busca de
outra presa.
No trecho “... que também me acompanha desde
E o escorpião prosseguiu sua tarefa. Localizou a
menino:...” (5° parágrafo), a palavra destacada
casa de um farinheiro e lá conseguiu penetrar de
refere-se a
mansinho sem ninguém notar. Acomodou-se nos
A) arquivo.
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D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
entulhos do quintal e logo divisou a figura de uma – Como vou saber se o que está dizendo é
barata, o que avivou seu instinto de conservação. verdade? – perguntou a bola.
O escorpião estava prestes a dar um bote na – Que nunca mais me soltem se eu estiver
barata, e assim, saciar sua fome, quando alguém, que mentindo! – o pião respondeu.
não o havia percebido, matou a barata e jogou-a na – Você sabe falar muito bem de si – admitiu a
lixeira. O escorpião ficou furioso e, na primeira bola. – Mas terei de recusar o convite porque estou
oportunidade, atacou o agressor que foi parar no quase noiva de uma andorinha. Toda vez que pulo no
hospital. ar, ele põe sua cabeça para fora do ninho e pergunta
Em seguida, quedou-se a espreitar outro inseto, “você vai, você vai?”. Embora eu ainda não tenha dito
pois, a fome o atormentava. Nesse ínterim, que sim, já pensei nisso; e é praticamente o mesmo
descobriram sua presença, e ele não pôde defender-se que estar noiva. Mas prometo que nunca o
das pauladas que lhe eram dirigidas, e assim, esquecerei.
sucumbiu de estômago vazio. ANDERSEN, Hans Christian. Os mais belos contos de Andersen. São Paulo:
ZEFERINO, Givaldo. Disponível em: Moderna, 2008, p. 74. Fragmento.
<http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=15579&cat=Con
tos>. Acesso em: 2 jun. 2009. No trecho “Embora eu ainda não tenha dito que
sim,...” (último parágrafo), o pronome em destaque
No trecho “... o que avivou seu instinto de refere-se
conservação.” (final do 3° parágrafo), o termo A) ao pião.
destacado refere-se ao fato de o escorpião B) à bola.
A) divisar a figura de uma barata. C) ao menino.
B) entrar na casa de um farinheiro. D) ao prefeito.
C) estar prestes a dar um bote. E) à andorinha.
D) ficar acomodado nos entulhos do quintal.
E) prosseguir sua tarefa de caça ao alimento. ------------------------------------------------------------------
(SAEPE). Leia o texto abaixo.
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Das estrelas ao GPS
(SPAECE). Leia o texto abaixo.
Atualmente, é muito mais fácil viajar do que era no
Os namorados passado. As viagens foram facilitadas tanto pelo
desenvolvimento de novas tecnologias como pelo aumento
Um pião e uma bola estavam numa gaveta em
do próprio número de viagens, o que levou a seu
meio a um monte de brinquedos. Um dia o pião disse barateamento e tornou-as mais acessíveis para grande
para a bola: parte da população.
– Devíamos namorar, afinal, ficamos lado a lado Antes do advento dos aviões a jato, as viagens aéreas
na mesma gaveta. para grandes distâncias eram algo penoso, principalmente
Mas a bola, que era feita de marroquim, achava por conta da pequena autonomia das aeronaves. Em
que era uma jovem dama muito refinada e nem se qualquer viagem, mesmo dentro do Brasil, era preciso fazer
dignou a responder à proposta do pião. várias escalas para abastecê-las. Hoje, os aviões de
No dia seguinte, o menino, a quem todos esses passageiros são capazes de viajar mais de 10 mil km sem
brinquedos pertenciam, pintou o pião de vermelho e necessidade de abastecimento.
Uma das coisas mais importantes em qualquer
branco e pregou uma tachinha de bronze no meio
viagem é conhecer bem a rota e saber se a está seguindo
dele. Ficava maravilhoso ao rodar. corretamente. Desde a antiguidade, o homem criou várias
– Olhe para mim agora! – o pião disse para a formas de se orientar e encontrar os caminhos certos em
bola. – O que você acha, não daríamos um belo casal? suas viagens, que antes de serem simplesmente para as
Você sabe pular e eu sei dançar! Como iríamos ser férias de verão, carregavam a missão de descoberta e
felizes juntos! exploração.
– Isso é o que você acha – a bola retrucou – A melhor tecnologia disponível hoje para determinar
Você por acaso sabia que minha mãe e meu pai eram a posição exata de um ponto é o GPS – sigla de Global
um par de chinelos marroquim, e que eu tenho cortiça Positioning System. Em Português, Sistema de
dentro de mim? Posicionamento Global. O sistema utiliza satélite com
relógios atômicos perfeitamente sincronizados, com
– Mas eu sou de mogno – gabou-se o pião. – E
precisão de um nanossegundo (uma fração de um bilhão de
ninguém menos que o próprio prefeito quem me fez, um segundo), o que permite a localização de um objeto
num torno que tem no porão. – E foi um grande prazer com margem de erro de apenas 15 metros.
para ele.

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D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
O GPS é amplamente utilizado em embarcações e nossa vida, e é o que a faz ser boa”, afirma o cientista
aviões. Com o barateamento dessa tecnologia, ficou político Clóvis Barros Filho, professor de Ética da Escola de
acessível também para os motoristas de automóveis – custa Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP).
menos do que algumas centenas de reais. Com o “É uma ilusão narcisista acreditar que se vai viver em gozo
equipamento, é mais fácil navegar pelas ruas e estradas, eternamente. Ficar dos 60 aos 120 anos curtindo
pois ele permite traçar as rotas mais rápidas ou mais curtas, aposentadoria e nunca aceitar o dissolver que é o nosso
o que é muito útil nas grandes cidades. destino”, diz a filósofa e terapeuta Regina Favre, de São
Ao viajar, seja de avião ou automóvel, contando com Paulo, que acredita que a busca pela longevidade sem fim
as facilidades tecnológicas hoje disponíveis, nem seja fruto da solidão, do desamparo e do medo gerado
lembramos o quanto já foi difícil fazer viagens e travessias. pelos problemas da velhice e proximidade da morte. Ou
Mas o fato é que o homem, para encontrar o caminho como escreveu o escritor argentino Jorge Luis Borges
correto – ou o mais rápido – já utilizou as mais diversas (1899-1986) no conto O Imortal, publicado no livro O Aleph:
estratégias e aparatos, desde as mais simples, como a “Dilatar a vida dos homens é como dilatar sua agonia e
observação das estrelas, às mais sofisticadas, como o GPS. multiplicar o número de suas mortes”.
OLIVEIRA, Adilson de. Departamento de Física Universidade Federal de São Galileu. São Paulo: Globo, n. 2351, p. 43, fev. 2011. Fragmento.
Carlos. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/
colunas/fisica-sem-misterio/das-estrelas-ao-gps#>. Acesso em: 16 dez. No Texto, no trecho “Por consequência, as doenças
2010. Fragmento.
decorrentes dela...” (1° parágrafo), o termo destacado
refere-se à
No trecho “... tornou-as mais acessíveis...” (1° parágrafo), o
A) crença.
pronome destacado refere-se a
B) imortalidade.
A) viagens.
C) juventude.
B) tecnologias.
D) morte.
C) distâncias.
E) velhice.
D) aeronaves.
E) escalas.
------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------------------------ (SAEPE). Leia o texto abaixo.
(REME). Leia o texto abaixo.
Backup de lembranças
A cura do envelhecimento O americano Gordon Bell, pioneiro da
comunicação na década de 60, fez um experimento
[...] A busca pela imortalidade e pela juventude
eterna sempre fascinou o homem, único animal que tem
consigo mesmo para mostrar como finalmente
consciência da própria morte – e por isso sofre. Mas nunca podemos escapar do esquecimento biológico. Tudo
esteve tão próxima de ser alcançada. Como Ponce de Leóns começou em 1998, quando Bell decidiu digitalizar
contemporâneos, os cientistas do século XXI vêm todos os documentos de papel que guardava desde os
perseguindo a maior causa de morte no mundo: a velhice. anos 50: fotos, anotações de trabalho e até imagens
Por consequência, as doenças decorrentes dela [...]. de suas roupas. No “ápice” do experimento, retratado
[...] A crença de que a ciência e a tecnologia nos em O Futuro da Memória (2009, Editora Campus), ele
permitirão redesenhar o próprio corpo para nos fazer viver chegou a gravar quase tudo o que acontecia na sua
muito mais, até indefinidamente, guia uma corrente vida. Para isso, usava uma microcâmera em seu peito
filosófica chamada transumanismo. Os seguidores do
que tirava fotos a cada 5 segundos, e carregava um
pensamento acreditam que por meio de áreas de
conhecimento emergentes como a biotecnologia,
gravador para captar todos os sons que ouvia. Tudo o
poderemos superar a própria condição humana. “O homem que Gordon lê num computador é automaticamente
não é o final da evolução biológica, e sim o começo de uma repassado para um sistema que funciona como um
evolução tecnológica”, afirma o engenheiro venezuelano Google pessoal. Lá, ele consegue checar
formado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e instantaneamente quando e com quem estava em
que já trabalhou para a Nasa, José Cordeiro, grande dado momento, e até encontrar o que aquela pessoa
divulgador do transumanismo na América Latina. Ele disse. “É ótimo ter um backup de memória”, diz o
acredita que assistiremos à morte da morte – e que não há pesquisador da Microsoft de 76 anos, que critica as
nada de antinatural nisso. “O propósito da vida é mais vida. técnicas de memorização.
Além do mais, ninguém quer morrer, ainda mais se tiver a
Na verdade, há quem argumente que a cabeça é
oportunidade de não ficar velho”.
A visão de que vale a pena manipular nosso corpo a
um dos piores lugares para se guardar uma memória –
qualquer custo para ser jovem para sempre encontra ao menos se você quiser ser uma versão mais próxima
olhares críticos. “Essa pretensão de vida eterna é um erro do que realmente aconteceu. Imagine que nosso
existencial, uma arrogância do homem em querer inventar armazenamento de informação é semelhante a uma
uma vida que não é sua. Pois afinitude é um atributo da trupe de atores (os neurônios) interpretando uma
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D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
peça. Cada um sabe somente suas falas, que devem mas só deixava passar
ser ditas após a deixa dos outros. Se um dos atores meia pessoa de cada vez.
ficar doente, atrapalha a peça, forçando os Assim não era possível atingir toda a verdade,
companheiros a improvisar. A metáfora serve para porque a meia pessoa que entrava
explicar por que, ao recuperarmos algumas de nossas só trazia o perfil de meia verdade.
memórias, nós as fortalecemos, mas enfraquecemos e E sua segunda metade
esquecemos outras que não estão relacionadas. E voltava igualmente com meio perfil.
(desculpe, Gordon Bell) não há arquivo que combata E os meios perfis não coincidiam.
isso. Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Galileu. n. 241. Ago. 2011. p. 45. Fragmento. Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Nesse texto, no trecho “Lá, ele consegue checar
Era dividida em metades
instantaneamente...” (1° parágrafo), a palavra
diferentes uma da outra.
destacada está no lugar de
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
A) microcâmera.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
B) gravador.
E carecia optar. Cada um optou conforme seu
C) computador.
capricho, sua ilusão, sua miopia.
D) sistema. http://www.analisedetextos.com.br/2010/09/analise-do-poema-verdade-d
E) memória. e-carlos.html.

Nos versos: “E sua segunda metade / voltava


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igualmente com meio perfil” (v.7-8). A palavra
(SAEPE). Leia o texto abaixo.
destacada refere-se à
Capítulo CXIX (A) verdade.
(B) pessoa.
Quero deixar aqui, entre parênteses, meia dúzia (C) miopia.
de máximas das muitas que escrevi por esse tempo. (D) ilusão.
São bocejos de enfado; podem servir de epígrafe a (E) porta.
discursos sem assunto: Suporta-se com paciência a
cólica do próximo.
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Matamos o tempo; o tempo nos enterra.
(SPAECE). Leia o texto abaixo.
Um cocheiro filósofo costumava dizer que o
gosto da carruagem seria diminuto, se todos Idioma ajuda a criar marcas de identidade
andassem de carruagem.
Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros. A língua é patrimônio de uma coletividade, seja
Não se compreende que um botocudo fure o ela a língua oficial de um Estado constituído, seja ela a
beiço para enfeitá-lo com um pedaço de pau. Esta língua materna de uma comunidade minoritária de
reflexão é de um joalheiro. imigrantes em um país estrangeiro, [...] e assim por
Não te irrites se te pagarem mal um benefício; diante. De qualquer modo, a língua constitui marca
antes cair das nuvens, que de um terceiro andar. identitária da comunidade que a usa [...].
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. Fragmento.
Entretanto, nenhuma língua compõe um bloco
No trecho “... para enfeitá-lo...” (5° parágrafo), o de formas e construções cristalizadas, usadas sempre
pronome destacado substitui o termo do mesmo modo por todos os falantes, isto é,
A) beiço. nenhuma língua é cristalizada, sem variações,
B) botocudo. imutável. Aliás, imaginar uma língua que assim fosse é
C) cocheiro. imaginar algo completamente impossível.
D) joalheiro. Uma língua cumpre suas funções em uma
E) pau. comunidade exatamente porque: ela é moldável, para
satisfação dos propósitos da fala; ela é variável, para
oferta às escolhas dos falantes; ela é dinâmica, para
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servir às necessidades de expressão nas diferentes
(MAISIDEB). Leia o texto a seguir e responda:
situações, nos diferentes lugares, nos diferentes
Verdade momentos. Só assim ela revela as identidades
individuais que se constroem no espaço simbólico que
A porta da verdade estava aberta,
ela própria identifica e marca, no conjunto. [...]
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D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
Significa isso que se esteja negando a existência No trecho “Para eles o mundo é assombroso.” (2°
de padrões? Não, pelo contrário. Nessa variabilidade e parágrafo), o pronome destacado retoma
nesse dinamismo naturalmente se formam “padrões” A) livros infantis.
de uso, que, por sua vez, identificam grupos, e, numa B) ipês-amarelos.
apuração mais fina, identificam os próprios indivíduos. C) amores.
NEVES, Maria Helena de Moura. Língua Portuguesa. Set. 2010. Fragmento. D) cães.
E) olhos.
No trecho “... que se constroem no espaço
simbólico...” (3° parágrafo), a palavra destacada
retoma o termo ------------------------------------------------------------------
A) diferentes situações. (SAEPB). Leia o texto abaixo.
B) escolhas. A herança
C) identidades individuais.
D) necessidades. Tenho muito carinho pelo meu telefone fixo. E
E) propósitos da fala. isso desde os tempos em que ele não era chamado de
telefone fixo, mas apenas de telefone. Embora eu
------------------------------------------------------------------ perceba que ele não seja lá tão fixo assim, já que
(SAEPI). Leia o texto abaixo. circula com desenvoltura pela casa toda.
Meu pai não foi homem de muitas posses [...]
Os ipês-amarelos nunca comprou nada, com raras exceções, nada que
pudesse ficar, por exemplo, como herança. Entre as
Uma professora me contou esta coisa deliciosa.
exceções, havia um telefone. [...] Era isso que eu
Um inspetor visitava uma escola. Numa sala ele viu,
queria dizer. Ganhei de herança do meu pai um
colados nas paredes, trabalhos dos alunos acerca de
telefone. [...]
alguns dos meus livros infantis. Como que num
E é essa linha que eu vejo agora vivendo seus
desafio, ele perguntou à criançada: “E quem é Rubem
últimos dias. De pouco me serve aquele telefone fixo.
Alves?”. Um menininho respondeu: “O Rubem Alves é
Amigos, colegas, parentes, propostas de trabalho,
um homem que gosta de ipês-amarelos...”. A resposta
chateações de telemarketing – tudo chega a mim pelo
do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das
telefone celular.
coisas. As pessoas são aquilo que elas amam. XEXEO, Artur. Revista O Globo. n. 316, 15 ago. 2010.
Mas o menininho não sabia que sou um homem
de muitos amores... Amo os ipês, mas amo também No trecho “E isso desde os tempos em que...”, o
caminhar sozinho. Muitas pessoas levam seus cães a pronome destacado retoma o trecho:
passear. Eu levo meus olhos a passear. E como eles A) “Tenho muito carinho pelo meu telefone fixo.”.
gostam! Encantam-se com tudo. Para eles o mundo é B) “... os tempos em que ele não era chamado de
assombroso. Gosto também de banho de cachoeira telefone fixo,...”.
(no verão...), da sensação do vento na cara, do barulho C) “Embora eu perceba que ele não seja lá tão fixo
das folhas dos eucaliptos, do cheiro das magnólias, de assim,...”.
música clássica, de canto gregoriano, do som metálico D) “... já que circula com desenvoltura pela casa
da viola, de poesia, de olhar as estrelas, de cachorro, toda.”.
das pinturas de Vermeer (o pintor do filme “Moça com E) “Meu pai não foi homem de muitas posses...”.
Brinco de Pérola”), de Monet... [...]
Diz Alberto Caeiro que o mundo é para ser visto, ------------------------------------------------------------------
e não para pensarmos nele. Nos poemas bíblicos da (SAEGO). Leia o texto abaixo.
criação, está relatado que Deus, ao fi m de cada dia de
trabalho, sorria ao contemplar o mundo que estava Civilização play center
criando: tudo era muito bonito. Os olhos são a porta
De acordo com o princípio da difusão dos
pela qual a beleza entra na alma. Meus olhos se
sistemas técnicos, dos aparelhos e dos computadores
espantam com tudo que veem. [...] Vejo e quero que
e de acordo também com o princípio da realidade
os outros vejam comigo. Por isso escrevo. Faço
virtual e das possibilidades de o homem ter hoje mais
fotografias com palavras. ALVES, Rubem.
Disponível em: <http://www.stellabortoni.com.br/index>. Acesso em: 23 acesso a ela, todas as experiências de emoção podem
maio 2011. Fragmento. ser submetidas a sistemas de programação. Não me
ocorre nenhuma outra analogia para descrever esta
realidade que não seja a do parque de diversões.

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D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
Nossa sociedade atual transformou-se num grande nos tribunais ingleses, onde compõem a indumentária
complexo de play centers, e isso não só pelo princípio oficial dos juízes.
Disponível em:
de que tudo pode ser comprado, mas também pelo
<http://mundoestranho.abril.com.br/historia/pergunta_285920.shtml>.
fato de que as emoções se tornam hoje Acesso em: 27 mar. 2010. * Adaptado: Reforma Ortográfica.
administráveis.
Assim, tanto na sociedade em geral quanto no No techo “... elas logo caíram em desuso.” (final do 2°
play center, tem-se emoções marcadas por tensão, parágrafo), o pronome em destaque retoma
medo, violência, angústia, aflição, mas ao mesmo A) diferenças.
tempo, seguras, rapidamente esquecíveis, sem B) cabeleiras.
reflexos traumáticos, sem desdobramentos psíquicos, C) perucas.
que podem ser previamente adquiridas e sentidas no D) classes sociais.
momento desejado. E) cabeças raspadas.
FILHO, Ciro Marcondes. Sociedade tecnológica. São Paulo: Scipione, 1994,
p. 92-93.
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No trecho “... e das possibilidades de o homem ter (SAEPE). Leia o texto abaixo e responda.
hoje mais acesso a ela,...” (1° parágrafo) o termo em
destaque retoma A decadência do Ocidente
A) difusão.
O doutor ganhou uma galinha viva e chegou em
B) realidade virtual.
casa com ela, para alegria de toda a família. O filho
C) emoção.
mais moço, inclusive, nunca tinha visto uma galinha
D) outra analogia.
viva de perto. Já tinha até um nome para ela –
E) sociedade atual.
Margarete – e planos para adotá-la, quando ouviu do
pai que a galinha seria, obviamente, comida.
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– Comida?!
(SAERO). Leia o texto abaixo e responda.
– Sim, senhor.
Por que todo mundo usava peruca na Europa dos – Mas se come ela?
séculos XVII e XVIII? – Ué. Você está cansado de comer galinha.
– Mas a galinha que a gente come é igual a esta
Não era todo mundo, apenas os aristocratas. A aqui?
moda começou com Luís XIV (1638-1715), rei da França. – Claro.
Durante seu governo, o monarca adotou a peruca pelo Na verdade, o guri gostava muito de peito, de
mesmo motivo que muita gente usa o acessório ainda coxa e de asas, mas nunca tinha ligado as partes do
hoje: esconder a calvície. O resto da nobreza gostou da animal. Ainda mais aquele animal vivo ali no meio do
ideia e o costume pegou. A peruca passou a indicar, apartamento.
então, as diferenças sociais entre as classes, tornando-se
O doutor disse que queria comer uma galinha ao
sinal de status e prestígio. Também era comum espalhar
molho pardo. A empregada sabia como se preparava
talco ou farinha de trigo sobre as cabeleiras falsas para
uma galinha ao molho pardo? A mulher foi consultar a
imitar o cabelo branco dos idosos. Mas, por mais
empregada. Dali a pouco o doutor ouviu um grito de
elegante que parecesse ao pessoal da época, a moda das
perucas também era nojenta. horror vindo da cozinha. Depois veio a mulher dizer
“Proliferava todo tipo de bicho, de baratas a que ele esquecesse a galinha ao molho pardo.
camundongos, nesses cabelos postiços”, afirma o estilista – A empregada não sabe fazer?
João Braga, professor de História da Moda das – Não só não sabe fazer, como quase desmaiou
Faculdades SENAC, em São Paulo. Em 1789, com a quando eu disse que precisava cortar o pescoço da
Revolução Francesa, veio a guilhotina, que extirpou a galinha. Nunca cortou um pescoço de galinha.
maioria das cabeças com perucas. Símbolo de uma Era o cúmulo! Então a mulher que cortasse o
nobreza que se desejava exterminar, elas logo caíram em pescoço da galinha.
desuso. Sua origem, porém, era muito mais velha do que – Eu?! Não mesmo!
a monarquia francesa. O doutor lembrou-se de uma velha empregada
No Egito antigo, homens e mulheres de todas as de sua mãe. A Dona Noca.
classes sociais já exibiam adornos de fibra de papiro – na – A Dona Noca já morreu – disse a mulher.
verdade, disfarce para as cabeças raspadas por causa de – O quê?!
uma epidemia de piolhos. Hoje, as perucas de cachos – Há dez anos.
brancos, típicas da nobreza europeia, sobrevivem apenas

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D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
– Não é possível! A última galinha ao molho – Lembra de mim, professor?
pardo que eu comi foi feita por ela. Também estou de cabelos brancos. Menos que
– Então faz mais de 10 anos que você não come ele, claro.
galinha ao molho pardo. Com o indicador da mão esquerda acerta o
Alguém no edifício se disporia a degolar a gancho dos óculos no alto do nariz fino e cheio de
galinha. Fizeram uma rápida enquete entre os pintas pretas e veiazinhas azuladas, me encara, deve
vizinhos. Ninguém se animava a cortar o pescoço da estar folheando o livro de chamada, verificando um a
galinha. Nem o Rogerinho do 701, que fazia coisas um o rosto da cambada da segunda fila da classe.
inomináveis com gatos. – Fui seu aluno, professor!
– Somos uma civilização de frouxos! – DIAFÉRIA, Lourenço. O imitador de gato. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2003.
Fragmento.
sentenciou o doutor. Foi para o poço do edifício e
repetiu:
A expressão destacada em “Estou ficando
– Frouxos! Perdemos o contato com o barro da
enferrujado” (7° parágrafo), tem o mesmo sentido de
vida!
A) contrair doenças.
E a Margarete só olhando.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. A decadência do Ocidente. In: A mesa voadora.
B) estar preguiçoso.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p.98. C) ser descuidado.
D) ser esquecido.
A repetição da expressão “galinha ao molho pardo” E) ter limitações.
revela a
A) vontade do médico de comer aquele tipo de ------------------------------------------------------------------
receita de galinha. (SAEPE). Leia o texto abaixo.
B) curiosidade do menino que nunca tinha visto uma
galinha viva. Resiliência
C) impaciência da esposa por não conseguir resolver A arte de dar a volta por cima
o problema.
D) ignorância da empregada que não sabia fazer a “Aquilo que não me destrói me fortalece”,
receita. ensinava o filósofo Friedrich Wilhelm Nietzsche. Este
E) falta de coragem das pessoas para cortar o poderia ser o mote dos resilientes, aquelas pessoas
pescoço da galinha. que, além de pacientes, são determinadas, ousadas
flexíveis diante dos embates da vida e, sobretudo,
------------------------------------------------------------------ capazes de aceitar os próprios erros e aprender com
(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda. eles.
Sob a tirania implacável do relógio, nosso dia a
Dia do professor de anacolutos dia exige grande desgaste de energia, muita
competência e um número cada vez maior de
Levantei-me, corri a pegar o giz, aqui está, habilidades. Sobreviver é tarefa difícil e complexa,
professor. Ele me olhou agradecido, o rosto cansado. sobretudo nos grandes centros urbanos, onde vivemos
Já naquela época, o rosto cansado. Dava aulas em três correndo de um lado para outro, sobressaltados e
escolas e ainda levava para casa uma maçaroca de estressados. Vivemos como aqueles malabaristas de
provas para corrigir. circo que, ofegantes, fazem girar vários pratos
O aluno preparava-se para sentar, ele, o olhar simultaneamente, correndo de lá para cá,
fino: impulsionando-os mais uma vez para que recuperem o
– Aproveitando que o moço está de pé, me diga: movimento e não caiam ao chão.
sabe o que é um anacoluto? O capitalismo, por seu lado, modelo econômico
É o que dá a gente querer ser legal. dominante em nossa cultura, sem nenhuma cerimônia
Vai-se apanhar o giz do chão, e o professor vem empurra o cidadão para o consumo desnecessário,
e pergunta o que é anacoluto. Por que não pergunta quer ele queira ou não. A propaganda veiculada em
àquela turma que ficou rindo do bolso traseiro todas as mídias é um verdadeiro “canto da sereia”;
rasgado das calças dele? suas melodias repetem continuamente o refrão:
– Anacoluto... Anacoluto é... Anacoluto. “comprar, comprar, comprar”.
– Pode se sentar. Vou explicar o que é anacoluto. Juntam-se a isso o trânsito caótico, a saraivada
Muito obrigado por ter apanhado o giz do chão. Estou cotidiana de más notícias estampadas nas manchetes
ficando enferrujado. e as várias decepções que aparecem no dia a dia, e
Agora era ele, no bar, tomando café. pronto: como consequência, ficamos frágeis,
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D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
repetitivos, desesperançados e perdemos muita uma fonte de proteína para as massas, principalmente na
energia vital. forma de hambúrguer”, escreveu Florian Werner. [...]
Se de um lado a tecnologia parece estar a nosso Comer um bom bife é uma aspiração natural e cultural.
favor, pois cada vez mais encurta distâncias e agiliza a Ou seja, nem que a vaca tussa a humanidade deixará de
informação, de outro ela acelerou o ritmo da vida e ser onívora.
Revista Veja. p. 90-91, 17 jun. 2009. Fragmento.
nos tornou reféns de seus inúmeros e reluzentes
aparatos que se renovam continuamente. E assim fi
camos brigando contra o... tempo! No trecho “...subtraindo-lhes a importância...” (2°
KAWALL, Tereza. Revista Planeta, Fevereiro de 2010, Ano 38, Edição 449, p.
60-61. Fragmento. parágrafo), o pronome destacado retoma o termo
A) ambientalistas.
No trecho “Juntam-se a isso...” (4° parágrafo), a B) bovinos.
palavra destacada refere-se C) cientistas.
A) ao consumismo gerado pelo capitalismo. D) homens.
B) ao trânsito caótico nas grandes cidades. E) rebanhos.
C) às notícias ruins veiculadas pela mídia.
D) às necessidades vitais das pessoas. ------------------------------------------------------------------
E) às várias decepções do dia a dia. (SPAECE). Leia o texto abaixo.

Atento Rapazote
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(SAEPE). Leia o texto abaixo e responda. “Eram os primeiros anos do século passado, e
aquele agente dos correios, recémchegado de Maceió,
A melhor amiga do homem
foi recebido na cidade com admiração que misturava
Diogo Schelp
espanto e reverência, pois, de acordo com os
Devemos muito à vaca. Mas há quem a veja como comentários que logo correram, tratava-se de pessoa de
inimiga. A vaca, aqui referida como a parte pelo todo vasto conhecimento, homem de muitas letras, um sábio.
bovino, é acusada de contribuir para a degradação do Por ser tudo isso, certamente, não foi hostilizado por seu
ambiente e para o aquecimento global. Cientistas jeito esquisito de se vestir e pela aparência amalucada
atribuem ao 1,4 bilhão de cabeças de gado existentes no que lhe davam os cabelos compridos sempre em
mundo quase metade das emissões de metano, um dos desalinho. (...)
gases causadores do efeito estufa. Acusam-se as A figura estranha trazia, também, idéias que iam
chifrudas de beber água demais e ocupar um espaço muito além dos morros em redor da cidade. As
precioso para a agricultura. discussões na casa do Pão-sem-miolo despertavam
O truísmo inconveniente é que homem e vaca são interesse cada vez maior entre a rapaziada, a maioria
unha e carne. [...] Imaginar o mundo sem vacas é como estudantes de um colégio recém-fundado em
desejar um planeta livre dos homens – uma ideia, aliás, Viçosa, o Internato Alagoano. Muitos não chegavam a
vista com simpatia por ambientalistas menos compreender as explanações do mestre, mas insistiam,
esperançosos quanto à nossa espécie. “Alterar iam em frente, tomavam conhecimento de Coelho Neto,
radicalmente o papel dos bovinos no nosso cotidiano, Aluísio Azevedo, depois Zola, Victor Hugo. (...)
subtraindo-lhes a importância econômica, pode levá-los Um dos mais atentos ouvintes de Mario Venâncio era um
à extinção e colocar em jogo um recurso que está na rapazote de 12 anos chamado Graciliano Ramos.”
(Em, Audálio Dantas, O Chão de Graciliano. Tempo d’Imagem, 2007. In:
base da construção da humanidade e, por que não, de Revista: Discutindo Literatura – Ano 3, nº 18. p. 36.
seu futuro”, diz o veterinário José Fernando Garcia, da
Universidade Estadual Paulista em Araçatuba. [...] O “Atento Rapazote” de que fala o título desse texto é
A vaca tem um papel econômico crucial até onde é
A) Aluísio Azevedo.
considerada animal sagrado. Na Índia, metade da energia
B) Coelho Neto.
doméstica vem da queima de esterco. O líder indiano
C) Graciliano Ramos.
Mahatma Gandhi (1869-1948), que, como todo hindu,
D) Mário Venâncio.
não comia carne bovina, escreveu: “A mãe vaca, depois
de morta, é tão útil quanto viva”. Nos Estados Unidos, as E) Victor Hugo.
bases da superpotência foram estabelecidas quando a
conquista do Oeste foi dada por encerrada, em 1890, ------------------------------------------------------------------
fazendo surgir nas Grandes Planícies americanas o maior (SPAECE). Leia o texto abaixo.
rebanho bovino do mundo de então. “Esse estoque
permitiu que a carne se tornasse, no século seguinte, POLUIÇÃO DA ÁGUA

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D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto.
O papel de chiclete jogado ali, a garrafa de plástico No verso “Que cochichou bem baixinho”, a expressão
aqui, a lata de refrigerante acolá. No primeiro temporal, destacada refere-se a
as chuvas levam esse lixo para bueiros e depois para A) adolescente.
algum rio que atravessa a cidade. Quem não viu um B) adulto.
monte dessas coisas flutuando na água? C) criança.
Mas essa é a poluição que enxergamos. A que não D) sabedoria.
vemos é causada pelo esgoto das residências, que lança E) velhice.
nos rios, além de dejetos, restos de comida e um tipo de
bactéria que deles se alimenta: são as chamadas
bactérias aeróbicas, que consomem oxigênio e acabam
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com a vida aquática, além de causarem problemas de (SPAECE). Leia o texto abaixo.
saúde se ingeridas.
Das negativas
Outro problema são as indústrias localizadas nas
margens dos rios e lagos. Só recentemente foram criadas Entre a morte de Quincas Borba e a minha,
leis para obrigá-las a tratar o esgoto industrial, a fim de mediaram os sucessos narrados na primeira parte do
diminuir a quantidade de poluentes químicos que elas livro. O principal deles foi a invenção do emplasto Brás
despejam nas águas e que foram responsáveis pela
Cubas, que morreu comigo, por causa da moléstia que
“morte de muitos rios e lagos de todo o mundo”.
Poluição Ambiental – Revista da Lição de Casa. In: O Estado de S. Paulo,
apanhei. Divino emplasto, tu me darias o primeiro
encarte 5, p. 4-5 – adaptado. lugar entre os homens, acima da ciência e da riqueza,
porque eras a genuína e direta inspiração do céu. O
No trecho “A que não vemos é causada pelo esgoto acaso determinou o contrário: e aí vos ficais
das residências,“, a palavra destacada refere-se à eternamente hipocondríacos.
A) bactéria. Este último capítulo é todo de negativas. Não
B) comida. alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro,
C) garrafa. não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é
D) poluição. que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de
E) quantidade. não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais;
não padeci a morte de D. Plácida, nem a
------------------------------------------------------------------ semidemência do Quincas Borba. Somadas umas
(SPAECE). Leia o texto abaixo. cousas e outras, qualquer pessoa imaginará que não
houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí
Vida quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a
este outro lado de mistério, achei-me com um
Quando era criança pura, pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste
Moleque, danado e travesso. capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti
Tudo que tocava levava a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.
Ao mundo da fantasia. Assis, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. 18. ed. São Paulo:
Ática, 1992, p. 176. Fragmento.
Mas logo me tornei adolescente.
A confusão permeava minha mente. No trecho “O principal deles foi a invenção do
Por mais que tentasse a magia, emplasto Brás Cubas, que morreu comigo ...” (1°
Estavam fechadas as portas da fantasia. parágrafo), o pronome destacado substitui
A) D. Plácida.
Tempo passou, tornei-me adulto. B) Quincas Borba.
Sempre à procura do lado oculto. C) o emplasto Brás Cubas.
Mas as viagens malucas D) o legado de nossa miséria.
Continuavam presas à magia. E) o outro lado do mistério.

Logo chegou a velhice, ------------------------------------------------------------------


Aquela que tudo esclarece.
Que cochichou bem baixinho:
Sabedoria, só para quem a merece.
BELO, João. Disponível em: <www.mundojovem.com.br> - p.9, nº 384 -
Março/2008.

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