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VALE DO JEQUITINHONHA
Marcos Vinícius M. Aguilar(1); Mônica Taires R. da Silva(1); Gesiane S. Barbosa(1); Luíza R.
dos Santos(1); Tarlei A. Santos(1)
(1)
Estudantes; Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais;
(aguilarmarcos2009@hotmail.com).
RESUMO
ABSTRACT/ RESUMEN
The present work had the objective of verifying the behavior of the market of forest products in the
Jequitinhonha Valley between the years of 2007 to 2016 considering the evolution of the
production. For the analysis, data obtained from the Bank of Statistical Tables was used through the
IBGE Automatic Recovery System (SIDRA). The collected data refer to Plant Extraction Research
and Forestry (PEVS) for the period between 2007 and 2016. It was possible to observe that the
greatest peaks of production occurred between the years 2014 and 2015, both for charcoal
production and for the production of firewood. With the characterization of the forest products
market, we intend to contribute to increase the reliability of the estimates of the quantities
consumed in the Jequitinhonha Valley.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
A mesorregião do Vale do Jequitinhonha está localizada no nordeste de Minas Gerais e faz parte
do semiárido brasileiro que encontra-se subdividido em três microrregiões, o Baixo, Médio e Alto
Jequitinhonha. É chamado de vale, pois o Rio Jequitinhonha escoa por toda extensão desse vale, em
torno de 1080 km, que vai desde a nascente do rio em Serro - MG, próximo a Diamantina, até a foz
no litoral da Bahia (BOHNENBERGER, 2011). A pluviosidade média anual varia em torno de 600
a 1600 mm. Além da grande variabilidade espacial, as chuvas são muito concentradas durante seis
meses do ano, sendo entre outubro a março, com temperaturas médias de 21 a 24° C. Percebe-se a
ocorrência de quatro tipos climáticos: úmido, úmido a sub-úmido, sub-úmido a semiárido e
semiárido (FERREIRA & SILVA 2012).
O tratamento de dados concedeu-se de forma quantitativa, e a abordagem das variáveis de
interesse foi obtida de maneira histórica, caracterizando o estudo como longitudinal com seu
período de observação definido.
Para realização da análise foram utilizados dados obtidos através do Banco de Tabelas
Estatísticas pelo Sistema do IBGE de Recuperação Automática (SIDRA), sobre informações da
Pesquisa da Extração Vegetal e Silvicultura (PEVS) no período de 2007 a 2016. A análise da
Produção de Extração Vegetal e da Silvicultura tem por finalidade gerar informações sobre a
quantidade, e o valor das produções obtidas mediante ao processo de exploração dos recursos
florestais naturais, conhecido como extrativismo vegetal, bem como da exploração de maciços
florestais plantados (MENDONÇA FILHO, 2010).
Os critérios de escolha dos produtos foram: a ocorrência do produto florestal no Vale do
Jequitinhonha, e a presença dos dados anuais relacionados ao período de estudo. Para verificação do
comportamento dos produtos foram elaborados gráficos de produção com dados do período de 2007
a 2016. Nesse estudo foram avaliados: a quantidade produzida em toneladas de carvão vegetal, a
quantidade produzida em metros cúbicos de lenha, e madeira em toras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Notou-se que ocorreu uma diminuição da quantidade de carvão vegetal oriunda da extração
vegetal (vegetação nativa) (Figura 1), e aumento da quantidade de carvão vegetal originada da
silvicultura (Figura 2) no Vale do Jequitinhonha entre o período de 2007 a 2016.
Figura 1 - Carvão vegetal oriundo da extração vegetal para o Vale do Jequitinhonha entre o período de 2007 a 2016.
É possível observar que o carvão vegetal oriundo da extração vegetal apresentou um declínio
entre os períodos de 2007 até 2016, caindo de 61.625 para 479 toneladas, respectivamente
(Figura1), representando uma diminuição de mais de 99,2%. Essa diminuição de produção ocorreu
pelo fato de muitas empresas localizadas no Vale do Jequitinhonha estão substituindo a utilização
de madeira proveniente de florestas nativas por aquelas de florestas plantadas, que vem assumindo
crescente importância no conjunto do agronegócio do país.
Rezende & Santos (2010), verificaram os pontos críticos, e as suas potencialidades na cadeia
produtiva do carvão vegetal no estado de Minas Gerais, e esperam um ritmo maior de crescimento
da demanda de florestas plantadas para a produção de carvão vegetal, devido a substituição do uso
de florestas nativas, em virtude das restrições ambientais e a exigência dos consumidores. Já para o
carvão vegetal oriundo de florestas plantadas ocorreu um aumento na produção (Figura 2).
Figura 2: Carvão vegetal oriundo da silvicultura para o Vale do Jequitinhonha entre o período de 2007 a 2016.
Notou-se uma queda de 59% na produtividade entre 2007 a 2009, e a recuperação começou nos
anos seguintes de 2010 a 2012, ocorrendo uma leve queda na produção em 2013, já nos anos
seguintes 2014 e 2015 foi evidenciada a maior produção registrada entre o período analisado, visto
que a produção chegou a 1.217.439,00 e 1.310.681,00 toneladas de carvão vegetal respectivamente,
representando um aumento de mais de 55,29% em relação ao ano de 2007. Porém, entre o ano de
2015 e 2016 a produção obteve uma queda de mais de 75%.
Em virtude de tamanha evolução em relação ao atendimento da demanda por ações destinadas à
sustentabilidade do setor, o uso do carvão vegetal advindo de madeira de florestas plantadas vem
apresentando um franco crescimento (USP, 2008). Para analisar os aspectos econômicos do carvão
vegetal com relação à oferta e demanda no Vale do Jequitinhonha foram encontradas algumas
dificuldades já elucidadas por Oliveira (2015), no que diz respeito à padronização de dados para o
consumo de carvão vegetal no Brasil.
Para a produção de lenha oriunda da extração vegetal no Vale do Jequitinhonha foi possível
perceber uma diminuição entre o período de 2007 até 2012 caindo de 541812 para 195113 metros
cúbicos, representando uma redução de 63,98% (Figura 3). Notou-se que durante o mesmo período
a lenha oriunda da silvicultura teve uma redução de 57,37% passando de 233.702,00 para 99.625,00
metros cúbicos. Nos anos seguintes (2013 - 2014) ocorreu um aumento na produção de lenha
originada da silvicultura, porém registrou-se uma nova queda entre 2015 e 2016. Além disso,
observou-se um destaque para o ano de 2014 e 2015, onde a produção de lenha oriunda da
silvicultura apresentou a maior produção registrada do período analisado obtendo respectivamente
1326347 e 1134016 metros cúbicos de lenha.
Figura 3 - Produtividade de lenha oriundo da extração vegetal e da silvicultura para o Vale do Jequitinhonha entre o
período de 2007 a 2016.
Segundo Brito (2011) essa queda da produtividade foi devido a contribuição da lenha no
mercado energético brasileiro apresentar uma diminuição no decorrer do tempo, principalmente
devido ao alto incentivo para o uso de outras fontes de energia. De acordo com o Ministério de
Minas e Energia, a lenha reduziu sua participação no consumo final de energia do país de 8,2% em
2005 para 6,3% em 2014 (BRASIL, 2015). Porém, notou-se o aumento da produção de lenha obtida
da silvicultura no Vale do Jequitinhonha durante o período de 2012 a 2014 (Figura 3). Essa
mudança decorreu em virtude de questões como redução dos custos para obtenção de lenha de
silvicultura, ganhos operacionais obtidos pelo uso como matéria-prima uniforme, e utilização da
lenha como fonte energética, além da pressão social contra o corte de florestas nativas.
A utilização da lenha para obtenção de energia possui algumas vantagens, em relação aos
combustíveis adquiridos a partir do petróleo. Dentre os benefícios destacam-se o baixo custo para
aquisição, não ocorre a emissão do dióxido de enxofre, proporciona menor corrosão dos
equipamentos (fornos, e caldeiras), menor dano ambiental por se tratar de recurso renovável, e
possibilita o aproveitamento de resíduos do processo da fabricação (cavacos, serragem, e pedaços
de madeira). Afonso Júnior et al. (2006), utilizando a lenha para secagem de grãos evidenciou
resultados significativos na geração de energia, resultados semelhantes para a produção de lenha no
Mato Grosso também foram encontrados por Federação, (2013) e no Pará por Pereira et al. (2012).
A produção de madeira em toras costuma ser destinada principalmente para produção de papel e
celulose, mas também pode ser utilizada para outras finalidades como; a produção de mourões,
madeira serrada, dentre outros. Na figura abaixo encontra-se representado a redução de madeira em
toras oriundas da extração vegetal.
Figura 4 - Produtividade de madeira em toras oriunda da extração vegetal para o Vale do Jequitinhonha entre o período
de 2007 a 2016.
A produção de madeira em toras oriundas da extração vegetal entre o período analisado vem
reduzindo gradualmente, passando de 3039 para 19 metros cúbicos entre período de 2007 até 2011
(Figura 4). Para os anos seguintes 2012 e 2013 a produção aumentou mais não atingiu os mesmos
níveis alcançados em 2007, e uma nova redução ocorreu de 2014 para 2016 (Figura 4).
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORGES, I. F.; REIS A. N.; ALMEIDA, F. C.; SOUZA, N. P. et al. Mapeamento dos plantios de
Eucalipto na região do Vale do Jequitinhonha. In: Congresso de Extensão da UFLA, 11., 2016,
Lavras. Anais... Lavras, [s.n.], 2016.
BRASIL, 2015 BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa e Energia – EPE.
Balanço Energético Nacional: relatório final. Rio de Janeiro: RJ, 2015. 291 p.
BRITO, J. O; Situação e desafio do uso de madeira para energia no Brasil. In: Palestra
ministrada no Encontro Brasileiro de Silvicultura, 2011, Campinas, SP, Brasil, 2.