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RESUMO
Paul testou sua ideia em uma série de estudos que mostravam que,
quando sozinhos, japoneses e norte-americanos exibem as mesmas expressões
faciais ao assistir a filmes de cirurgias ou acidentes, mas quando um cientista
estava próximo, os japoneses, mais que os norte-americanos, mascaravam as
expressões negativas com um sorriso. Ou seja, em particular eles exibiam
expressões inatas, enquanto em público, expressões controladas e isso variando
de acordo com a cultura, de acordo com as “regras de exibição”.
Segundo o autor, tanto sua pesquisa, como a de Carol Izard haviam
brechas que poderiam afetar sua descoberta. Ele percebeu que todas as
pessoas que eles tinham estudado podiam ter aprendido o significado das
expressões faciais ocidentais assistindo a filmes como Charlie Chaplin e John
Wayne. Isto é, o contato com as mídias ou com outras culturas podia explicar
por que pessoas de culturas diferentes chegaram a uma mesma conclusão a
respeito das emoções das fotografias mostradas em suas pesquisas.
Sendo assim, Ekman precisava de uma cultura “visualmente isolada”,
onde as pessoas não tivessem contato com filmes, programas de tevê ou
revistas e que possuíssem pouco conhecimento de outras culturas. Se essas
pessoas isoladas chegassem às mesmas conclusões das pessoas estudadas
por ele, sua descoberta estaria correta.
Através do neurologista Carleton Gajdusek, que trabalhava há maus de
uma década em lugares isolados nas regiões montanhosas de Papua-Nova
Guiné, Paul consegue cópias de muitas horas de filmes de duas dessas culturas
registradas pelo neurologista.
Analisando cuidadosamente esses filmes, não chegou a ver nenhuma
expressão estranhas, por tanto, se as expressões faciais fossem completamente
aprendidas, então esses povos isolados deveriam ter as próprias expressões.
Além disso, apesar de os filmes nem sempre revelarem o antes e o depois de
uma expressão, quando revelavam, confirmavam suas interpretações.
Ainda com o intuito de solucionar essa brecha, o autor viaja para Nova
Guiné, no final de 1967, para pesquisar o povo fore, uma cultura isolada, a fim
de realizar a mesma pesquisa de identificar as expressões faciais em fotografias,
que fez com pessoas de 5 países diferentes, pois como o próprio autor disse:
“Se as expressões indicassem emoções diferentes em cada cultura, essas
sociedades isoladas, sem nenhuma familiaridade com qualquer cultura a não ser
a própria, não deveriam ser capazes de interpretar as expressões corretamente.”
(EKMAN, 2011, p.23)
O que de fato Ekman descobriu foram diferenças culturais no controle das
expressões faciais, indicando a universalização das emoções. Em 1969, quando
comunica suas descobertas na conferencia anual de antropologia, muitos
pesquisadores ficaram insatisfeitos, pois estavam convencidos de que o
comportamento humano é todo aprendido e nada tem a ver com a natureza.
Hoje, apesar de vários estudos apontarem os mesmos resultados, nem todos os
antropólogos se convenceram.