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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS

LICENCIATURA PLENA EM LETRAS EM LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA


INGLESA

TÍTULO: LITERATURA INDÍGENA

MANAUS, 2023
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA PLENA EM LETRAS EM LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA
INGLESA

FERNANDO DE SOUZA CAVALCANTE


FRANCISCO VITOR CHAVES GUIMARÂES

Pré-Projeto de Pesquisa para TCC do curso de


Licenciatura em Letras em língua portuguesa e
língua inglesa, como produção final uma
Monografia. Como parte da Avaliação da
disciplina do TCC, ministrado pela Profa. Ma.
Marsileia Brasil de Lima.

MANAUS, 2023
1 CONTEXTUALIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA;
O presente projeto traz como tema: “Aplicando a Literatura Indígena para o Ensino
Fundamental II”. Um estudo que será realizado através de pesquisas aprofundadas sobre todo
o mapa temporal da literatura indígena, desde os primórdios até hoje, e como base principal
do nosso trabalho de curso usaremos o livro ‘’Reescrevendo a terra à vista” que traz consigo o
tema principal. A escolha do referido tema partiu do interesse após conhecer mais sobre a
literatura da região norte, e o desejo de enfatizar a importância desse assunto nas escolas de
todo o nosso Brasil.
Dentre as várias problemáticas identificadas em sala de aula, temos a falta de abordagem
do tema nas escolas, a falta de aplicação desse conteúdo riquíssimo em informações para os
alunos, a falta de disponibilidades de livros nas escolas, com vista que se trata de histórias,
contos, lendas, fabulas e vivencias que precisam ser levadas a diante, que visualmente é
notório a importância da abordagem desse tema para o enriquecimento do saber dos alunos.
Diante disso, é imprescindível que deixemos de abordar esse assunto em nosso no trabalho de
curso, com o fito de explorarmos e apresentarmos para mais pessoas o assunto literatura
indígena.
2 JUSTIFICATIVA;
O tema ‘Aplicando a Literatura Indígena para o Ensino Fundamental II’’, é um assunto
riquíssimo em histórias, essa literatura expressa vivencias e saberes, resgata memórias e
exalta a ancestralidade. Apesar de que essa literatura á é falada e escrita por muitos anos e por
inúmeros autores, ela não possui a evidência que deveria tanto para as pessoas civis, quanto
para os estudantes do ensino fundamental II. É inevitável que se trazermos à tona essas
histórias escritas, teremos uma mudança significativa na vida pessoal e educacional das
pessoas em Manaus. A literatura indígena possui conteúdos riquíssimos sobre quem somos,
sobre pessoas que a estiveram nessa terra, histórias vividas por elas, temas que precisam ser
abordados em sala de aula, a literatura indígena é uma filosofia de autoconhecimento,
portanto é irrevogável que esse conteúdo trará mudanças significativas na vida acadêmica e
pessoal das pessoas do estado do Manaus.

3 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS;


3.1 Objetivo geral:
Compreender a literatura indígena como construção no desenvolvimento educacional do
estudante.
3.2 Objetivos específicos:
3.1. Identificar a falta da literatura indígena como conteúdo na escola.
3.2. Quais dificuldades encontradas no ensino da literatura indígena na escola.
3.3 Como reverter essa falta desse conteúdo de extrema importância na sala de aula.
3.4 Promover o acesso a obras literárias.
3.5 Praticar a leitura contínua semanal da obra escolhida para o sarau literário.
3.6 Promover saraus literários a cada bimestre.
4. QUADRO TEÓRICO
4.1 Lima, Paola Efelli Rocha De Sousa.
A presente pesquisa sustentou-se, principalmente, com o objetivo de compreender a poesia
indígena de Márcia Kambeba pela via dos Estudos Culturais, buscando a valorização do
ensino da literatura indígena brasileira no ambiente escolar. A metodologia utilizada para a
realização do trabalho pautou-se em um estudo teórico e tomou como instrumento uma
revisão bibliográfica, acrescida da análise de alguns poemas da autora indígena amazonense
Márcia Wayna Kambeba, extraídos de seu livro intitulado “Ay kakyri tama (Eu moro na
cidade)”, publicado em 2013. (Página 7)
Entendemos que, mesmo com normas incluídas pelo governo federal, no sentido de difundir o
conhecimento sobre cultura, arte e história indígenas, essas temáticas ainda são pouco
trabalhadas nos ambientes educacionais. Entretanto, com o advento da lei 11.645/2008 que
inclui a disciplina de História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, existe a necessidade atual
de se preencher essa ausência. Por isso, é importante aprender e debater sobre os textos que
abordam temáticas indígenas, pois essa é uma forma de conhecer e valorizar o “outro”, o
diferente, além de aprender também sobre uma nova cultura e visões estéticas e textuais
distintas das que estamos habituados. Defendemos que esse contato desenvolve a formação de
leitores competentes e mais conhecedores de uma (ou várias) cultura ancestral, formando
leitores multiculturais e multiletrados. (Página 42)
4.2... Yaguarê yamã
Indígena, dos povos Maraguá e Saterê-Mawé, ele conta que cresceu ouvindo as
contações de histórias dos mais velhos. Nesta entrevista, o autor fala sobre seu trabalho
com os anciãos de seu povo e defende a importância de ler autores indígenas e de evitar
os estereótipos ao falar sobre eles em sala de aula.

Você poderia comentar sobre a importância do trabalho com autoras e autores


indígenas dentro da escola? Que cuidados os professores devem ter ao apresentar livros
de autores indígenas para seus alunos?
É necessário trazer tanto a língua quanto a cultura indígena para o povo brasileiro conhecer a
si mesmo. O brasileiro não valoriza o Brasil, porque ainda não se descobriu, não reconhece
sua essência indígena. Lutamos para isso. Uma coisa importante é não falar de cultura
indígena como se só fosse uma coisa única. As pessoas não têm ideia de que esse é um
universo imenso. Cada um dos mais de 300 povos é um universo e um dos maiores erros é
colocar tudo num caldeirão, como se fosse a mesma coisa. Ao trabalhar as culturas indígenas
na sala de aula precisa ter essa consciência. Primeiro, eu preciso saber sobre que povo estou
falando, qual é sua cultura. Meu amigo [o escritor] Daniel Munduruku, quando perguntam se
ele é índio, responde: “Não sou índio, sou Munduruku”. Aí a pessoa entende que ele tem sua
tradição, sua identidade com um povo. Assim, também é comigo, Yaguarê. No movimento de
literatura indígena, cada um escreve sobre o que se acha capacitado, sobre como entende a
vida a partir de sua própria cultura. Eu, por exemplo, não me sinto confortável para falar sobre
a cultura Parintintim, porque não conheço o suficiente. Se for até lá e aprender, quem sabe eu
poderia escrever, mas pedindo licença para fazer isso.

4.3. Daniel Munduruku


Como a cultura dos povos indígenas é ensinada?
A escola tem sido o principal instrumento de reprodução de visões equivocadas. Até 1988 os
indígenas eram vistos como uma espécie de passado do Brasil. Como se não fizessem parte do
cotidiano. Havia a exploração de uma visão romantizada, reproduzida no Dia do Índio. A
partir de 1988, com a nova Constituição, os indígenas conquistaram o direito de serem
cidadãos brasileiros. Era para haver uma mudança, mas aconteceu vagarosamente, e ainda
hoje a escola reproduz imagens negativas. O que ajuda, a partir de 2005, é a introdução de
uma literatura feita pelos indígenas.

Qual é o papel da literatura na mudança dessa visão?


Há um tipo de literatura que é engajada, comprometida com a mudança social. Encaro a
literatura indígena como esse engajamento. Acredito muito no papel transformador da leitura.
Ela cria visão de mundo, consciência crítica, transforma as pessoas, permite que consigam
olhar a História do Brasil não com uma narrativa hegemônica do Estado brasileiro.

4.4. Paulo Freire.


Segundo Freire, a educação orientada para os povos originários deve estar comprometida em
conhecer o ser de sua cultura, através da história, da memória oral, da linguagem etc. A
linguística, para Freire, é responsável por desvelar pedagogias outras, pedagogias de
coloniais, baseadas no modo de ser de diferentes pessoas que compõem os grupos indígenas.

Além disso, Freire indica a importância de estudarmos o que chama de manhas dos
dominados no caso dos povos originários. As manhas são modos de resistir que se encontram
na linguagem, na atitude e nas reações dos oprimidos, que demonstram sua capacidade de
resiliência: “[…] a violência dos exploradores é tal que se não fossem as manhas, não haveria
como aguentar o poder e a negação que se encontra pelo país” (Freire, 2004, p. 39). O autor
enxerga nesses modos de resistir dos indígenas sugestões para a construção de outra
pedagogia, mais libertadora:

Na medida em que nós fôssemos capazes de compreender as manhas e estudá-las e descobrir


o papel delas na totalidade da forma de comportamento do manhoso, que é o oprimido, a
existência dele e a importância da sua linguagem, de sermos capazes de entrarmos na
profundidade da linguagem do oprimido, não tenho dúvidas de que mais adiante a gente
descobriria que as manhas iriam tornar-se métodos pedagógicos

(Freire, 2004, p. 40).


Desse modo, Freire defende a necessidade de se repensar a educação escolar indígena e a
educação de forma geral a partir do saber indígena, da cientificidade negada dos povos
indígenas. Esses saberes precisam ser evidenciados para que se construa minimamente uma
prática pedagógica pensada a partir do concreto cultural e histórico desses grupos oprimidos,
pois “[…] a nossa escola só será válida na medida em que, pensando diferente, respeita o
pensamento diferente. Fora disso, é uma invasão a mais, é uma violência sobre a outra
cultura” (Freire, 2004, p. 71).

5 Alguns conceitos

6 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

6.1 Caracterização do Estudo


Aqui você irá classificar sua pesquisa quanto: à abordagem (quantitativa , qualitativa
ou quali-quantitativa e explicar o porquê da escolha da referida abordagem. ); À natureza; Aos
Objetivos e aos procedimentos.
6.2 População e amostra

6.3 Instrumentos de coleta de dados

6.4 Procedimentos para Análise dos Dados

7 CRONOGRAMA
(Exemplo)
ETAPAS Ago/2023 Set/2023 Out/2023 Nov/2023
Elaboração do Pré-projeto e Revisão X X
bibliográfica.
Correção do Pré-Projeto e Elaboração da X X
Pesquisa. Prod. Monografia
Realização da pesquisa e e análise de dados X
e Prod. Monografia
Análise de dados e Resultado da Pesquisa. X X
Finalização da Monografia
Correção e ajustes do texto final , correção X
gramatical e revisão final.

REFERÊNCIAS

Reescrevendo a terra à vista – A literatura de autoria indígena amazonense em destaque.

https://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/2192/1/Paola%20Efelli%20Rocha%20De
%20Sousa%20Lima%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o.pdf
https://www.scielo.br/j/edreal/a/rLBpZJxyRLbvY3wZc5KTbbs/#:~:text=Desse%20modo%2C
%20Freire%20defende%20a,cientificidade%20negada%20dos%20povos%20ind
%C3%ADgenas.
http://www.cee.am.gov.br/wp-content/uploads/2021/08/RCA-Fundamental-II.pdf (PAG-51 e 64)

https://extra.globo.com/noticias/brasil/encaro-literatura-como-um-engajamento-diz-daniel-
munduruku-candidato-academia-brasileira-de-letras--25189947.html

https://www.escrevendoofuturo.org.br/blog/literatura-em-movimento/yaguare-yama-pelos-livros-
trazer-a-beleza-da-aldeia-para-a-cidade/#:~:text=Indígena%2C%20dos%20povos%20Maraguá
%20e,eles%20em%20sala%20de%20aula.

Anexo I - CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO PRÉ-PROJETO DE PESQUISA

Para a avaliação do pré-projeto de pesquisa serão considerados os seguintes critérios:


I - Textualidade e manejo dos recursos da língua escrita pelo(a) aluno(a) – valor
até 2,0 (dois) pontos;
II - Consistência e coerência entre os elementos de pesquisa (Contextualização;
Problema; Justificativa; Objetivos; Referências; Cronograma de execução) – valor até
3,0 (três) pontos;

III - Relevância e pertinência do quadro teórico proposto – valor até 3,0 (três) pontos;
d) Validade dos procedimentos metodológicos (apresentação e coerência com o problema e
objetivo) – valor até 2,0 (três) pontos.

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