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SAÚDE MENTAL DO IDOSO


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SAÚDE MENTAL DO IDOSO


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Sumário
Saúde mental na atenção básica ................................................................................ 4
Habilidades específicas do enfermeiro ........................................................................ 5
Alterações fisiológicas e as necessidades psicossociais do envelhecimento ............. 5
Necessidade de novos modelos de atenção ao idoso. ............................................... 7
Cuidado na Enfermagem............................................................................................. 8
O idoso e o processo do envelhecimento.................................................................... 9
Qualidade de vida ..................................................................................................... 10
Qualidade de vida na terceira idade .......................................................................... 13
Saúde Mental ............................................................................................................ 14
Saúde mental na terceira idade................................................................................. 15
Qualidade de vida versus saúde mental ................................................................... 17
ALTERAÇÕES SOCIAIS, BIOLÓGICAS E PSICOLOGICAS EM IDOSOS .............. 21
TRANSTORNOS MENTAIS MAIS ACOMETIDOS EM IDOSOS .............................. 23
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AS ALTERAÇÕES BIOPSICOSSOCIAIS . 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28
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Políticas Públicas de saúde para idosos

As políticas públicas voltadas para a população idosa tiveram como marco


inicial de sua trajetória, a Constituição Federal de 1988, que introduziu o conceito de
seguridade social. Por sua vez, este conceito produziu modificações no enfoque das
redes de proteção social, até então estritamente assistencialista, passaram a ter
uma conotação voltada para o exercício da cidadania.
Refletindo acerca dos ganhos e reconhecimento da cidadania da pessoa
idosa, não podemos deixar de destacar que em 1990, por meio do Decreto Federal
nº 98.963, o Presidente da República assegura a gratuidade nos transportes
coletivos urbanos para a pessoa com mais de 65 anos de idade.
A Política Nacional do Idoso, estabelecida em 1994 (Lei 8.842 - Anexo A), é
entendida como um instrumento de cidadania, pois vem assegurar direitos sociais,
objetivando garantir a autonomia, a integração e participação efetiva das pessoas a
partir de 60 anos de idade em todos os âmbitos da vida em sociedade.
São apontadas como exemplares as políticas públicas para idosos
implantadas em alguns países, como a Dinamarca, a Itália e a França, nos quais,
destacamos, não existe o incentivo para criação de lares para idosos, pois as
políticas sócias senis são focadas no amparo da família. Já na Grécia, o apoio
estatal resume-se ao pagamento da pensão da velhice (MARQUES; MEDEIROS,
2010).

Saúde mental na atenção básica

Inicialmente recordamos que a Atenção Básica se constitui como um dos


níveis de assistência à saúde que se propõe a prestar cuidados primários, de origem
pública, a indivíduos e famílias de uma comunidade (STANHOPE, 2004).
A Estratégia Saúde da Família, antiga nomenclatura do Programa de Saúde
da Família, é considerada a porta de entrada na atenção básica e uma das principais
ferramentas de operacionalização do Sistema Único de Saúde (SUS). O modelo
assistencial proposto pela constituição de 1988 necessita, para sua efetivação, de
práticas assistenciais pautadas em valores como a solidariedade e cidadania
(BRASIL, 1988).
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Objetivando contemplar as habilidades exigidas dos profissionais para


trabalhar com idosos, bem como as atividades desenvolvidas pelos sujeitos do
nosso estudo, quais sejam os enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da
Família, apresentamos, abaixo, uma relação das habilidades e atribuições dos
profissionais que trabalham diretamente com idosos:

Habilidades específicas do enfermeiro

 Programar visitas domiciliares ao idoso em situação de risco ou


pertencente a grupos de risco e por solicitação dos Agentes Comunitários de Saúde
(ACS);
 Realizar assistência domiciliar da pessoa idosa quando as condições
clínicas e familiares da mesma não o permitirem ou assim o exigirem;
 Supervisionar e desenvolver ações para capacitação dos ACS e de
auxiliares de enfermagem visando ao desempenho de suas funções na atenção
integral à pessoa idosa. (Silvestre; Neto, 2003).

O processo de trabalho das equipes da Estratégia Saúde da Família inicia-se


pelo mapeamento da área territorial onde esta situada a Unidade Básica de Saúde,
através da identificação das principais lideranças da comunidade e do cadastrando
das famílias em um formulário denominado de “Ficha A” do Sistema de Informação
em Atenção Básica (SIAB). Nesta ficha existe um espaço para que o informante
declare as doenças de que ele e seu grupo familiar padecem, incluindo às doenças
mentais.
As ações de saúde mental na ESF têm por objetivo primordial prevenir a
incidência e/ou incluir o portador de transtorno mental – jovem ou idoso - na
comunidade e reabilitá-lo na perspectiva psicossocial.

Alterações fisiológicas e as necessidades psicossociais do


envelhecimento

Os idosos experimentam alterações fisiológicas ditas normais na visão, na


audição, no tempo de reação; diminuição da amplitude dos movimentos e da
flexibilidade, força, reflexos; tendência à incontinência urinária; comprometimento da
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memória e prevalência de doenças crônicas. Estas alterações nem sempre


constituem processos patológicos em si, mas torna os idosos mais vulneráveis a
algumas condições clínicas e doenças comuns (POTTER, 2009).
Em função da problemática em estudo é importante dedicarmos atenção às
necessidades humanas básicas, cuja formulação teórica é atribuida a Maslow
(1935). Segundo este autor as necessidadaes humanas básicas são hierarquizadas
em cinco níveis de prioridades e designam as prioridades nos cuidados de saúde,
em especial as prioridades nos cuidados de enfermagem.
O primeiro nível diz respeito às necessidades fisiológicas. O segundo incluí as
de segurança e seguridade e envolvem aspectos físicos e psicológicos. O terceiro
nível se manifesta através das necessidades de amor e posse, incluindo amizade,
relações sociais e amor sexual. O quarto aponta para as necessidades de estima e
autoestima, que envolve a percepção de utilidade, autoconfiança e autovalorização.
O último nível das necessidades básicas é uma refererencia aos desejos de
autorrealização, de alcançar o ápice da capacidade de resolver problemas
(POTTER, 2009).
Neste contexto verificamos que as denominadas necessidades psicossociais
abrigam diversas alterações que ocorrem durante o envelhecimento e que envolvem
transições da vida e as perdas.
Dentre as necessidades psicossociais apresentadas por alguns idosos,
destaca-se o isolamento social, o prejuízo cognitivo ou estresse relacionado com
aposentadoria que, frequentemente, é associado à passividade e exclusão. A
capacidade de a pessoa idosa viver de modo independente, morando ou não com os
familiares, é outra importante necessidade, na medida em que a moradia e o
ambiente tem um impacto importante na saúde dos idosos. Idéias acerca da
aproximação da morte, motivadas, em alguns casos, pela morte do conjuge, são
fatores drásticos que afetam a vida dos idosos e que, frequentemente, atinge mais
as mulheres. Outro importante grupo de necessidades diz respeito às modificações
na expressão da sexualidade, em particular no tocante a frequência das relações
sexuais. Mesmo se considerando a ocorrencia de uma diminuição da libido, não
pode ser esquecido que as necessidades de amor, calor, troca e toque, não
diminuem com o avançar da idade, uma vez que estas necessidades não se
modificam com o passar dos anos.
Algumas intervenções são importantes para a manutenção da saúde
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psicossocial dos idosos: como a comunicação terapêutica, toque, orientação para a


realidade, terapia de validação, reminiscência e intervenções para melhorar a
imagem corporal (POTTER, 2009).

Necessidade de novos modelos de atenção ao idoso.

Assim, no final da década de 1980, quando se intensifica o movimento de


valorização do idoso em decorrência das análises demográficas acerca do
envelhecimento populacional, muitos profissionais nas áreas da saúde e das
ciências humanas e sociais tomaram como ponto de partida a marcante obra de
Simone de Beauvoir (1970), intitulada “A velhice”, e, no âmbito nacional, os
eloquentes trabalhos de Eneida Haddad, “A ideologia da velhice” (1986), e de Ecléa
Bosi, “Lembranças de velhos” (1987).
Estas autoras discutem as relações entre o envelhecimento, à perda do valor
social e o avanço do capitalismo, que findaram por transformar o idoso em um
“elemento descartável”, na medida em que foi supervalorizada a capacidade
produtiva em detrimento de outras dimensões do humano (VERAS; CALDAS, 2004).
A partir de então os profissionais que focalizam o envelhecimento como:
objeto de trabalho e de construção do saber. Batalham para resgatar o valor social
do idoso. Tal resgate passa, inevitavelmente, por assegurar a cidadania plena.
Em abril de 2002, na Segunda Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento,
realizada em Madri, foi aprovado o “Plano Internacional de Ação sobre o
Envelhecimento” (PIAE). Este documento foi referendado por todos os países
membros das Nações Unidas e representa, portanto, um compromisso internacional
em resposta ao rápido envelhecimento da população mundial. Destacamos que o
PIAE define três áreas prioritárias de intervenção:
1) como inserir o envelhecimento populacional na agenda do
desenvolvimento;
2) a importância singular e global da saúde; e
3) como desenvolver políticas de meio-ambiente (tanto físico quanto social)
que atendam às necessidades de indivíduos e sociedades que envelhecem.
As ações acima propostas exigem a adoção de um novo modelo de atenção
aos idosos, que tenha como imperativos éticos a participação e a solidariedade,
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articulados à ciência e a vida cotidiana. Segundo Serrano (2002), este novo


paradigma compreenderia um modelo de desenvolvimento que leva em conta: a
saúde como eixo das políticas públicas, uma atitude de cuidado na relação com a
natureza, o compromisso com a participação social de todos, compreendendo a
construção dos sujeitos-cidadãos, o resgate do lazer e das manifestações da
espiritualidade; a inserção da perspectiva da promoção da saúde como prioritária e a
integração das diferentes práticas culturais.
Para edificar este novo referencial é necessário garantir a cidadania para
todos, inclusive para aqueles que a tiveram e perderam. É nesta perspectiva que se
pode resgatar o ser idoso como valor para a sociedade (VERAS; CALDAS, 2004).
Porém, o contexto atual ainda não favorece plenamente a adoção deste
modelo de atenção. Constata-se a baixa prioridade conferida aos idosos, mesmo
que sejam reconhecidos avanços nas políticas públicas (assistenciais,
previdenciárias, de ciência e tecnologia), evidencia-se uma percepção inadequada
das necessidades específicas dos idosos. Para atender as recomendações
propostas se faz necessário desenvolver modelos de atenção à saúde do idoso que
superem as práticas tradicionais, pois o atendimento que habitualmente lhes tem
sido oferecido restringe-se, na melhor das hipóteses, ao tratamento clínico de
doenças específicas.
Veras e Camargo (1995) afirmam que, dentre as instituições públicas, a
universidade é, no momento, a melhor equipada para responder as necessidades
dos idosos, uma vez que existe uma gama de pesquisadores que podem por meio
de investigações científicas remontarem, uma forma de atenção à saúde do idoso,
diferente das práticas tradicionais.

Cuidado na Enfermagem
Cuidar é um fenômeno universal que influencia as maneiras pelas quais as
pessoas pensam, sentem e comportam-se com relação umas às outras. Desde
Florence Nightingale os enfermeiros têm estudado o cuidado a partir de uma
variedade de perspectivas filosóficas e éticas.
Alguns estudiosos da Enfermagem desenvolveram teorias sobre o cuidado
devido à sua importância para a prática da enfermagem. Dentre as várias dimensões
nas quais o cuidado pode se manifestar, ressaltamos que para a Enfermagem o
cuidado é uma obrigação moral. Através do cuidado de outros seres humanos, a
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dignidade humana é protegida, aumentada e preservada (POTTER, 2009).


É interessante perceber que a Enfermagem Gerontológica destaca-se num
processo específico baseado na compreensão de parâmetros físicos, emocionais e
de ordem social. Dessa forma, a avaliação funcional do idoso faz parte do cuidado
de enfermagem, com ênfase na pessoa e nos sistemas de apoio com os quais possa
contar. A Enfermagem inserida numa equipe interdisciplinar deve assistir o idoso de
maneira individualizada, levando em consideração as suas limitações físicas,
psíquicas e ambientais (CAMACHO, 2002).

O idoso e o processo do envelhecimento

Na civilização grega Hipócrates associava a velhice à idade de 56 anos.


Aristóteles situava a velhice nos 50 anos, Santo Agostinho afirmava que a velhice
aparecia aos 60 anos (VAZ, 2006).
A partir da década de 50, iniciou-se o processo do envelhecimento social, em
decorrência à desvalorização econômica do saber e da experiência dos indivíduos
que possuíam mais idade, houve a retirada destes do mercado de trabalho, apesar
de se manterem aptos fisicamente (FARIA; OLIVEIRA; SIMÕES, 2012).
Nos dias atuais, de acordo com o Estatuto do Idoso, idoso é considerada a
pessoa que tenha 60 anos de idade completos. Apesar do Estatuto estabelecer a
idade de 60 anos, alguns dos direitos exigem que o idoso tenha idade igual ou
superior a 65 anos, tal como o direito à gratuidade no transporte coletivo, conforme
previsão do artigo 230 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1998
(BOAS, 2007).
A definição do idoso pode ser baseada em argumentos de caráter biológico,
pois é uma fase de declínio de determinadas características físicas. Esta se inicia na
maioria dos indivíduos em uma idade cronológica semelhante, o que faz a idade um
critério de demarcação da velhice (CAMARANO, 1999). Porém a idade cronológica
não pode ser o único fator que defina o envelhecimento, uma vez que o homem por
ser um ser biopsicossocial é passível de ser influenciado pelo meio físico e
sociocultural em que vive, o que confere o aceleramento ou retardamento do
envelhecimento (RODRIGUES et. al. 1996). Devido a isso, a Organização das
Nações Unidas (ONU) define os idosos nos países desenvolvidos a partir de 65 anos
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e nos países em desenvolvimento a partir dos 60 anos (ONU, 1982).


Atualmente estão surgindo novas formas de classificar os idosos. Nos países
ocidentais caracteriza um individuo na terceira idade como aquele que não
apresenta a idade produtiva para o trabalho e simultaneamente não possui
decréscimo da saúde (CAMARANO, 1999).
O envelhecimento trata-se de um processo dinâmico e progressivo,
caracterizado por manifestações ocorridas ao longo da vida nos campos biológico,
psíquico e social. Este processo ocorre de forma diferenciada em cada indivíduo
(MINCATO; FREITAS, 2007).
O ideal é envelhecer de forma saudável através da interação multidimensional
entre tais aspectos: saúde física, saúde mental, independência na vida diária,
integração social, suporte familiar e independência econômica (RAMOS, 2003).
O envelhecimento saudável é denominado envelhecimento bem-sucedido,
segundo Neri e Cachioni (1999) e está associado a realização do potencial individual
para alcançar o bem-estar físico, social e psicológico.
Bowling et al. (2007), revisou os modelos de envelhecimento bem-sucedido,
sumariamente os modelos mencionam que o envelhecimento bem-sucedido seja o
envelhecimento saudável, deste modo trata-se em envelhecer com bem-estar, com
qualidade de vida, com saúde física e mental e no exercício das competências
cognitivas.
Quando o envelhecimento não é bem sucedido, o idoso tem grande tendência
a apresentar comprometimento cognitivo e patologias, sendo que estes podem gerar
a dependência total ou parcial na execução das Atividades de Vida Diária (AVDs), o
que determina a necessidade de um cuidado específico. Esta é a principal causa da
institucionalização de idosos (DEL DUCA et al., 2012).
Na população idosa institucionalizada é esperado que o envelhecimento
saudável seja uma meta, sendo esta uma conseqüência da qualidade da assistência
multidimensional prestada (SILVA; FIGUEREDO, 2012).

Qualidade de vida

A Qualidade de Vida (QV) possui raízes na cultura oriental e ocidental, na


oriental se mostra presente na antiga filosofia chinesa e medicina tradicional, e pode
ser representada pelas forças Yin e Yang, respectivamente positiva e negativa que
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em equilíbrio significam boa QV. Já na cultura ocidental primeiramente era


associada à visão aristotélica, que a felicidade é a atividade íntegra da alma, assim
como sentir-se completo e realizado, sendo esta boa QV (KAWAKAME;
MIYADAHIRA, 2005).
Para Campbell, Converse e Rodgers (1976) a QV era um termo
extremamente difícil de ser conceituado, e segundo os autores, é uma expressão
que todos dizem, mas ninguém sabe defini-la.
O termo e o conceito de QV surgiram com o crescimento e o desenvolvimento
econômico ocorridos após a Segunda Guerra Mundial, embora alguns estudos
apontem indícios do termo na década de 30 (SEIDL; ZANNON, 2004).
Estudos com este tema no Brasil surgiram nos anos 70, porém foi somente na
década de 90 que a subjetividade e multidimensionalidade agregaram-se ao
conceito QV, quando este foi revisto por especialistas da OMS (Organização Mundial
da Saúde) (ORLEY; KUYKEN, 1994).

A qualidade de vida é um dos principais objetivos que se tem perseguido nos


ensaios clínicos atuais. A ciência médica precisou definir conceitualmente, o que ela
entende por qualidade de vida. Não poderia ser determinada pelas condições
ambientais ou pelo comportamento influenciado pelo meio social em que se vive. A
qualidade de vida foi definida como sensação íntima de conforto, bem-estar ou
felicidade no desempenho de funções físicas, intelectuais e psíquicas dentro da
realidade da sua família, do seu trabalho e dos valores da comunidade à qual
pertence (NOBRE, 2011 p.299).

De acordo com Alleyne (2001), a QV é a percepção subjetiva do indivíduo,


frente a sua postura na vida, considerando o contexto cultural em que vive e dos
seus valores e preceitos em relação aos seus objetivos e expectativas.
Cella e Cherin (1987) definiram o conceito de QV como a distância entre os
objetivos e a realização destes. A QV pode ser conceituada como a percepção
individual de seu modo de vida, considerando todos os contextos: cultural,
econômico, afetivo e as expectativas e objetivos a serem alcançados (GORZONI;
PIRES, 2006).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) (1998) define QV como a: [...]
percepção do indivíduo de sua proteção na vida, no contexto da cultura e sistema
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de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões
e preocupações.
Para a OMS (1998) a QV é multifatorial, ou seja, depende de seis domínios
que representam domínios determinantes na qualidade de vida. Tais como: saúde
física, saúde psicológica, nível de independência, relações sociais, meio ambiente e
padrão espiritual.
Rabelo e Neri (2005) acreditavam que a QV esteja relacionada com a
satisfação com o que foi possível concretizar os ideais até o momento.
Santos et al. (2002) relatou que o conceito de QV apresenta diversas
definições que foram se modificando ao longo do tempo, baseando-se em três
princípios: capacidade funcional, nível socioeconômico e satisfação.
Segundo Hornquist (1990), a QV está relacionada com a habilidade física do
indivíduo, o seu estado psíquico, a interação social, as atividades intelectuais, a
situação financeira e a autoproteção de saúde.
Também, pode ser definida pelo grau de satisfação em diversos aspectos da
vida, familiar, amorosa, social e ambiental. Trata-se da capacidade de se realizar
uma síntese cultural de todos os elementos que certa sociedade considera como seu
modelo de conforto e bem-estar (WANDERLEY et al., 2012).
Para Nahas (2001), a QV de modo geral está intimamente ligada a fatores
como: estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho, renumeração, lazer,
relações familiares, disposição e espiritualidade, ou seja, é um somatório de
aspectos que fazem parte do cotidiano do indivíduo.
Existe uma variedade de instrumentos que avaliam a QV, de maneira geral
pelas seguintes escalas: Satisfaction with Life Domain Scale (SLDS), Lehman
Quality of Life Interview (QOLI), World Health Organization Quality of Life
(WHOQOL). O conceito de qualidade de vida consiste em um parâmetro importante
aos conceitos tradicionais de saúde (BODUR; DAYANIR CINGIL, 2009).
A avaliação da QV tornou-se extremamente visível em trabalhos científicos
nos últimos anos. Através desses estudos pode-se confirmar que a qualidade de
vida é imprescindível para a promoção da saúde física e mental, possibilitando o
bem-estar social dos indivíduos, logo este tema se tornou alvo de estudos pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) (CARNEIRO et al., 2007). O World Health
Organization Quality of Life Group (THE GROUP WHOQOL, 1998) grupo de estudo
sobre qualidade de vida da OMS, produziu uma escala WHOQOL para avaliar a
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qualidade de vida, sendo possível por meio desta analisar vários aspectos da vida
como: bem-estar físico e material, relacionamentos, atividades sociais, realização
pessoal e recreacionais. Através da avaliação de todos esses contextos, pode-se
chegar a um escore referente a qualidade de vida do indivíduo.

Qualidade de vida na terceira idade

O processo de envelhecimento é influenciado por diversos fatores, tais como


a caráter genético, sexo, personalidade, estilo de vida, condições socioeconômicas,
ambientais, valores individuais e espiritualidade. Esta é uma fase associada a
perdas de papéis na sociedade e a solidão, sendo um obstáculo para se ter uma boa
qualidade de vida (PASCHOAL; JACOB FILHO; LITVOC, 2007).
De acordo com o conceito do envelhecimento bem sucedido de Rowe e Kahn,
o segredo para envelhecer de forma sadia e com elevada qualidade de vida se dá
mediante a combinação de dois fatores: a baixa probabilidade genética para
doenças e a manutenção das atividades produtivas e das relações interpessoais
(MORAES; SOUZA, 2005).
O século XX trouxe muitas transformações e inovações tecnológicas que
facilitaram a vida, porém acarretaram no isolamento e abandono dos idosos, visto
que com o cotidiano atribulado tornou-se complicado haver tempo para se dedicar
aos cuidados dos idosos pelos familiares, e freqüentemente sendo esta uma das
causas para a institucionalização (MACHADO et al., 2006). As alterações fisiológicas
e patológicas no indivíduo idoso tendem a provocar as limitações físicas e mentais, o
que ocasionam a dependência e a institucionalização (MOTTA; AGUIAR, 2007).
Segundo a OMS a QV de um indivíduo, principalmente idoso, esta fortemente
associada à manutenção da autonomia e a independência (OMS, 2005). A
preservação da independência do idoso está atrelada a manutenção das condições
físicas e psíquicas, que são determinantes para uma boa QV.
Para Freire (2003), as dimensões física, psicológica, social e espiritual devem
ser consideradas. Uma boa qualidade de vida implica em um indivíduo autônomo e
independente, com boa saúde física, com senso de significado pessoal,
desempenhando papéis sociais e permanecendo ativo.
Para Andrade e Vaistsman (2002) as relações sociais apresentam uma
grande importância na qualidade de vida do indivíduo, na velhice há redução destas,
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o que infere em risco à saúde, podendo ser comparado ao fumo, à pressão arterial
elevada, à obesidade e ao sedentarismo. Segundo Del Prette e Del Prette (2002), as
relações sociais conturbadas geram dificuldades nas habilidades sociais e estas por
sua vez, estão associadas ao aparecimento de transtornos psicológicos que
contribuem para a redução na qualidade de vida do sujeito, tais como: timidez,
isolamento, depressão, ansiedade e suicídio.
Foi realizado um estudo comparativo de avaliação da QV entre idosos
institucionalizados e não institucionalizados da região metropolitana de Vitória (ES),
com a aplicação do instrumento WOQOL-Bref. O resultado apresentado foi que os
idosos não institucionalizados apresentaram os maiores escores em todos os
domínios do instrumento, assim pôde-se concluir neste estudo que os idosos não
institucionalizados apresentaram melhor QV. A ordem de maior satisfação entre as
facetas foi: relações sociais, psicológico, global, físico e meio ambiente (OLIVEIRA
et al., 2011).

Saúde Mental

Segundo Caplin (1989), a saúde mental (SM) se constitui em um estado de


boa adaptação, com sensação subjetiva de bem-estar e prazer de viver, e sensação
de que o indivíduo está a exercer os seus talentos e aptidões. Considera-se a saúde
mental como o equilíbrio emocional entre o meio interno e as vivências externas.
Sendo expresso pela capacidade do indivíduo de administrar as suas próprias
emoções mesmo diante de um amplo espectro de variações no mundo (FONSECA,
1985).
Segundo a OMS, a SM não é somente a ausência de algum transtorno
mental, é o “bem-estar”, desta forma o indivíduo consegue realizar todas as suas
atividades de forma satisfatória, como trabalhar de forma produtiva e colaborar para
a comunidade em que se insere (WHO, 2004).
A SM é manifestada pelo bem-estar subjetivo, este é alcançado por meio da
percepção da própria eficácia, da autonomia, da competência e da auto-realização
das capacidades intelectuais e emocionais (WHO, 2004).
A SM consiste em saber lidar com boas e más emoções, tais como: a raiva, o
ciúmes, as frustrações e a culpa, porém quando estas emoções se tornam
perturbadores e interferem nas atividades diárias há a necessidade de assistência
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profissional. Saúde mental, além disso, é capacidade do indivíduo de reconhecer os


seus próprios limites e buscar auxílio quando necessário (DIMENSTEIN, 2004).

Saúde mental na terceira idade

O crescimento da população idosa no mundo foi determinante para o aumento


de pessoas com risco de adquirir doenças neurológicas e psíquicas (MAIA;
DURANTE RAMOS, 2004). De acordo com Veras e Murphy (1994), um em cada seis
idosos apresenta uma história de transtorno mental.
Vários estudos demonstraram existir uma relação entre a qualidade de vida
deficitária e o aparecimento de agravos mentais. Idosos que possuem um precário
suporte social apresentam maiores chances de desenvolverem distúrbios psíquicos,
tais como a depressão e ansiedade. No idoso, os fatores que podem desencadear
sintomas depressivos são: a falta de contatos sociais, história de depressão
pregressa, viuvez, eventos de vida estressantes, institucionalização em casas
asilares, baixa renda, insatisfação com o suporte social, ansiedade, falta de
atividades sociais, nível educacional baixo, perda do estado de saúde física e uso de
medicação antidepressiva (IRIGARAY; SCHENEIDER, 2008).
Garrido e Menezes (2002), proferem que os idosos fazem parte do grupo da
população mais propenso a problemas de saúde, comparando- se à população
geral. Os transtornos mentais são muito frequentes e correspondem a de cerca 8%
de todas as doenças. Em estudo realizado, investigou 327 idosos quanto à
prevalência de distúrbios mentais, o resultado foi que cerca de 30% dos idosos
apresentaram algum distúrbio mental (MAIA; DURANTE; RAMOS, 2004).
Existem vários tipos de transtornos mentais prevalentes nos indivíduos de
idade avançada, entre eles os mais freqüentes são: a demência, a depressão e os
transtornos de ansiedade.
A demência afeta cerca de 5% dos idosos com 65 anos e 20% daqueles com
80 anos ou acima dessa faixa etária. Já, a depressão atinge em média de 5% à 35%
do idosos, considerando o nível de gravidade da doença (ALMEIDA, 1999). Os
transtornos de ansiedade se manifestam com maior freqüência em idosos com mais
de 80 anos, isso se deve ao desgaste relacionado ao envelhecimento e às
circunstâncias de perdas comuns nesta fase da vida. A menor satisfação e o pior
padrão de qualidade de vida podem levar a manifestação de quadros ansiosos e
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depressivos (XAVIER et al., 2001).


Os fatores desencadeadores da depressão são biológicos e ambientais. Os
fatores biológicos são as alterações que ocorrem no sistema nervoso central,
advindas da velhice, que ocasionam a redução de neurônios e de
neurotransmissores, o que infere na perda de habilidades cognitivas e funcionais. Os
fatores ambientais consistem na interação do indivíduo com o meio externo.
Geralmente, na velhice, aumentam os estressores psicológicos e sociais, e, estes,
se relacionam às perdas dos papéis sociais, pessoas queridas e a solidão
(GUIMARÃES; CALDAS, 2006).
Projeta-se que em 2020 a depressão será a segunda causa de perda
funcional de idosos, uma vez que esta perda poderá gerar dependência e possível
institucionalização (IRIGARAY; SCHNEIDER, 2008).
De acordo com Garrido e Menezes (2002), no ano de 1997 entre todas as
internações, as internações psiquiátrica estavam entre as dez primeiras causas no
grupo de pessoas idosas e do sexo masculino.
Em estudo realizado para verificar a incidência de ansiedade em idosos com
mais de 80 anos, constatou que 10,6% dos 77 idosos participantes apresentavam
transtorno de ansiedade generalizada (XAVIER et al., 2001).
Diversos autores afirmam a existência da correlação entre os relacionamentos
sociais, a qualidade de vida e a capacidade funcional, sendo que estes fatores
estiverem nefastos, se relacionam com a manifestação da depressão (CARNEIRO et
al., 2007).
Estudos estão fazendo uso do Inventário de Saúde Mental (MHI) em
intervenções de estresse. O instrumento foi utilizado para avaliar níveis de
depressão e ansiedade em estudantes de licenciatura em enfermagem de uma
determinada faculdade, e, o resultado obtido, foi que os alunos do 1.º e 3.º anos do
curso apresentaram níveis de ansiedade mais elevados comparando-se aos alunos
dos outros anos regulares deste curso (CLAUDINO; CORDEIRO, 2006). Outro
estudo com a aplicação do MHI para a avaliação da saúde mental em estudantes do
primeiro ao sexto ano de Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde da
Universidade da Beira Interior apresentou como resultado um alto nível de Distresse,
ou seja, os entrevistados encontravam-se com a saúde mental abalada (ROBERTO
et al., 2011).
Em vista dos argumentos expostos, pode-se dizer que a saúde mental
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satisfatória é sinônimo de prevenção a transtornos mentais em qualquer grupo


etário, sobretudo em idosos moradores de ILPs, que normalmente apresentam
menor autonomia, menor contato com os familiares e menor suporte social, sendo
estes fatores mediadores da qualidade de vida insatisfatória e posteriormente podem
ser a causa da manifestação de transtornos mentais.

Qualidade de vida versus saúde mental

Os conceitos de qualidade de vida e saúde mental são muito utilizados em


pesquisas como sinônimos. Para o esclarecimento sobre as diferenças entre esses
termos, Smith et al. (1999) realizaram estudos onde foi pesquisado os fatores que
afetam a qualidade de vida em pacientes portadores de doenças crônicas. Definiram
que qualidade de vida seja constituída por três esferas: funcionamento físico,
funcionamento social e saúde mental. Foi observado que o escore da esfera mental
afetou significativamente os escores da qualidade de vida, já o funcionamento físico
foi a faceta que apresentou o escore menos expressivo. Esse estudo revelou que a
saúde mental é uma dimensão constituinte da qualidade de vida e que, portanto,
estão diretamente interligadas.
Para Silva (2009), as condições de saúde, os fatores socioeconômicos, a
fatores psicológicos, podem levar a deteriorização do bem-estar e de
funcionalidades, podendo afetar a qualidade de vida.
Em decorrência deste fato, Minayo et al. (2000) recomendaram que a
qualidade de vida fosse vista de forma ampliada, ressaltando as condições
humanas, espirituais e materiais que são extremamente imprescindíveis para a
promoção à saúde e prevenção de enfermidades físicas e mentais.
Assim, no presente estudo, busca-se encontrar relações entre a qualidade de
vida e a saúde mental dos idosos.

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO TRATAMENTO DE IDOSOS COM


TRANSTORNOS MENTAIS

O envelhecimento da população é uma situação mundial, que nos anos mais


recentes, ganha uma maior importância nos países em desenvolvimento. No Brasil,
o crescimento da população idosa é cada vez mais relevante, tanto em termos
18

absolutos quanto proporcionais. Os efeitos do aumento desta população já são


percebidos nas demandas sociais, nas áreas de saúde e na previdência (BRASIL.
MS, 2013.)
Conforme dados estatísticos, entende-se que, hoje no Brasil há
aproximadamente 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos; e
que, em 2025, esse número provavelmente chegará a aproximadamente 32 milhões,
e com isso passará a ocupar o 6º lugar no mundo em número de idosos; e, em 2050,
provavelmente, o número de pessoas idosas será maior ou igual ao de crianças e
jovens de 0 a 15 anos, que será um fato marcante em todo o mundo, e o impacto
dessa nova “ordem demográfica” será imenso (BRASIL. MS, 2013.)
Na legislação com o advento do Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741, de 1° de
outubro de 2003, é considerada uma das maiores conquistas da população idosa
brasileira, pois garante que o envelhecimento é um direito personalíssimo do idoso e
a proteção é um direito social, é de dever de o Estado garantir à pessoa idosa a
proteção à vida e à saúde mediante a efetivação de políticas públicas que permitam
um envelhecimento saudável e em condições de dignidade (BRASIL. MS, 2013.)
É de extrema importância saber que a idade cronológica não é um marcador
preciso para as mudanças que vem com o envelhecimento. Existem diferenças
significativas relacionadas ao estado de saúde, participação e níveis de
independência entre pessoas que possuem a mesma idade (BRASIL, 2005).
Sabe-se que o envelhecimento é um processo natural que caracteriza uma
etapa da vida do homem, e ela vem acompanhada por mudanças físicas,
psicológicas e sociais que acometem de forma particular, pois cada indivíduo tem
sua própria maneira de envelhecer (MENDES, 2005).
A fase do envelhecimento agrega um conjunto de fatores que vai muito além
da idade, pois deve-se levar também em consideração as condições biológicas, que
está intimamente relacionada com a idade cronológica, e que tornasse mais
acelerado devido a idade; as condições sociais variam de acordo com o momento
histórico e cultural; as condições econômicas são marcadas pela aposentadoria; a
intelectual é quando suas faculdades cognitivas começam a falhar, apresentando
alguns problemas como o de memória, atenção, orientação e concentração; e a
funcional é quando há uma perda da independência e da autonomia, precisando de
ajuda para desempenhar suas atividades básicas diárias (PASCHOAL, 1996; MAZO,
et al., 2007).
19

Na nossa sociedade, a velhice ainda não é percebida como simplesmente


mais uma etapa da vida que pode ser vivenciada de forma saudável; pelo contrário,
ela é percebida como sinônimo de problema, inutilidade e até mesmo de doença
(BIRMAN, 1995).
Na maior parte dessa etapa da vida, o idoso acaba sendo representado como
uma pessoa improdutiva, debilitada e doente, de modo que sua imagem acaba
sendo associada à decadência e à total dependência (ALMEIDA, 2003).
Segundo estudos no ano de 1990, a maior parte da população mundial,
aproximadamente 58%, tinha 60 anos ou mais, e a maioria parte residia em países
em desenvolvimento. Portanto para o ano de 2020, provavelmente essa proporção
deverá ser de 67%, pois nesse período, a população idosa deverá aumentar em
aproximadamente 200% nos países em desenvolvimento, enquanto nos países
desenvolvidos é possível que esse aumento atinja aproximadamente 68% da
população (MURRAY & LOPEZ, 1996).
Diferente do que foi observado nos países desenvolvidos, onde o processo de
envelhecimento da população ocorreu de forma gradual, nos países em
desenvolvimento, inclusive no Brasil, tal processo vem ocorrendo em um curtíssimo
espaço de tempo e de maneira bastante rápida (BRASIL, 2000; CARVALHO &
GARCIA, 2003).
Diversos fatores biopsicossociais de risco também predispõem os idosos a
desenvolverem algum tipo de transtornos mentais. E existem diversos fatores de
risco que incluem: Perda de papéis sociais, Perda da autonomia, Morte de amigos e
parentes, Saúde em declínio, Isolamento social, Restrições financeiras e Redução
do funcionamento cognitivo, que é basicamente a capacidade de compreender e
pensar de uma forma lógica, com prejuízo na memória (BANCO DE SAÚDE, 2010).
Entretanto, muitos transtornos mentais em idosos podem ser evitados,
aliviados ou até mesmo, dependendo do caso, revertidos. Assim, podemos destacar
a importância do desenrolamento de ações que impliquem na prevenção, promoção
e controle da saúde da população idosa. E devido a isso se torna necessário que os
profissionais de saúde, principalmente os da enfermagem, por serem os que
permanecem mais tempo junto aos indivíduos/famílias, possuam abordagens
integradoras e capazes de incluir a família nas estratégias de cuidado, possibilitando
dividir as responsabilidades e evitando a sobrecarga física/emocional. Neste sentido,
os enfermeiros, devem estudar e analisar esses tipos de abordagens numa
20

perspectiva holística e multidimensional, de modo a identificar os focos mais


relevantes para a enfermagem e criar evidência científica que permita melhorar a
resposta ao nível da prevenção, tratamento e reabilitação das pessoas mais velhas
com problemas de saúde mental. (PASSOS, et al.,2014)
Conforme foi citado acima, geralmente o idoso é caracterizado como uma
pessoa improdutiva, debilitada e doente, e a sua imagem passa a ser associada à
decadência e a total dependência. E com isso, fica vetado ao idoso a possibilidade
de viver seu processo de envelhecimento com expectativas de conquistas e ganhos,
restando apenas perdas e limitações, já que tais concepções incidem diretamente
não apenas na identidade do idoso, mas também nas práticas sociais a ele dirigidas.
Segundo Patel e Prince (2001), o acesso aos cuidados adequados para os
idosos com transtornos mentais, doenças degenerativas, e às informações sobre
esses transtornos precisa ser ampliado, tanto na comunidade quanto entre os
profissionais de saúde, e aponta para a necessidade de diretrizes para o
desenvolvimento de serviços de apoio apropriados para esse fim.
Dentre os diversos profissionais de saúde que atuam em saúde mental, o
enfermeiro e sua equipe são quem mais mantêm contato com os usuários. No
entanto, o enfermeiro muitas vezes apresenta uma atuação com o paciente de forma
autoritária de controlar, vigiar e reprimir o mesmo, no qual a melhor forma de agir é
com atitudes terapêuticas diante do cliente em sofrimento psíquico, psiquiátrica e
Reabilitação psicossocial (SOARES; RUZZON; BORTOLETTO, 2014).
Considerando os aspectos abordados, nota-se uma maior atenção em
administrar os medicamentos e manter o paciente sobre o efeito das medicações,
tais ações fazem com que o idoso se isole cada vez mais da família e da sociedade,
e com isso dificulta entender o idoso como um todo. As famílias veem o idoso como
um fardo, um trabalho incessante, muitas vezes as famílias se deparam com essa
situação sem nenhum preparo para lidar com o idoso e suas condições.
O cuidado é uma característica essencial do ser humano e pressupõe uma
postura de convivência, interação e comunhão. As relações de cuidado devem
ocorrer na perspectiva sujeito-sujeito e não na perspectiva sujeito-objeto. Assim, as
ações de cuidado devem ser vistas como um “processo permanente de busca de
equilíbrio dinâmico de todos os fatores que compõem a vida humana” (SOARES;
RUZZON; BORTOLETTO, 2014).
21

ALTERAÇÕES SOCIAIS, BIOLÓGICAS E PSICOLOGICAS EM IDOSOS

Na realidade, existem diferentes formas de se definir e conceituar a velhice.


Uma delas é a definição preconizada pela Organização Mundial da Saúde, que é
baseada na idade cronológica, na qual a definição de idoso inicia aos 65 anos nos
países desenvolvidos e aos 60 anos nos países em desenvolvimento. No Brasil, de
acordo com o Estatuto do Idoso (2003), as pessoas com idade igual ou superior a 60
anos são reconhecidas como idosas.
Em todo o mundo, o número de pessoas com 60 anos ou mais está
crescendo rapidamente, mais do que o de qualquer outra faixa etária. A população
de idosos, consideradas pessoas com 60 anos ou mais, cresceu 7,3 milhões entre
1980 e 2000, totalizando mais de 14,5 milhões em 2000. No Brasil, até o ano 2025, o
número de idosos chegará a aproximadamente 32 milhões e será o sexto país em
número de pessoas idosas (WHO, 2005).
A etapa da vida caracterizada como velhice, só pode ser compreendida a
partir da relação que se estabelece entre os diferentes aspectos cronológicos,
biológicos, psicológicos e sociais, e é fundamental na categorização de um indivíduo
como um ser velho ou não.
A pessoa mais velha, na maioria das vezes, é definida como idosa quando
chega aos 60 anos, independentemente de seu estado biológico, psicológico e
social. Entretanto, o conceito de idade é multidimensional e não é uma boa medida
do desenvolvimento humano, pois a idade e o processo de envelhecimento possuem
outras dimensões e significados que vai além das dimensões da idade cronológica
(SCHINEIDER, IRIGARAY, 2008).
Atualmente, os especialistas no estudo do envelhecimento referem-se a três
grupos de pessoas mais velhas: os idosos jovens, os idosos velhos e os idosos mais
velhos. O termo idoso jovem geralmente se refere a pessoas de 65 a 74 anos, que
costumam estar ativas, cheias de vida e vigorosas. O idoso velho, se refere a
pessoas de 75 a 84 anos, e o idoso mais velho, se refere a pessoas de 85 anos ou
mais, que são aqueles que têm maior tendência para a fraqueza e para a
enfermidade, e podem ter dificuldade para desempenhar algumas atividades da vida
diária (PAPALIA, OLDS & FELDMAN, 2006).
Embora esta categorização seja bastante usual, cada vez mais as pesquisas
revelam que o processo de envelhecimento é uma experiência heterogênea, vivida
22

como uma experiência individual. Algumas pessoas, aos 60 anos, já apresentam


alguma incapacidade; entretanto outras estão cheias de vida e energia aos 85 anos
(BEE, 1997)
A velhice apesar de não ser considerada uma doença, atualmente ela ainda é
associada a doenças e perdas, e contribui bastante para o consumo de cuidados de
saúde, com o avançar da idade verifica-se um declínio funcional, uma maior
frequência de multimorbilidade e, portanto, elevados níveis de dependência,
induzindo simultaneamente a polimedicação (OMS, 2011).
Seguindo a mesma ideia, percebe-se que a velhice é tratada como uma etapa
da vida caracterizada pela decadência física e a ausência de papéis sociais, e com
isso o avanço da idade ocorre como um processo contínuo de perdas e de
dependência, que acaba retratando um conjunto de imagens negativas associadas a
velhice. Essa visão negativa da velhice já atravessa séculos, e mesmo atualmente,
com tantos recursos para prevenir e retardar doenças, essa fase da vida é temida
pela maioria das pessoas e vista como uma etapa detestável.
Porém como foi citado acima, a velhice é uma experiência individual, que
pode ser vivenciada tanto de uma forma negativa quanto de forma positiva, depende
da história de vida da pessoa e da representação que está enraizada na sociedade
em que esse indivíduo vive.
Na época contemporânea, florescer do século XXI, ao mesmo tempo em que
a sociedade potencializa a longevidade, ela nega aos velhos o seu valor e sua
importância social. Vivemos em uma sociedade de consumo na qual apenas o novo
pode ser valorizado, caso contrário, não existe produção e acumulação de capital.
Nesta dura realidade, o velho passa a ser ultrapassado, descartado, ou já está fora
de moda (PACHECO, 2005).
Seguindo a mesma ideia, percebe-se que é nessa fase da vida que é mais
elevado as alterações e transtorno nos idosos, pois infelizmente ainda na sociedade
o idoso não é valorizado, é considerado um ser “improdutivo”, e torna-se um peso
para seus familiares e um ônus para os serviços previdenciários (PAPALÉO, 1996).
E essa visão da sociedade perante o idoso, repercute na saúde mental e
física da pessoa idosa que acaba incorporando, essa ideia de si mesmo, e entrando
nessa etapa da vida com o pensamento de ser uma pessoa inútil e frágil.
Desencadeando algumas características ou sinais quando estão em algum tipo de
sofrimento psíquico, que se não for observado e tratado precocemente, pode evoluir
23

para quadros depressivos, psicóticos, demências, distúrbios, transtornos, entre


outros.
Apesar de estudos sobre idosos com doenças mentais serem limitados,
indicadores demonstram que há uma grande prevalência de transtornos mentais e
processos demenciais na população idosa, sendo que sua prevalência pode
aumenta de acordo com a idade. Já a depressão por sua vez é um dos transtornos
psiquiátricos mais comuns na população idosa.
A presença de doenças físicas, a diminuição da capacidade funcional, a
ausência de companheiros e o isolamento social, são considerados fatores de risco;
já a mudança dos papéis sociais, o tempo livre, sentimento de inutilidade e a
diminuição das responsabilidades, são algumas alterações que podem estar
presentes no processo para o desenvolvimento de algum tipo de alterações ou
transtornos mentais (ATHENEU, 2007).

TRANSTORNOS MENTAIS MAIS ACOMETIDOS EM IDOSOS

Segundo estudos mais recentes, uma em cada 10 pessoas no mundo sofrem


de algum distúrbio mental. Esse dado representa 10% da população mundial –
aproximadamente 700 milhões de pessoas – que sofrem com a perda de uma parte
da reserva funcional cerebral, o que os torna mais vulneráveis para lidar com o
estresse, relacionamentos interpessoais e até mesmo a qualidade de suas escolhas
(OMS, 2017).
Muitos fatores influenciam na saúde mental dos idosos, mas o processo
biológico do envelhecimento, por si só, não vem associado a qualquer doença, mas
sim à diminuição das reservas funcionais. Alguns aspectos podem favorecer o
aparecimento das doenças psíquicas, como, os fatores biológicos, sociais e
psicológicos, e isso inclui também a frustração por parte dos idosos por não
conseguirem mais realizar algumas atividades que faziam parte do seu dia-a-dia.
Assim é fundamental que seja realizado um acompanhamento profissional
deste o aparecimento dos primeiros sintomas, com o intuito de avaliar e tratar
adequadamente cada situação. Ressaltando a importância da atuação de uma
equipe multidisciplinar e equipamentos da saúde mental que acolham esta demanda
(DATASUS, 2006).
24

A demência e a depressão estão entre as principais causas de anos vividos


com alguma incapacidade, e com isso incidem diretamente sobre a questão da
dependência e da autonomia (VERAS, 1994; MURRAY & LOPEZ, 1996;
CERQUEIRA, 2003).
São vários os fatores associados à prevalência da depressão na velhice, entre
eles as limitações e perdas (físicas, econômicas, sociais e afetivas) bem como a
falta de um papel social para o idoso. Quanto à demência, fatores hereditários e
estilo de vida podem estar associados ao seu aparecimento. As síndromes
demenciais associam-se com depressão em 30% a 40% dos casos (CARVALHO &
FERNANDEZ, 1996; 10/66 DEMENTIA RESEARCH GROUP, 2000A).
Entende-se que, tanto a demência quanto a depressão são reconhecidas
como um problema de saúde, porem geralmente são subestimadas pelos
profissionais de saúde, familiares e até mesmo pelos próprios pacientes, talvez
porque a velhice esteja associada à doença, ou porque muitas vezes confundem os
sintomas descritos com outras patologias, e com isso acaba tendo diagnósticos
tardios e até mesmo erros na avalição cognitiva do idoso (LUDERS & STORANI,
1996; MACHADO, 2003).
Os transtornos de ansiedade são os mais prevalentes entre os transtornos
psiquiátricos que acometem a população geral, e a ansiedade é altamente
prevalente entre a população idosa. Os transtornos ansiosos desencadeiam
alterações que afetam a qualidade de vida dos idosos, particularmente restringindo
suas vidas sociais e diminuindo gradualmente a independência deles. Os sintomas
estão geralmente associados a comorbidades psiquiátricas, principalmente a
depressão e outras comorbidades clínicas, causando um impacto importante na
qualidade de vida desses indivíduos (REV BRAS PSIQUIATR, 2005).
Seguindo a mesma ideia acima, percebe-se que os transtornos mentais em
geral não vêm junto com a idade, eles são desenvolvidos ao logo do tempo devido a
razões expostas e à algumas alterações. E com certeza a sociedade e a família
acaba “colaborando” indiretamente para o desenvolvimento desses transtornos
psíquico nos idosos, devido à falta de valor e relevância que o idoso tem perante ao
meio social.
E é nessa fase da vida que os idosos sofrem as maiores perdas, que seria o
luto de amigos e familiares, na maioria das vezes é nesse período que ocorre o
distanciamento dos filhos devido as condições que esse indivíduo se encontra, e ele
25

também acaba sofrendo a perda de status e com isso o seu papel social. E devido
todo esse processo nessa fase da vida, ele corre o risco de desenvolver outros
quadros, que são desencadeados pelas mesmas causas, como por exemplo, as
demências degenerativas que são incuráveis e pioram com o passar do tempo, os
transtornos mentais e as dependências de bebidas alcoólicas e fármacos.
E é diante de alguns desses transtornos mentais na população idosa, que se
inicia a atuação dos profissionais de saúde, e dentre eles está incluso o enfermeiro,
que atua não só nos cuidados, mas também em uma atuação mais ampla que é a
proteção, prevenção, reabilitação e a recuperação da saúde, e o principal foco do
profissional de enfermagem é no bem-estar do ser humano.

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AS ALTERAÇÕES


BIOPSICOSSOCIAIS

Devido ao crescimento da população idosa no Brasil, surgiu o decreto nº


1.948 de 03 de julho de 1996, que regulamenta a Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de
1994, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do
Idoso e dá outras providências. Esta Lei tem por finalidade e princípios, assegurar
direitos sociais que garantam a promoção da autonomia, integração e participação
efetiva do idoso na sociedade, de modo a exercer sua cidadania, onde a família, a
sociedade e o Estado são responsáveis em garantir sua participação na
comunidade, defender sua dignidade, bem-estar e direito à vida (BRASIL. MS,
1994).
Considerando os aspectos abordados, com o aumento da população idosa, o
que vem ocorrendo de forma rápida e progressiva, exige que os profissionais da
saúde, em especial os enfermeiros, estejam capacitados para atender as
especificidades desta etapa da vida, melhorando a assistência prestada. E é de
extrema importância e necessidade para a atuação do enfermeiro que ele tenha
conhecimento do processo de envelhecimento de modo que ele esteja capacitado
para orientar, acompanhar e atender integralmente as necessidades do idoso. E com
isso poder também orientar os cuidadores e a família para executar os cuidados à
pessoa idosa com ética, sensibilidade e responsabilidade.
Observamos claramente a necessidade de uma maior atenção a população
idosa, e é de elevada urgência que se iniciem programas que voltem sua atenção a
26

estes idosos, que tem diversas vezes suas necessidades e problemas pouco
conhecidos tanto pela sociedade em geral quanto pelos profissionais de saúde. E na
formação do profissional de enfermagem deve-se investir amplamente no preparo
para a assistência aos idosos, já que são geralmente portadores de diversos
distúrbios psicosócio-econômicos, constituindo-se pacientes mais complexos, que
exigem do enfermeiro mais tempo para a prestação dos cuidados, pois os idosos
costumam ser portadores de múltiplas enfermidades (MONTEIRO, 1989).
Seguindo a mesma ideia acima, almejamos que a formação acadêmica de
profissionais enfermeiros seja baseada no desenvolvimento de atividades, que
possa capacitar melhor esse futuro enfermeiro em relação ao processo de
envelhecimento, pois a realidade de hoje é que apenas nos informam sobre esse
processo. Pois nessa fase da vida, os idosos necessitam de profissionais sensíveis
aos limites e peculiaridades presentes em cada indivíduo, a fim de compreender as
modificações físicas, emocionais e sociais desta faixa etária.
Baseando-se nos aspectos abordados, percebe-se o quanto é essencial que o
enfermeiro desenvolva suas respectivas atividades junto à pessoa idosa, por meio
de um processo de cuidar, que consiste em olhá-lo como um todo, considerando
tanto suas necessidades físicas e biológicas como os aspectos biopsicossociais e
espirituais. Essa concepção de cuidar prevê a interação do viver da pessoa idosa e
com isso consegui promover um viver saudável e ativo, por meio da utilização das
capacidades e condições de saúde do idoso, visando o seu contínuo
desenvolvimento pessoal de forma a estimular sua autonomia. Mesmo com a
enfermagem desenvolvendo esse papel tão determinante na execução e
cumprimento das leis direcionadas aos idosos, promovendo a inclusão social, e
respeitando as capacidades e limitações dos idosos, ainda há muito a conquistar
nessa área de conhecimento sobre o processo de envelhecimento.
Dentre os diversos profissionais de saúde que atuam em saúde mental, o
enfermeiro e sua equipe são quem mais mantêm contato com os usuários. No
entanto, o enfermeiro muitas vezes apresenta uma atuação com o paciente de forma
autoritária de controlar, vigiar e reprimir o mesmo, no qual a melhor forma de agir é
com atitudes terapêuticas diante do cliente em sofrimento psíquico, como, por
exemplo, o acolhimento e empatia (SOARES; RUZZON; BORTOLETTO, 2014).
A atenção ao idoso até um passado bem próximo não era valorizada ou
considerada uma especialidade da área da enfermagem. O panorama no Brasil, vem
27

sofrendo transformações na última década, transformações essas, decorrentes da


conscientização do envelhecimento populacional e da necessidade do
aprimoramento do conhecimento específico em enfermagem para assistir o indivíduo
nesta faixa etária (TEIXEIRA; FERNANDES, 2003).
Seguindo a mesma ideia acima, infelizmente mesmo com as transformações
que o Brasil vem sofrendo em relação a conscientização do envelhecimento,
percebe-se que ainda há muitas limitações nos cuidados prestados ao paciente
idoso, principalmente quando esse paciente sofre de algum sofrimento psíquico, há
uma “descriminação” desse paciente tanto pelos familiares quanto pelos
profissionais da saúde, pois o idoso ainda é visto pela sociedade como uma pessoa
inútil. Acima de tudo a assistência de enfermagem ao idoso requer além de
conhecimento científico específico, a visão global das necessidades do indivíduo,
sobretudo, àquele acometido de distúrbio mental.
28

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