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SEMINÁRIO CONCÓRDIA

Leitura Programada 2021


ARANTES, Ana Cláudia Quintana. A morte é um dia que vale a pena
viver. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.
Professor: Leonidio Schulz Görl
Nome:
07/05/2021
Leia com atenção e responda todas as perguntas abaixo de forma clara,
concisa e objetiva.

1. “Vou mais longe: minha vida encheu-se de sentido quando descobri que tão
importante quanto cuidar do outro é cuidar de si.” Como a autora explica e entende
esta afirmação?
A autora conta que estava muito ocupada e preocupada com os pacientes e seu trabalho, que
não conseguia fazer a distinção entre sua vida particular e seu trabalho, que se sentia afetada
pelos dramas de seu trabalho, então ela entendeu que precisava cuidar de si mesma para que
pudesse cuidar do outro. Em um momento do livro ela cita a passagem bíblica que diz que
devemos amar o próximo como a nós mesmos e conclui que precisava se amar e se cuidar
para poder cuidar do outro.

2. Segundo a autora, qual é o problema que acontece quando o paciente tem uma
dimensão espiritual mal estruturada?
A autora diz que uma dimensão espiritual mal estruturada acontece quando a relação com o
sagrado é baseada em custo e benefício, Deus precisa fazer as vontades da pessoa e ela fica
frustrada se isso não acontece.

3. Ana Cláudia faz uma crítica quando diz que “infelizmente, no Brasil, todo mundo
pensa que fazer Cuidados Paliativos é sedar o paciente e esperar a morte chegar.”
Então, o que seria Cuidados Paliativos na visão dela?
Para ela, cuidados paliativos são cuidados integrais, não apenas sedar o paciente e deixar que
ele morra sem consciência, mas ajudar a aliviar a dor e dar o controle de seus últimos
momentos a ele, para que ele se expresse e escolha como serão seus últimos momentos de
vida.

4. No livro a autora faz uma diferença entre empatia e compaixão. Explique porque a
autora prefere usar o termo compaixão.
Na empatia, podemos nos perder no cuidado do outro. Nos colocamos no lugar do outro, mas
podemos nos esquecer de nós mesmos e ir além de nossa capacidade. Já na compaixão, ao
invés de abrir mão da nossa individualidade em nome do outro, temos um sentimento bom
para o outro, mas não nos perdemos nesse sentimento, não abrimos mão de nós mesmos em
nome do outro, mas ajudamos o outro dentro das nossas possibilidades.

5. Ao falar sobre “o esperar pela morte” a autora menciona três perspectivas duais do
tempo. Quais são essas perspectivas?
A primeira perspectiva é a espera. A segunda perspectiva é a esperança. A terceira perspectiva
é a prece.
6. O que é um ‘zumbi existencial’ segundo a autora?
São pessoas que não olham para os lixos de sua vida, os problema que elas têm que encarar,
mas elas fingem que não existem na esperança que assim eles deixem de existir. Por conta
disso, já estão mortas, mesmo aparentando vida, mas não estão vivendo a vida em sua
plenitude.

7. Ana Cláudia recorre aos orientais para falar que somos compostos de terra, água, fogo
e ar. Explique como ocorre a dissolução de cada um destes elementos no processo da
morte.
A terra é a dissolução da pele, o corpo se desintegrando. A água é a diminuição dos fluídos da
pessoa, o que acontece de acordo com a agressividade da doença. A dissolução do fogo é a
melhora antes da morte, as células do corpo vislumbram seu final e dão uma última melhora
para que a pessoa tenha algum bem estar antes de morrer. A dissolução do ar é a agonia da
morte, a perda da respiração, é a última etapa do morrer.

8. O que a autora quer dizer quando afirma: “O que mata é a doença, e não a verdade
sobre a doença”.
Ela está diante de familiares que não querem que o paciente saiba que sua doença é terminal,
para “poupá-lo” de sofrimento, então ela discorre que a verdade sobre a doença não vai matar
o paciente, ele vai morrer por causa da doença, não por causa da verdade. Esconder a verdade
sobre a doença vai tirar a autonomia do paciente de escolher seus últimos momentos de vida
como ele quer que seja..

9. Em sua experiência a autora afirma que “A religião pode ser uma comorbidade grave,
até perversa, ou uma ferramenta de cura muito profunda e eficaz.” Como essa
afirmação pode auxiliar você na prática da sua pastoral?
A religião pode fornecer uma falsa esperança de cura, o que pode fazer que a pessoa não tome
os devidos cuidados para um morrer mais sereno, também pode trazer a culpa e a acusação de
que a morte é merecida por ser pecador. Também a religião pode trazer muito consolo, a
pessoa tem a esperança celestial e que Deus está com ela no seu momento de partida. Como
futuro pastor, quero levar a religião como consolo, lembrar as pessoas que Deus está com elas
nesse momento de morrer e que Deus as ama profundamente, por isso elas podem se agarrar
em Deus nesse momento, mesmo que tenham muitos pecados a confessar, pois Deus enviou
Jesus para perdão dos nossos pecados e podemos morrer com Deus tranquilamente, pois Ele
está conosco.

10. Defina o que é um ateu puro e o que é um ateu convertido na visão da autora.
Ateu puro seria o que nasceu ateu, ou que não quer converter as pessoas ao ateísmo, que está
tranquilo quanto às suas crenças. Já o ateu convertido é o ateu que não nasceu ateu, mas se
converteu ao ateísmo e trata o ateísmo como uma religião, querendo converter as pessoas ao
seu ateísmo.

11. A autora cita a enfermeira australiana Bronnie Ware e descreve cinco discursos
recorrentes ligados ao arrependimento diante da morte: “Eu gostaria de ter priorizado
as minhas escolhas em vez de ter feito escolhas para agradar aos outros.”; “Eu devia
ter demonstrado o que estava sentindo”; “Eu não devia ter trabalhado tanto.”; “Eu
devia ter passado mais tempo com os amigos.” e “Eu deveria ter feito de mim mesmo
uma pessoa mais feliz.”. Qual foi o seu sentimento ao ler estes cinco arrependimentos
e qual deles te chamou mais a atenção e te fez ‘refletir’ sobre a dinâmica de sua
própria vida?
Estes arrependimentos são os mais comuns na hora da morte. As pessoas passaram tanto
tempo tentando ser o que não de fato eram que se arrependem no final da vida de terem
priorizado suas próprias escolhas, seu tempo, seus amigos e sua felicidade. Eu busco priorizar
aquilo que eu sou para evitar esses arrependimentos, mas confesso que não passo tempo com
meus amigos do jeito que eu deveria passar. Isso me fez refletir na gestão do meu tempo, que
devo gerenciar melhor meu tempo para ter tempo para os meus amigos.

12. Ao falar sobre o luto a autora diz que “Quando morre uma pessoa amada e importante,
é como se fôssemos levados até a entrada de uma caverna. No dia da morte, entramos
na caverna, e a saída não é pela mesma abertura por onde entramos”. O que isso
significa?
Isso significa que devemos buscar cavar nossa própria saída da caverna. Devemos encarar o
luto de maneira natural, deixar o luto fluir e assim encontrar nossa própria saída da caverna,
respeitando nossa individualidade, não forçando algo fora do natural para superarmos a
tristeza.

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