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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Direito

Tema꞉ SOCIEDADE EMPRESARIAL E ADMINISTRADORES

Turma ꞉ 3L5LDR5

Discente꞉
Claida Jéssica Pedro Cândido

Codigo: 2021131321

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Maputo, Abril de 2023

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Índice

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................2

1.1.1 Geral..........................................................................................................................2

1.1.2 Especificos.................................................................................................................2

2. SOCIEDADE EMPRESARIAL...............................................................................................3

2.1. NOÇÃO................................................................................................................................3

2.2. PERSONALIDADE JURÍDICA..........................................................................................3

2.3. CAPACIDADE JURIDICA..................................................................................................3

2.4. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES............................................................................4

2.5. A RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES...................................................5

3. A ADMINISTRAÇÃO.............................................................................................................6

3.1. CONCEITO..........................................................................................................................6

3.2. ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE..............................................................................6

3.3. COMPETENCIA DA ADMINISTRACAO.........................................................................7

3.4. DEVERES GERAIS DOS ADMINISTRADORESRES......................................................7

4. A RELACAO ENTRE OS ADMINISTRADORES E A SOCIEDADE.................................9

4.1. OS ADMINISTRADORES DAS SOCIEDADES E SEUS PODERES


REPRESENTATIVOS...............................................................................................................10

4.2. FORMA DE RESPONSABILIZAÇÃO............................................................................11

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4.2.1. Responsabilidade para com a Sociedade......................................................................11

5. CONCLUSÃO........................................................................................................................13

6. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................14

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1. INTRODUÇÃO

Numa primeira abordagem, poderíamos dizer que sociedade comercial é a pessoa jurídica que
nasce de um estatuto social ou de um contrato, pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a
prestar certa contribuição de bens ou serviços, formando um patrimônio destinado ao exercício
do comércio, e com a intenção de partilhar os lucros entre si.

Numa atualidade em que se considera os administradores como o órgão principal da sociedade, a


figura central da vida societária e os grandes responsáveis pela sustentabilidade do património
social, analisar a regulação da sua atividade no seio social apresenta-se como um desafio de
especial interesse, a que se propõe realizar.

Aos administradores compete-lhes o poder-dever de gerir internamente uma sociedade


comercial, as suas atividades, as suas finalidades, o seu objeto social e tudo o que rodeie a vida
societária, competindo-lhes ainda, o poder-dever de representar exteriormente a sociedade
comercial que administram

A administração da sociedade comercial e a sua representação, via de regra, são mencionadas no


contrato social ou no estatuto social. Os sócios mencionados como representantes da sociedade
receberão poderes para praticar atos em nome e por conta da sociedade comercial, exercendo
direitos e assumindo obrigações pertinentes à sua atividade comercial.

Os dirigentes e representantes da sociedade comercial, entretanto, poderão ser responsabilizados


pelos demais sócios quanto aos atos de sua autoria praticados com dolo, culpa ou abuso de poder,
em prejuízo da sociedade.

Os fins de qualquer sociedade, vale a pena lembrar, seja ela de natureza civil ou comercial,
deverão ser sempre lícitos, possíveis, e compatíveis com a moral ou os bons costumes (ordem
pública).

1.1. OBJECTIVOS

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1.1.1 Geral

Compreensão da relação entre os administradores e sociedade empresarial

1.1.2 Especificos

 Apresentar a definição de sociedade empresarial


 Falar sobre a personalidade e capacidade jurídica
 Classificar as sociedades
 Conceituar administração
 Explanar sobre as responsabilidades e competências do administrador
 Apresentar a relação entre os administradores e a sociedade

2. SOCIEDADE EMPRESARIAL

2.1. NOÇÃO

A sociedade empresarial é aquela em que uma ou mais pessoas se constituem, e se obrigam s


contribuir com dinheiro, bens ou serviços, para o exercício da sua actividade empresarial e a
partilha, entre si , dos resultados, nos termos do artigo 66 do Código Comercial.

Uma sociedade comercial é, então, uma pessoa coletiva, sendo por isso um centro de imputação
de situações jurídicas ativas e passivas. Sociedade é ainda um instrumento para o
desenvolvimento de um projeto empresarial.

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2.2. PERSONALIDADE JURÍDICA

As sociedades comerciais são consideradas, ao lado das sociedades civis, como sujeitos de
direito e, portanto, com personalidade própria, ou seja, com aptidão, enquanto pessoas jurídicas
que são, para exercer direitos e contrair obrigações. Adquirem a personalidade jurídica por meio
do seu reconhecimento, e partir do registro junto da entidade competente para o efeito, vide
artigo 158 do Código Civil conjugando com artigo 70 do Código Comercial.

A personalidade jurídica da sociedade comercial não se confunde com a de seus sócios. Desta
forma:

a) o capital social da sociedade não tem relação com a fortuna individual ou particular dos sócios
e as obrigações por esta assumidas só os afetam até o limite de suas responsabilidades, conforme
as normas legais prescritas para cada tipo de sociedade;

b) as sociedades, como pessoas jurídicas que são tornam-se titulares de direitos próprios
independentes dos de seus membros ou sócios;

c) em suma, as sociedades comerciais têm direitos, obrigações e patrimônios próprios, distintos


dos de seus sócios.

2.3. CAPACIDADE JURIDICA

Foi condicionada, em termos históricos, pelo princípio da especialidade – a capacidade das


pessoas coletivas seria limitada, abrangendo apenas os direitos e obrigações necessários ou
convenientes à prossecução dos seus fins, (com base no nr 2 artigo 72 Código Comercial).

A ideia do princípio da especialidade teve uma dupla origem:

a) Doutrina ultra vires anglo-saxónica – se, na atuação concreta, a entidade praticasse atos que

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ultrapassassem o acervo que lhe fora concedido, eles eram ultra vires e não a vinculavam (teria
sido ultrapassada a sua capacidade de gozo);

b) Restrições continentais aos bens de mão morta – bens deixados a conventos e a ordens

religiosas, entidades pioneiras no domínio da personalidade coletiva. Esses bens saíam do

mercado normal e não produziam riqueza.

Contudo, o princípio da especialidade veio a perder os dois pilares histórico-dogmáticos em que

assentava: a partir do séc. XIX, generalizou-se o sistema de reconhecimento automático da

personalidade coletiva (reunidos os requisitos legais e procedendo-se ao registo, a personalidade

coletiva surgia).

2.4. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES

As sociedades podem ser classificadas quanto ao seu objeto, quanto à responsabilidade dos
sócios, quanto às qualidades dos sócios e quanto à forma de sua constituição.

Vejamos:

a) Quanto ao objeto podem ser:


 sociedades civis
 sociedades comerciais

Serão comerciais as atividades cujos fins forem atos comerciais com intuito especulativo ou
lucrativo. As sociedades civis terão por objeto atos considerados não mercantis.

b) Quanto à responsabilidade dos sócios

Podem ser:

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Sociedades de responsabilidade ilimitada - nessas sociedades, o patrimônio particular dos
sócios responde pelas obrigações sociais (os sócios, portanto, se tornam garantidores da
sociedade). Ex.: Sociedade por cota, vide nr 1 art. 285 CC

Sociedades de responsabilidade limitada- nessas sociedades os sócios respondem até a


importância do capital com que entraram para a sociedade (no caso das sociedades anônimas) ou
até o total do capital social (no caso das sociedades limitadas).

c) Quanto às qualidades pessoais dos sócios

Por este critério, podem as sociedades ser:

Sociedades de pessoas : São aquelas em que a pessoa dos sócios possui importância
fundamental. Nestas sociedades cada sócio conhece e escolhe seus companheiros. Ninguém
nelas ingressa ou delas se retira sem concordância dos demais, importando o ingresso ou a
retirada em modificação do contrato social. Em geral, todos os sócios contribuem diretamente
com o seu trabalho para alcançar os objetivos da sociedade.Ex.: sociedade em nome coletivo(

Sociedades de capitais: São aquelas em que a participação pessoal dos sócios ocupa posição
secundária. O mais importante neste tipo de sociedade é o capital do sócio-acionista e não a sua
pessoa. Por isso, nenhuma alteração será feita no contrato social em razão do ingresso ou retirada
deste ou daquele sócio. Desta maneira, o sócio-acionista ingressa na sociedade ou dela se retira,
sem dar atenção aos demais, pela simples aquisição ou venda de suas ações. Ex.: sociedade
anônima.

d) Quanto à forma de constituição

Temos aqui quatro tipos básicos nos termos do artigo 67 do CC, que são os seguintes:

 sociedades em nome coletivo de responsabilidade limitada;


 sociedade por quotas;
 sociedade anônima;
 Sociedade por acções simplificadas

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2.5. A RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES

As sociedades comerciais, sendo dotadas de personalidade jurídica, como consta no artigo 158
do CC conjugado com artigo 70 doCC, são pessoas coletivas que manifestam a sua vontade
através dos seus órgãos.Os órgãos da sociedade empresarial nos termos do artigo1 14 CC são:

a) A Assembleia Gereral;

b) A Administracao;

c) O Secretario de Sociedade;

d) O Conselho Fiscal ou Fiscal Único;

A responsabilidade no plano societário é tipice, temos:

-A responsabilidade dos administradores para com a sociedade, vide art.160;

- A responsabilidade dos administradores para com o credor da sociedade, vide art.162;

- A responsabilidade dos administradores para com socio , acionista e terceiro.

O órgão da administração é um dos principais órgãos sociais .

Em todos os tipos societários, os administradores o pela sua atuação no exercício das suas
funções, estão sujeitos à aplicabilidade dos regimes da responsabilidade civil, criminal e de mera
ordenação social, uma vez verificados os seus respetivos pressupostos de aplicação.Os
administradores que sejam simultaneamente sócios da sociedade que gerem e representam,

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apesar de como sócios responderem de forma limitada, enquanto administradores podem vir a
responder ilimitadamente.

3. A ADMINISTRAÇÃO

3.1. CONCEITO

Administrar sob o aspecto empresarial é gerir os negócios. A administração de uma sociedade


qualquer é composta de uma ou mais pessoas físicas (naturais), responsáveis pela gestão ou
condução dos negócios sociais. Administrar significa dirigir ou organizar, ou seja, efetuar a
gestão da empresa.

Contudo, Administração nada mais é que um órgão da sociedade, por meio do qual ela
(sociedade) assume suas obrigações e exerce seus direitos perante terceiros. É o órgão que decide
pela sociedade, compreendendo a gestão das operações da atividade da sociedade

Deste modo concluímos que administrador- é a pessoa que exerce essas atividades em ambiente
empresarial, decide pela sociedade, ou seja, pratica os atos de gestão das operações da
sociedade.

3.2. ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE

Sabe-se que qualquer pessoa pode ser sócia em uma sociedade limitada, isto é, uma pessoa
jurídica poderá compor o quadro societário. No entanto, esta possibilidade não existe quando se
designa a figura do administrador, o qual, necessariamente, deverá ser uma pessoa física (vide nr
1 artgo 136 CC) Isto se dá porque toda pessoa jurídica só realiza um ato por meio de uma pessoa
física, a qual presentará, ou representará, aquela sociedade. É, por isso, que a legislação
moçambicana só permite que pessoas físicas exerçam a atividade administrativa de pessoas
jurídicas(vide nr 2 artigo 136 CC).

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A possibilidade de terceiro vir a ser nomeado como administrador na sociedade é uma forma de
aumentar a especialização de funções da administração da sociedade.

E a composição,designação , destituição r funcionamento da administração deve obedecervas


regras fixadas para cada tipo de sociedade, devendo a primeira administração ser desinada pelos
sócios ou pelos accionostas no contracto de sociedade.vide nr 3 artigo 136 CC

O órgão de administração rege-se pelos seus estatutos, que contêm os seus direitos e deveres
constituintes da situação jurídica dos administradores enquanto tais, decorrentes do contrato de
administração

O contrato de é realizado entre a sociedade e os administradores e constitui a relação de


administração.

Quanto à natureza jurídica da relação de administração, esta decorre de uma relação contratual
entre a sociedade e os administradores, afastando assim as qualificações como contrato de
mandato e contrato de trabalho.

O contrato de administração é então, caraterizado pela atuação dos administradores no interesse e


por conta da sociedade, pela prossecução do fim e do objeto social e pelos poderes de
representação de que dispõem, sendo os responsáveis por gerir e representar a sociedade.

3.3. COMPETENCIA DA ADMINISTRACAO

É órgão da administração que dispõe de competência genérica e indefinida para praticar todos os
actos necessários ou convenientes a realizazao do objecto social.

A administração da sociedade compete gerir e representar a sociedade, nos termos fixado para
cada tipo de sociedade (vide nr.1 art.. 138.º ). Poderá nos termos do nr 2 do mesmo artigo,
ocorrer modificação ou limitação de competência de administração e correlativamente, afasta-se
o poder de representação da sociedade. Na verdade esta disposição corresponde uma limitação de
actos que os administradores podiam praticar em representação da sociedade que fica a merce de
terceiros indicados pela assembleia geral ou pelo conselho de administração.

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Contudo, A sociedade responde civilmente pelo acto e omissão da pessoa referida no nr 1 e 2 do
mesmo artigo) nos termos em que o comitente responde pelo acto e omissão do comissario.
Vide nr 3 art. 138.

3.4. DEVERES GERAIS DOS ADMINISTRADORESRES

As atribuições do órgão da administração assumem, como e obvio papel fundamental para a vida
social , e este órgão que cabe , verdadeiramente a condução dos negócios sociais, a pratica dos
actos destinados a dinamizar e prosseguir o escopo da sociedade.

Dai que a lei enfatize os deveres dos membros dos órgãos de administração e representação
nomeadamente:

Dever de cuidado

A avaliação da conduta dos gerentes e administradores, em termos da sua responsabilização


perante a sociedade, deverá ter em conta que estão obrigados a “Deveres de cuidado, revelando a
disponibilidade, a competência técnica e o conhecimento da actividade da sociedade adequados
às suas funções e empregando nesse âmbito a diligência de umgestor criterioso e ordenado”, vide
al. a) nr 1 artigo 139 do CC.

Este elenco de manifestações do dever de cuidado pecará aparentemente por defeito, na medida
em que haverá outras não menos importantes que não foram mencionadas, o queacaba por ser
colmatado, com alguma imprecisão, pela referência à diligência de um gestor criterioso e
ordenado.

De uma forma mais abrangente, podemos afirmar que o dever de cuidado compreende o dever de
vigilância, o dever de intervenção, o dever de obtenção de informação no iterdecisional e o dever
de não tomar decisões irracionais.

a) um dever de controlo ou vigilância organizativo-funcional (duty to monitor) sobre a


actuação dos trabalhadores da sociedade, em especial quando existe delegação de
poderes; implica que os administradores prestem atenção à evolução económico-
financeira da empresa e ao desempenho de quem gere, designadamente administradores e
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directores, informando-se devidamente; revela, nesta dimensão, a disponibilidade e o
conhecimento da actividade societária.
b) um dever de intervir, pois o administrador tem que desenvolver uma actividade de
vigilância, designadamente através da adopção de procedimentos de monitorização da
actividade social e, em caso de necessidade, intervir.
c) um dever de actuação procedimental correcta, ou seja, de obtenção de informação no iter
decisional (duty of inquiry), segundo o qual os administradores devem, antes da tomada
de qualquer decisão de gestão, procurar recolher toda a informação pertinente, de modo a
permitir formular um juízo tão seguro quanto possível acerca da razoabilidade da medida
de gestão a adoptar. Este dever implica, designadamente, a investigação da origem das
eventuais anomalias constatadas no cumprimento do dever de vigilância;
d) por último, o dever de tomar decisões (substancialmente) razoáveis.

Dever de lealidade

Alem dos deveres de cuidado, preceitua que os gestores ou administradores devem observar
“Deveres de lealdade, no interesse da sociedade, atendendo aos interesses dos sócios ou
accionistas ponderando os interesses dos outros sujeitos relevantes para a sustentabilidade da
sociedade, tais como os seus trabalhadores, e credores”. al. b) nr 1 artigo 139 CC

Estamos perante um dever de comportamento que exprime um valor ético-jurídico. Os


administradores devem à sociedade uma lealdade qualificada, pois a administração acarreta uma
especial possibilidade de interferir danosamente nos interesses alheios, ou seja, é uma daquelas
relações que implica um especial dever de lealdade decorrente de a curadoria do interesse de
alguém estar entregue a outrem, o que justifica, designadamente, a aplicação do enriquecimento
sem causa às situações de apropriação de oportunidades societárias.

Ao passo que o dever de cuidado tem um cariz essencialmente positivo, prendendo-se com o
objectivo primordial a atingir com a actividade social, isto é, com a obtenção de lucros (interesse
comum dos sócios), já o dever de lealdade tem um pendor essencialmente negativo, dispondo
que os administradores não devem, no exercício das suas funções, agir no seu próprio interesse

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em detrimento do interesse social, prejudicando, desse modo, a sociedade de cuja gestão estão
encarregados. Mas vai mais longe, não se basta com a mera concordância prática ou limitação
dos interesses próprios do administrador, exigindo a sobre ordenação dos interesses da
sociedade.

O legislador poderia ter ido mais longe na concretização exemplificativa de algumas


manifestações do dever de lealdade amplamente aceites, como sejam a proibição de actuar em
conflito de interesses, de concorrer com a sociedade, de aproveitar oportunidades societárias para
si ou para terceiros em detrimento da sociedade, de prosseguir interesses extra-sociais e de agir
conscientemente em prejuízo da sociedade.

Efectivamente, podemos apontar três importantes concretizações ao dever de lealdade:

a proibição de concorrência, que implica que os administradores não desenvolvam, por conta

própria ou alheia, actividades concorrentes com o objecto social (esta vertente do dever de

lealdade já tem consagração , no art. 142 CC) ;

A proibição de apropriação de oportunidades de negócios da sociedade (taking of corporate

opportunities), às quais o administrador só tem acesso precisamente em virtude das funções

que desempenha, não sendo, por isso, legítimo que o administrador obtenha, para si, através

da realização de negócios por sua própria conta, uma vantagem patrimonial, em lugar de a

assegurar à sociedade (trata-se de abuso de informações e insider trading sem expressa

consagração na lei);

A proibição de realização de negócios com a sociedade (nr 1 art. 141 )-pressupoe que a
sociedade não pode conceder empréstimo ou credito a administrador , efectuar pagamento por
conta dele , prestar conta dele, prestar garantia a obrigacaobpor ele contraída e a ele facultar
adiantamentos de remuneração superior a um nes , sem prejuízo do disposto na alínea a) , do
artigo 143 do CC.

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Dever de exercer funções como administrador fiduciário de todos os sócios ou accionistas ,
sejam eles dominantes , minoritárias ou titulares de ações preferenciais , cujos direitos devem
ser igualmente tratados , independentemente da participação de cada um no capital social,vide
alínea c) do nr 1 139

E por ultimo o dever de relatar a gestão e apresentar contas .vide nr 2 art. 139

4. A RELACAO ENTRE OS ADMINISTRADORES E A SOCIEDADE

Existe um vinculo directo entre estes, na medida em que os administradores são responsáveis
para com a sociedade, os administradores executam a vontade da sociedade por meio do
contracto de sociedade vide artigo 74 do CC. O contrato de é realizado entre a sociedade e os
administradores e constitui a relação de administração.

De acordo com a teoria organicista, as funções destes órgãos não resultam de um mandato
representativo, mas sim de uma situação jurídica de representação orgânica. Ou seja apos debate
entre os doutrinários sobre o funcionamentos das sociedades no âmbito externo, prevaleceu o
entendimento da teoria organicista , segundo a qual pessoa jurídica exterioriza a sua vontade por
meio de seus órgãos internos.

A pesar de pessoa jurídica constituir ente fisicamente abstracto , é juridicamente real e ,


diversamente dos incapazes, possui vontade própria , que não carece de ser supeida por terceiros.
O órgão é parte integrante da pessoa jurídica e a vontade por ele exteriorizada é imputada
directamente a esta, e não em substituição de sua vontade.

4.1. OS ADMINISTRADORES DAS SOCIEDADES E SEUS PODERES


REPRESENTATIVOS

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Os administradores das sociedades e seus poderes representativosOs poderes dos administradores
que em primeira instancia podem-se consubstanciar na administração e na representação , são
poderes funcionais. O primeiro , tem em geral, por conteúdo a possibilidade de exercer a gestão
da empresa em comum, enquanto o segundo , compreende a imputação a sociedade dos actos
praticados em seu nome. A questão que se coloca e de saber se haverá obstáculos legais a que o
contracto de sociedade estabeleca uma dissociação destes dois poderes, atribuindo uma entidade
a função de administrar e a outra a de representar a sociedade.

Normalmente , estes podere devem caminhar em conjunto.Alem porque o exercício de um dos


podere , muitas vezes se encontra associado directamente com o exercício do outro.Os titulares
dos órgãos de administração antigamente eram considerados , pelo menos , rotulados como
mandatários da sociedade , dando origem a já assinada terminologia terminologia que qualifica
as suas funções como mandato, reflectida em normas legais e na linguagem corrente. Todavia ,
a perspectiva doutrinaria mais moderna e no sentido de entender, de acordo com a teoria
organicista, que as funções destes órgãos não resultam de um mandato representativo, mas
sim de uma situação jurídica de representação orgânica. É por isso que , em regra , pelos
actos lícitos praticados pelos titulares dos órgãos sociais, responde a sociedade na medida em
que consubstanciam um desenvolvimento natural e normal da actividade do ente societário.

Não é tao liquida a situação dos actos ilícitos no sentido de que sera ou não a pessoa colectiva a
responder por essas actuações.No caso dos administradores , se provarem que agiram sem culpa
no cumprimento dos seu devere legais e estatuários naturalmente não serão responsáveis ,
passando tal acto a ser imputado a sociedade comercia.

Nos termos do nr.1 art.. 138.º a administração da sociedade compete gerir e representar a
sociedade, nos termos fixado para cada tipo de sociedade. Poderá nos termos do nr 2 do mesmo
artigo, ocorrer modificação ou limitação de competência de administração e correlativamente,
afasta-se o poder de representação da sociedade. Na verdade esta disposição corresponde uma
limitação de actos que os administradores podiam praticar em representação da sociedade que
fica a merce de terceiros indicados pela assembleia geral ou pelo conselho de administração.

E geral, todos os actos praticado pelos administradores , em nome da sociedade e dentro dos
poderes que a lei ljes confere, vinculam-na para com terceiros não obstante as limitações dos

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poderes de representação que os os estatutos oubdeliberacoes da asssembleia geral possam
colocar, vide n1 art. 144 CC.Reserva se no entanto , a possibilidade de a sociedade opor-se a
terceiros se estes conhecessem e, ou devessem conhecer as limitacos e que a sociedade não tenha
assumido tacita expressamente a responsabilidade por esses actos, vide nr 2 do mesmos artigo.

Uma questão essencial em relação a esta possibilidade de oposição de actos dos administradores,
refere-se aos chamados actos ultra-vires.

O acto ULTRA-VIRES –Corresponde a pratica do acto para alem ou ainda contrario do objecto
social delimitado nos estatutos da sociedade.Estes actos fizeram nascer a teoria dos actos ultra-
vires societatis.Nos termos desta teoria se o administrador ao praticar actos de gestão, violar o
objecto social delimitado nos estatutos da sociedade,este acto não poderá se imputado a
sociedade.Assim a sociedade fica isenta de qualquer responsabilidade perante terceiros , salvo se
tiver beneficiado da pratica , passando assim, a ter responsabilidades nos limites e termos das
vantagens auferidades.

Deste modo, nos termos gerais , os administradores respondem para com a sociedade pelos danos
que lhes causarem por actos ou omissões praticados com pretericaçao dos deveres ou
estatutários, vide nr 1 artigo 160 CC.

O Administrador pode renunciar o seu cargo mediante carta dirigida ao conselho de


administração ou, na sua falta, ao socio ou ao acionista, produzindo efeito so no final do mês
seguinte aquele em que tiver sido comunicado, devendo este indemnizar a sociedade pelo
prejuízo que da renúncia para ela resultar, vide nrs. 1, 2,e 3 art. 145 CC.

4.2. FORMA DE RESPONSABILIZACAO

Os administradores dispõem de uma livre e ampla margem de autonomia e independência na sua


atuação, podendo causar prejuízos com as suas condutas à sociedade, aos sócios, aos credores e a
terceiros

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Deste modo, no exercício das suas funções de gestão, os administradores têm o dever de agir de
acordo com deveres de cuidado e lealdade que lhes estão adstritos, nos termos da alínea a) do
artigo139.º do CC

Responsabilidade para com a sociedade

Os administradores serão responsáveis para com a sociedade sempre que no exercício das suas
funções, incumpram os seus deveres legais e contratuais e prejudiquem a sociedade com as suas
omissões ou atos praticados.

A responsabilidade dos administradores para com a sociedade, patente no artigo 160 do CC.É
subjetiva, pois baseia-se na presunção de culpa do administrador. Se o administrador provar que
agiu sem culpa na omissão ou ato lesivo, este não será responsável para com a sociedade. No
entanto, na falta de prova da sua não culpabilidade, esta presume-se, segundo o disposto n.º1, do
art. 160 CC.

Pressupostos

Esta responsabilidade – dos administradores para com a sociedade – como responsabilidade


subjectiva que é, para que possa verificar-se carece que se mostrem preenchidos os requisitos, a
saber: o facto (actos ou omissões praticados); a ilicitude (compreterição dos deveres legais ou
contratuais); a culpa (presumida); o dano (danos a esta – à sociedade); e o nexo de causalidade
entre o facto e o dano (danos a esta causados por actos e omissões). Os pressupostos atinentes à
ilicitude e culpabilidade são os que assumem, nesta matéria, maior especificidade, sendo que
restante requisitos, atinentes ao facto, ao dano e ao respectivo nexo de causalidade não
apresentam divergências relevantes em relação ao regime comum da responsabilidade

O nº 1 art 160 , consagra uma manifestação de responsabilidade de tipo obrigacional, que alguns
autores fundavam na qualidade de mandatários dos administradores e outros, negando-lhes essa
qualidade, no reconhecimento do acto negocial da nomeação como fonte directa das obrigações
dos administradores, sendo que, ultrapassado no direito vigente o fundamento do mandato,
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parece-nos preferível radicar esta natureza contratual na violação de vínculos emergentes do
contrato de administração ou até na violação de obrigações funcionais23. Uma outra nota a
acrescentar é a de que pode, ainda, caracterizar-se como um tipo de responsabilidade funcional,
na medida em que se reporta a actos praticados (ou omitidos) pelos administradores no exercício
das suas funções e por causa destas.
Tal qualificação não impede que possa haver responsabilidade delitual dos administradores
perante a sociedade, só é que, nesse caso, a imputação far-se-á nos termos gerais do art. 483º, nº
1, do Código Civil, não se aplicando as normas do Código das Sociedades Comerciais que visam
especialmente a responsabilidade obrigacional contemplada nr 1 art. 72º, nº 1 do CC.

O nr. 5 do artigo 160.º, regula a existência de solidariedade entre os vários administradores,


tratando-se de uma responsabilidade por culpa e por facto próprio, podendo qualquer um dos
administradores satisfazer a obrigação de pagamento de indemnização, pelo ato lesivo praticado
por apenas um deles. Assim, os lesados podem demandar qualquer um dos administradores pela
totalidade do valor a ressarcir, sem que estes possam invocar que apenas são responsáveis na
medida da sua correspondente parte.

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5. CONCLUSAO

Em jeito de coclusao pode se concluir que a responsabilidade dos administradores perante a


sociedade de natureza obrigacional, por facto próprio, violador dos seus deveres legais ou
contratuais, praticado no exercício das funções e que, sendo subjectiva, assenta na culpa
presumida, aferida esta em abstracto, segundo o critério da diligência de um gestor criterioso e
ordenado, a violação dos deveres por parte do administrador constitui, essencialmente, o cerne da
questão

Numa realidade atual cada vez mais exigente relativamente à gestão e à representação das
sociedades comerciais, cumpre observar atentamente o modo de atuação de quem está
responsável por as gerir internamente e representar externamente. Na verdade, só uma boa
administração, competente, consciente, prudente, diligente, atenta, cuidada, ponderada, rigorosa,
razoável e racional, pode alcançar o objetivo social e lucrativo da sociedade administrada, ou até,
desculpar o administrador pela não obtenção do resultado desejado por agir pelos meios mais
corretos. Neste âmbito, exige-se ao administrador enquanto tal, que detenha todas as
informações, conhecimentos, qualidades e experiências necessárias a atingir o seu melhor
desempenho profissional, tomando as decisões mais adequadas para a sociedade, de modo a
prosseguir em cada ação ou omissão relevante, o interesse social.
Daqui concluiu-se que em cada tomada de decisão, o administrador deve agir de forma
cuidadosa, diligente e leal à sociedade e ao seu interesse social, até mesmo em detrimento dos
seus interesses pessoais ou de terceiros, em caso de ocorrência de conflitos de interesses. O
interesse social é a máxima que devem respeitar, defender e promover. Neste sentido, devem
controlar tudo o que de relevante rodeie a sociedade, assegurando-se de que dispõem das
informações necessárias a uma tomada de decisão adequada, competente, razoável e racional,
com base na lealdade que devem prestar perante a sociedade, as suas atividades e fins sociais,
colocando-os sempre em primeiro lugar ao realizar cada comportamento.

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6. BIBLIOGRAFIA

file:///C:/Users/USER/Documents/master_beatriz_carvalho_aires.pdf

https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/66975/2/24846.pdf

https://www.angelfire.com/ar/rosa01/direito119.html

Abreu, Jorge Manuel Coutinho de, Responsabilidade civil dos administradores de sociedades,
Coimbra:Almedina, 2.ª ed., 2010, p.13

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