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ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING

POLÍTICA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEA

Caio Magliano
Frank William

São Paulo
2022
Resumo 1

Texto: Vista do o conflito russo-ucraniano, disputas geopolíticas e o espaço


geográfico: a competição pela hegemonia global.

De acordo com o artigo que explicita a presença do pior conflito armado da


região nos últimos 30 anos, pode ser visto que diante de antecendentes de disputas
e divisões territoriais, e até mesmo quedas de regimes políticos e econômicos a
região é de bastante interesse tanto para o Ocidente quanto para a Rússia.
No entanto, diferente de conflitos passados, como a Guerra Fria, que foi
marcada por uma disputa da ascensão entre dois regimes, o conflito em questão é
marcado por uma disputa geopolítica estatal partindo de novos processos de
produção espacial elencadas ao controle do espaço, exploração de commodities,
mercados financeiros e a disputa por novas zonas de influência econômica, política
e militar.
Dessa forma, apesar do conflito não ser considerado uma Guerra Fria em
que países de referência tentam impor seu modelo econômico e político, há a
questão da disputa hegemônica dentro do sistema capitalista, mais precisamente
entre Rússia, EUA e China. De acordo com Mackinder, há um termo usado para se
referir a região do leste europeu e do Cáucaso, “Heartland”, que anos atrás era uma
região dominada pelo Império Russo e que determinava um demonstrativo de poder
bastante significativo. Logo, quem deter de tal região e tiver maior influência sobre,
terá ganhos e representação no Sistema Internacional de alta significância, além de
benefícios geo-estratégicos.
Para quem deter de tal espaço, significa ter acesso aos recursos naturais ali
presentes (gás natural, petróleo, minério de ferro), como também permitir ligações
diretas com as regiões que envolvem tais países, além de possibilitar uma
“barreira”. Aos países que tiverem a presença e hegemonia sobre tal região
possibilitará desenvolver uma influência de tampão, dessa forma utilizado o termo
de “barrreira”, podendo distanciar o outro país em disputa.
Além disso, outro ponto a ser levado em consideração é a relação cultural e
histórica entre a Rússia e a Ucrânia. Apesar de terem a população com alguns
pontos identitários semelhantes, desde a crise de 2013 às relações culturais
passaram a ter importantes mudanças. Medidas como a criação de uma lei que
proíbe o uso do idioma russo entre funcionários públicos ucranianos passou a
preocupar a Rússia, sendo considerada por Moscou como uma forma de promover
o apagamento da cultura russa e prejudicial às populações com maior aproximação
à cultura russa que estão presentes no leste da Ucrânia. Isso do ponto de vista
russo significa uma ameaça à perda de espaço na Europa.
Logo, como forma de resposta para não comprometer seu poder
hegemônico, a Rússia desde então vem apoiando e colaborando com grupos
separatistas pró-Rússia atuantes na região, assim como evitando que haja
influência europeia na região tanto quanto a aproximação da Ucrânia a União
Europeia e a OTAN, por isso a invasão justificado pela não tolerância da influência
cultural no país ucraniano.
Como resposta ocidental, a fim de reprimir a tentativa russa de romper o
poder hegemônico ocidental países contrários a Rússia estão contra atacando em
duas frentes: econômica, sufocando o sistema financeiro russo através de sanções
econômicas e expulsões de bancos russos da SWIF e militar, fomentando o
escalonamento do conflito através do suporte militar dos países da OTAN à Ucrânia.
No entanto, como um mundo totalmente globalizado e influente de qualquer conflito
geopolítico, nesse caso não se difere, por isso o mundo inteiro já está sentindo os
efeitos que ainda podem vir a piorar com a importante posição de fornecimento de
grãos e de gás natural que a Ucrânia e Rússia apresentam no Sistema
Internacional.

Resumo 2

Texto: Data Science vs Putin: How much does each of us pay for Putin’s war?

O artigo explora as consequências que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia


acarretará para o resto do mundo. Explorando aspectos econômicos como a
disparidade de preços de gás e a dependência da Europa a Rússia, identificando
como esse conflito pode afetar diversas nações e deixar um cenário completamente
diferente nas relações internacionais, no sentido econômico e sociocultural.
O autor explora os efeitos das sanções feitas pelo ocidente contra a Rússia
como forma de remediar os avanços da nação russa a Ucrânia e impedir que o
conflito se prolongue. Apesar das medidas, as sanções não afetam alguns dos
produtos que mais trazem dependência e receita externa a Rússia: o gás, petróleo e
matérias-primas. Observando isso, o autor questiona o quão essa dependência
pode trazer aumento de preços e impactar famílias no resto do mundo.
Baseando-se em análises de dados e fatores, o artigo questiona o quanto a
guerra desencadeada por Putin irá custar para o resto do mundo e como a evolução
dos preços do gás afeta a economia e o quadro financeiro de outras nações como a
Alemanha, na Europa. A fim de ilustrar e quantificar esses impactos, o artigo
apresenta o preço do mercado à vista antes do início da guerra ucraniana e o preço
atual no mês de março, data em que o artigo foi escrito. Exibindo a alta nos preços e
a tendência desses, traz o questionamento e a reflexão de como os próximos meses
irão ocasionar dificuldades financeiras para muitos países dependentes.
Além de apresentar os dados e ilustrar como os números afetam outras
nações, no caso, a Alemanha, como referência, o autor apresenta o significado
disso para a população. Visualizando os números, é evidenciado a contribuição de
cada família para os cofres de guerra de Putin todos os dias – ou seja: muitas
famílias, essas de países dependentes de gás da Rússia, estão contribuindo para
os avanços do conflito Rússia e Ucrânia - de forma, que estão contribuindo
financeiramente para a compra de munições, armamentos e demais gastos
militares.
Explorando esse cenário negativo, onde muitas pessoas de “bem” estão
apoiando os cofres russos e ajudando a continuidade do conflito com o uso de gás,
o autor argumenta como a redução desse insumo pode ajudar a parar a guerra e os
avanços militares da Rússia. Reduzindo o consumo de um produto que gera alta
receita para os russos, as famílias podem se sentir mais ativas na campanha contra
a guerra ucraniana e suportar a Ucrânia em um dos conflitos mais fortes da região
no tempo moderno.
Concluindo-se, o artigo examina como a dependência mundial em um único
player para produtos extremamente consumidos pode trazer circunstâncias
negativas, quando esse player fere a paz ou a preservação de direitos humanos e
não é possível aplicar sanções para impedir tais atos – reconhecendo sua
dependência. A demonstração de dados científicos e a análise desses fatores cria
essa ilustração e impõe como as sanções não são a forma mais eficaz de combater
um player tão “poderoso” no sistema internacional, quando a globalização permitiu
uma alta dependência de insumos tão vitais.
Resumo 3

Texto: “Others” in the Ukrainian Society as a Result of the Modern


Russian-Ukrainian War

O texto aborda o uso de processos de identificação como meio de luta com


inimigos durante as “novas guerras”. O significado da noção “outros” é distinguido
através de uma análise de definições como “outros/seu nosso” (“outros fora do
grupo” e “outros no grupo”) e “outros/de fora”. Baseado nisso, é ilustrado e
comentado os problemas reais dos “outros” para a Ucrânia contemporânea,
causados ​por transformações significativas devido à agressão russa que perdura
desde 2014.
O conflito militar russo-ucraniano é um exemplo de uma “nova guerra” que
arruina um estado não apenas por dentro, mas por fora - como tem sido mostrado.
A Federação Russa é retratada usando processos de identificação controlados na
Crimeia ocupada e os chamados LPR-DPR que, no futuro, podem funcionar contra
a Ucrânia. Também é evidenciado a atenção principal que é dada à diferença, base
e direções das migrações forçadas na Crimeia e na LPR-DPR que foram feitas pela
Federação Russa. O autor analisa a prática de “compactação da sociedade” na
LPR-DPR como meio de transformar a população local em “outros/forasteiros” tanto
para a Federação Russa quanto para a Ucrânia.
A fim de sustentar a ideia principal do artigo, o autor menciona o trabalho de
B. Latour: “Reassembling the Social: An Introduction to Actor-Network-Theory”, que
observa que “a correlação com um determinado grupo é um processo permanente
feito de relações controversas frágeis específicas que estão em constante
mudança”. Tal menção visa ilustrar o fenômeno social de transformar esse processo
em uma qualidade diferente – onde atualiza o ponto do aparecimento dos “outros”
na sociedade.
Elaborando o argumento de “outros”, o texto comenta que para a Ucrânia
contemporânea, o problema dos “outros” é de grande urgência no contexto da
guerra russo-ucraniana moderna que leva a transformações sociais substanciais por
causa da anexação da Crimeia, controle sobre o chamado LPR-DPR, o surgimento
de migração de refugiados e deslocados.
Assim sendo, pode-se concluir que a base da existência de "otherness" na
sociedade é a divisão territorial por fronteiras e o pertencimento por diferentes
tempos sociais que leva a uma nova e desconhecida vida social. Dessa forma, pode
se fazer uma correlação direta tendo em vista a diversidade de grupos em diferentes
territórios em diferentes tempos. Isso leva a diferentes situações, primeiramente a
ocasião de um grupo social que aparece em outros pequenos “subsystems” que vão
se adaptar às regras e normas do Estado do território que está, no entanto em um
segundo momento o grupo vai se contrapor a situação levando a conflitos e por fim
numa terceira situação grupos apenas se aceitam independente das diferenças.
Referências:

ARXIV. How much does each of us pay for Putin’s war? 2022. Disponível em:
<https://arxiv.org/ftp/arxiv/papers/2203/2203.02756.pdf.>. Acesso em: 13 de março
de 2022

POIARKOVA, T. “Others” in the Ukrainian Society as a Result of the Modern


Russian-Ukrainian War. European Journal of Sustainable Development, v. 11, n. 1,
p. 20, 1 fev. 2022.

Vista do O CONFLITO RUSSO-UCRANIANO, DISPUTAS GEOPOLÍTICAS E O


ESPAÇO GEOGRÁFICO: A COMPETIÇÃO PELA HEGEMONIA GLOBAL.
Disponível em:
<https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/589/417>. Acesso
em: 13 mar. 2022.

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