1) O documento analisa a guerra Rússia-Ucrânia à luz da teoria do realismo político de Hans Morgenthau.
2) De acordo com Morgenthau, os estados buscam poder para garantir seus interesses e impor suas perspectivas.
3) A resistência ucraniana inicial frustrou os objetivos russos, expondo fragilidades russas e aumentando o apoio internacional à Ucrânia.
1) O documento analisa a guerra Rússia-Ucrânia à luz da teoria do realismo político de Hans Morgenthau.
2) De acordo com Morgenthau, os estados buscam poder para garantir seus interesses e impor suas perspectivas.
3) A resistência ucraniana inicial frustrou os objetivos russos, expondo fragilidades russas e aumentando o apoio internacional à Ucrânia.
1) O documento analisa a guerra Rússia-Ucrânia à luz da teoria do realismo político de Hans Morgenthau.
2) De acordo com Morgenthau, os estados buscam poder para garantir seus interesses e impor suas perspectivas.
3) A resistência ucraniana inicial frustrou os objetivos russos, expondo fragilidades russas e aumentando o apoio internacional à Ucrânia.
A magnitude do conflito analisado e a sua importância no tabuleiro geopolítico
atual, revela, com graus e modos distintos, as inflexões beligerantes, políticas e
diplomáticas dos países do Sistema Internacional. Nessa perspectiva, em face aos méritos do realismo político, situa-se a guerra como o cerne retórico da teoria realista, em virtude de ser o instrumento pleno de demonstração da força do Estado-Nação na conquista de seus propósitos geopolíticos. Na heurística de Hans Morgenthau, defensor teórico do realismo político, encontra-se a tese de compreensão do equilíbrio de poder e de sua limitação frente às competências bélicas dos Estados e suas habilidades de projeção no Sistema Internacional para a defesa de seus desígnios. No ângulo exposto, estuda-se, como ponto-chave analítico da teoria realista edificada por Morgenthau, o axioma do interesse definido em termos de poder. Esse constructo racional é elaborado como modelo ideal de política externa e infunde uma ordem racional no objeto da política. Morgenthau é categórico em afirmar a disputa intensa entre os Estados pelo poder de garantir seus interesses e de impor suas realidades e perspectivas. No prisma adotado, o calendário do conflito revela o êxito preambular da defesa ucraniana em manter Kiev e resistir às agressões russas. A partir dessa defesa, a Ucrânia frustra os objetivos russos em realizar uma incisiva conquista e concretizar a deposição de Zelensky a fim de incentivar, na Ucrânia, os governantes pró-Rússia. A atmosfera construída após os acontecimentos expostos é contrária ao início do conflito, nesse sentido, o revés russo permitiu a abordagem de interesses geopolíticos favoráveis à Ucrânia no Sistema Internacional. A falha de uma consecução resoluta expôs suas fragilidades políticas e tornou ineficiente a persuasão russa em seu entorno estratégico e potencializou, na Guerra, o suporte internacional para a Ucrânia. O episódio elucida os termos estabelecidos por Morgenthau, que evidenciam o desejo de poder dos países em se juntar ao conflito no momento em que encontraram oportunidades de prosperidade. Sob o realismo ofensivo, os Estados também agem pela substância da política de poder a fim de triunfar sua afirmação no Sistema Internacional. Na perspectiva metodológica de Morgenthau, em que face às contingências e irracionalidades do Sistema Internacional, o fenômeno do poder é concebido como motivação constante, contudo, os interesses se dão como contingentes e variáveis, influenciados pelo contexto e atmosfera abordada. Com efeito, a tônica do realismo político insere-se no conflito como ponto de partida para a compreensão de dimensões profundas, como a crise na globalização, as tensões sobre as cadeias produtivas e o imperativo dos fatores nacionais estratégicos dos Estados. A dialética internacional conduziu os Estados Unidos à condição de maior potência mundial com o fim da Segunda Guerra Mundial. A guerra entre a Rússia e a Ucrânia revisita esse precedente e permite alterações significativas na ordem internacional. Nesse prisma, o interesse dos Estados presentes no conflito manifestam fenômenos relacionados a uma disputa sistêmica em torno de como a configuração e o balanço de forças entre as grandes potências no século XXI é irresoluta. Na epígrafe de Quincas Borbas, Machado de Assis preceitua: "Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas". Extrai-se, da máxima, o esforço de estar do lado vitorioso, para em um cenário próspero, ser um dos dirigentes do futuro tabuleiro geopolítico internacional. Nesse sentido, o pensamento de Morgenthau triunfa: a aspiração do poder, como dimensão central da atividade estatal na melhor tradição realista, é a essência da política.