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TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS I - 2017.

05 DE SETEMBRO DE 2017

RESENHA 2
PECEQUILO, Cristina Soreanu (2004). Introdução às Relações Internacionais: Temas, Atores e
Visões. Capítulo 3: As teorias das Relações Internacionais, p. 111-131.

Os acontecimentos históricos dos séculos XV a XIX, ou seja, a emergência do Estado


Moderno, o nascimento e a ascensão da burguesia e a Revolução Industrial, são momentos-chave
para a disciplina de Relações Internacionais e o desenvolvimento de suas teorias, já que eventos
como estes são marcantes e relevantes para as transformações históricas (a realidade internacional).
Quanto às teorias da Disciplina, vale ressaltar a proximidade destas com com seu objeto de estudo,
através das demandas da realidade, a fim de entender, explicar e apreender a realidade em análise.
O Realismo é uma corrente teórica ainda dominante das Relações Internacionais, uma teoria
clássica e tradicional, e influente na concepção de outras correntes e debates. Suas origens clássicas
levam em consideração a Tucídides, que elabora os princípios sobre o equilíbrio de poder. Com
Maquiavel e Hobbes tornam-se relevantes as motivações de poder que regem os Estados, o não
julgamento pelo bem e mal, a centralidade do Estado e de seu poder - com aspecto competitivo e
conflituoso, ambicioso e predatório. Para Maquiavel, os elementos importantes para a corrente são,
a capacidade dos governantes para controlar suas unidades políticas (com eficiência e equilíbrio) -
equilíbrio entre a força e a sabedoria, o medo e o amor do público; quanto a guerra, as dimensões da
diplomacia e da estratégia, e a sustentação do Estado. Quanto a Hobbes, os homens visam a
sobrevivência, o espaço e os interesses, levando ao Estado de Natureza. Ainda citando a Hobbes,
com um cenário anárquico, visando a sobrevivência em um ambiente hostil e um mínimo de
segurança, se estabelece um pacto social, ou seja, a concepção do Estado, o “Leviatã”. Para a
conformação do Sistema Internacional, os Estados soberanos devem ter autonomia (de decisão e
ação), ter o reconhecimento de sua soberania dentro de suas fronteiras e não-intervenção.
Quanto a Max Weber, para a afirmação de soberania e identidade política, deve haver
também a separação do poder e da moral (Maquiavel). O Estado é detentor do monopólio legítimo
da força/violência (dominação através da lei, tradição e carisma). No século XX, quanto ao
interesse nacional, vale ressaltar a política de poder (power politics, high politics), que define a
capacidade de projeção internacional dos Estados; o equilíbrio de poder (até I GM) visando a não
existência de um poder superior aos Estados no SI, uma balança de interesses entre Estados que se
autocontrolem, frente ao choque de interesses e para que não ocorra um conflito generalizado. O
equilíbrio multipolar é dado pela interação de diversas potências com poder equivalentes; o bipolar
(Guerra Fria) com a existência de duas forças/superpotências; a existência da unipolaridade, a
ascensão de um só poder dominante que “realiza” o equilíbrio de poderes, para manter seu
poder/hegemonia e poder conviver com o arranjo secundário dos outros membros.
Por fim, na contemporaneidade (s. XX), leva-se em conta para o Realismo as duas Guerras
Mundiais e a Guerra Fria. Com os trabalhos de Carr, a política e a política internacional sempre se
orientarão pelo poder, uma luta pelo poder que necessita novas propostas de ordem que respeitem a
realidade política, o equilíbrio de poder e o jogo de forças entre os agentes. Para Morgenthau, com
essência conflitiva, as relações políticas, os Estados-Nação, possuem “interesse definido em termo
de poder” e que determina os comportamentos no SI, segundo o tempo e as circunstâncias históricas
também. Sendo essas disposições consideradas atualmente como insuficientes frente às novas
transformações, uma revisão de pensamento é tratada pelo neo-realismo, com Kenneth Waltz.

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