Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Carla Sousa
Nº 64643
Subturma 13
3
KISSINGER, HENRY; Diplomacia, Editora Saraiva; São Paulo; 2012
4
MORGETHAU, HANS; A política entre as nações; UnB; São Paulo; 2003.
5
MORGETHAU, HANS; A política entre as nações; UnB; São Paulo; 2003.
mecanismos que a tentam aniquilar, e o “Status Quo” altera-se com um novo Equilíbrio
de Poderes, ou a ameaça desaparece e mantem-se o Equilíbrio existente.
O caso mais atual, vivenciado em pleno ano de 2022, que comprova a assertividade e
eficácia da Teoria Realista das Relações Internacionais, é a invasão da Ucrânia pela
Rússia. Qual é o “Status Quo” existente? Na minha ótica, existem várias grandes
potências: Estados Unidos, Alemanha, Rússia, França, Inglaterra e China. Ironicamente,
correspondem, à exceção da Alemanha devido à sua derrota da Segunda Grande Guerra,
aos membros permanentes do Concelho de Segurança da ONU. Vivemos num mundo,
onde hoje existe um Equilíbrio de Poderes Multilateralista, contendo diversos tratados e
alianças, entre elas, a Aliança Política e Militar dos Países do Atlântico Norte, mais
conhecida como NATO. A NATO foi criada 1949, no segundo Pós-Guerra, de forma
que os estados-membros pudessem se defender, numa ótica realista, de futuras ameaças,
ao “Equilíbrio Global”. Com o decorrer da Guerra Fria, ocorreu o nascimento do
Mundo Antagónico, de um Mundo Bipolar, onde dois aliados da Segunda Grande
Guerra, passaram a ser rivais: os Estados Unidos da América e a União Soviética. Logo,
seguindo um raciocínio lógico, a NATO, cuja liderança é representada pelos Estados
Unidos, não caiu aos bons olhos russos, que em resposta, criaram o Pacto de Varsóvia.
Agora, onde a Ucrânia entra no meio deste desenrolar todo? Pois bem, com o fim da
Guerra Fria, simbolicamente datada com a Queda do muro de Berlim, a União Soviética
foi “desmantelada” dando ao mundo um novo “Status Quo” e um novo mapa
geopolítico, onde nascem recém países independentes do domínio Soviético cuja
nomenclatura corresponde a “Ex-repúblicas Soviéticas” é o caso da Ucrânia, Estónia,
Letónia, Lituânia, Azerbaijão, etc… Acontece que, apesar da União Soviética ter sido
dissolvida, o atual Presidente da Rússia, Vladimir Putin, na minha opinião, ainda sonha
com o ideal soviético e com a reconquista do controlo dos satélites perdidos à algumas,
poucas, décadas atrás. E, não viu de bom grado, o facto da Ucrânia, a partir de 2014,
passar a ser governada por um regime Pró-europeu, que traduziu uma possibilidade de
entrada para a União Europeia e NATO. Assim, colocando na prática a nossa Teoria
Realista das Relações Internacionais, a Rússia sentiu-se ameaçada, com a Ucrânia ter
uma “porta-aberta” de entrada na NATO e União Europeia, e por isso tem uma pretensa
de alterar o “Status Quo” atual, pretensa evidente com as ameaças efetuadas também à
Finlândia e à Suécia. Deste modo, inicialmente ocorreram diversas ameaças à Ucrânia,
país de menor influência, e a 24 de fevereiro de 2022, a Rússia invadiu-a. Ora, o ciclo
realista repete-se: a Rússia sente-se ameaçada com o aumento da zona de influência de
um país menor e antigo satélite soviético, tenta, numa contra reação, aumentar a sua
zona de influência sobre os “satélites” que perdeu com o fim da URSS, existe uma
contrarreação, por parte dos Estados Unidos, e generalidade dos países Europeus,
inclusive Portugal, Alemanha, França, Espanha, Inglaterra, Itália, que se unem em apoio
à Ucrânia através de fornecimento de armamento, sanções económicas duras. Na minha
opinião esta resposta Americana e Europeia levará à falência da própria Rússia, visto
que vivemos num mundo globalizado e é difícil aplicar-se políticas fechadas e
protecionistas num país, o que consequentemente levará à decadência ainda mais
evidente do Estado Russo, salvaguardando que a Rússia contém a “amizade” com a
China, mas problematizo até que ponto a China se sujeitará a levar as iguais e pesadas
sanções dos restantes países em prol da amizade russa. De acordo com a teoria realista,
da qual defendo, a cooperação entre países existe, mas pressupõe um interesse ou
benefício escondido nas entrelinhas, logo se os prejuízos serão maiores do que os
benefícios para os chineses, essa cooperação esvanece-se. Sejamos francos, qual o país
que se quer prejudicar, denegrindo a sua área de influência e o seu papel a nível mundial
em prol de uma “amizade”.
Em suma, a frase que foi alvo de comentário, está correta no seu todo, uma vez que o
princípio do Equilíbrio de Poderes demonstrou ser um conceito muito importante ao
longo dos últimos cinco séculos, transformando-se, principalmente, a partir do século
XIX, a base do modelo de organização das relações internacionais, ao mesmo tempo
que tornou-se o fundamento para a criação da Teoria Realista das relações
Internacionais, Teoria a qual consegue explicar acontecimentos atuais, como exemplo a
situação da Ucrânia, cujo o desfecho, numa ótica realista, poderá ser a transformação do
atual “Status Quo” ou a manutenção do mesmo.