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Prof. Henrique
2º ano
Contudo, bem como se entende, a revolução esperada no resto do mundo não ocorreu,
e a construção do socialismo internacionalmente cedeu lugar à uma problemática construção
— sendo este o principal alvo da guerra do mundo capitalista — que se instaura em um único
país, emergindo assim o pensamento da batalha contra a ameaça socialista.
Concomitantemente, no verão de 1961, quando a guerra fria adentrava seus dias mais
quentes, Berlim amanhecia dividida. Neste período, o arame farpado podia ser visto por
qualquer berlinense que tentasse cruzar a fronteira entre a República Democrática Alemã e a
República Federal da Alemanha, que agora eram separadas não só por suas relações políticas
e diplomáticas, mas também sociais. A cidade se encontrava dividida por um muro, assim
como o restante do mundo. A divisão física denominada como “Muro de Berlim”, vistas aos
olhos ocidentais como “Muro da Vergonha”, marcou tempos de divergência no âmbito
econômico-social, em que duas grandes potências lutavam por sua hegemonia perante o
restante do mundo. Partindo desse raciocínio, a construção do Muro nada mais foi que uma
representação da ideia de “conflito ideológico", onde havia ausência de confrontos bélicos
primeiro-mundistas, uma vez que a concepção do muro teve o intuito de obstruir a migração
do lado Oriental (socialista) — marcada por uma grande insatisfação econômica — para o
lado Ocidental (capitalista) — tentando os orientais com seus lindos progressos econômicos.
Construído nos tempos de apogeu e triunfo da União Soviética, o Muro de Berlim fez parte
do cenário mundial e da Guerra Fria por quase três décadas, separando dois setores
totalmente antagônicos. Sob essa análise, fica incontestável o motivo crucial que levou à
queda da grande estratégia soviética, que por sua vez evidenciava o futuro colapso que viria
assombrar os dias da URSS, dado que as insatisfações sociais do oriente juntamente das
manifestações, protestos e das diversas tentativas de fuga somado com uma crise econômica
trazia cada vez mais insatisfações no oriente.
Em seguimento, ao percorrer a cronologia histórica do contexto da Guerra Fria,
percebe-se que tanto EUA quanto URSS utilizava-se de uma retórica apocalíptica da guerra,
para expandir os interesses mais prementes de seus governantes. Para isso, alguns autores
foram intrínsecos para evidenciar um paradigma intersistêmico, em que há a questão das
diferenças entre as duas formações econômico-sociais, Halliday é o que apresenta de forma
objetiva a questão da Guerra Fria neste quesito. Mais adiante, acima deste então novo conflito
ideológico que, como citado anteriormente, será conhecido por sua divisão político-
econômica, há quem entenda que seu início foi marcado no pós-Primeira Guerra Mundial, em
1922, com a Fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que já se mostrava
como o maior bloco de ameaça aos EUA desde a Guerra Civil Russa, iniciada em 1918, com
um bloqueio econômico-diplomático que os Estados Unidos sofreram, mais conhecido como
Cordon Sanitaire. Há também, em contrapartida, quem considere que a Guerra Fria teve seu
início no período pós-Segunda Guerra Mundial, mais precisamente após os atentados
nucleares a Hiroshima e Nagasaki — acontecimento este que teve como finalidade
demonstrar o poder dos EUA sobre a URSS, para limitar a divisão territorial estabelecidas no
acordo de Yalta. Conjuntamente, ambos os processos convêm para o desenrolar das tensões,
mas o estopim para que ocorresse a rivalidade aconteceu com quando os Estados Unidos
alcançaram sua verdadeira hegemonia ao final da Segunda Guerra. Após essa conquista dos
norte-americanos, percebe-se que de forma gradual o poder socialista começava a ficar cada
vez mais minado e sem forças para se sustentar.
O então filósofo norte-americano, Fukuyama, faz uma análise que reflete a realidade
do Sistema Internacional após anos da queda do muro de Berlim. Com o início do século XXI
e do Terceiro Milênio, o mesmo afirma como “Fim da História”, sendo este o resultado de
transformações que culminam em uma globalização teleológica. A histórica queda do muro
de Berlim simbolizando o fim da divisão bipolar da ordem econômica vigente foi comparada
ao fim do absolutismo, ocorrido dois séculos antes e fruto da queda da Bastilha. No entanto,
foi o choque das civilizações, de Huntington, que marcaram a década seguinte, pós-guerra
fria. Essa perspectiva pode ser bem exemplificada com os inúmeros ataques terroristas
ocorridos, assim como pelo surgimento de lideranças políticas que representavam uma
postura não democrática e a crise financeira, o aumento do desemprego e da recessão
internacional. Tais fatos não foram condizentes com as perspectivas existentes na década
anterior ante o desenvolvimento da globalização. As medidas pós-desarmamento
estabelecidas entre o governo de Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev em 1987 resultaram no
fim da guerra fria e na maior aproximação das superpotências. Por conseguinte, em 1989
cessaram-se todas as economias socialistas existentes nos países do leste europeu que
pertenciam à URSS, e dois anos depois, extinguiu-se a própria União Soviética com o
desmantelamento de seus estados.
Por fim, as considerações que pode-se notar no novo Sistema Internacional é uma alta
ascensão do capitalismo em todo o mundo, culminando por um bom tempo na hegemonia
norte-americana e em sua grande influência. O que se pode concluir, paralelamente às crises e
conflitos, é que as profundas transformações na economia e tecnologia, de âmbito sócio
demográfico, continuarão ocorrendo e poderão apontar para direções surpreendentes. Desta
forma, molda-se um novo mundo, que sem dúvidas apresenta um novo indício de estabilidade
conforme o decorrer dos acontecimentos históricos.
Bibliografia:
file:///C:/Users/aline/OneDrive/Documentos/DP%C2%B4S/Hist%C3%B3ria%20das
%20Rela%C3%A7%C3%B5es%20Internacionais%20III/13781-Texto%20do
%20artigo-16757-1-10-20120517.pdf.
Sistema Internacional vinte anos após a queda do muro de Berlim. [s.l: s.n.].
Disponível:<https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/
1 (Domingos et al.)