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1. Impacto da Guerra Fria na configuração do Sistema Internacional e nas RIC?

R: O termo Guerra Fria representa o conflito ideológico nascido em decorrência do final da Segunda Guerra
Mundial por conta das redefinições processadas pelos países vitoriosos do conflito, no caso, Estados Unidos (ícone
do capitalismo) e União Soviética (ícone do socialismo). É um período de muitos ajustamentos, conflitos localizados
e disputas que caracterizam a rivalidade entre os dois blocos mais poderosos do planeta nesta época. Porém Os
combates comumente associados ao período da Guerra Fria não dizem respeito ao enfrentamento directo das duas
superpotências. No decorrer das décadas de 1950 e 1960, os Estados Unidos entraram na Guerra da Coréia e na
Guerra do Vietnã para tentar deter a expansão do socialismo no sudeste asiático. Na Coréia, foi estabelecida uma
fronteira que resiste até os dias actuais dividindo o país em dois pelo paralelo 38°. E no Vietnã, Os norte-americanos
foram vencidos e abandonaram a região ainda no início dos anos 1970. Outros episódios dizem respeito à Crise dos
Mísseis em 1962, que representou o momento mais tenso da Guerra Fria e por muito pouco não ocasionou uma
guerra atómica, pois os norte-americanos descobriram a instalação de mísseis soviéticos em Cuba, na Baía dos
Porcos e imediatamente, os EUA ameaçaram retaliar com um ataque nuclear e abordaram navios soviéticos na
região do Caribe. Frente à situação, a URSS recuou e retirou os mísseis do território cubano, pacificando a tensão.
Dessa forma, o fim da Guerra Fria se aproximava de forma bastante rápida. Uma nova era de mudanças estariam
vindo pela frente, colocando a nação americana então como grande detentora das condições de decisão e mudança
da política e economia internacionais, apesar da resistência de algumas nações em ainda estabelecer um momento
voltado ao comunismo, como o caso de Cuba, Coreia do Norte, entre outros. A Era Neoliberal mostraria, ainda, que
os Estados Unidos seriam os grandes vencedores dos grandes embates realizados ao longo do século XX,
preparando o mundo, segundo sua ideologia, para a entrada no Século XXI de forma a privilegiar o Capitalismo
como a maior das necessidades de estabelecimento de políticas e práticas consistentes da Democracia no mundo. E
igualmente o término da G.F simbolizou o início de uma Nova Ordem Mundial com as mudanças na Política
Soviética e a eventual derrocada da URSS marcando assim o início da era Pós-Guerra Fria e o primeiro teste pós-
G.F da denominada Nova Ordem Mundial, veio da invasão e anexação do Kuwait pelo Iraque em Agosto de 1990.
Apesar da relação de longa data entre os Soviéticos e o Iraque, a Rússia, juntamente com os 4 membros permanente
do Conselho de Segurança das Nações Unidas concordaram, antes de mais nada, em impor sanções económicas ao
Iraque.

2. Subida de Gorbachev ao poder e o fim da Guerra Fria?

R: A Subida de Gorbatrov em 1985 ao poder é marcada por uma viagem aos EUA, o que vigorou uma
estabilidade adquirida por todos os actores mundiais, fundada na estratégia da dissuasão mútua entre a
URSS e os EUA. O líder soviético Mikhail Gorbachev informa, em 28 de Fevereiro de 1987, que sua nação está
pronta para assinar “sem maiores delongas” um tratado destinado a eliminar todos os mísseis nucleares de médio
alcance da Europa. A oferta de Gorbachev introduziu um avanço significativo nas negociações que, finalmente,
resultaram na assinatura do Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário em Dezembro de 1987. Em
seguida Gorbachev estabelece reformas com a abertura política e a reestruturação económica do país nos meados de
80, dois processos internos: Glasnost: que previa a abertura política e Perestroika: que previa a reestruturação
económica. A Glasnost abriu a porta a críticas do sistema político, culminando no surgimento de um sistema
multipartidário, que viria a concorrer com o Partido Comunista até então monopolista. A Perestroika minou as
fundações da economia centralmente planificada, uma parte essencial do sistema comunista. Estas transformações
aceleraram a dissolução de Pacto de Varsóvia e a desintegração da própria URSS nos anos de 1992-1993 (Dai que
alguns advogam que a G.F terminou em 1993), com a completa desintegressão da URSS.

Portanto, Gorbatchev enfrenta dificuldades para implementar as reformas face ao conservadorismo existente, vendo-
se obrigado a abandonar o cargo. Então, mais que nunca, como causa e consequência do fim do comunismo, o
desmembramento da URSS acelera-se. Uma a uma, cada Republica Soviética proclama a sua soberania. Por isso, “a
grande modificação no sistema internacional começou com desconstrução do sovietismo que culminou com um
fenómeno de uma excepcional amplitude: o brutal desaparecimento da URSS”A crise da URSS assinalou também a
crise no socialismo, o fim da guerra-fria e consequentemente a passagem de um mundo bipolar para multipolar.

3. As Consequências da Guerra Fria a Nível Sistémico?

R: O termo Guerra Fria representa o conflito ideológico nascido em decorrência do final da Segunda Guerra
Mundial por conta das redefinições processadas pelos países vitoriosos do conflito, no caso, Estados Unidos (ícone
do capitalismo) e União Soviética (ícone do socialismo). É um período de muitos ajustamentos, conflitos localizados
e disputas que caracterizam a rivalidade entre os dois blocos mais poderosos do planeta nesta época. Essa
bipolarização, com risco de guerra iminente, mas que felizmente não alcançou concretude traduziu-se em fatos que
ficaram marcados no decorrer da segunda metade do Século XX, guerras e movimentos revolucionários por todo o
mundo e alterando consideravelmente a estrutura das nações em nome dos interesses dominantes. Durante todo este
período, ambos os blocos viveram uma fase de expansão iniciada com mais vigor a partir de 1947, pelos EUA em
vários países da Europa Ocidental e por meio das revoluções e acções directamente influenciadas tanto pela URSS
em vários países como a China - que concluiu sua famosa Revolução dois anos depois (1949), dessa forma,
deixando a Europa Oriental de ser capitalista. A influência, no entanto, não se limitou ao continente europeu: brados
revolucionários varreram a América Central com a Revolução Cubana (1959) e a Ásia com a Guerra da Coreia
(1950-53) e a Guerra do Vietnã (1960-1970). Para além dessas fronteiras, a África também foi alvo, após o processo
de descolonização iniciado na década de 1950, de muitos governos socialistas como foi o caso de Moçambique e
Angola onde morreram cerca de 25 milhões de pessoas. Portanto, Apesar dos conflitos, a G.F criou um ambiente de
coesão e unidade jamais vista pelo menos nas duas gerações anteriores e permitiu que o nível sistema fosse
caracterizado por um momento de maior equilíbrio de poder e consequentemente de maior paz, estabilidade e
ordem.

4. A Nova Ordem Mundial na Prespectiva de Kissinger, Fukuyama e Huntington?

a) Perspectiva de Henry Kissinger sobre a Nova Ordem Mundial


Na Perspectiva de Henry Kissinger a Nova Ordem Mundial é Mutável parece ser uma lei natural, onde emerge
um Estado com o poder, vontade, ímpeto intelectual e moral suficiente para configurar o sistema internacional num
todo, de acordo com os seus valores. A titulo de exemplos de ordens que surgiram ao longo da história No Sec.
XVIII, Grã-Bretânia elaborou o conceito de Balance of Power, que dominou a diplomacia Europeia por 200 anos.
Uma nova ordem onde há duas escolas norte-americanas que defendem que os EUA pós-Guerra Fria tem oscilado
entre o isolacionismo e missionarismo, Isolacionismo: onde a América engajou-se na criação de uma Ordem
Internacional baseado em democracia, livre comércio, e Direito Internacional e Os EUA entendem que toda a
humanidade deve abraçar os seus valores democráticos, abandonando as suas ideias tradicionais. Pois A jornada
norte-americana no campo das Relações Internacionais (iniciada em 1917), tem sido triunfo da fé. O mundo foi
tremendamente influenciado pelas ideias, ou valores Americanos, a maior parte dos acordos internacionais tiveram
grandes doze de americanização, desde a Liga da Nações Unidas, Pacto de Kellogg-Briand até a Carta das Nações
Unidas até a Acta Final da Helsínquia. Pois o colapso da URSS trouxe os EUA face to face com o tipo do sistema
internacional que já vinha procurando por muito anos atrás da sua história; E no final da II.G.M, os EUA eram muito
fortes do que qualquer outra época da sua história e John F. Kennedy (1961) declarou, com muita convicção, que os
EUA eram fortes os suficientes para "`pagar qualquer preço", suportar qualquer encargo, e garantir o sucesso da
liberdade.

Pois Para Kissinger o balance of power é um sistema bastante raro no S.I., contudo, por muito tempo na história o
império foi o modus operandus a nível do S.I e Os impérios não tem interesse de agir a nível do sistema
internacional, eles aspiram ser o sistema internacional. Impérios não tem interesse em balance of power. E os EUA
tem agido neste prima. Onde Desde as duas grandes guerras a Europa nunca conseguiu recuperar a sua liderança a
nível sistémico e Os EUA emergiram como um actor dominante e Woodrow Wilson deixou isso claro afirmando
que: o seu país se recusava agir de acordo com as regras europeas. Porém O relativo poder militar Americano, de
uma forma gradual irá declinar devido A ausência de um adversário claro que irá criar pressão para alocação de
recursos da área da defesa para outras prioridades e A nova dinámica levará o S.I a uma situação de equilíbrio,
mesmo no campo militar, embora esse acontecimento poderá levar um tempo que Será marcado por uma aparente
contradição: por um lado, fragmentação, por outro uma crescente globalização onde No que tange as relações inter-
estatais teremos uma ordem similar a dos séculos XVIII E XIX na Europa do que a do período da Guerra Fria e Será
composta por pelo menos 6 centros do poder, a saber: os EUA, Europa, China, Japão, Rússia e provavelmente, Índia
assim como uma multiplicidade de Estado do poder médio e pequenos Estados. Portanto para Kissinger As RI´s
transformar-se-ão verdadeiramente globais pela primeira vez: As comunicações são estataneas, a economia mundial
impacta todos os continentes simultaneamente e Todo um conjunto de assuntos veio à tona que só podem ser
tratadas e resolvidos pelos esforços conjuntos, assuntos tais como: proliferação nuclear, questões do meio ambiente,
a explosão populacional e a interdependência económica.

b) Perspectiva de Francis Fukuyama sobre a nova ordem mundial

Na perspectiva de Francis Fukuyana a nova ordem mundial é caracterizada pelo “fim da historia e o último homem”,
pois depois de aproximadamente 70 anos de avanços, o socialismo começa a perder espaço político para a
democracia e o capitalismo onde Todos os países mesmo com suas características e leis adequadas a cada realidade,
atingiriam um certo nível de desenvolvimento económico que proporcionaria mútuo reconhecimento, haveria
respeito às diferenças e, consequentemente, o fim dos conflitos; a democracia liberal superaria todas as outras
estruturas económicas e sociais de estado, o maior representante desse sucesso seria os EUA. Pois O significado
de fim da história para fukuyama representa o último estágio de avanço económico, que não significaria o fim da
história social ou fim dos acontecimentos naturais como vida ou morte, mas sim, uma sociedade tecnológica que
pudesse suprir todas as necessidades humanas; Para Fukuyama, esta previsão também foi feita pelos filósofos onde
tanto para Hegel quanto para Marx a evolução das sociedades humanas não era ilimitada. Mas terminaria quando a
humanidade alcançasse uma forma de sociedade que pudesse satisfazer suas aspirações mais profundas e
fundamentais. Desse modo, os dois autores previam o ‘fim da história’. Para Hegel seria o estado liberal, enquanto
para Marx seria a sociedade comunista. O fim da história significa o climax do da evolução do homem onde Kant
sugeria que a história teria um ponto final, um objectivo que estava implícito nas potencialidades do homem. Tal
ponto final seria a conquista da liberdade do homem. Onde O liberalismo irá triunfar nos estados ricos e não nos
países pobres a democracia apenas seria possível para os países desenvolvidos economicamente com um processo
de industrialização já consolidado. Os demais países, pobres e “atrasados”, estariam vulneráveis aos regimes
totalitários, ao socialismo, ou ainda, aos regimes democráticos dependentes dos países desenvolvidos. O homem
distingue-se dos outros animais pela sua cede pelo prestigio o que difere o homem dos outros animais, para o
autor, é a necessidade de reconhecimento, de mostrar que é diferente ou mais forte que os demais de sua espécie;
seria, então, esta vontade de reconhecimento o que faria o homem evoluir social e tecnologicamente. O desejo de
evoluir verifica-se também nos estados e os EUA dominarão a ordem do sec. XX O desejo de reconhecimento
não se manifesta apenas nos indivíduos. Mas também nas nações; as nações desenvolvidas caminham em direcção
ao imperialismo e à conquista do mundo. Durante a maior parte do século XX, estes duelos foram protagonizados
pelos EUA e pela URSS; para o autor, um mundo composto de democracias liberais ofereceria menor ânimo para a
guerra, visto que haveria o reconhecimento recíproco da legitimidade entre todas as nações. O poder tecnológico
poderá transformar-se numa grande ameaça, Fukuyama afirma que “a capacidade da tecnologia de melhorar a
vida humana depende estritamente de um processo moral paralelo ao do homem; sem este processo, o poder da
tecnologia será usado para o mal e o homem ficará pior do que antes. Os países autoritários poderão ceder ao
liberalismo é bastante provável que países como a china, a correia do norte ou, ainda, as teocracias islâmicas, não
resistam por muito tempo. o mundo caminha através da globalização para uma economia liberal; esta transformação
pode ocorrer de forma pacífica ou por imposição dos países ricos, que precisam de países pobres liberais,
democráticos e globalizados para manter suas economias e seu nível de desenvolvimento. Para fukuyama a
universalidade do estado liberal resolveria os conflitos de classe e traria melhores condições económicas para grupos
sociais ou países, pois seria garantido o reconhecimento a todos os cidadãos. Portanto para Fukuyama o sucesso da
democracia liberal está relacionado com uma série de factores que o legitimam. Porém a cultura poderia ser uma
forma de resistência à transformação de valores tradicionais em nome do liberalismo; a religião é outro possível
obstáculo ao avanço da democracia liberal no mundo.
c) Nova Ordem Mundial ou Período pós-g.f na perspectiva de Samuel Huntington

A perspectiva de Samuel Huntington Nova Ordem Mundial é caracterizada pela emergência da simbolismo e
identidade pois os anos pós-guerra fria testemunharam o início de uma dramática mudança na identidade das
pessoas e nos símbolos dessa identidade. A política global começou a ser reconfigurada na base de identidade
cultural. No mundo pós-g.f a simbologia e identidade cultural contam muito  No mundo pós-g.f, as bandeiras
ganharam um grande valor, assim como outros símbolos de identidade cultural, incluindo cruzes, crescentes, o véu
para cobrir a cabeça, porque a identidade cultural é o que tem mais significado para muitos povos; as pessoas estão
descobrindo novas, mas muitas vezes, antigas identidades e marchando sob novas, mas muitas vezes, antigas
bandeiras que lhes leva a guerra com novos, mas muitas vezes, antigos inimigos.

Na sua obra “Choque das Civilizações ” Huntington defende que a cultura e identidade cultural estão a criar padrões
de coesão, desintegração, e conflitos no mundo pós-guerra fria e apresenta cinco principais proposições: 1. pela
primeira vez na história, a política global é, por um lado, multipolar, e por outro, multicivilizacional; 2. o ocidente
está declinando no que refere ao seu relativo poder de influência; as civilizações asiáticas estão expandindo o seu
poder económico, militar, e político; o islamismo está "explodindo" demograficamente com consequências
desestabilizadoras para as nações muçulmanas e os seus vizinhos; e as civilizações não ocidentais estão, de uma
forma geral, a consolidar os seus valores culturais; 3. sociedades que partilham afinidades culturais cooperam entre
elas; grupos de países, entre eles procuram seguir os estados que partilham a mesma civilização; 4. as pretensões de
ocidentalizar o mundo por parte de ocidente conduzem a choques civilizacionais, principalmente com islão e china;
a nível local serão travadas guerras, na perspectiva mais ampla, entre muçulmanos e outras civilizações; 5. a
sobrevivência do ocidente depende da capacidade dos EUA de reafirmar a identidade ocidental e ocidentais
aceitarem a sua civilização como única e não como universal e unindo para renova-la com vista a resistir a
sociedades não ocidentais. A prevenção de uma guerra mundial civilizacional depende dos líderes mundiais
aceitarem e cooperarem para manter o carácter multicivilizacional da política global.

5. O Impacto da globalização nas RI’s e a quem beneficia?

Com o desmoronamento do bloco soviético e o aparente triunfo planetário do modelo liberal, no inicio dos anos 90
do século XX, acompanhados do desenvolvimento das Telecomunicações, emerge nas RI’s O conceito de
globalização como uma nova etapa na evolução do Capitalismo industrial, sucedendo à internacionalização das
firmas e capitais, pelo facto de designar um movimento complexo de abertura de fronteiras económicas e de
desregulamentação, que permitiu as actividades económicas capitalistas estenderem o seu campo de acção a
totalidade do planeta. Com a necessidade de exprimir a ideia de mudanças politicas, económicas e culturais surgidas
no século XX, especificamente depois do período pós-Guerra Fria, isto é, o fim da guerra fria marcou o princípio de
uma nova era de globalização. A globalização é um processo de difusão e intensificação das relações culturais,
sociais e económicas, através das fronteiras-ou seja, engloba praticamente tudo; economia, politica, tecnologia,
comunicação, entre outros. De acordo com Baylis e Smith (1997:15), as características da globalização incluem a
internacionalização da produção, a nova divisão do trabalho, novos movimentos migratórios do Sul para o Norte,
novo ambiente competitivo que acelera esses processos e a internacionalização do Estado.

A globalização é um processo que beneficia os Estados Desenvolvidos (Ocidente) pelo facto de usarem a mesma
como uma nova roupagem de colonização, isto é neocolonização contra os países em desenvolvimento, pois é
fortemente marcado pelo domínio do Ocidente em relação as outras culturas, especialmente influenciado pela
americanização, através do soft power, e pela homogeneização das diversas culturas a nível mundial.

6. Fala sobre Democracia e Democratização?

R: Democracia e Democratização

Quando se fala sobre o conceito da democracia um breve levantamento histórico sobre o termo indica a
complexidade de como a democracia é concebida e conceituada, dependendo de autores e de suas épocas
históricas, para Rousseau democracia significa a participação de toda a comunidade, sendo que só se
legitima uma lei, se esta for aprovada em assembleia popular, assim o povo não delega sua soberania a
representantes, o povo comissiona, nomeia funcionários para executarem a sua vontade. Na democracia o
sistema político permite aos cidadãos participar nas decisões políticas ou eleger representantes dos órgãos
governamentais e na perspectiva de Lincon, à democracia é o governo ou o poder do povo, pelo povo,
para o povo. Podemos também apresentá-la como o governo da maioria, associando esta definição ao
grupo que decide a escolha dos representantes ou dos governantes. “Não se formam maiorias, a política é
feita por elites; o povo, aliás, não consegue juntar razão e interesse, é incapaz de avaliar racionalmente
aquilo que lhe interessa efectivamente, Schumpeter afirma que o governo é sempre formado por elites,
cabendo à democracia seleccionar as elites por meio de eleições periódicas e Para McPherson o “cidadão
define-se, pois, como consumidor, e o Estado, como distribuidor, enquanto a democracia se confunde
com um mecanismo de mercado, cujo motor é a concorrência dos partidos segundo o modelo da
concorrência empresarial.

Hoje há quem entenda que a democracia continua a ser o governo da maioria, mas daqueles que decidem
votar, sendo que estes representam em muitos actos eleitorais a minoria dos cidadãos eleitores e A
democracia será assim para alguns o governo da maioria dos que votam, o que nalgumas situações pode
consubstanciar uma maioria de um grupo minoritário da comunidade política. Sendo assim, qual seja o
sentido que se queira dar ao termo, uma coisa é certa: a democracia é o regime político em que o poder se
encontra limitado, em que a alternância no governo está eleitoralmente assegurada, em que os governados
mantêm todos os seus direitos cívicos perante os governantes e em que a liberdade e a competitividade
políticas estão presentes.

Por outro lado o processo de democratização se “expressa, essencialmente, numa crescente


socialização da participação política.” A democratização das tomadas de decisão amplia o poder
de participação das camadas populares, isto choca-se com o poder centralizador e burocratizado
presente nos aparelhos de Estado. Porém, o conceito da democracia como forma de governar
remota desde os tempos dos filósofos gregos. Contudo, o uso moderno deste conceito, data desde
os levantes revolucionários nas sociedades ocidentais no final do Sec. XVIII. Para Huntigton
(1993), o procedimento central da democracia é a eleição dos líderes através da competição
eleitoral pelo povo que esses governam e O autor cita o estudo de Schumpeta que define sistema
político do século XX como democrático, na medida em que os seus mais poderosos tomadores
de decisão colectiva são seleccionados através de eleições justas, honestas e periódicas nas quais
os candidatos concorrem livremente por votos e em que praticamente toda a população adulta é
elegível para votar.

Quando se fala da Democratização: o Primeira Onda da Democratização tem as suas origens nas revoluções
francesas e americanas, A actual emergência das instituições democráticas nacionais é um fenómeno do Sec. XIX, e
É difícil precisar a data em que a democracia tornou-se um facto. Se olharmos para a participação dos cidadãos nos
processos eleitorais, os EUA teve o seu marco em 1828 com participação de várias faxas etárias, incluindo mulheres
das eleições presidenciais, Na mesma década vários estados seguiram os passos dos EUA. São os casos da Suíça,
algumas regiões sob dominação inglesa, França, Grã-bretanha e vários pequenos estados europeus. Lentamente,
antes da I.G.M Itália e Argentina introduziram algumas mudanças nos seus regimes, fazendo algumas
transformações para regimes democráticos e Em suma, se pode dizer que a primeira onda aconteceu entre o Sec.
XIX e nos dois quartos do Sec. XX.

Porém, a reversa da Primeira onda da Democratização A primeira onda foi vista como uma ameaça por alguns
regimes, dai que teve momentos de contenção. Assim sendo, no período de 1920 à 1930 ouve um retorno, por parte
de alguns estados para os regimes políticos tradicionais, Exemplos: Itália em 1922, Golpe de Estado em Portugal em
1926, A conquista do poder por Hitler em 1933 na Alemanha, Durante a década a seguir as marchas de Benedito
Mussolini, as frágeis instituições democráticas em Lituana, Polónia, Estónia, foram destituídas por via golpes
militares e As mudanças dos regimes reflectiram a ascensão do comunismo, fascismo e ideologias militares.

E a Segunda Onda da Democratização começou com a IIG.M e foi bastante curta. A ocupação dos aliados era
feita em simultâneo com a promoção dos valores democráticos, tendo eles inaugurado instituições democráticas em
Alemanha ocidental, Itália, Austrália, Japão, e Corea do Sul, enquanto isso, a pressão da URSS conseguiram demolir
as frágeis instituições em Checoslováquia e Hungria. Nos finais de 1940 e início de 1950 Turquia e Grécia
tornaram-se democráticos Na América Latina: Brasil, Costa Rica, Argentina, Colômbia, Peru e Venezuela
introduziram democracia nos seus Estados.

Porém, a Reversa da Segunda Onda No começo de 1960 a segunda onda da democratização estava exausta, Em
1962 Peru volta a recuperar um regime autoritário, quando militar intervieram para alterar os resultados eleitorais,
Em 1964 Presidentes civis foram depostos do poder pelos militares em Brasil e Bolívia: Argentina: 1966 e Equador:
1972. E a Terceira Onda Como foi referenciado antes, esta teve o seu início em Portugal em 1974 e Em 15 anos
depois da queda do regime ditatorial em Portugal, cerca de 30 Países tornaram-se democráticos na Europa, Ásia e
América Latina.

7. Fala sobre a Ajuda Humanitária?

R: Devido a natureza conflituosa inerente a pessoa humana, houve sempre a necessidade de corrigir a violação
massiva dos seus direitos, através da protecção, seja ela pela via da intervenção humanitária coerciva (uso dos meios
militares), ou a intervenção humanitária não coerciva (que tem a ver com a diplomacia ou os bons ofícios da moral),
tendo como preceito básico salvar vidas humanas. Mas, importa referir que esta síntese, pretende tratar a vertente
moral da intervenção humanitária e tentar explicar de acordo com o autor a justificação plausível que leva a tal
intervenção em alusão.

Base Moral para Intervenção Humanitária: Intervenção humanitária como excepção ao princípio de não
intervenção; visão moralista sobre intervenção como forma de garantir a ordem e lei; Auto-defesa e Protecção dos
Direitos Humanos

Intervenções Humanitárias Tardias e a Lei Natural Moderna: Aspecto comum entre a “lei natural” e a lei das
Nações; Uso da guerra para corrigir injustiças entre os europeus; Intervenção pela via da guerra só é justificável
quando é de carácter humanitário e Intervenções como actos ilegais (Literatura medieval);

Quando é que a Intervenção é Permitida: Violação excessiva e massiva dos Direitos Morais e Humanos;
Genocídios e Limpezas étnicas.

Quem deve Intervir: A intervenção humanitária deve ser colectiva e simplesmente oferecer uma resposta diferente
a questão quem deve intervir. Crítica: Alguns moralistas defendem que somente um governo que respeita os
Direitos Humanos pode ser o indicado para intervir de forma a proteger os Direitos Humanos. O princípio usado
aqui não é a moralidade comum.

5. Que Significado Atribuir a Protecção: Necessidade de proteger vidas humanas quando estas estão em perigo;
Uso de meios de intervenção humanitária coercivos( tem como fundamento as leis de guerra/ guerras justas) e não
coercivos; Salvaguardar a ordem em Estados caóticos e Prevenir de possíveis massacres;
As três Condições que justificam a intervenção humanitária (baseadas na moralidade comum) -Kant-

O dever de ser uma solução escolhida em resposta aos abusos graves dos direitos humanos que não pode ser
acabados pelos meios diplomáticos; O facto da intervenção poder ser aprovada por uma autoridade internacional
reconhecida, agindo de acordo com uma razoável legitimidade de normas internacional e O dever de ser conduzida
efectivamente e moralmente por significados permissíveis.

Para as sugestões da percepção moralista, as intervenções humanitárias são justificáveis diante de 3 condições:

1ª: Quando elas correspondem a um remédio extraordinário, devidamente seleccionado agindo em resposta aos
abusos contra os direitos humanos, os quais não podem ter fim pela via diplomática; 2ª: A intervenção deve ser
aprovada por uma reconhecida organização internacional que tenha poder para tal e que haja de acordo com o direito
internacional. Mas as vezes, esse poder pode não existir ou mostrar – se substancialmente injusto ou ineficiente,
nessa situação os Estados podem agir sem a aprovação dessa organização e 3ª:Uma intervenção deve ser conduzida
efectiva e moralmente por significados permissíveis; isto è deve respeitar o direito interno do Estado onde se
intervêm e o direito internacional mesmo em casos de ineficiência das autoridades internacionais ou manifestação de
injustiça devido a relevância do governo.

8. Discuta a crise da divida externa?

R: As causas mais imediatas da crise da divida externa situa se na década de 1970 quando países do terceiro mundo
quintuplicaram seus empréstimos a longo prazo no exterior. Devido: a necessidade de dinheiro para financiar
projecto de desenvolvimento e a grandeza liquidez dos bancos internacionais pela acumulação do petródolares

A crise da divida externa: Em 1980 o México fez saber ao governo dos EUA que não poderia continuar a honrar
os seus compromissos relativos aos serviços da sua divida externa, o que provocou agudização de um problema que
vinha do mais longe e A posterior a crise da divida que se generalizou a todos países endividados

Porém, devido ao crescimento da dívida e a sua insustentabilidade nos anos 80 veio a crise inesperada. As quais as
causas desta crise não foram pela ma gestão dos indivíduos, mas sim por muitos factores como a queda de
exportações do estado do terceiro mundo e a subida das taxas de juros. Pois O montante em dinheiro concedido
pelos bancos credores e pelos países desenvolvidos que gerou a divida ao conjunto dos países da América latina foi
de 86 biliões de $; O montante pago pelos países aos bancos credores de 80 a 90 foi de 533,8 biliões de $.

Isto é, os países do continente, até 90 já haviam pago cinco vezes a soma original do empréstimo e faltava ainda
pagar seis vezes mais. Isto significa que, para cada dólar recebido em forma de ajuda os países do terceiro mundo
recebiam 1b $ e pagavam 3b $ pelo serviço da divida.

Portanto, A divida externa foi usado como instrumento de neocolonização: olhando retroactivamente para a nossa
historia do pais, pois Quem paga realmente a divida externa era o povo, o qual por meio da divida social vai
pagando por algo que não fez, e não foi consultado.

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