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REINO UNIDO
As consequências do Brexit são difíceis de prever, uma vez que, é a primeira vez que
um país membro decide sair do bloco económico desde sua criação. Não obstante, trata-
se de um assunto recente e que ainda não produziu grande impacto na Comunidade
Internacional. Contudo, já é possível observar alguns impactos significativos na
economia, na política e na sociedade do Reino Unido e dos países europeus. É neste
âmbito que o presente capítulo procura identificar o impacto político e económico do
Brexit para o Reino Unido.
Ainda nesta perspectiva (Dhingra et al., 2015: 20), sustentam que, conforme é sabido a
UE é o principal parceiro económico do Reino Unido, respondendo por cerca da metade
do comércio do Reino Unido e suas exportações para o bloco correspondem a quase
15% do produto interno bruto (PIB) daquele país. Naturalmente, a saída do Reino
Unido, consequentemente, do mercado único associado à área de livre comércio, levou
a uma redução do fluxo de comércio entre ambas partes, assim como um aumento nos
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Bezerra Juliana. (2018) Brexit. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/brexit/>. Acessado
em: 20 de Abril de 2022.
custos directos desse comércio em função da reintrodução tanto de barreiras tarifárias
como não tarifárias.
Após as considerações anteriores, é preciso identificar o que poderia ser obtido como
vantagem do Brexit para o Reino Unido. Há o argumento de que o Reino Unido estaria
mais livre para reduzir tarifas de importação para outros países, o que traria impacto
positivo para o bem-estar britânico (Busch; Matthes, 2016: 19). Com relação aos
Estados Unidos da América, que é o país que mais recebe mercadorias do Reino Unido
(OEC, 2017), notícias recentes indicam a intenção de um acordo entre os dois países
com disposição para o aumento dos fluxos comerciais.
Dhingra et al. (2016: 5), estimam os custos e os benefícios do Brexit e indicam que, a
despeito da economia feita com a redução da participação financeira do Reino Unido na
União Europeia, é preciso considerar que mesmo com a saída o Reino Unido não deixa
de pagar determinados montantes para a UE, para continuar tendo acesso ao Mercado
Comum. Dessa forma, os custos em razão da menor integração com a União Europeia
em termos de comércio poderiam superar a economia mencionada. Os autores citados
ressaltam ainda que é preciso levar em conta quais políticas que o Reino Unido pretende
adoptar após saída. Por outro lado, não se pode deixar de considerar que não apenas o
Reino Unido teria perdas com o Brexit, mas também a União Europeia. Belke et al.
(2017: 28), comparam o impacto da saída do Reino Unido à magnitude do Acordo de
Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) com o sinal invertido, uma
vez que o fluxo comercial entre UE e Reino Unido é equivalente ao que ocorre entre UE
e Estados Unidos.
Em síntese, pode-se concluir que o Brexit remeteu e ainda poderá arremeter implicações
negativas quanto positivas, para o Reino Unido, como na questão da criação de futuros
acordos comerciais bilaterais que fortaleceriam o comércio com países como Estado
Unidos e Japão; quanto negativas como do ponto de vista económico, no qual a saída
acarretou em uma suposta queda drástica do PIB do país; e político, como no provável
retorno das discussões de separatismo da Escócia. Por seu turno, para a União Europeia,
o mesmo se verificou, em torno, sobretudo, de questões de regulamentos económicos e
investimento estrangeiro directo, a saída do Estado britânico do bloco europeu gerou
diversas consequências positivas e negativas.
Lista de Referências
Alves, Juliana Helena De Lima (2015), “A saída do Reino Unido da União Europeia:
um Dilema sobre as Consequências Económicas e Políticas”. (Artigo apresentado como
requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Relações Internacionais
pela Universidade de Brasília), 2-23.
Belke, A. et al. (2017), “The Economic Impact of Brexit: Evidence from Modelling
Free Trade Agreements”. Atlantic Economic Journal. Volume n°. 45, 317-331.
Dhingra, S. et al. (2015), “The consequences of Brexit for UK trade and living
standarts”. Centre for Economic Performance, London School of Economics and
Political Science.
Dhingra, S. et al. (2016), “The Costs and Benefits of Leaving the EU: Trade Effects”.
Economic Policy. Volume n°. 32, n°. 92, 651-705.
ONS-Office for National Statistics (2018). Balance of payments, UK: disponível em:
https://www.ons.gov.uk/economy/nationalaccounts/balanceofpayments/bulletins/
balanceofpayments/apriltojune. Consultado em 01 de Abril de 2022.
Pedroza, B. C. et al. (2018), Brexit: “Uma Analise Acerca da Saída do Reino Unido da
União Europeia”, Derecho y Cambio Social. Nº59, 652-672.
Smeral, E. (2009). “The Impact of the Financial and Economic Crisis on European
Tourism”. Journal of Travel Research. Volume n°. 48, n° 1, 3-13.