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Faculdade de Direito

Bacharelado em Direito

RELATÓRIO DE ATIVIDADE: RENAPEDTS – Mesa


Lutas sociais, trabalho e discriminação

Tatiana de Amorim Badaró

Relatório apresentado como requisito parcial de


avaliação da disciplina Sociologia Jurídica
Docente: Samuel Vida

Salvador
Outubro de 2023
Estive presente no momento de abertura da mesa, antecedente ao início do horário de
aula. Nesta situação a organização do evento enfatizou a relevância do conhecimento prático,
da valorização da cultura e tradições populares, enaltecendo os convidados Joelson Ferreira –
representante da organização Teia dos Povos – e Creuza Oliveira – da Federação Nacional das
Trabalhadoras Domésticas. Seguiu-se uma apresentação geral da temática da mesa, momento
em que me ausentei para atender à aula.
Ao iniciar a aula, o professor colocou para a turma a opção de deslocar a aula para a
mesa do evento RENAPEDTS, considerando a relevância temática, apesar de não ser
diretamente relacionada à ementa da disciplina. Assim, tendo a maioria da turma optado pelo
deslocamento, a aula do dia 28 de setembro ocorreu na sala da Congregação da Faculdade de
Direito da UFBA.
Quando a turma chegou ao local, após o credenciamento solicitado pela organização do
evento, a fala estava com Joelson Ferreira. Também compunha a mesa, além da supracitada
Creuza Oliveira, o professor da UFMG, Pedro Nicoli e a professora Juliana Esteves, da UFPE.
Joelson seguiu sua apresentação alertando sobre a realidade da disputa de terras em
regiões em que há acampamento do MST, mais precisamente, falou da sua experiência pessoal
e da Teia dos Povos. Explicitou o panorama da fazenda, em que há um histórico de dominação
por fazendeiros desde terras à política, tornando o combate desleal e muito violento simbólica
e concretamente. Por outro lado, destacou q soberania alimentar, falando da produção orgânica
de cacau – momento em que distribuiu chocolate da cooperativa para os atendentes – e da
importância da agroecologia para a comunidade, que desta tira boa parte do seu sustento e em
torno da qual se organiza o Teia dos Povos.
Após a impactante fala de Joelson, foi a vez do professor Pedro. Membro da comunidade
LGBTQIAPN+, Pedro Nicoli focou o início de sua discussão na questão do envelhecimento da
população LGBTQIA+, de modo introdutório falou da negligência que há para um olhar às
pessoas desta comunidade, sobretudo com o avançar da idade. Tendo abordado esse tópico, o
professor seguiu enveredando pela luta por trabalho e condições dignas de vida. Destacou a
relevância de enxergar, debater e compreender interseccionalidades, sobretudo o recorte de raça
e classe entrecortado pela questão LGBTQIA+. Ao seguir na discussão, Pedro trouxe relatos
que colheu em pesquisa científica sobre a temática e debateu a violência sofrida pela população
LGBTQIA+ para existir. Nesta toada, o professor fez uma profunda reflexão sobre as
possibilidades limitadas de trabalho e de como, por vezes, a prostituição se apresenta como
única alternativa de sobrevivência.
Após a fala do professor Pedro, quem deu prosseguimento ao debate foi a pernambucana
Juliana Esteves. A ênfase trazida por esta debatedora foi a seguridade social e a saúde das
trabalhadoras, em uma perspectiva de gênero. A professora iniciou sua explanação abordando
a complexidade da luta trabalhista das trabalhadoras domésticas, tempo em que saudou e fez
referência à sua companheira de mesa, Creuza, e questionou os retrocessos deste processo de
legitimação do trabalho doméstico, visto nos últimos anos de desmonte político. Assim como
o professor Pedro, Juliana também abordou a questão do envelhecimento como sendo mais um
ponto de marginalização e negligência político-social. Neste momento, em que já passava das
12h, precisei me ausentar devido a compromissos pessoais outros, e não pude presenciar o final
da discussão.

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