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Relatório Evento Renapedts Tatiana
Relatório Evento Renapedts Tatiana
Bacharelado em Direito
Salvador
Outubro de 2023
Estive presente no momento de abertura da mesa, antecedente ao início do horário de
aula. Nesta situação a organização do evento enfatizou a relevância do conhecimento prático,
da valorização da cultura e tradições populares, enaltecendo os convidados Joelson Ferreira –
representante da organização Teia dos Povos – e Creuza Oliveira – da Federação Nacional das
Trabalhadoras Domésticas. Seguiu-se uma apresentação geral da temática da mesa, momento
em que me ausentei para atender à aula.
Ao iniciar a aula, o professor colocou para a turma a opção de deslocar a aula para a
mesa do evento RENAPEDTS, considerando a relevância temática, apesar de não ser
diretamente relacionada à ementa da disciplina. Assim, tendo a maioria da turma optado pelo
deslocamento, a aula do dia 28 de setembro ocorreu na sala da Congregação da Faculdade de
Direito da UFBA.
Quando a turma chegou ao local, após o credenciamento solicitado pela organização do
evento, a fala estava com Joelson Ferreira. Também compunha a mesa, além da supracitada
Creuza Oliveira, o professor da UFMG, Pedro Nicoli e a professora Juliana Esteves, da UFPE.
Joelson seguiu sua apresentação alertando sobre a realidade da disputa de terras em
regiões em que há acampamento do MST, mais precisamente, falou da sua experiência pessoal
e da Teia dos Povos. Explicitou o panorama da fazenda, em que há um histórico de dominação
por fazendeiros desde terras à política, tornando o combate desleal e muito violento simbólica
e concretamente. Por outro lado, destacou q soberania alimentar, falando da produção orgânica
de cacau – momento em que distribuiu chocolate da cooperativa para os atendentes – e da
importância da agroecologia para a comunidade, que desta tira boa parte do seu sustento e em
torno da qual se organiza o Teia dos Povos.
Após a impactante fala de Joelson, foi a vez do professor Pedro. Membro da comunidade
LGBTQIAPN+, Pedro Nicoli focou o início de sua discussão na questão do envelhecimento da
população LGBTQIA+, de modo introdutório falou da negligência que há para um olhar às
pessoas desta comunidade, sobretudo com o avançar da idade. Tendo abordado esse tópico, o
professor seguiu enveredando pela luta por trabalho e condições dignas de vida. Destacou a
relevância de enxergar, debater e compreender interseccionalidades, sobretudo o recorte de raça
e classe entrecortado pela questão LGBTQIA+. Ao seguir na discussão, Pedro trouxe relatos
que colheu em pesquisa científica sobre a temática e debateu a violência sofrida pela população
LGBTQIA+ para existir. Nesta toada, o professor fez uma profunda reflexão sobre as
possibilidades limitadas de trabalho e de como, por vezes, a prostituição se apresenta como
única alternativa de sobrevivência.
Após a fala do professor Pedro, quem deu prosseguimento ao debate foi a pernambucana
Juliana Esteves. A ênfase trazida por esta debatedora foi a seguridade social e a saúde das
trabalhadoras, em uma perspectiva de gênero. A professora iniciou sua explanação abordando
a complexidade da luta trabalhista das trabalhadoras domésticas, tempo em que saudou e fez
referência à sua companheira de mesa, Creuza, e questionou os retrocessos deste processo de
legitimação do trabalho doméstico, visto nos últimos anos de desmonte político. Assim como
o professor Pedro, Juliana também abordou a questão do envelhecimento como sendo mais um
ponto de marginalização e negligência político-social. Neste momento, em que já passava das
12h, precisei me ausentar devido a compromissos pessoais outros, e não pude presenciar o final
da discussão.