“Automação”, em sentido lato, significa aquilo que é mecânico, processos fabris,
substituição do trabalho ou do fazer humano. O que se verifica na última década, tem muito a ver com o conceito já dado de automação, refere-se ao indiscriminado dos recursos da inteligência artificial nos meios científicos e acadêmico. Negar sua potência é ingênuo, porém, deve-se reconhecer as implicações e os novos desafios que seu uso traz para esses ambientes que devem, em suma, ser pautados pela ética, autenticidade e fidedignidade dos resultados. De antemão, é necessário falar que a inteligência artificial tem ajudado pesquisadores a tornar mais célere o processamento e gestão de dados infinitos que estão dispostos no mundo virtual, no entanto, levanta-se outra relevante questão: a perda ou enfraquecimento nos pesquisadores das habilidades de lidar com a literatura e as metodologias clássicas tão caras à pesquisa. Como já é levantado em muitos estudos, o uso desenfreado das IA’S se deve a pressão por produção, resultados e progressão de carreira que se identifica nos ambientes acadêmicos e científico o que endossa a crítica de intelectuais como Marilena Chauí, que já em 2016, defendia que num contexto de universidade e, por extensão, ciência operacional, a pesquisa não é tratada como um instrumento de conhecimento, é tão somente a posse de instrumentos para intervir e controlar alguma coisa. Por isso, percebendo este quadro, muitas vozes têm se levantado para defender o uso da inteligência artificial de maneira ética e proba, vê-se também a necessidade de moderar até onde ela pode ser usada, visto que seu uso pode facilitar o plágio e a produção de resultados falsos e superficiais, pois as IA’S não conseguem interpretar algumas nuances que só a consciência e a criticidade do pensamento humano são capazes, como também não conseguem propor soluções que só a criatividade do homem é capaz de inventar. Sendo assim, uma possível solução para enfrentar tal problemática, seria usar o poder de autorreferencialidade da inteligência artificial para detectar plágios e burlas as normas éticas, como também legislações no sentido de punir, “controlar” o uso irresponsável e obrigar que se façam as devidas referências ao uso da IA’S nos corpos dos textos e produções acadêmicocientíficas.