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FACULDADE LUCIANO FEIJÃO

GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
PRÁTICAS EM PSICOLOGIA CLÍNICA
PROFa. Me. ELIS SALES MUNIZ LIMA

JOÃO LUCAS PEREIRA LINHARES RIBEIRO

VERSÃO DE SENTIDO

Sobral
2023

De acordo com o que foi abordado durante a entrevista conduzida por nós pude
estabelecer alguns correlatos com as vivencias que obtivemos em sala de aula, como
por exemplo as discussões para uma práxis ética do fazer clínico que promovam a
reflexão da atuação do psicólogo junto à comunidade a qual pertence. Pois, quando
questionado sobre outras possibilidades para um fazer clínico acessível o entrevistado
reforça os métodos já utilizados amplamente no meio como também provoca a
reflexão sobre a própria condição histórica da psicologia clínica no Brasil, que por
vezes foi utilizada como ferramenta reforçadora de vieses excludentes e
deterministas.
Logo, como ressalta Foucault em seus escritos, a trajetória dos movimentos clínicos
desde a psiquiatria até a psicologia está permeada por relações socioculturais,
históricas e de poder que perpassam a execução de suas atividades e fomentam
discussões e práticas que norteiam a compreensão do patológico/saudável,
enviesando negativamente as perspectivas para atuação nos âmbitos do tratamento
em saúde mental, à medida que define a normatividade como fator crucial para
diagnostico.
Este determinismo patológico responsável pela exclusão dos seres em situação
de diferença e fragilidade é um dos principais focos, a meu ver, que necessitam da
atenção especial dos atuais e futuros profissionais da área de psicologia, pois
enquanto estivermos atrelados as práticas e dinâmicas ideológicas do sistema
neoliberal estaremos abdicando diversas outras possibilidades para exercício clínico.
Ademais, nosso foco está deturpado em decorrência da banalidade de nossa práxis
vinculada aos sistemas de informação em massa, o lucro ultrapassa a crítica e
consequentemente desfigura nosso papel de agentes problematizadores, infelizmente
não é com tamanho otimismo que aguardo o que o futuro nos reserva.
Portanto, fica evidente que cabe a nós a vanguarda para desvinculação desses
saberes enraizados, enviesados e acríticos no envolvimento entre psicologia e
sociedade em virtude da promoção de fazeres que acolham com autenticidade a
subjetividade que se desfaz em meio a instrumentalização contemporânea das formas
de existência.

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