Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
SÃO PAULO
2021
2
Resumo
Sumário
1. INTRODUÇÃO.................................................................................3
2. ATUAÇÃO.........................................................................................5
3. MÉTODO
4. RESULTADO
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
7. ANEXOS
3
1. Introdução
A Psicologia é uma ciência que estuda fenômenos bastante variados, como a mente, o
inconsciente, o comportamento, as emoções, as relações humanas etc. Seu objeto de
estudo precípuo é o indivíduo e sua subjetividade, mas há diversas formas de atuação
prática do profissional dedicado a esta ciência, a depender dos objetivos e das
necessidades a serem atendidas.
Em seu estudo e prática, a psicologia pode se interessar apenas pelo indivíduo, mas às
vezes seu foco é o grupo, as relações dos indivíduos nos grupos e a influência do grupo
sobre o indivíduo.
Podemos dizer que a Psicologia é marcada pela diversidade, na medida em que são
variados e múltiplos os locais de atuação do profissional, assim como são diversos os
tipos humanos e as pessoas com quem os psicólogos atuam no seu cotidiano
profissional.
Zanelli e Bastos (2004, apud Martins-Silva, Silva & Libardi, 2015) esclarecem que o
aparecimento e o desenvolvimento da PO&T estão associados ao processo de
4
1.1 Objetivo
1.2 Justificativa
5
2. Atuação do psicólogo
Segundo Zanelli & Bastos (2004), a busca de critérios e procedimentos para atender as
demandas de avaliação e seleção de pessoal para as indústrias em grande expansão e
de militares para o exército fez com que os métodos e teorias tivessem seus primórdios
na área. O desempenho e eficiência no trabalho constituíram, desde o começo,
preocupações que orientam as atividades dos psicólogos nas organizações.
trabalho. A primeira, entre 1924 e 1970, foi cognominada como Psicologia Industrial e
teve como desígnio expandir a lucratividade e a produtividade, utilizando-se do método
da Psicometria. A segunda, entre 1970 e 1990, foi designada da Psicologia
Organizacional e do Trabalho, com foco no clima organizacional e na qualidade de vida
no trabalho, com uso de dinâmicas de grupos, desenvolvimento de equipes e estudos
sobre liderança. A terceira etapa é de 1990 em diante, concebida também como
Psicologia Organizacional e do Trabalho e se ocupa da saúde e bem estar do
funcionário, ergonomia, poder e conflito.
Os principais fundadores da área são Hugo Munsterberg e Walter Dill Scott, ambos
psicólogos experimentais e professores universitários que se envolveram na aplicação
de técnicas da psicologia para resolver problemas em organizações.
De acordo com Spector (2005R, p.14), a principal influência sobre o campo foi o
trabalho de Frederick Winslow Taylor, um engenheiro que estudou longamente a
produtividade de funcionários em sua carreira. Taylor desenvolveu o que ele chamava
de administração científica como uma abordagem para manejar os operários de
produção em fábricas e que inclui diversos princípios para orientar as práticas
organizacionais.
1. Cada trabalho deve ser analisado com atenção, para que o modo otimizado de
executar as tarefas possa ser especificado;
Podemos observar que apesar de mudanças e ajustes ocorridos ao longo dos anos,
estas ideias ainda são consideradas importantes nas organizações até hoje e, partindo
das ideias de Taylor, passa-se a investigar a forma como as tarefas são realizadas
pelas pessoas, desenvolvendo o que veio a ser chamado estudo do tempo e
movimento. Com este estudo, cria-se a perspectiva taylorista para aumentar a eficiência
do desempenho organizacional, tendo como base o campo denominado Fatores
Humanos, voltado para analisar e projetar ambientes de trabalho e tecnologias que
levem em consideração as características humanas.
Por essa razão, ao psicólogo que somente avaliava questões bastantes técnicas
relacionadas ao ambiente de trabalho, sobreveio uma nova missão: achar maneiras de
promover o desenvolvimento organizacional conduzindo o fator humano e todas as
questões implícitas como a realização pessoal, a felicidade no trabalho e a motivação.
Consequentemente, a psicologia industrial sofreu uma venerável mudança, sendo
chamada Psicologia Organizacional e do Trabalho.
Segundo Spector (2005) outra circunstância que colaborou para originar o campo da
Psicologia Organizacional aconteceu com a aprovação da Lei dos Direitos Civis de
1964 nos Estados Unidos, conciliando as forças que atiçaram o grandioso impacto na
forma das organizações contratarem e lidarem com seus colaboradores, tornando
indispensável modificação nas práticas precedentemente discriminatórias. Desta forma,
os psicólogos foram convidados a criar procedimentos para eliminar a discriminação no
ambiente de trabalho, sobretudo com o surgimento, em 1991, da lei que ampara as
pessoas inválidas e deficientes.
Com estas mudanças, o psicólogo foi chamado para novos desafios, tendo como papel
central garantir a saúde e a satisfação dos trabalhadores, onde analisa tanto o perfil dos
indivíduos quanto o ambiente de trabalho, promovendo programas, projetos e ações que se
aproximam dos objetivos organizacionais e pessoais de cada profissional. Logo, na sua
atuação, o psicólogo organizacional deve ser imparcial, mostrando para as empresas os
trajetos para se ter uma equipe produtiva, satisfeita, motivada e assim repercutir na melhora
dos resultados da organização e, também, atentar-se para a saúde mental dos
colaboradores, sendo por isso, indispensável nos últimos anos devido ao aumento de
9
afastamento por depressão, síndrome de burnout e estresse (Codo, Sampaio & Hitomi,
1993).
Recrutamento e Seleção;
Treinamento e Desenvolvimento;
Diagnóstico organizacional;
Plano de benefícios;
Orientação profissional;
Avaliação de desempenho.
Nestes diferentes campos, o psicólogo atua geralmente dentro do local onde foi
contratado: empresas, indústrias, escritórios de advocacia, entre outros. Estes espaços
onde ocorre o trabalho do psicólogo organizacional são constituídos por salas de
treinamento, salas de entrevistas, salas de teste e escritório. Todavia, existem trabalhos
da Psicologia Organizacional e do Trabalho que não são realizados dentro das
empresas, sendo acionados pelas consultorias externas que prestam apenas serviços,
tanto a uma empresa quanto a uma pessoa. Neste caso, o trabalho pode acontecer em
10
Nas entrevistas que realizamos, o grupo observou que os profissionais da área PO&T
são contratados como Analista de Recursos Humanos, Consultores Internos de
11
Um dos entrevistados enfatizou que é mais fácil para os estagiários que estão no início
de suas carreiras serem contratados e futuramente efetivados pela empresa em várias
posições disponíveis. Por outro lado, os entrevistados informaram que, devido à
pandemia da COVID-19, algumas empresas enfrentam dificuldades financeiras e as
contratações estão temporariamente congeladas.
Entende-se que, na área organizacional, ainda que o mercado seja próspero e lucrativo,
o profissional deve buscar constante aperfeiçoamento, especialização e conhecimento
(Zanelli, 1994, pg. 177).
3. Método
3.1 Fases
13
Tendo como critério de estudo uma pesquisa de campo, utilizamos três fases. A
primeira fase consiste em estudar o tema escolhido para ter uma fundamentação
teórica na coleta e observação dos dados. A segunda fase consiste em me delimitar o
grupo a ser estudado, ou seja, a amostra. A terceira e última fase é determinar quais
técnicas serão aplicadas para a coleta de informações da pesquisa. Utilizamos uma
entrevista semiestruturada. De acordo com Guerra (2006; NAHOUM, 1961; BODGAN,
BIKLEN, 1999, apud DEL BUONO, 2014), trata-se neste tipo de roteiro, o pesquisador
elabora perguntas que irão nortear as suas entrevistas, porém, ele poderá incluir/excluir
perguntas ao longo do processo, permitindo ao(s) respondente(s) maior liberdade em
suas respostas.
Para a busca dos dados foi utilizado o questionário (anexo 1) pré-estabelecido pelo
grupo, por meio de entrevista on-line. Vale lembrar que os entrevistados recebiam as
entrevistas antes da gravação.
3.4 Aparatos
3.4 Procedimentos
14
Entrevista 1
Entrevista 2
Entrevista 3
Entrevista 4
Tempo: 48 minutos, entrevistador 3
4. Resultados
4.1. Reflexões
Com base no resultado das quatro entrevistas com profissionais bastante diferentes
entre si, pudemos verificar que a prática do psicólogo organizacional está muito além da
simples realização de entrevistas com candidatos a vagas. Sua atuação visa ao
desenvolvimento das riquezas humanas de empresas, seja em líderes de alto escalão,
seja em operários, com motivação de equipe e resolução de conflitos entre áreas.
Como apontam Drummond & Souza, “relacionar-se é difícil e complexo, mas acima de
tudo maravilhoso” (2008, pg. __ISA__). Nas empresas, pessoas se relacionam intensa
e cotidianamente para desenvolver as atividades para as quais foram contratadas,
aplicando seus conhecimentos e técnicas em diuturna interação com outros
profissionais. A arte de bem conviver aqui se impõe.
A busca pela melhor versão dos colaboradores da organização, tanto do ponto de vista
profissional quanto pessoal, é seu propósito. Sabemos que empresas saudáveis geram
empregos, pagam impostos e dão impulso a economia local. De seu turno,
colaboradores mentalmente saudáveis concorrem não só para a realização da empresa
como também para melhor equilíbrio e estabilidade social.
Nossa contribuição social, como profissionais da Psicologia, precisará ser feita em relação
àquilo que mais necessita de contribuição e não apenas naquilo que há mais oferta de
dinheiro envolvida. Talvez seja de nossa competência ou responsabilidade esclarecer,
18
Hoje em dia empresas ao redor do mundo inteiro têm reconhecido a importância de ter
um quadro de funcionários não apenas composto por qualidades técnicas, mas,
também, com aquelas ligadas ao espectro subjetivo do indivíduo. Tais habilidades, as
chamadas soft skills, são aquelas que não se encontram dentro de uma amplitude
simplesmente técnica, mas estão relacionadas à maneira com que nos comunicamos,
nos expressamos e colaboramos com o outro. São capacidades subjetivas, que atuam
no espectro comportamental e social do ser humano, e geralmente aparecem no
formato de características que remetem à personalidade, como empatia, comunicação,
organização e flexibilidade e não dependem de diplomas ou certificados.
No entendimento de Iema (1999, apud Martins-Silva, Silva & Libardi, 2015), a formação
do psicólogo no Brasil não prepara o profissional para exercer as funções e tarefas
próprias da área da PO&T, na medida em que sua característica histórica é a de
privilegiar as práticas clínicas, sendo muitas vezes relapsa com as demais áreas de
atuação.
Dada a importância desta atuação para a sociedade como todo, nosso entendimento é
de que as faculdades de psicologia deveriam criar disciplina própria para este contexto,
ainda que em caráter optativo, como uma especialização de final de curso.
20
5. Conclusão
Conforme Drummond & Souza (2008) apontam, pode-se dizer que há não muito tempo,
as empresas eram vistas como terreno fértil e estímulo para a competição, em que o
estado de emergência e a prontidão profissional eram desejados como garantia de
resultado. Claro que há ainda empresas em que a busca de resultado faça com que os
profissionais permaneçam estressados e infelizes, mas hoje a tônica é a busca de
equilíbrio entre resultado e satisfação dos profissionais. Segundo Malvezzi (2004), o
trabalho é considerado um elemento transformador em múltiplos aspectos da vida do
ser humano sendo necessário que se respeite os limites de cada um.
É nesta busca que o psicólogo organizacional atua. Com a percepção das facilidades e
dificuldades individuais e da equipe, o profissional promove ações que visam realinhar
os pontos frágeis e acentuar os pontos fortes dos indivíduos e do grupo, com vistas a
despertar o comprometimento da equipe na busca por parcerias e soluções em
conjunto. O fim último é a diminuição do estresse e aumento da eficácia, além da
melhora da comunicação.
21
6. Referências
BORGES, L.O. Os profissionais de saúde e do trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
CODO, W. SAMPAIO, J.J.C. HITOMI, A.H. Indivíduo, Trabalho e Sofrimento: uma abordagem
interdisciplinar. Petrópolis/RJ: Vozes; 1993.
GOMIDE, P.I.C. (1988, p. 85). A Formação Acadêmica: onde residem suas deficiências. In:
Conselho Federal de Psicologia, Quem é o Psicólogo Brasileiro? São Paulo:EDICON.
KUHN, T. S. A Estrutura das Revoluções Científicas. Trad. B. Boeira e N. Boeira. São Paulo:
[http://www.abntouvancouver.com.br/2018/02/a-pesquisa-de-campo-e-analise-de-
dados.html].